Título do Artigo: Efeitos do Envelhecimento Populacional sobre o Sistema de Proteção Social e o Mercado de trabalho

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1 Título do Artigo: Efeitos do Envelhecimento Populacional sobre o Sistema de Proteção Social e o Mercado de trabalho Autor: Rogério Nagamine Costanzi mestre em economia IPE-USP e mestre em Direção e Gestão dos Sistemas de Seguridade Social pela Universidade de Alcalá/Espanha e Organização Iberoamericana de Seguridade Social (OISS) Palavras Chave: Envelhecimento Populacional, Proteção Social, Mercado de Trabalho RESUMO: O rápido processo de envelhecimento populacional do Brasil, com forte incremento da participação da população idosa no total, embora seja um resultado positivo do aumento da expectativa de vida e sobrevida e da queda da fecundidade, também traz importantes desafios para os formuladores de políticas públicas. Na área da proteção social, o envelhecimento pressiona as despesas da Seguridade Social. No caso especifico da Previdência Social implica no pagamento de uma quantidade maior de benefícios por um período mais longo de tempo financiado ou sustentado por uma razão de dependência mais frágil, ou seja, em um cenário de piora da relação entre potenciais contribuintes e beneficiários. O fim do bônus demográfico e a retração relativa e absoluta da população em idade ativa também tende a diminuir o ritmo de crescimento econômico caso não seja compensada por um aumento da produtividade. Por outro lado, há uma menor entrada de jovens no mercado de trabalho que gera menor pressão sobre a taxa de desemprego. Portanto, o presente artigo pretende avaliar os efeitos da transição demográfica sobre a Previdência Social, o crescimento econômico mercado de trabalho. e o 1

2 Título do Artigo: Efeitos do Envelhecimento Populacional sobre o Sistema de Proteção Social e o Mercado de trabalho 1- Introdução O rápido processo de envelhecimento populacional da população brasileira, com a crescente participação dos idosos na população total, resultado da combinação de queda na taxa de fecundidade e incremento da expectativa de vida e sobrevida, embora tenha aspectos positivos, também traz importantes desafios. Certamente, o incremento da expectativa de vida ao nascer e sobrevida é fruto dos avanços sociais do país e da medicina, sendo uma conquista que deve ser valorizada. A redução na fecundidade também abre a oportunidade para aumento dos investimentos per capita em capital humano nas crianças e adolescentes do país. Apesar desses aspectos positivos, o processo de aumento da participação dos idosos na população total e a retração da importância relativa da população em idade ativa, com o fim do bônus demográfico, a partir da próxima década, certamente traz desafios ao pressionar os gastos e o financiamento do sistema de proteção social. A tendência é que o cenário nas próximas décadas do Brasil e da América Latina tenha a muito a ver com que se passa atualmente na Europa, onde há uma série de reformas buscando garantir a sustentabilidade fiscal da Seguridade Social. Ademais, a retração da população em idade ativa que deverá ocorrer no futuro certamente tende a prejudicar o crescimento econômico. Por outro lado, a redução na taxa de fecundidade, que irá diminuir o número de contribuintes para previdência social no futuro, gerou uma menor pressão no mercado de trabalho, com menor entrada de jovens e redução no ritmo de crescimento da população em idade ativa que favoreceram a redução da taxa de desemprego nos anos Com objetivo de analisar essas questões o presente artigo está organizado da seguinte forma: a) na segunda seção é feita uma análise dos impactos do envelhecimento na Previdência Social; b) na terceira parte são analisados os efeitos no crescimento econômico e no mercado de trabalho; d) na quarta seção são feitas as considerações finais. 2

3 2- Impactos do Envelhecimento Sobre a Previdência Social De acordo com dados da projeção demográfica do IBGE, a população com 60 anos ou mais de idade deve crescer da projeção de cerca de 23 milhões, em 2014, para cerca de 73,6 milhões no ano de 2060 (gráfico 1). Em termos de participação da população idosa no total, haveria um incremento de 11,3% do total, em 2014, para cerca de 33,7% em 2060 (gráfico 2). Todos esses dados deixam claro que o Brasil passa por um rápido processo de envelhecimento populacional, decorrente da combinação de aumento da expectativa de vida ao nascer e de sobrevida com redução expressiva da taxa de fecundidade. Tal processo deverá resultar, no futuro, ceteris paribus, em um volume maior de pagamento de benefícios por um período maior de tempo sustentando ou financiado por uma razão de dependência mais frágil ou com uma relação de contribuintes e beneficiários piorada. Ademais, cabe destacar que o principal Regime de previdência do país, o RGPS, é de repartição ou pay as you go. Também haverá um aumento da participação de pessoas com idades ainda mais avançadas que 60 anos, como 65, 70 ou mesmo 80 anos ou mais de idade. A título de exemplo, a população com 80 anos ou mais que, segundo a projeção demográfica do IBGE, é de cerca de 3,2 milhões de pessoas, em 2014, irá atingir a cifra de 19,1 milhões de pessoas até 2060 (gráfico 1). Em termos de participação na população total, haverá um aumento de 1,6%, em 2014, para 8,8% em 2060 (gráfico 2). Certamente esse rápido processo de envelhecimento populacional irá pressionar, ceteris paribus, o incremento do número absoluto de aposentados, bem como a participação desse grupo na população total, bem como a despesa com aposentadorias em relação ao PIB. 3

4 Gráfico 1 Projeção da População com 60 anos ou mais e 80 anos ou mais Brasil 2000 a anos ou mais 80 anos ou mais Fonte: Elaboração do autor a partir de dados da projeção demográfica do IBGE Gráfico 2 Projeção da Participação da população com 60 anos ou mais e 80 anos ou mais no total do Brasil 2000 a 2060 em % do total 40,0 35,0 33,7 30,0 29,4 25,0 23,8 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 18,6 13,8 11,3 8,2 10,0 8,8 6,6 4,7 1,0 1,4 1,6 2,9 1, anos ou mais 80 anos ou mais Fonte: Elaboração do autor a partir de dados da projeção demográfica do IBGE 4

5 O incremento do total de pessoas idosas e o aumento das idades médias e mediada levará a médio e longo prazo a um expressivo incremento da participação dos aposentados na população total. A partir das projeções demográficas é possível fazer estimativas do total de aposentados ou de benefícios de aposentadorias no país, bem como da participação dos aposentados na população total. Entre as suposições utilizadas para fazer essas projeções podem ser citadas aquelas que supõem que serão mantidas contastes as regras de concessão atuais e, por essa razão, que a participação dos aposentados nas faixas etárias de 50 a 59 anos e 60 anos ou mais de idade ficará estável até A partir dessa e outras suposições chega-se a projeção de aposentadorias no gráfico 3. Conforme essa projeção a quantidade de aposentadorias ou aposentadorias chegaria a 32,5 milhões em 2030, 41,7 milhões em 2040, 49,7 milhões em 2050 e 54,2 milhões em Como foi mostrado anteriormente, pelos dados da PNAD/IBGE o contingente atual de aposentados é de cerca de 21 milhões. Trata-se de uma estimativa, mas tendo em vista que as mulheres estão aumentando sua participação no mercado de trabalho e cada vez sendo mais beneficiárias de aposentadoria, bem como há aumento da cobertura previdenciária, existe a possibilidade de que se tenha um volume maior de aposentadorias. Por outro lado, caso ocorra alterações das regras como, por exemplo, introdução de uma idade mínima para as aposentadorias por tempo de contribuição, é possível que exista uma tendência a diminuição da importância dos aposentados com menos de 60 anos. Não apenas haverá um forte incremento em termos absolutos do total de aposentados, como também, tenderá a ocorrer um incremento da participação desse grupo na população total. Segundo os dados da PND/IBGE os aposentados representariam, atualmente, cerca de 10,7% da população total do país. Com o processo de envelhecimento populacional e caso se mantenha as regras atuais de concessão de aposentadoria é natural que haveria um incremento dessa participação. Supondo a manutenção das regras atuais e estabilidade de participação para pessoas com 50 anos ou mais de idade é possível projetar a participação dos aposentados na população total até 2060, conforme mostrado no gráfico 4. A participação dos aposentados, atualmente na casa dos 10% da população, segundo os dados da PNAD/IBGE de 2012, passaria para o patamar de 14,5%, 18,3%, 22% e 24,9% do total, respectivamente, para os anos de 2030, 2040, 2050 e 2060, como pode ser visto no gráfico 4. 5

6 Gráfico 3 Projeção da Quantidade de Aposentadorias/Aposentados no Brasil de 2030 a ,0 Projeção Aposentados/Aposentadorias em milhões Brasil 2030 a ,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 Fonte: Elaboração do autor a partir de dados da projeção demográfica do IBGE ANO Tabela 1 Participação dos Aposentados na População Total Total dos Aposentados Brasil 1982 a 2012 em% Homens Mulheres ,1 6,4 3, ,8 6,6 3, ,4 6,8 3, ,5 6,8 4, ,7 7,0 4, ,6 6,9 4, ,8 7,0 4, ,9 7,3 4, ,1 7,3 4, ,2 7,4 5, ,9 8,0 5, ,3 8,4 6, ,8 8,7 6, ,9 9,0 6, ,2 9,4 7, ,4 9,5 7, ,4 9,4 7, ,6 9,5 7,8 6

7 2003 8,8 9,8 8, ,5 9,4 7, ,7 9,5 7, ,8 9,6 8, ,9 9,7 8, ,6 10,1 8, ,7 10,3 9, ,3 10,7 9, ,7 11,0 10,4 Fonte: IPEADATA e elaboração do autor a partir de dados do IBGE Gráfico 4 Projeção da Participação dos Aposentados na População Total Em % do total Brasil 2030 a ,0 Participação dos Aposentados na População Total em % 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0, Fonte: Elaboração do autor a partir de dados da projeção demográfica do IBGE Conforme mostrado anteriormente, existe uma tendência de forte crescimento absoluto das aposentadorias e da participação dos aposentados na população total e, por conta disso, é natural esperar que a despesa com aposentadorias, em % do PIB, tende a aumentar caso sejam mantidas as regras atuais de concessão e a formula de cálculo do valor dos benefícios. Com a projeção demográfica e algumas suposições simplificadoras é possível estimar a despesa em % do PIB até As suposições são as seguintes: a) a participação dos aposentados na população de 50 a 59 anos e 60 anos ou mais de idade irá permanecer a mesma e depende das regras de concessão que não serão alteradas; b) a 7

8 a projeção do PIB se dará pela multiplicação da população de 20 a 59 anos pela atual produtividade que irá crescer 2,5%a.a., que também será parâmetro para o incremento do valor das aposentadorias. Feitas essas suposições, pode-se chegar as projeções de despesa com aposentadorias no período de 2030 a 2060, conforme mostrado no gráfico 5. Conforme mencionado anteriormente o patamar atual de despesa com aposentadorias chega a 5,5% do PIB. A partir das projeções da quantidade de aposentadorias e da participação dos aposentados na população total, nota-se que a despesa chegaria a 6,3%, 7,3%, 8,4%, 9,6% e 10,2% do PIB, respectivamente para os anos de 2020, 2030, 2040, 2050 e 2060, como pode ser visto pelo gráfico 6. Certamente esse incremento tende a pressionar de forma expressiva a carga tributária ou o financiamento da Previdência Social, mas parte da suposição de manutenção das regras atuais no médio e longo prazos. Neste caso foram consideradas apenas as aposentadorias e se fossem considerados os demais benefícios do RGPS e dos regimes próprios se chegaria a uma despesa em % do PIB ainda maior, que certamente denota no futuro, em especial a partir da década de 30, pressão fiscal decorrente da seguridade social por conta do envelhecimento populacional. Ademais, cabe enfatizar que essas estimativas foram feitas antes das alterações na regra de cálculo do valor das aposentadorias por tempo de contribuição, mais especificamente no fator previdenciário. A Medida Provisória 676 de junho de 2015, ao permitir a não aplicação do fator previdenciário quando a soma de idade mais tempo de contribuição chegar a 85 para mulheres, com pelo menos 30 anos de contribuição, e 95 para homens, com pelo menos 35 anos de contribuição, implica em um expressivo valor das aposentadorias e, portanto, implica em um expressivo deslocamento da curva para cima. Mesmo a progressividade para 90/100 prevista pela referida MP, em relação a emenda aprovada no Congresso, diminui o crescimento da despesa, mais que continuará a ser expressivo. Também cabe destacar que o incremento se dá para as aposentadorias por tempo de contribuição, que são aquelas de maior valor e direcionadas ao público de maior renda e maior estabilidade laboral e, portanto, será um aumento de despesa pública com caráter regressivo, ou seja, irá piorar a distribuição de renda. 8

9 Gráfico 5 Projeção da Despesa com Aposentadoria em % do PIB Brasil 2020 a ,0 Despesa Aposentadoria em % do PIB Projeção Brasil 2020 a ,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0, Fonte: Elaboração do autor a partir de dados da projeção demográfica do IBGE Uma outra forma de analisar a maior pressão fiscal e a maior dificuldade de financiamento da Previdência Social pode ser vista pela piora da relação entre potenciais contribuintes e beneficiários. O envelhecimento populacional implica em pagar uma quantidade maior de benefícios, por um período maior de tempo, sustentado ou financiado por uma razão de dependência de idosos mais frágil ou precária. Como pode ser visto pela tabela 2, a relação entre pessoas de 15 a 64 anos e aquelas de 65 anos, ou seja, entre potenciais contribuintes e beneficiários para o sistema de previdência social, deve cair de cerca de 9,3, em 2013, para 2,3 em Em termos mais diretos, atualmente existem cerca de 9 potenciais contribuintes para sustentar cada idoso de 65 anos ou mais e, em 2060, essa relação terá caído para apenas 2,3, denotando uma pressão muito maior para o financiamento do sistema. Na realidade, a situação é ainda pior, tendo em vista que o número de contribuintes cai em função de que a taxa de participação não é de 100%, em especial 9

10 na faixa de 15 a 18 anos, há também o desemprego e as regras de aposentadoria no Brasil permitem que uma grande quantidade de pessoas se aposentem, inclusive, com idades inferiores aos 50 anos. A título de exemplo, no âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), em 2013, houve uma média mensal de cerca de 52,5 milhoes de contribuintes. Em dezembro de 2013, o total de beneficiários foi de 24,8 milhões, o que resultaria em uma relação de contribuintes e beneficiários de 2,1 contribuinte para cada beneficiário. A relação poderia ser ainda pior, pois foi considerado o total de beneficiários e não benefícios, que seria ainda maior, tendo em vista que há cerca de 2 milhões de beneficiários que tem 2 ou mais benefícios. Portanto, os dados deixam clara que o rápido envelhecimento populacional do país cria um grande desafio em termos de garantir no futuro, em especial, a médio e longo prazo a sustentabilidade fiscal da Previdência Social e do Sistema de Seguridade Social como um todo, em especial, porque o envelhecimento também irá pressionar os gastos com Saúde e Assistência Social. Ademais, as projeções de despesa foram feitas apenas considerando as aposentadorias, sem levar em consideração os demais benefícios previdenciários como pensão por morte, auxílio-doença, salário-maternidade, salário-família, auxílio-reclusão e auxílio-acidente. O envelhecimento populacional também irá pressionar as despesas com outros benefícios previdenciários. Uma força de trabalho envelhecida tem maior probabilidade de entrada em benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. A título de exemplo, há estudos (Gomes, Fígoli e Ribeiro) que mostram que na faixa de 50 a 59 anos a probabilidade de entrada na aposentadoria por invalidez é bem maior que para trabalhadores com menos de 50 anos. Portanto, o aumento da idade média e mediana também pode pressionar as despesas com auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Contudo, no caso da aposentadoria por invalidez, o fato do Brasil ter aposentadoria por tempo de contribuição, com idade média na concessão, em 2014, de 54 anos, diminui o impacto do envelhecimento sobre os gastos com invalidez. 10

11 Tabela 2 Relação entre população de 15 a 64 anos e 65 anos ou mais Projeção Demográfica do IBGE ANO 15 a 64 anos (a) 65 anos ou mais (b) (a) / (b) , ,3 2020** ,4 2030** ,1 2040** ,8 2050** ,8 2060** ,3 Fonte: IBGE elaboração própria do autor 11

12 3- Impactos Sobre o Mercado de Trabalho e Crescimento Econômico O processo de envelhecimento populacional não tem impacto apenas na Seguridade Social, mas também tende a ter forte impacto sobre a dinâmica macroeconômica. As fortes quedas na taxa de fecundidade tenderão, a partir da década de 2030, a reduzir a população de 15 a 59 anos, que pode ser considerada uma proxy da população em idade ativa (PIA). Em que pese, as variações da taxa de participação e do desemprego, de qualquer forma, a redução da PIA tende a reduzir a oferta de força de trabalho que é obviamente um importante fator de produção ao lado do capital. Neste contexto, de redução da oferta do fator de trabalho, a manutenção do crescimento econômico irá depender fortemente de um incremento da produtividade do trabalho que seja suficiente para compensar a queda da PIA em termos absolutos. Como pode ser visto pelo gráfico 6, a taxa de crescimento da PIA (usando 15 a 59 anos) se manteve muito próxima da casa dos 3%a.a. nas décadas de 60 a 80, que foram marcadas por forte crescimento econômico, não só pela demografia, mas também por outros fatores, mas certamente a demografia também foi um fator positivo. A partir da década de 80 se inicia um recuo do crescimento da PIA, já refletindo a redução na taxa de fecundidade, de tal forma que a variação caiu abaixo de 2%a.a. no período de 2000 a Utilizando a projeção demográfica do IBGE pode se notar que a diminuição no ritmo de crescimento da PIA deve continuar nas próximas décadas, sendo que já se encontra um patamar muito próximo de 1%a.a., devendo chegar a ponto de se tornar negativa na década de 2030 e continuar a cair até chegar ao patamar negativo de 1%a.a. próximo de Neste contexto, abstraindo de variações na taxa de participação e do desemprego, o incremento da produtividade teria que ser de 1%a.a. apenas para garantir a estabilidade do PIB. Uma possibilidade é o incremento da participação da população idosa, mas a tendência desde a década de 90 até o presente momento foi de redução da atividade ou da participação dos idosos no mercado de trabalho, provavelmente, em função da melhora da proteção social das pessoas com 60 anos ou mais de idade e da melhora da renda dos beneficiários da seguridade social, entre outros fatores, pela política de valorização do salário mínimo real e da queda na taxa de inflação. De qualquer forma, os dados deixam claro que a dinâmica demográfica de redução em termos absolutos da PIA na década de 30 deve criar uma forte tendência de 12

13 redução no ritmo de crescimento econômico no longo prazo, que exige forte investimento na melhora da produtividade do trabalho. Gráfico 6 Taxa de Variação da População em Idade Ativa (15 a 59 anos) 3,5 Brasil de 1892 a 2060 taxa de variação da PIA de 15 a 59 anos em %a.a. 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0-0,5-1, ,5 Ano - Período Fonte: Elaboração própria a partir da projeção demográfica do IBGE de 2013 e outros dados do IBGE Talvez essa seja uma preocupação muito importante para o crescimento econômico no futuro. Utilizando dados das contas nacionais para o período de 2001 a 2009, foi registrado um incremento do pessoal ocupado de cerca de 21,9% (média anual de 2,5%a.a.). Neste mesmo período, o PIB, em termos reais, registrou um incremento de 31,4%, que implica em média anual de 3,5%a.a.. A relação do PIB em preços de 2014 com o pessoal ocupado cresceu de cerca de R$ 45,7 mil, em 2001, para cerca de R$ 49,3 mil em Portanto, por esses dados é possível estimar que produtividade por trabalhador ocupado tenha crescido cerca de 7,8% entre 2001 e 2009, ou seja, um incremento médio anual da produtividade do trabalho de apenas 0,94%a.a.. No gráfico 7 é feita a projeção do crescimento econômico em termos reais de 2018 a 2060 usando a projeção da PIA e diferentes cenários da produtividade de trabalho: a) de 0,94%a.a. observada entre 2001 e 2009; b) incremento de 2%a.a.; c) aumento médio de 3%a.a.. Para os anos de 2015 a 2017 foi utilizada projeções de 13

14 crescimento de, respectivamente, - 1,6%, +1% e +2%. Como pode ser visto, a tendência em função de demografia é da redução do crescimento real do PIB, que precisa ser compensada pela produtividade. No período de 2015 a 2060 o crescimento médio anual do PIB, para os incrementos de produtividade de 0,94%a.a., 2%a.a. e 3%a.a. seriam, em média, de, respectivamente, 0,59%a.a., 1,57%a.a. e 2,5%a.a. Gráfico 7 Taxa de Variação da População em Idade Ativa (15 a 59 anos) Crescimento Médio Anual do PIB em %a.a. 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0-1,0-2,0 Brasil de 1892 a , ANO Prod. 0,94%a.a. Prod. 2%a.a. Prod. 3%a.a. Fonte: Elaboração própria a partir da projeção demográfica do IBGE de 2013 e outros dados do IBGE Como discutido anteriormente, o envelhecimento traz desafios a sustentabilidade dos sistemas de proteção social, em especial, da Previdência Social. Ademais, a tendência de declínio da PIA a partir da década de 30 deve criar uma tendência a redução do crescimento econômico, que precisa ser compensada com incremento da produtividade do trabalho. Embora existam esses desafios, existe uma aspecto positivo a respeito da transição demográfica: a redução da taxa de fecundidade acaba propiciando uma menor entrada de jovens no mercado de trabalho e, portanto, uma menor pressão sobre a taxa de desemprego, em especial, a referente aos jovens. Essa tendência é reforçada pela queda na taxa de participação na faixa de 15 a 18 anos, em função do fato dos jovens estarem passando mais tempo na escola ou universidade antes de entrarem 14

15 no mercado de trabalho (ver OIT 2009). Ainda assim, o desemprego entre os mais jovens deverá manter a tendência de ser mais alto que a média geral da população economicamente ativa (PEA). Como mostrado, a queda na fecundidade resultará no futuro em queda na PIA. Contudo, já temos efeitos sobre o ritmo de crescimento da população jovem e da PEA. Com dados dos Censos Demográficos mostrados na tabela 3, vem ocorrendo uma tendência de expressiva redução no ritmo de crescimento da população jovem, entendida como aquela entre 15 e 24 anos. Na década de 70, a população jovem ou de 15 a 24 anos cresceu a uma taxa de 3%a.a. ou cerca de 637 mil jovens a mais por ano. Na década de 90 ou no período entre 1991 e 2000, essa variação já havia caído para uma média anual de 2%a.a. ou 551 mil jovens a mais por ano. Nos anos 2000 ou entre 2000 e 2010 a população jovem (15 a 24 anos) simplesmente ficou estável, com incremento médio anual de apenas 13 mil jovens. Esse comportamento da população jovem teve um impacto positivo sobre o mercado de trabalho, no sentido que representou uma menor pressão sobre a oferta de trabalho e, consequentemente, sobre a taxa de desemprego. Tabela 3 Evolução da População Jovem no Brasil 1980 a 2010 População / Variação População de 15 a 24 anos Variação Absoluta em relação dado anterior Variação Absoluta anual Variação Relativa em relação dado anterior em % + 34,0 % + 13,9 % + 19,3 % + 0,4 % Variação Relativa média anual em %a.a. + 3,0 % + 1,2 % + 2,0 % + 0,0 % Fonte: Dados do SIBRA/IBGE de Censos Demográficos 15

16 Como mostrado na tabela 3, a queda na taxa de fecundidade diminui o crescimento da população jovem. Tal tendência, juntamente com queda na taxa de participação de jovens na faixa de 15 a 18 anos acabaram pesando na diminuição do ritmo de crescimento da atividade da PEA, com efeitos positivos sobre a taxa de desemprego nos anos Enquanto entre 1991 e 2000 a PEA cresceu a taxa média anual de +3,3%a.a., entre 2000 e 2010 esse ritmo de incremento caiu para 2%a.a. (tabela 4). Em termos absolutos, o crescimento médio anual da PEA, que foi de cerca de 2,1 milhões entre 1991 e 2000, caiu para 1,6 milhão entre 2000 e 2010 (tabela 4). Certamente, esse ritmo menos acelerado da PEA também ajuda a explicar a queda no desemprego nos anos 2000, embora também esteja associado a uma melhora na geração de empregos formais. Tabela 4 Evolução da PEA de 15 anos ou mais no Brasil 1991, 2000 e 2010 ITEM PEA de 15 anos ou mais Variação Relativa em relação período anterior Variação Relativa média anual Variação Absoluta em relação período anterior Variação Absoluta ,8 21,6 3,3 2, média anual Fonte: Dados do SIBRA/IBGE de Censos Demográficos Para o futuro, esse comportamento de menor pressão da entrada de jovens no mercado de trabalho deve continuar. Como pode ser visto pelo gráfico 8, de acordo com a projeção demográfica do IBGE, a população jovem (15 a 24 anos) já atingiu seu pico em termos absolutos nos anos de 2004/2005 (35,4 milhões) e desde então vem caindo 16

17 em termos absolutos, sendo de 34,2 milhões em 2015 e devendo chegar em 21,8 milhões em Dito de outra forma, a população de jovens em 2060 será cerca de 2/3 da população jovem atual, ou seja, o total de jovens vai se reduzir em termos absolutos em cerca de 1/3 entre 2015 e 2060 (gráfico 8). Gráfico 8 Evolução da População Jovem no Brasil (15 a 24 anos) Brasil de 2000 a 2060 Projeção Demográfica do IBGE 38,0 População de 15 a 24 anos - Jovens 36,0 34,0 32,0 30,0 28,0 26,0 24,0 22,0 35,4 34,2 21,8 20, ANO Fonte: Elaboração própria a partir da projeção demográfica do IBGE 17

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19 4- Considerações Finais Como mostrado ao longo deste artigo o rápido processo de envelhecimento populacional da população brasileira, que também vem ocorrendo de forma generalizada na América Latina e Caribe, traz importantes desafios para as políticas públicas no Brasil. Esse processo pode ser entendido como o aumento da participação dos idosos na população total e decorre da combinação de queda na taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida e sobrevida. Em primeiro lugar, esse envelhecimento pressiona a despesa com a Seguridade Social, ou seja, Previdência, Assistência e Saúde. No caso da Previdência Social o incremento da expectativa de sobrevida implica pagar uma quantidade maior de benefícios por um período maior de tempo sustentando ou financiado por uma razão de dependência mais frágil, ou seja, uma piora na relação entre potenciais contribuintes e beneficiários. As projeções apresentadas neste artigo mostram que a tendência é um expressivo incremento da participação dos aposentados na população total e da despesa com aposentadoria no PIB. Ademais, da pressão de financiamento da Seguridade Social, a redução em termos absolutos da população em idade ativa a partir da década de 2030 irá criar dificuldades para manutenção do crescimento econômico ao implicar em redução da oferta potencial de trabalho na economia. Nesse contexto, para manutenção ou mesmo aceleração da taxa de incremento real do PIB se torna fundamental buscar ganhos de produtividade do trabalho. Do lado positivo, a redução da fecundidade já está significando um menor incremento de jovens no mercado de trabalho e, consequentemente, uma menor pressão no mercado de trabalho e da taxa de desemprego em decorrência da entrada de jovens na PEA. Na realidade, a população jovem já está caindo e deve cair ainda mais no período de 2015 a 2060, o que diminui a oferta de trabalho e reduz a pressão sobre a taxa de desemprego. Portanto, o presente artigo mostra que o rápido envelhecimento populacional traz importantes desafios para as políticas públicas no Brasil, que exigem um planejamento de médio e longo prazos que, infelizmente, são negligenciados, em especial, pela classe política do país. As recentes alterações no fator previdenciário, aprovadas pelo Congresso Nacional, que foram substituídas pelo fator 85/95 progressivo para 90/100 estabelecido pela Medida Provisória nº 676, de junho de 2015, 19

20 deixa claro a total falta de preocupação da classe política brasileira com os impactos de médio e longo prazos do envelhecimento populacional. 20

21 Referências Bibliográficas - BID Mejores Pensiones. Mejores Trabajos. Hacia La Cobertura Universal em América Latina y el Caribe. - Brasil. Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS). Ministério da Previdência Social. Vários anos; -. Boletim Estatístico da Previdência Social (BEPS). Ministério da Previdência Social. Vários Números; -. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios IBGE (PNAD/IBGE) microdados de 1992 a 2012; - CISS. Informe sobre Seguridade Social. Vários anos; - Costanzi, Rogerio Nagamine. Informe de Previdência Social, Janeiro de 2014, Volume 26, Número 1. O Perfil dos Beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ; em co -autoria com Eduardo Pereira da Silva, Filipe Peixoto e Pedro Mader Coutinho; -. Informe de Previdência Social, Junho de 2012, Volume 24, Número 6. Visão Geral das Regras Previdenciárias ao Redor do Mundo. Em co-autoria com Andrea Rufato, Filipe Peixoto e Pedro Coutinho; -. Informe de Previdência Social, Outubro de 2011, Volume 23, Número 9. Evolução e Situação Atual das Aposentadorias por Tempo de Contribuição ; -. Informações FIPE, Agosto de As Regras Atuais das Aposentadorias por Tempo de Contribuição, Desaposentação e Analogias Entre Previdência Social e Meio Ambiente ; - Gomes, Marília Miranda Forte; Fígoli, Moema Gonçalves Bueno e Aloísio Joaquim Ribeiro. Tábua de Entrada em Aposentadoria por Invalidez: estimativas e comparação com as principais tábuas utilizadas pelo mercado previdenciário brasileiro; - Ibrahim, Fabio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Editora Impetus. 16 Edição. 2011; - ILO World Social Protection Report 2014/2015 Building Economic Recovery, Inclusive Development and Social Justice; - OECD e Pensions at a Glance 2013 e 2011; 21

22 - Organização Internacional do Trabalho OIT Trabalho Decente e Juventude. Relatório elaborado por Rogério Nagamine Costanzi; - Silva, Eduardo Pereira. Evolução das idades médias de concessão e dos tempos médios de contribuição das aposentadorias por tempo de contribuição concedida entre 1996 e Informe de Previdência Social Junho de 2013; - Vianna, João Ernesto Aragonés Terceira Edição. Curso de Direito Previdenciário. Editora Atlas. 22

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