Prof. Cristiano Colombo PARTE GERAL

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1 PARTE GERAL 1. Disserte sobre os requisitos de validade do negócio jurídico. Dos Requisitos de Validade do Negócio Jurídico A validade do negócio jurídico requer: a) agente capaz; b) objeto lícito, possível, determinado ou determinável; c) forma prescrita ou não defesa em lei. 1 a) Agente capaz é o homem adulto, maior de dezoito anos, ou, na forma da lei, o menor emancipado, que tem discernimento, sem estar acometido de qualquer enfermidade ou deficiência, e, portanto, detém a capacidade de direito e a capacidade de fato. Caso o negócio jurídico seja firmado por pessoa absolutamente incapaz, nos termos do artigo 166, I do Código Civil Brasileiro, é nulo de pleno direito. Em tendo sido firmado por relativamente incapaz, a teor do artigo 171, I do Código Civil Brasileiro, é anulável. Importa destacar que o absolutamente incapaz representado (instituto da representação) por seus pais, tutor (sendo menor) ou curador (sendo maior) poderá adquirir e transmitir bens e direitos. O relativamente incapaz deverá ser assistido (assistência) por seus pais, seu tutor (sendo menor) ou curador (maior), e, de igual forma, poderá firmar conjuntamente contratos, que serão válidos. b) Objeto lícito é aquele cuja prestação não ofende o ordenamento jurídico. A obrigação de dar ou de fazer não pode confrontar dispositivo legal, sob pena de nulidade. É nulo, por exemplo, o contrato cujo objeto seja compra e venda de drogas ilícitas ou prestação de serviço de homicídio. Objeto deve ser fisicamente e juridicamente possível. Significa que não se pode contratar, por exemplo, turismo na estrela Sol, incluindo, uma caminhada por sua superfície. É fisicamente impossível. Tampouco é possível a um cidadão vender um bem de uso comum do povo, como uma praça, um monumento ou uma rua. É juridicamente impossível. O objeto não pode ser indeterminado, sob pena de ser nulo o negócio jurídico. O objeto deve ser determinado (por exemplo, obrigação de dar coisa certa, a tela Rosa-e-Azul de Pierre Auguste Renoir) ou determinável (é o caso de cem cabeças de gado Jersey). c) Forma Prescrita ou não Defesa em Lei: Importa destacar que os contratos, quanto à forma, classificam-se em: solenes e não-solenes. Os contratos solenes são aqueles que exigem escritura pública 2, como é o caso do contrato de compra e venda de bem imóvel, acima de trinta salários mínimos nacionais, nos termos do artigo 108 do Código Civil Brasileiro 3. Os contratos não-solenes são aqueles que não dependem de forma especial, como a compra e venda de bem móvel, nos termos do artigo 107 do Código Civil 1 Código Civil Brasileiro, artigo 104: Art A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. 2 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume 2. São Paulo: Editora Atlas, 2010, 10ª edição, p Código Civil Brasileiro, artigo 108: Art Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 1

2 Brasileiro. 4 Logo, caso não seja feita a compra e venda de bem imóvel mediante instrumento público, observada, portanto, a determinação legal, o negócio é nulo, por não cumprir um de seus requisitos. Portanto, devem os negócios jurídicos observar os sujeitos, o objeto e a forma, esta que será especial, quando a lei exigir. 2. O que é o princípio da liberdade de forma na declaração de vontade? Do Princípio da Liberdade de Forma na Declaração de Vontade Nos ensinamentos de Washington de Barros Monteiro, depreende-se que: A forma é o meio de revelação da vontade. 5 Nos termos do Código Civil Brasileiro, a regra é que a declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei exigir, adotando o princípio da forma livre 6, como refere em seu artigo 107: Art A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. (Grifou-se) Logo, em regra, os contratos em geral e as manifestações de vontade poderão ser redigidos pelos próprios contratantes, o que se denomina de instrumento particular. No entanto, quando a lei expressamente exigir deverão as partes manifestar-se de forma especial. É o caso da renúncia de herança, que não pode ser feita por instrumento particular, a saber: Art A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial. (Grifou-se) Da Exigência da Escritura Pública para negócios de imóveis de valor superior a trinta vezes o salário mínimo nacional Conforme preceitua o artigo 108 do Código Civil Brasileiro: Art Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. (Grifou-se) O dispositivo, portanto, estabelece que, não dispondo a lei em contrário 7, nos negócios 4 Código Civil Brasileiro, artigo 107: Art A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 5 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil, v.1-42 ed. rev e atual. por Ana Cristina de Barros Monteiro França Pinto. São Paulo: Saraiva. 2009, p SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 22ª. edição, p : Dentro do princípio da liberdade de forma, admite-se que a vontade se manifeste por todos os meios, seja pela linguagem falada ou escrita, seja pela linguagem mímica, gestos, acenos, atitudes, seja ainda pela utilização de caracteres convencionais gráficos. 7 Excepcionalmente, admitem-se negócios jurídicos sobre direitos reais sobre bens imóveis, em valor superior a trinta vezes o salário mínimo vigente, por instrumento particular, no Sistema Financeiro Imobiliário, Lei n /1997, em seu artigo 38, a saber: Art. 38. Os atos e contratos referidos nesta Lei ou resultantes da sua aplicação, mesmo aqueles que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis, poderão ser celebrados por escritura pública ou por instrumento particular com efeitos de escritura pública. 2

3 jurídicos acerca de direitos reais sobre imóveis (a propriedade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, a hipoteca e a anticrese) de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País (salário mínimo nacional) é essencial à validade a escritura pública, ou seja, deverá ser feito por instrumento público. Logo, a venda de um imóvel avaliado em R$ ,00 (quinhentos e dez mil reais), portanto, acima de trinta vezes o salário mínimo vigente, deverá ser feita mediante instrumento público. Entretanto, a venda de uma vaga autônoma de estacionamento, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), que, como se verifica, está abaixo do montante correspondente a trinta vezes o salário mínimo nacional, poderá ser feita mediante instrumento particular. Importa destacar, ainda, que não há obstáculo para que a transferência de imóveis abaixo de trinta vezes o valor do salário mínimo nacional seja feita mediante instrumento público, contudo, não é essencial à validade do negócio. Saliente-se que, somente com o registro do título translativo (instrumento público, no primeiro caso referido, e, particular, no segundo), tonar-se-á o comprador proprietário Qual a diferença entre boa-fé objetiva e subjetiva? Da Interpretação dos Negócios Jurídicos à luz da Boa-Fé Nos termos do que preceitua o artigo 113 do Código Civil Brasileiro, tem-se que: Art Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Neste sentido, o dispositivo traz normas de interpretação dos negócios jurídicos, de hermenêutica jurídica. A boa-fé referida no dispositivo em comento é a boa-fé objetiva, que se diferencia da boa-fé subjetiva. A boa-fé objetiva, nos ensinamentos de Sílvio de Salvo Venosa, assim se conceitua: O intérprete parte de um padrão de conduta comum, do homem médio, naquele caso concreto, levando em consideração os aspectos sociais envolvidos. Desse modo, a boa-fé objetiva se traduz de forma mais perceptível como uma regra de conduta, um dever de agir de acordo com os padrões sociais estabelecidos e reconhecidos. 9 O célebre jurista Clóvis Veríssimo do Couto e Silva assim preceituou, acerca dos deveres secundários decorrentes do Princípio da boa-fé objetiva: Consistem em indicações, atos de proteção, como o dever de afastar danos, atos de vigilância, guarda, de cooperação, de assistência. 10 Importa destacar que a boa-fé subjetiva se difere da boa-fé objetiva, uma vez que na boa-fé subjetiva há um aspecto psicológico a ser verificado, como, nas hipóteses de possuidor de boa-fé e de má-fé, em que o possuidor de boa-fé desconhece o vício de sua 8 Código Civil Brasileiro, artigo 1.245: Art Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. 1 o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. 2 o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. 9 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume 2. São Paulo: Editora Atlas, 2009, 9ª edição, p COUTO E SILVA, Clóvis Veríssimo do. Obrigação como Processo. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006,1ª edição, 3ª reimpressão, p

4 posse, enquanto o possuidor de má-fé é plenamente conhecedor da violência, clandestinidade ou precariedade. DEFEITOS DO NEGÓCIOS JURÍDICOS Da Conceituação dos Defeitos do Negócio Jurídico Os defeitos do negócio jurídico são vícios (máculas, impurezas) que contaminam a vontade do sujeito 11 (erro ou ignorância, dolo e coação ou violência, estado de perigo ou lesão), ou, ainda, afrontam a lisura, a honestidade, a regularidade do negócio jurídico (fraude contra credores) O que são vícios de consentimentos e vícios sociais. Exemplifique. Dos Vícios de Consentimento e Dos Vícios Sociais Os vícios de consentimento são aqueles que atingem a vontade humana, a saber: o erro ou ignorância, o dolo, a coação, o estado de perigo e a lesão. Em havendo vício de consentimento, os negócios jurídicos são anuláveis. 13 Por sua vez, os vícios sociais são aqueles que, em não havendo vício ou mácula no consentimento, na manifestação de vontade, há má-fé do agente 14, que usa de desonestidade para trazer prejuízo a outrem. É o caso da fraude contra credores, que, nos termos do artigo 171 do Código Civil, é anulável. Importa destacar, por último, que a doutrina também conceitua como espécie de vícios sociais a simulação, no entanto, não está entre os defeitos do negócio jurídico, sendo que o Novo Código Civil não lhe arrolou entre eles, estando no capítulo da invalidade do negócio jurídico, visto que, em havendo simulação, o negócio é nulo MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil, v.1-42 ed. rev e atual. por Ana Cristina de Barros Monteiro França Pinto. São Paulo: Saraiva. 2009, p DINIZ, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 1, 27.ª Edição, São Paulo: Ed. Saraiva, 2010, p Código Civil Brasileiro, artigo 171: Art Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: (...) II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 14 AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 5ª. edição, p AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 5ª. edição, p. 531: Simulação é uma declaração enganosa de vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado. Não é vício de vontade, pois não atinge sua formação. É antes uma disformidade consciente da declaração, realizada de comum acordo com a pessoa a que se destina, com o objetivo de enganar terceiros. Não existe defeito na vontade, mas no ato concreto da sua declaração, para o fim de obter efeito diferente do que a lei estabelece, pelo que não se inclui no elenco dos defeitos do negócio jurídico, juntamente com os vícios de consentimento, como fazia o Código Civil de 1916, (CC, arts. 102 a 105), mas sim nas hipóteses de nulidade (CC, art. 167). (Grifou-se) 4

5 Do Conceito de Erro ou Ignorância Nos ensinamentos de Caio Mário da Silva Pereira, tem-se que: Quando o agente, por desconhecimento ou falso conhecimento das circunstâncias, age de modo que não seria sua vontade, se conhecesse a verdadeira situação, diz que procede com erro. 16 Ao erro se equipara a ignorância, que significa ausência de conhecimento. 17 O artigo 138 do Código Civil Brasileiro dispõe: Art São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. (Grifou-se) Do Erro passível de Anulação de Negócio Jurídico (Escusável) O erro que autoriza a anulação de um negócio jurídico é o erro substancial que poderia ter sido percebido por pessoa de diligência normal, o que parte da doutrina denomina de erro escusável (desculpável e perdoável). Não poderá ser anulado o negócio jurídico quando se trata de erro grosseiro 18 ou do erro denominado de inescusável, imperdoável. Não pode ser objeto de anulação do negócio jurídico, por exemplo, um contrato de locação, em que o locatório alega que não sabia que tinha que pagar aos locativos (aluguéis), que é um conceito de conhecimento de qualquer pessoa de diligência normal, sendo, portanto, inescusável (indesculpável). Do Erro Essencial ou Substancial Nos termos do artigo 138 do Código Civil Brasileiro 19, somente o erro substancial ou essencial é que anula o negócio jurídico. O erro acidental não gera a anulação do negócio jurídico. Segundo Francisco Amaral: Erro essencial, também dito substancial, é aquele de tal importância que, sem ele, o ato não se realizaria. Se o agente conhecesse a verdade, não manifestaria a vontade de concluir o negócio jurídico. 20 O artigo 139 do Código Civil Brasileiro arrola as hipóteses de erro substancial, a saber: Art O erro é substancial quando: I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo 16 SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 22ª. edição, p GOMES, Orlando, Introdução ao Direito Civil, 20ª edição, Rio de Janeiro, Forense, 2010, p VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume I. São Paulo: Editora Atlas, 2010, 10ª edição, p. 387: O erro grosseiro, facilmente perceptível pelo comum dos homens, não pode ser idôneo para autorizar a anulação do ato. O princípio geral é do homem médio. Por essa razão, o atual Código reporta-se ao erro que pode ser percebido por pessoa de diligência normal para as circunstâncias do negócio. Trata-se do conceito de homem médio para o caso concreto. Assim, poderá ser anulável o negócio para um leigo em um negócio, para o qual não se admitiria o erro de um técnico na matéria. Todo vício de vontade, e principalmente o erro, deve ser examinado sob o prisma da declaração de vontade. Doutra parte, não podemos deixar de levar na devida conta a situação do declaratório, principalmente na situação que não obrou, não colaborou para o erro do declarante. Nesse caso, a anulação do ato jurídico para o primeiro será sumamente gravosa. Tendo em vista esse aspecto, não podemos deixar de levar em consideração a escusabilidade do erro. Se o erro facilmente perceptível pudesse trazer a anulabilidade ao negócio jurídico, estaria instalada a total instabilidade das relações jurídicas. 19 Código Civil Brasileiro, artigo 138: Art São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. 20 AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 5ª. edição, p

6 relevante; III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. Do Erro quanto à natureza do negócio, objeto principal ou qualidades essenciais O artigo 139, I do Código Civil Brasileiro 21 refere-se à hipótese de erro substancial quanto à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração ou qualidades a ele essenciais. Quanto à natureza do negócio jurídico, dá-se o erro substancial quando, por exemplo, uma instituição beneficente intenciona receber doações de brinquedos e, no entanto, acaba por se realizar uma compra e venda com um lojista, que não compreende o objetivo da campanha natalina (error in ipso negotio). 22 Quanto ao objeto da declaração principal, ocorre quando o comprador acredita estar adquirindo a casa n. 02 do loteamento, e, na verdade, o contrato refere-se à casa de n. 112, que está bem mais distante do centro urbano. (error in corpore). 23 Quanto à qualidade, quando o sujeito adquire um anel pensando ser de ouro e é uma bijuteria. Ou, ainda, um casaco de lã animal, quando, na verdade, é de lã sintética (error in substantia). 24 Erro quanto à pessoa Nos termos do artigo 139, II do Código Civil Brasileiro 25, em sendo a pessoa causa determinante para a contratação, pode vir a ser anulado o negócio jurídico (error in persona) 26. É o que ocorre, por exemplo, quando Túlio contrata Pedro para tocar piano em seu casamento, pensando que este tem formação acadêmica música clássica, e, na verdade, Túlio sequer sabe tocar piano. Ou, ainda, quando Augusto, acreditando estar contratando Acácio, um artista plástico famoso por sua técnica neo-renascentista, na realidade, está contratando um homônimo, que sequer domina os fundamentos da arte de pintar telas. Importa destacar que as hipóteses elencadas de erro substancial decorrentes da natureza do negócio jurídico, do objeto, das qualidades essenciais, bem como relativos à pessoa (139, I e II do Código Civil Brasileiro) são classificadas como erro de fato, pois dizem com situações fáticas (error facti). Do Erro de Direito O erro de direito (error iuris) é substancial 27 e gera anulação do negócio jurídico. É o que ocorre, por exemplo, quando alguém, de boa-fé, contrata importação de mercadoria, sem 21 Código Civil Brasileiro artigo 139: Art O erro é substancial quando: I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; 22 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil, v.1-42 ed. rev e atual. por Ana Cristina de Barros Monteiro França Pinto. São Paulo: Saraiva. 2009, p AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 5ª. edição, p MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil, v.1-42 ed. rev e atual. por Ana Cristina de Barros Monteiro França Pinto. São Paulo: Saraiva. 2009, p Código Civil Brasileiro artigo 139: Art O erro é substancial quando: (...) II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; 26 AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 5ª. edição, p Código Civil Brasileiro, artigo 139: Art O erro é substancial quando: (...) III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. 6

7 ter conhecimento de que esta é proibida em território brasileiro. 28 Ora, neste caso, o desconhecimento da lei não poderá ser alegado para não ser cumprida a norma 29, ou seja, não se dará a importação do bem, em face da vedação legal. Todavia, o adquirente poderá buscar a anulação do negócio jurídico, inclusive, pleiteando a devolução dos valores pagos, em face de ser o motivo único ou principal do negócio jurídico. Do Erro e o Princípio da Conservação dos Negócios Jurídicos O artigo 144 do Código Civil Brasileiro dispõe que: Art O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. É o princípio da conservação dos negócios jurídicos, em matéria de erro, no sentido de preservar as relações contratuais havidas, uma vez que a parte a quem a manifestação se dirige, oferece-se para executá-la, nos termos da vontade real do manifestante. Como exemplo, reprisa-se a situação em que o comprador acredita estar adquirindo a casa n. 02 do loteamento, e, na verdade, o contrato refere-se à casa de n. 112, que está bem mais distante do centro urbano. Neste caso, no sentido de preservar o negócio jurídico, o incorporador entrega a casa n. 02, afastando a possibilidade jurídica de anulação do negócio jurídico, executando o negócio de acordo com a vontade real do adquirente. Do Conceito de Dolo Conforme as lições de Caio Mário da Silva Pereira: Inscrito entre os vícios de vontade, o dolo consiste nas práticas ou manobras maliciosamente levadas a efeito por uma parte, a fim de conseguir da outra uma emissão de vontade que lhe traga proveito ou a terceiro. 30 Orlando Gomes, por sua vez, preceituou: O dolo consiste em manobras ou maquinações feitas com o propósito de obter uma declaração que não seria emitida se o declarante não fosse enganado. 31 Em síntese, o dolo é o ardil, o estratagema, a astúcia, a manipulação da vontade do declarante, com o objetivo de induzir maliciosamente a manifestar-se de tal forma, que o sujeito que age com dolo tenha proveitos e vantagens pessoais. O dolo é provocado 32, é induzido, enquanto o erro decorre de um equívoco da própria vítima. 33 Da Classificação do Dolo Do Dolo Essencial ou Principal (Dolus Causam Dans) O dolo principal é determinante para o ato 34 e torna o ato anulável 35, como, por exemplo, o consumidor que quer adquirir um automóvel novo e acaba sendo enganado, induzido a comprar determinado veículo que já foi objeto de um acidente, inclusive, tendo 28 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume I. São Paulo: Editora Atlas, 2010, 10ª edição, p Lei de Introdução ao Código Civil, Decreto n. 4657/42, artigo 3º: Art. 3 o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 30 SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 22ª. edição, p GOMES, Orlando, Introdução ao Direito Civil, 20ª edição, Rio de Janeiro, Forense, 2010, p AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 5ª. edição, p DINIZ, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 1, 27.ª Edição, São Paulo: Ed. Saraiva, 2010, p AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 5ª. edição, p VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume I. São Paulo: Editora Atlas, 2010, 10ª edição, p

8 sido maquiado seus arranhões e marcas pelo setor mecânico, contando com sérias avarias em seu motor. O negócio, portanto, não se realizaria caso o consumidor tivesse esta informação, sendo o dolo essencial, principal, determinante para a causa. É o que dispõe o artigo 145 do Código Civil Brasileiro, a saber: Art São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. Do Dolo Acidental (dolus incidens) O dolo acidental não gera anulação do negócio jurídico, somente obriga à satisfação das perdas e danos. O negócio se realizaria, em que pese de outro modo, caso uma das partes não tivesse agido com dolo. É o caso do negócio jurídico em que o vendedor de um bem, sob a modalidade de forma financiada, maliciosamente aplica índices de correção inadequados para atualizar as prestações a serem pagas, importando em injusta estipulação do preço do contrato. 36 Neste caso, não tem interesse o adquirente na anulação do negócio jurídico, mas, tão-somente ajuíza ação indenizatória quanto às diferenças inadequadamente enxertadas no preço. É o que o artigo 146 do Código Civil Brasileiro preceitua: Art O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo. Do Dolo Bilateral (Torpeza Bilateral) Em havendo dolo de ambas as partes (torpeza bilateral), não haverá anulação do negócio jurídico, tampouco indenização em perdas e danos. É o que preceitua o artigo 150 do Código Civil Brasileiro: Art Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização. Conforme Orlando Gomes: Se o dolo é bilateral, há compensação. 37 Imagine-se uma compra e venda, em que o sujeito A vende seu automóvel, com problemas gravíssimos no motor, enganando o adquirente B, induzindo que o veículo está em ótimo estado e, de outro lado, o adquirente B, ao pagar o preço, maliciosamente, dá em pagamento um imóvel espaçoestacionamento (box) sobre o qual pende gravame (penhora). Neste caso, não haverá anulação, nem perdas e danos, em face da torpeza bilateral. Do Conceito de Coação A coação ocorre quando o paciente é forçado a uma declaração de vontade, mediante violência física (vis absoluta) ou pela violência moral (vis compulsiva). Caio Mário da Silva Pereira referiu: No primeiro caso, da violência física, não se pode dizer que houve uma emissão volitiva do agente, como se daria na hipótese de ser ele levado, contra a vontade e pela força assinar documento, ou de que se despojou de seus bens sob a ameaça de uma arma apontada à cabeça. Não há uma declaração de vontade, nem mesmo qualquer vontade na vítima, e esta falta completa de consentimento dever implicar nulidade total do ato. No outro caso, da violência moral ou vis compulsiva, há uma declaração volitiva, embora imperfeita, porque ela não aniquila o consentimento do agente." 36 DINIZ, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 1, 27.ª Edição, São Paulo: Ed. Saraiva, 2010, p GOMES, Orlando, Introdução ao Direito Civil, 20ª edição, Rio de Janeiro, Forense, 2010, p

9 Portanto, quando se trata de coação mediante violência física (vis absoluta), há nulidade do ato, e, somente quando há violência moral (vis compulsiva ou coação relativa) é que importa em vício de consentimento, sendo o negócio jurídico anulável. É o que refere Sílvio de Salvo Venosa: Nessa hipótese (coação relativa), a vitima da coação não fica reduzida à condição de puro autômato, uma vez que pode deixar de emitir a declaração pretendida, optando por resistir ao mal cominado. Daí por que a vis relativa é ato simplesmente anulável, como vício de vontade que é. 38 A coação, como vício de consentimento, está disposta no artigo 151 do Código Civil Brasileiro, a saber: Art A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. Neste sentido, deve a coação incutir temor de dano iminente ao paciente (coacto), que pode atingir à sua pessoa e à sua família (estendido à pessoa não pertencente à família do paciente, conforme as circunstâncias do caso, como, por exemplo, sujeito que tem profundos laços de amizade com o coacto), bem como ao seu patrimônio. Das Condições Pessoais do Paciente Quando da apreciação da coação, há que se ter em conta as condições pessoais do paciente. É o que o artigo 152 do Código Civil Brasileiro determina: Art No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. Neste sentido, na apreciação do fundado temor, deve-se levar em conta que um homem adulto, em condição atlética, sofre níveis de coação diferentes de uma senhora idosa, que se locomove com dificuldade, aos seus 90 anos ou, ainda, ao se tratar de uma jovem de 19 (dezenove) anos. Nestor Duarte refere: Aquilo que é suficiente para abalar o equilíbrio de uma pessoa madura e sã pode ser irresistível para o mais jovem e para o idoso ou para o enfermo. 39 Do Temor Reverencial e do Exercício Normal de Direito Nos termos do artigo 153 do Código Civil Brasileiro: Art Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. A ameaça do exercício normal de um direito não configura coação, visto que decorre de ato lícito e justo. É o caso do credor que ameaça seu devedor de ajuizar cobrança judicial relativamente à dívida vencida e não paga, ou, ainda, encaminhar o título a protesto 40. Nestas hipóteses, não poderá o devedor alegar coação. O temor reverencial, segundo Washington de Barros Monteiro, assim é conceituado: Por temor reverencial se entende receio de desgostar pai, mãe, superior hierárquico ou outra pessoa a quem se deve 38 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume I. São Paulo: Editora Atlas, 2010, 10ª edição, p DUARTE, Nestor. Código Civil comentado, doutrina e jurisprudência. Coordenador Ministro Cesar Peluso. Editora Manole, 2010, p DINIZ, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 1, 27.ª Edição, São Paulo: Ed. Saraiva, 2010, p

10 respeito ou obediência. (...) 41 Completou o referido jurista: (...) mero receio de desagradar aos genitores, ou a outras pessoas consideradas nas relações sociais e profissionais, sem os requisitos básicos de coação, não é vício de consentimento (...) 42 Em síntese, o filho que é avalista de uma amigo da família, a pedido de sua mãe, não pode alegar que foi coagido por sua mãe a firmar esta garantia fidejussória. Do Estado de Perigo O estado de perigo compõe-se dos seguintes elementos: a) situação de necessidade de salvar-se ou pessoa de sua família; b) iminência de dano atual e grave; c) nexo de causal entre a manifestação e o perigo de grave dano; d) conhecimento do perigo pela outra parte; d) assumir obrigação excessivamente onerosa. 43 É o que se depreende do artigo 156 do Código Civil Brasileiro: Art Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. Como se depreende do parágrafo único, pode o magistrado, analisando as circunstâncias do caso concreto, estender o estado de perigo também à pessoa não pertencente à família do agente, quando, por exemplo, ficarem comprovados os profundos laços de amizade havidos. Em estando configurado o estado de perigo, o negócio jurídico é anulável. Do Conceito de Lesão Conforme leciona Arnaldo Rizzardo: De um modo bem simples, define-se como lesão ou lesão enorme o negócio defeituoso em que uma das partes, abusando da inexperiência ou da premente necessidade de outra, obtém vantagem manifestamente desproporcional ao proveito resultante da prestação, ou exageradamente exorbitante dentro da normalidade. 44 É o que se depreende do artigo 157 do Código Civil Brasileiro, a saber: Art Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. A premente necessidade dá-se, por exemplo, para a pessoa jurídica que, para evitar a falência, vende imóvel seu, em quantia inferior ao mercado, com a finalidade de saldar seus débitos, decorrente de condições econômico- financeiras. 45 Por sua vez, a 41 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil, v.1-42 ed. rev e atual. por Ana Cristina de Barros Monteiro França Pinto. São Paulo: Saraiva. 2009, p MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil, v.1-42 ed. rev e atual. por Ana Cristina de Barros Monteiro França Pinto. São Paulo: Saraiva. 2009, p VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume I. São Paulo: Editora Atlas, 2010, 10ª edição, p RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Código Civil: Lei n º , de Rio de Janeiro: Forense, 2007, 5ª. Edição, p DINIZ, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 1, 27.ª Edição, São Paulo: Ed. Saraiva, 2010, p. 489;

11 inexperiência, dá-se pela ausência de vida no mundo dos negócios, falta de habilidade, assumindo o contratante, por exemplo, em um contrato de prestação de serviços, obrigação de fazer (serviço, enfim, prestação) manifestamente desproporcional ao valor que irá receber a título de retribuição. Do Conceito de Fraude Contra Credores O conceito de fraude contra credores compõe-se de três elementos, a saber: a anterioridade do crédito, o eventus damni e o consilium fraudis. 46 O elemento denominado de anterioridade do crédito está no artigo 158, parágrafo 2º, ou seja, para haver fraude, o crédito tem que existir antes dos atos a que se busca anular. 47 O eventus damni ocorre quando os atos praticados pelo devedor acabam por lhe reduzir à insolvência, que significa que o seu ativo (patrimônio) é inferior ao passivo (suas dívidas, obrigações). 48 O último elemento é o consilium fraudis que é a má-fé, o propósito malicioso de prejudicar (animus nocendi). 49 Importa destacar que a fraude contra credores é um vício social, não um vício de consentimento. Da Fraude Contra Credores O artigo 158 do Código Civil Brasileiro preceitua que: Art Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 1 o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. (Grifou-se) A partir do texto do artigo 158 do Código Civil Brasileiro, verifica-se que, nos negócios jurídicos gratuitos, quando há transmissão gratuita de bens (doação) ou a remissão de dívidas (perdão), basta a existência do elemento eventus damni para a configuração de fraude contra credores. O consilium fraudis não é elemento necessário. É o que Nestor Duarte revela: A observação acerca da exigência do consilium fraudis, no caso, mais se impõe na medida em que a lei atual não exige, em regra, para a caracterização da fraude contra credores, que o devedor conheça seu estado de insolvabilidade ainda quando o ignore, diz o texto legal -, diversamente do Código 46 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume I. São Paulo: Editora Atlas, 2010, 10ª edição, p Código Civil Brasileiro, artigo 158: Art (...) 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. 48 AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 5ª. edição, p RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Código Civil: Lei n º , de Rio de Janeiro: Forense, 2007, 5ª. Edição, p

12 anterior (art. 106), de modo que hoje, basta o animus damni. Por idêntico motivo, perdeu o interesse da indagação sobre se deve existir o animus nocendi. 50 É o que Maria Helena Diniz exemplifica: Contudo, não mais se exige a scientia fraudis para anular negócio gratuito ou remissão de dívida com fraude contra credores. Mesmo que o devedor, ou beneficiário do contrato benéfico, transmitindo algo, ou do perdão do débito, ignore que tal ato reduzirá a garantia ou provocará a insolvência do devedor, esse negócio será suscetível de nulidade relativa. A causa de anulação é objetiva, por ser suficiente que haja a redução do devedor ao estado de insolvência. (Grifou-se) 51 Ressalte-se, ainda, que os legitimados a buscar a anulação do negócio jurídico são os credores quirografários, ou seja, desprovidos de quaisquer garantias ou privilégios, bem como, a teor do parágrafo 1º, do artigo 158, aos credores cuja garantia se tornar insuficiente, como no caso do credor hipotecário, que tem este bem penhorado por outro credor. 5. Qual a diferença entre fraude contra credores e fraude à execução? Da Fraude Contra Credores versus Fraude à Execução Enquanto a fraude contra credores é defeito do negócio jurídico, a fraude à execução é incidente do processo judicial, portanto, já em curso uma ação de execução. 52 É o que se depreende do artigo 593 do Código de Processo Civil: Art Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens: I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real; II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência; III - nos demais casos expressos em lei. A semelhança dos institutos é que ambos são aplicáveis quando o devedor não tem patrimônio para suportar suas dívidas. Em tendo o devedor bens para suportar suas dívidas, não é caso de fraude. Portanto, se a venda fraudulenta deu-se antes do ingresso da cobrança judicial pelo credor, a medida cabível é a Ação Pauliana (Revocatória), contudo, se a venda for feita, quando já há ação em curso, trata-se de fraude à execução. É o que ensina Sílvio de Salvo Venosa: Na fraude contra credores, o devedor adianta-se a qualquer providência judicial de seus credores para dissipar bens, surrupiá-los, remir dívidas, beneficiar certos credores, etc. (...) Na fraude de execução, o interesse é público, porque já existe demanda em curso; não é necessário, portanto, que se tenha sido proferida a sentença DUARTE, Nestor. Código Civil comentado, doutrina e jurisprudência. Coordenador Ministro Cesar Peluso. Editora Manole, 2010, p DINIZ, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 1, 27.ª Edição, São Paulo: Ed. Saraiva, 2010, p AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, 5ª. edição, p VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume I. São Paulo: Editora Atlas, 2010, 10ª edição, p

13 Outra diferença é que para o reconhecimento de fraude contra credores faz-se necessário o ajuizamento de Ação Pauliana (Revocatória), não sendo possível buscar a anulação em embargos de terceiro, em face da Súmula 195 do Superior Tribunal de Justiça 54, enquanto, por sua vez, em matéria de fraude à execução, os atos são declarados ineficazes nos próprios autos. Logo, cumpre destacar que os negócios jurídicos em fraude de credores são anuláveis, enquanto os atos que estão em fraude à execução são ineficazes Qual a diferença entre Nulidade e Anulabilidade? Da Invalidade do Negócio Jurídico: Nulidade e Anulabilidade A invalidade dos negócios jurídicos abrange os conceitos de nulidade e anulabilidade. Nos ensinamentos de Caio Mário da Silva Pereira: É nulo o negócio jurídico, quando, em razão de defeito grave que o atinge, não pode produzir o efeito almejado. 56 É o caso de contrato de compra e venda de imóvel, em que uma das partes é absolutamente incapaz, sem estar representado. 57 É, portanto, defeito grave, que interessa à ordem pública. 58 Quanto à anulabilidade, por sua vez, não se vislumbra o interesse público, porém a mera conveniência das partes, já que na sua instituição o legislador visa à proteção de interesses privados. O ato é imperfeito, mas não tão grave ou defeituoso, como nos casos de nulidade. 59 É o caso do contrato firmado por relativamente incapaz ou quando presente vício decorrente de erro, dolo ou coação, por exemplo. 60 Importa destacar que o Código Civil de 1916 valia-se da nomenclatura nulidade absoluta e nulidade relativa. Em face do advento do Novo Código Civil, Lei /2002, 54 Súmula 195 do STJ: Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores. 55 RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Obrigações. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 3ª. Edição, p SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 22ª. edição, p Código Civil, artigo 166, I: Art É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 58 DUARTE, Nestor. Código Civil comentado, doutrina e jurisprudência. Coordenador Ministro Cesar Peluso. Editora Manole, 2010, p SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 22ª. edição, p Código Civil, artigo 171: Art Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 13

14 a nulidade absoluta denomina-se simplesmente por nulidade, enquanto a nulidade relativa, nos termos do Novo Código, é chamada de anulabilidade. 61 Das Hipóteses de Nulidade do Negócio Jurídico O artigo 166 do Código Civil Brasileiro (CCB) dispõe sobre as hipóteses de nulidade do negócio jurídico, em seus incisos de I a VII, a saber: Da Nulidade do Negócio Jurídico celebrado por Absolutamente Incapaz (Artigo 166, I, CCB) O negócio celebrado por pessoa absolutamente capaz é nulo. São absolutamente incapazes, nos termos do artigo 3º do Código Civil Brasileiro, a saber: Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Neste sentido, por exemplo, tendo sido firmado contrato em que uma das partes é uma criança de cinco anos de idade ou um deficiente mental que não tem o necessário discernimento o negócio jurídico é nulo. Da Nulidade do Negócio Jurídico quando o objeto é ilícito, impossível ou indeterminável (Artigo 166, II, CCB) A obrigação de dar ou de fazer não pode confrontar dispositivo legal, sob pena de nulidade. É nulo, por exemplo, o contrato cujo objeto seja compra e venda de drogas ilícitas ou prestação de serviço de homicídio. Objeto deve ser fisicamente e juridicamente possível. Significa que não se pode contratar, por exemplo, turismo na estrela Sol, incluindo, uma caminhada por sua superfície. É fisicamente impossível. Este negócio é nulo. Tampouco é possível a um cidadão vender um bem de uso comum do povo, como uma praça, um monumento ou uma rua. É juridicamente impossível. Quando o objeto é indeterminável o negócio jurídico é nulo. O objeto deve ser determinado (por exemplo, obrigação de dar coisa certa, a tela Rosa-e-Azul de Pierre Auguste Renoir) ou determinável (é o caso de cem cabeças de gado Jersey). Da Nulidade do Negócio Jurídico quando o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito (Artigo 166, III, CCB) 61 SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 22ª. edição, p. 633: O Código Civil de 1916, no que foi seguido pelo novo Código, procurou, a propósito, adotar uma sistemática mais simples, inscrevendo, de um lado, a nulidade, que é sempre pleno iure, e suscetível de proclamação por iniciativa de qualquer interessado ou órgão do Ministério Público, e, de outro lado, a anulabilidade, que é a decretação da ineficácia sob a inspiração do direito privado. Abandonou, portanto, a antiga divisão de nulidade em absoluta e relativa, que veio do Regulamento n. 737, de 1850 (...). No sistema do Código Civil, portanto, o vocábulo nulidade já por si tem o sentido absoluto, e é de pleno direito; a expressão nulidade relativa deve dar lugar à anulabilidade. (Grifou-se) 14

15 É o que se exemplifica no caso da compra e venda de um prostíbulo (casa de tolerância, lupanar) 62, em que o ponto comercial ilícito é valorado, estando, portanto, ambas as partes cientes do motivo determinante ilícito. Neste caso, o negócio jurídico é nulo. Se somente uma das partes tiver motivo determinante ilícito, não há nulidade, em face deste inciso, visto a exigência de que o motivo seja comum a ambas as partes. Da Nulidade do Negócio Jurídico por não revestir a forma prescrita em lei (Artigo 166, IV, CCB) Dispõe o Novo Código Civil Brasileiro, em seu artigo , que o negócio jurídico gratuito de doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular, admitindo-se somente sob a forma verbal a doação de bens móveis, desde que de pequeno valor e com a imediata entrega do bem. Suponha-se, por exemplo, a doação feita de forma verbal de bem imóvel. Neste caso, o negócio jurídico é nulo, por não revestir a forma prescrita em lei. Da Nulidade do Negócio Jurídico por ser preterida alguma solenidade que a lei considere essencial à sua validade (Artigo 166, V, CCB) É o caso da compra e venda de bem imóvel, de valor superior a trinta vezes o salário mínimo nacional, em que a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos. 64 Neste sentido, em sendo celebrada a compra e venda mediante instrumento particular o negócio jurídico é nulo. Da Nulidade do Negócio Jurídico por ter por objetivo fraudar lei imperativa (Artigo 166, VI, CCB) O artigo do Código Civil assim dispõe: Art É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. É a vedação ao credor de ficar com o bem objeto 62 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Volume I. São Paulo: Editora Atlas, 2010, 10ª edição, p Código Civil Brasileiro, artigo 541: Art A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. 64 Código Civil Brasileiro, artigo 108: Art Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 15

16 da garantia, o que a doutrina denomina de proibição do pacto comissório. 65 Suponha-se, portanto, que o credor hipotecário, com o objetivo de fraudar este dispositivo de lei, para mascarar a intenção de ficar com o objeto da garantia, celebra um contrato de compra e venda. Neste caso, o contrato de compra e venda é nulo, por fraudar lei imperativa. Da Nulidade do Negócio Jurídico em face da lei taxativamente declarar nulo ou proibirlhe a prática, sem cominar sanção (Artigo 166, VII, CCB) É o caso do artigo do Código Civil Brasileiro 66, em que preceitua ser nulo o casamento contraído pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil. 67 Em tendo sido, mesmo assim, contraídas as núpcias, o casamento é nulo. É caso de proibir ao doador a prática de doação universal, sem reserva de parte, ou renda suficiente para sua subsistência 68, a teor do artigo 548 do Código Civil Brasileiro 69. Em se realizando a doação universal, não havendo subsistência do doador, a doação é nula. Da Simulação (Artigo 167, CCB) Segundo Caio Mário da Silva Pereira consiste a simulação em celebrar-se um ato, que tem aparência normal, mas que, na verdade, não visa ao efeito que juridicamente devia produzir. Como em todo negócio jurídico, há aqui uma declaração de vontade, mas enganosa. 70 Importa ressaltar que a simulação é um vício social, não um vício de consentimento. A simulação classifica-se em: a) Absoluta: quando o negócio jurídico contém confissão, declaração, condição ou cláusula não verdadeira (artigo 167, 1º, II do Código Civil Brasileiro), como, por exemplo, 65 DUARTE, Nestor. Código Civil comentado, doutrina e jurisprudência. Coordenador Ministro Cesar Peluso. Editora Manole, 2010, p Código Civil Brasileiro, artigo 1.548: Art É nulo o casamento contraído: I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; 67 RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Obrigações. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 3ª. Edição, p RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Obrigações. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 3ª. Edição, p Código Civil Brasileiro, artigo 548: Art É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. 70 SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 22ª. edição, p

17 uma compra e venda firmada que não existe na realidade, inexistindo qualquer negócio entre as partes; 71 b) Relativa: é a dissimulação, quando o negócio busca encobrir outro de natureza diversa; vindo a aparentar conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem (artigo 167, 1º, I do Código Civil Brasileiro). É o caso da doação celebrada por escrito, que, em verdade, se trata de uma compra e venda de bem imóvel. É uma simulação relativa, visto que há negócio entre as partes, no entanto, de natureza diversa. 72 Ainda, também haverá simulação quando os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. (artigo 167, 1º, III do Código Civil Brasileiro) Nesta hipótese, deverá ser analisado se a avença firmada se trata de simulação absoluta (não existe o negócio jurídico) ou simulação relativa (busca-se encobrir negócio jurídico existente, por outro). Da Legitimidade para alegar as Nulidades Nos termos do artigo 168 do Código Civil Brasileiro 73, as nulidades podem ser alegadas por qualquer interessado ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. 74 Do Conhecimento de Ofício pelo Juízo das Nulidades Nos termos do parágrafo único do artigo 168, as nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz de ofício, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 75 Portanto, em sendo juntado aos autos contrato firmado por menor de 16 anos, deverá o julgador de ofício pronunciar a sua nulidade. 71 SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 22ª. edição, p SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil vol. I. Rio de Janeiro: Forense, 2007, 22ª. edição, p Código Civil Brasileiro, artigo 168: Art As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 74 Código de Processo Civil, artigo 82: Art. 82. Compete ao Ministério Público intervir: I - nas causas em que há interesses de incapazes; II - nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade; III - nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte. 75 Código Civil Brasileiro, artigo 168: Art (...) Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 17

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