EDUCAÇÃO DE HOJE OU EDUCAÇÃO DE ONTEM? ABORDAGENS SOBRE A OBRA EDUCACIONAL DE JOHN LOCKE

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1 EDUCAÇÃO DE HOJE OU EDUCAÇÃO DE ONTEM? ABORDAGENS SOBRE A OBRA EDUCACIONAL DE JOHN LOCKE Ariela dos Santos Canielles 1 Avelino da Rosa Oliveira 2 Resumo: O texto apresenta, em geral, a caracterização do momento histórico e da vida do pensador inglês John Locke, considerado um homem de seu tempo, envolvido sempre com problemas temporais. Com um recorte histórico acerca do modo como o pensamento revolucionário e idéias liberais lockianas influenciaram o mundo do conhecimento, da política e da educação, este trabalho enfatiza, principalmente, a sua abordagem relativa às questões da educação do gentleman e sua preparação para o novo momento que se instaurava na Inglaterra após a Revolução Gloriosa em Palavras-chave: John Locke. Burguesia. Educação. Primeiras considerações Estamos na Inglaterra, no fim século XVII. A recente reviravolta política deixa ver que o século que se aproxima, o XVIII, trará profundas transformações em todos os campos da vida social. Uma grande mobilização vem ocorrendo em torno da educação. Intelectuais começam a perceber a ascensão de uma nova classe social e elaboram propostas educacionais que lhes parecem mais adequadas aos novos tempos que se avizinham. Agora mesmo, um médico, que prestou relevantes serviços na luta contra o absolutismo e que há pouco retornou do exílio, acaba de publicar uma obra intitulada Some Thoughts concerning Education. Como outras deste tempo, visa preparar o gentleman para esse novo momento histórico que acaba de ser instaurado com a vitória do Parlamento e a subida ao trono do monarca constitucional Guilherme de Orange. Temos certeza que o livro marcará época, pois sintetiza magistralmente os interesses vitoriosos, além de atacar de frente problemas atuais da educação, por exemplo, 1 Acadêmica do curso de Pedagogia, Faculdade de Educação, Universidade Federal de Pelotas. Bolsista PIBIC/CNPq, integrante do Grupo de Pesquisas FEPráxiS Filosofia, Educação e Práxis Social. ascanielles@yahoo.com.br 2 Professor titular de Fundamentos da Educação na FaE/UFPel. Desenvolve pesquisas no FEPráxiS, com apoio da FAPERGS e do CNPq. avelino.oliveira@ufpel.edu.br

2 2 a sobrecarga da memória, a imposição de tarefas e o emprego dos ineficazes castigos físicos. Na verdade, o relato acima bem poderia ter ocorrido no tempo de John Locke e referirse àquele empirista inglês. Entretanto, a suma, seja no que se refere a um projeto educacional voltado a satisfazer necessidades e aspirações da classe historicamente dominante, seja com relação a procedimentos didático-pedagógicos retrógrados, parece espelhar a realidade educacional dos nossos dias. O presente trabalho visa abordar questões acerca da vida e obra de John Locke, enfatizando sempre sobre a sua obra educacional, em articulação com o momento histórico para o qual sua produção foi pensada. A partir dos estudos que temos realizado, acreditamos que a proposta educacional de Locke foi elaborada para servir de instrumento na formação do homem, para o novo momento instaurado a partir da Revolução Burguesa de 1688; seu alvo principal era o comportamento do indivíduo na sociedade burguesa em ascensão, enfatizando a formação de indivíduos capazes de lutar competentemente por seus interesses. Buscando dar conta do objetivo, o trabalho será desenvolvido em dois passos argumentativos. O primeiro fará uma rápida exposição do período histórico focalizado, apresentando uma visão sobre a sociedade inglesa, enfatizando a decadência do absolutismo, as relações entre a nobreza e a burguesia e, principalmente, o ascendimento desta classe; ainda neste sub-capítulo, abordaremos a vida e a obra de Locke, tentando sempre traçar um paralelo com o que acontecia na sociedade daquele período histórico. No segundo momento, indicaremos as principais idéias de Locke acerca da educação, a partir da obra Some Thoughts concerning Education, destacando apenas questões relativas à atuação do indivíduo em sociedade, o principal alvo deste trabalho. Pensamos que o retorno a autores considerados clássicos da filosofia permite que conheçamos as influências e a atual estrutura da sociedade e educação, possibilitando a compreensão de que ambas sofreram e sofrem influências históricas de diferentes épocas. John Locke e o seu tempo John Locke nasceu a 29 de agosto de 1632, em Bristol, na Inglaterra, descendente de uma família de burgueses comerciantes. Desde cedo, foi influenciado pelo pensamento revolucionário de seu pai, pelos ideais de sua classe, pela situação política, econômica e religiosa. Observamos que sua trajetória e formação lhe possibilitaram ser considerado um homem de seu tempo, ou seja, um homem de boa educação, ótima carreira profissional e considerável reconhecimento através de suas obras e teorias, além de ter participado de

3 3 importantes processos revolucionários de seu país. Seus textos mais relevantes desde sempre expressam ideais liberais e defendem interesses políticos e religiosos com um entusiasmo próprio daqueles atores de sua época, divididos, conforme Strathern (1997), entre a adesão irrefletida à tradição dos monarquistas e o entusiasmo (ou seja, fervor emocional impensado) dos puritanos. (p.22) Para que possamos compreender tais influências, são necessários alguns recortes históricos que ilustram a Inglaterra desse período. No início do século XVI, a situação econômica da Inglaterra era bastante próspera, devido à política mercantilista, ao comércio de manufaturas e à pirataria apoiada pelo trono inglês. Essa situação acaba por fortalecer e enriquecer a burguesia, que passa a estender-se a outras partes da Europa e a exercer influências, sendo assim, o absolutismo dos Tudor era voltado para os interesses burgueses. Esta restrita ligação entre a Coroa e os comerciantes efetivava-se devido a algumas concessões da Coroa, como o monopólio comercial. De outra parte, os burgueses acabavam retribuindo esta concessão com o apoio financeiro e político às decisões reais. Os Tudor mantinham o seu poder com aparências de governo popular e quando intencionados a tomar uma decisão recorriam à formalidade para obter a aprovação parlamentar. Enfim, era um período em que o poder político era exercido pela Coroa, constituindo o auge do absolutismo na Inglaterra. Em 1603, com a morte de Elizabeth I, esgota-se o período da dinastia Tudor, possibilitando um novo período na política e na economia inglesas. No século XVII, a situação altera-se, pois a burguesia, cada vez mais fortalecida, começara a questionar e contradizer os poderes reais. A partir de uma reformulação na economia e no comércio, surge uma Nova Burguesia, dedicada ao setor manufatureiro, em contraposição ao mercantilismo. Há um fator de suma importância para essa mudança de interesses o crescimento numérico da burguesia, impossibilitando que a monarquia garantisse os interesses e privilégios do comércio exterior a todos, mas apenas de uma minoria privilegiada, provocando o descontentamento e a mudança de interesses, começando assim uma série de constantes conflitos entre os burgueses representados pelo parlamento e a autoridade real. Outro aspecto que deve ser levado em consideração neste período histórico diz respeito às religiões e seus interesses na economia e na política. Os diferentes lados utilizavam a religião como veículo de divulgação e expressão dos interesses políticos. A Igreja Anglicana, originária da elite da nobreza e dos setores mais ligados à monarquia, era predominante no poder, tomando partido dos interesses absolutistas que a beneficiava. Já os católicos, que também tinham suas origens na nobreza feudal, apesar de não concordarem

4 4 com a centralização dos poderes apenas na Coroa, defendiam o absolutismo, com medo de perderem certas regalias adquiridas com os privilégios feudais. Os calvinistas, apesar de se dividir em dois grupos os presbiterianos e os puritanos, que eram advindos da burguesia, faziam oposição ao absolutismo. A partir das mudanças econômicas e políticas ocorridas na Inglaterra no início do século, o absolutismo entra em crise; conseqüentemente, a disputa dos interesses em jogo permeia também o parlamento. Como já mencionado, Locke vem de uma família de burgueses comerciantes e é influenciado pelas idéias revolucionárias de seu pai. A situação na Inglaterra era bastante tensa, devido à política de imposição de interesses religiosos adotada por Carlos I. Em 1640, inicia-se uma guerra civil na Inglaterra, motivada pela tentativa de Carlos I dissolver o Parlamento. Ao lado de Carlos I, ficaram os católicos e anglicanos, formando o exercito monarquista, ou dos cavaleiros. O exército que se opunha a este era chamado de cabeças redondas, defensores do parlamento, formado por presbiterianos e puritanos das camadas mais humildes. Após sete anos de luta, os cabeças redondas venceram. Em seguida, julgaram e executaram o monarca Carlos I, suprimiram a monarquia e proclamaram a República na Inglaterra, a chamada Commonwealth. O pai de Locke havia adotado a causa dos puritanos e tinha se alistado no exército do Parlamento, saindo vencedor deste conflito. Locke, já com oito anos na época do início do conflito, estudava na Westminster School e transferiu-se para o Christ Church College, de Oxford, instituição onde primeiramente foi aluno e depois fellow. Como estudante, seus interesses foram bem diversificados, partindo da química e meteorologia até a teologia, porém optou por eleger a medicina como atividade profissional. Nesta, obteve grandes êxitos, através de pesquisas e observação empírica dos seus pacientes e passou a valorizar a experiência como fonte de conhecimento logrando, com esse estudo, escrever a primeira obra: Ensaios sobre a Lei da Natureza. A dedicação à medicina levou-o aos círculos políticos da Inglaterra, tornando-se médico particular de Ashley Cooper ( ) que, posteriormente, tornou-se lorde e primeiro Conde de Shaftesbury, através de quem Locke alcançou importantes cargos políticos. Neste período, conviveu com os mais importantes intelectuais da época e redigiu sua principal obra: Ensaio acerca do Entendimento Humano, que só seria publicado em Em 1668, tornou-se membro da Royal Society de Londres. Em 1672, passou a ser secretário do Conde de Shaftesbury, passando a ter uma vida política mais ativa. Shaftesbury representava os interesses do parlamento e opunha-se ao rei Carlos II, defensor do absolutismo. Em 1675, Shaftesbury é destituído do cargo e Locke, obrigado a abandonar as

5 5 atividades políticas, viaja para a França, onde permanece por três anos, convivendo com os intelectuais de Montpellier e Paris. Em 1679, volta à Inglaterra, em momento de grande agitação política. Shaftesbury, agora lidera a oposição a Carlos II e, como Presidente do Conselho Privado, requisita novamente os serviços de Locke. Entretanto, Shaftesbury é acusado de chefiar uma rebelião para depor o soberano, sendo preso. Diante dos acontecimentos, Locke pede refúgio na Holanda, onde já existia a liberdade de pensamento. Embora vivesse no exterior, Locke era perseguido pelos agentes do monarca Inglês, tendo que se disfarçar com o nome de Dr. Van der Linden. Então, já com a idade de cinqüenta e quatro anos, relaciona-se com membros importantes da sociedade. Todos esses conflitos resultaram na Revolução Gloriosa ( ), cuja principal causa pode ser apontada como a política adotada por Carlos II de favorecimento aos católicos, o que acabou despertando nos patriotas o medo de serem submetidos à condição de obediência às ordens de Roma. O parlamento uniu-se e ofereceu a coroa Inglesa a um holandês, Guilherme de Orange, príncipe protestante casado com Maria Stuart, a filha mais velha de Jaime II. O novo monarca assumiu o trono da Inglaterra em 1688, sem qualquer resistência ou derramamento de sangue. O significado mais profundo da revolução foi que em 1689 o absolutismo foi substituído pela monarquia constitucional em que a realeza ficava submetida ao parlamento. A Revolução de 1688 representa o triunfo da burguesia capitalista, dos mercadores da City de Londres, dos gentis-homens do campo aburguesados pelo capitalismo agrícola. (Mousnier, 1957, p.310) As obras de John Locke foram publicadas no período entre 1689 e 1690, ao retornar à Inglaterra, após a vitória do Parlamento na Revolução Gloriosa. Durante esse período, surgiram as seguintes obras: Carta acerca da Tolerância, Os Dois Tratados sobre o Governo Civil e o Ensaio sobre o Entendimento Humano. A Carta Sobre a Tolerância deixava explícita a liberdade da consciência religiosa, diferentemente do que ocorria na época, onde o Estado obrigava os protestantes a aceitarem e freqüentarem os cultos católicos. Também estipulava os papéis do Estado e da Religião. Ao primeiro caberia a tarefa de cuidar do bemestar material e dos interesses civis dos cidadãos, enquanto à religião caberia preocupar-se com a fé e o culto a Deus. Nos seus escritos sobre política, Locke foi bastante crítico e no Primeiro Tratado Sobre o Governo Civil, combateu ironicamente a tese de Sir Robert Filmer ( ), defensor do absolutismo dos Stuart. Já o Segundo Tratado mostrava as teses políticas liberais e sociais de Locke. Na obra Ensaio sobre o Entendimento Humano a obra mais divulgada de Locke, ganha destaque a teoria empirista, enfatizando que o homem adquire conhecimento através das experiências vividas, não existindo idéias inatas, conforme

6 6 afirmavam os racionalistas. Finalmente, publicou em 1693 a obra educacional Alguns Pensamentos acerca da Educação, onde utiliza suas idéias sociais, políticas, liberais e seu conceito empirista para servir de suporte às questões que envolvem o ensino. É correto afirmar que Locke participou e presenciou importantes acontecimentos de sua época, lutando sempre pelos ideais de sua classe social. Os últimos anos de sua vida foram pacatos, no ambiente da situação política gestada pela Revolução Gloriosa, tendo exercido o cargo de Comissário de Recursos durante dois anos, quando passa a residir nas Terras de Mashan, onde recebia a visita de seus amigos. Em 1696, assumiu o cargo de Comissário da Câmara de Comércio e deslocava-se freqüentemente até Londres. Quatro anos depois, com a saúde debilitada, renunciou ao cargo, dedicando-se a uma vida de meditação e contemplação. Morreu no dia 27 de outubro de A obra educacional como instrumento de formação do homem para os novos tempos No período em que John Locke esteve refugiado na Holanda, por volta de 1684, um casal de amigos envia um pedido de instruções para ajudar na criação do filho. Locke escreve, então, uma longa carta com aconselhamentos acerca do modo como educar os filhos e de como os pais deveriam agir em determinadas situações. Intitulada Of Education, esta carta é endereçada aos Clarkes; porém, extraviada pelos correios, a correspondência nunca chegou às mãos dos destinatários. Só após muito tempo, a carta foi recuperada e encontra-se hoje na Harvard College Library. Esta é a primeira versão de Some Thoughts concerning Education. Em 1685, Locke expandiu o rascunho que guardava da carta e enviou aos Clarkes, com o título Directions concerning Education. Posteriormente, em 1693, a obra foi publicada com duas tiragens diferentes entre si, agora já intitulada Some Thoughts concerning Education. Na terceira edição, de 1695, notam-se alterações consideráveis de conteúdo com relação às anteriores. No ano de 1699, é publicada a quarta edição e em 1705, a quinta. Cabe ressaltar que a última delas é edição já póstuma e que após a terceira edição há poucas alterações de conteúdo, mas acumulam-se os erros de composição. O estudo da obra educacional de Locke revela que ela foi desenvolvida com intencionalidade bastante ampla, já que se trata de instruções de como educar os filhos, levando em consideração aspectos a respeito da formação moral e física, saúde, educação, alimentação, vestuário, atividades físicas, cuidados com os hábitos, supervalorização do processo de disciplinamento, com ênfase sobre o modo como deveria ser o comportamento e sobre os conhecimentos que deveriam receber os gentlemen para atuar no novo modelo de

7 7 sociedade. Cabe salientar, então, que a proposta educacional de Locke foi elaborada para servir de instrumento na formação do homem, para o novo momento instaurado a partir da Revolução Burguesa de 1688 e seu alvo principal era o comportamento do indivíduo na sociedade burguesa em ascensão, enfatizando a formação de indivíduos capazes de lutar por seus ideais. O autor inicia o texto relatando sobre o primeiro cuidado que os pais devem ter na criação dos filhos, que é o cuidado não somente com o corpo físico, mas também com a mente das crianças: Uma mente sã num corpo são (ST, 1º) 3. Enfatiza que, adquirindo o equilíbrio, o cidadão atinge um perfeito estado de felicidade, pois o corpo forte e vigoroso é capaz de exercer com clareza as ordens da mente e desenvolver as atividades diárias. Quão necessária é a saúde para nossos negócios e felicidade, e quanto uma constituição forte, capaz de suportar durezas e fadigas, é requisito para alguém que representará papel importante no mundo é por demais óbvio para carecer de qualquer prova. (ST, 3) Defendendo a educação doméstica do jovem cavalheiro, o preceptor inglês preza o crescimento intelectual da criança, instituindo, assim, valores individualistas que respaldam sua atuação na sociedade e menciona que o fato de a criança estar em uma escola não significa que ela esteja preparada para um melhor convívio social e para os negócios. O autor enfatiza que sempre que houver a possibilidade da educação caseira, sob o olhar do pai e de um bom tutor apontando para a melhor formação, esta deve ser preferida. Mas devo tomar a liberdade de dizer que o Homem que deposita os fundamentos do êxito de seu filho na virtude e na boa criação escolhe o único caminho seguro e confiável; e não serão as brincadeiras ou embustes entre os meninos de escola, não serão asperezas de um para com outro, nem os ardis bem estabelecidos para juntos roubarem um pomar que constituem um homem capaz; não será isto, ms os princípios de justiça, generosidade, e sobriedade, adicionados à observação e diligência, qualidades as quais julgo que os meninos da escola, não aprendem muito uns com os outros. (ST, 70) Conforme já mencionamos, a obra tem um caráter amplo e destaca a importância que os pais devem ter em relação à alimentação, vestuário, sono, alimentação, atividade física. Porém, sendo nosso objetivo mostrar o aspecto da formação do indivíduo para atuar na sociedade burguesa em formação, oferecemos, no presente texto, mais ênfase a aspectos 3 As citações de Some Thoughts concerning Education estão indicadas pelas iniciais ST e são extraídas da tradução publicada em Cadernos de Educação.

8 8 relacionados à atuação em sociedade. Perpassam toda a obra a preocupação e o cuidado do autor quanto ao processo de disciplinamento, este que deve ocorrer desde cedo para que, quando aconteça o crescimento, não haja rebeldias e enfrentamentos com os pais. Locke destaca também o cuidado que as mães devem ter em não oferecer demasiados mimos à criança, uma vez que, segundo Locke, são elas as grandes causadoras dos problemas disciplinares. Esse processo de disciplinamento deve ser mantido pelo controle moral. Locke possui aversão aos castigos físicos, salientando que estes podem despertar mais tarde a ira nos filhos. Bater, portanto, e todas as outras formas de punição escravas e corporais não são a disciplina adequada a ser usada na educação daqueles que queremos que sejam homens sensatos, bons e argutos (ingenuous); e, por conseqüência, há de ser raramente aplicada, e isto apenas em ocasiões especiais e casos extremos. (ST, 52) Em relação ao disciplinamento, aponta ainda para a importância do estabelecimento de regras na criação dos filhos, regras essas que devem ser estipuladas, respeitando a idade e a compreensão das crianças, e aumentadas de acordo com requisitos como a liberdade, conceito tão caro à teoria política e educacional e tratada, no contexto da obra lockiana, como questão que irá refletir quando o jovem cavalheiro atuar em meio à sociedade em que vive. Fazendo um recorte em nossa reflexão e apontando para um aspecto mais específico relativo à área educacional, afirmamos que Locke critica o método educacional utilizado na época, ou seja, a sobrecarga da memória das crianças, principalmente no que se refere ao estabelecimento de regras. E dai-me licença de aqui observar algo que penso ser um erro no método tradicional de educação: o carregamento da memória das crianças, em todas as ocasiões, com regras e preceitos que freqüentemente elas não entendem e que, constantemente, as esquecem tão logo dadas. (ST, 43) Outro aspecto que deve ser levado em consideração no processo de formação do homem e na aprendizagem é a imposição das tarefas e dos horários para a aprendizagem. O autor sublinha que as atividades educativas deveriam ser prazerosas, como uma brincadeira, em que a criança poderia perguntar e tirar suas dúvidas, facilitando assim o processo de aprendizagem, uma vez que elas raramente economizam esforços quando estão envolvidas em uma brincadeira. Locke enfatiza ainda o cuidado na escolha dos tutores, apontando para a importância

9 9 e a influência dessas pessoas na educação dos filhos. Os preceptores deveriam ser homens, possuir uma formação adequada para atuar, ser da mesma classe social e possuir diferentes conhecimentos, evitando assim as más influências dos menos favorecidos. Ganha destaque, ainda, a postura em relação às habilidades que o tutor deve ter. O Homem, portanto, que está envolvido com crianças deve estudar bem suas naturezas e aptidões e ver, através de tentativas freqüentes, que rumos elas tomam facilmente e o que se tornam, observar qual é sua bagagem original, como ela pode ser melhorada e para que é adequada. Deve tomar em consideração o que lhes falta: se eles são capazes de ter isto trabalhado em seu interior pela diligência, e lá incorporado pela prática; e se vale a pena esforçar-se por isso. (ST, 66) Observa-se também que a obra educacional possui um caráter mais amplo, no sentido de formação geral, com grande preocupação com a formação moral e com questões relacionadas à atuação no comércio e na sociedade burguesa em ascensão. Insistimos que o propósito de Locke foi desenvolver uma teoria educacional para servir de instrumento na formação do homem protagonista do novo momento instaurado a partir da Revolução. Concluindo Os poucos indicadores expostos já são bons indícios de que todo o processo de mudança e conflitos ocorrido nos séculos XVI e XVII na Inglaterra, ou seja, a decadência do absolutismo, a luta pela ascensão da burguesia ao poder, as significantes lutas entre as religiões predominantes, tudo isto influenciou na formação dos indivíduos do seu tempo. Sendo assim, John Locke esteve sempre exposto a esses fatores, agregando em seu pensamento os ideais de sua classe social. Deste modo, suas obras acabam refletindo claramente o contexto histórico vivenciado pelo autor e as posições aí tomadas. Em especial na obra Some Thoughts concerning Education, John Locke deixa clara a necessidade de um modelo educacional voltado para a defesa das idéias e dos interesses de sua classe social, que enfrentara desde o século passado conflitos e revoluções em função da defesa de um objetivo sua consolidação no poder. E este novo momento acaba sendo institucionalizado a partir da Revolução Gloriosa de 1688, que garantiu a substituição do absolutismo pela monarquia constitucional, em que a realeza ficava submetida ao parlamento. Este novo momento da burguesia exigia de sua classe uma educação diferenciada, em que os indivíduos recebessem uma devida preparação para que pudessem atuar habilmente em

10 10 sociedade a fim de continuar levando avante os interesses e os ideais de sua classe. Entretanto, conseguiriam alcançar seus objetivos apenas se tivessem uma boa constituição física e moral, sendo assim explicada a preocupação de Locke com o processo educacional mais amplo, que englobava desde cuidados com a saúde, alimentação, vestuário, hábitos, higiene, equilíbrio da mente, cuidado com a formação moral, influências, exemplos e, principalmente, o processo de disciplinamento. Somente uma preparação assim ampla garantiria o comportamento proveitoso do indivíduo na sociedade. Referências bibliográficas BURNS, Edward Mac Nall, LERNER, Robert E., MEACHAM, Standsh. O absolutismo. In: História da Civilização Ocidental: do homem das cavernas as naves espaciais. 30.ed. Rio de Janeiro. Globo, p GHIGGI, Gomercindo, OLIVEIRA, Avelino. O conceito de disciplina em John Locke: o liberalismo e os pressupostos da educação burguesa. Porto Alegre: EDIPUCRS, LOCKE, John. Alguns Pensamentos acerca da Educação. Cadernos de Educação, Pelotas/ RS, (n.13, ago./dez até n.24, jan./jun. 2005) LOCKE, John. Pensamientos sobre la educación. Madri: Editora Akal, S.A, MARTINS, Carlos Estevam, MONTEIRO, João Paulo. Vida e Obra. In: LOCKE, John. Carta acerca da tolerância; Segundo tratado sobre o governo; Ensaio acerca do entendimento humano. 2.ed. São Paulo: Abril Cultural, p.vi- XXIII (Os pensadores). MELO, Leonel Itaussu A., COSTA, Luís César Amad. Revoluções inglesas do século XVII. In: História Moderna e Contemporânea. 2.ed. São Paulo: Scipione, p MOUSNIER, R. Os séculos XVI e XVII. In: História Geral das Civilizações. Tomo IV. 1º e 2º Vols. São Paulo: DIFEL, 1957 e STRATHERN, Paul. Locke em 90 minutos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., TREVELYAN, George McCaulay. A Revolução Inglesa. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982.

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