Radiação do corpo negro
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- Edite Nunes Terra
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1 Radiação do corpo negro Radiação térmica. Um corpo a temperatura ambiente emite radiação na região infravermelha do espectro eletromagnético e portanto, não é detectável pelo olho humano. Com o aumento da temperatura do corpo, a intensidade e a frequência da radiação aumenta e isto faz com que a cor do corpo mude. Na verdade um objeto aquecido emite e absorve radiação térmica de todas as freqüências, mas com o aumento da temperatura mais radiação é emitida e a freqüência da radiação mais intensa aumenta
2 Lei de Kirchhoff e definição de corpo negro Em 1859 Kirchhoff baseado na termodinâmica mostrou que para qualquer corpo em equilíbrio térmico com a radiação, a potência emitida é proporcional a potência absorvida, ou seja onde é a potência emitida por unidade de área e por unidade de frequência, é a potência absorvida (fração da potência incidente que é absorvida por unidade de área e por unidade de frequência pelo corpo que é aquecido e é uma função universal para todos os corpos. Definição de corpo negro: O corpo negro é definido como sendo o objeto que absorve toda a radiação eletromagnética que incide sobre ele. Ele possui para todas as frequências e portanto, a lei de Kirchhoff para um corpo negro tem a forma: Obs: Devido ao fato da emissão e a absorção estarem conectadas pela lei de Kirchhoff, podemos concluir que o corpo negro (perfeito absorvedor) é também um radiador ideal.
3 Corpo negro e a lei de Stefan-Boltzman Na prática qualquer cavidade com uma pequena abertura que permite com que a radiação incida em seu interior mas não permita que saia, acaba se comportando como um corpo negro. Lei de Stefan-Boltzman: Em 1879 Stefan obteve experimentalmente que a potência total emitida por um corpo aquecido, por unidade de área em todas as frequências é proporcional a quarta potência da sua temperatura, ou seja: área e por unidade de frequência emitida pelo corpo, T é a Stefan-Boltzman por ter sido Boltzman quem demonstrou onde é a potência por unidade de área da superfície do corpo negro para todas as frequências, é a potência por unidade de temperatura absoluta do corpo e é chamada de constante de teoricamente esta lei.
4 Lei de Stefan-Boltzman e do deslocamento de Wien Um corpo que não seja um irradiador ideal também obdecerá a lei de Stefan-Boltzman porém com um coeficiente Lei do deslocamento de Wien: Em 1893 Wien propôs um modelo para a função que descrevia bem os resultados experimentais de com a temperatura. Esta lei passou a ser chamada de lei do deslocamento de Wien e tem a forma:
5 Modelos para explicar a radiação do corpo negro Obs1: É mais conveniente considerar ao invez da potência irradiada, a densidade volumétrica de energia por unidade de frequência. Modelo de Rayleigh-Jeans: O modelo proposto por Rayleigh-Jeans considera que a distribuição da radiação térmica para os corpos é proporcional à temperatura e depende do quadrado da frequência. Este modelo descrevem bem a distribuição da radiação térmica para pequenos valores de frequência, porém para grandes valores de frequência o modelo proposto diverge dos resultados experimentais. Modelo de Wien: Em 1893 Wien propoe uma lei exponencial para explicar a distribuição da radiação térmica. Este novo modelo tem boa concordância com os resultados experimentais somente para altos valores de frequência e a distribuição da radiação varia com o cubo da frequência, ou seja:
6 fórmula de Planck para o corpo negro Modelo de Planck: Como todas as tentativas de descrever todo o espectro de radiação do corpo negro, que eram baseados nos conceitos da física clássica tinham falhados, Planck propôs em 1900 um novo modelo que, para baixas frequências concordava bem com o modelo Rayleigh-Jeans e para altas com o modelo de Wien. Este modelo tem a seguinte forma:
7 Radiação de corpo negro (resumo) Resumo: a) Corpo negro é todo corpo que absorve completamente a radiação eletromagnética que incide sobre ele. b) O corpo negro é o irradiador mais efetivo que existe da radiação térmica. c) A densidade espectral de energia irradiada pelo corpo negro é descrita pela fórmula de Planck. d) A lei de Wien estabelece o comprimento de onda para qual a intensidade da radiação é máxima. e) A lei de Stefan-Boltzmann estabelece que a potência irradiada por unidade de área (intensidade) por um corpo negro é proporcional a temperatura absoluta elevada a quarta potência.
8 Medida do espectro de emissão de uma lâmpada incandescente O espectro de emissão da lâmpada pode nos ajudar na compreender o processo de radiação térmica dos corpos. a) o espectro pode ser medido no laboratório com um a ajuda de um i n s t r u m e n t o c h a m a d o d e espectrofotômetro. b) Vamos medir o espectro de emissão da lâmpada em função do comprimento de onda e comparar com a previsão de Planck. Objetivo do experimento: Medir a radiância espectral de uma lâmpada incandescente e ajustar estes dados à fórmula de Planck para a radiação do corpo negro e se possível extrair a constante de Planck.
9 Etapas experimental a) Medir a temperatura de uma lâmpada de filamento. b) Medir a radiância espectral dessa lâmpada. c) Ajustar a radiância espectral medida à curva de Planck. d) Essa lâmpada é um corpo negro ideal? As condições experimentais são ideais? Aplicar as correções que achar necessárias. e) Qual foi o resultado? O que podemos concluir do experimento?
10 Procedimento experimental para medir a temperatura da lâmpada 1) Medir a temperatura da lâmpada usando a expressão abaixo: onde R é a resistência do filamento a temperatura T; To é a temperatura da sala; Ro é a resitência do filamento da lâmpada à temperatura To. Para obter a resistência R meça a tensão no resistor Ri e na lâmpada do circuito abaixo. Obs: O valor da resitência Ri é de 10 ohms.
11 Espectrofotômetro O espectrofotômetro é um equipamento utilizado em espectroscopia para estudar os espectros atômicos e a intensidade de cada linha espectral em função do comprimento de onda. a) O espectrofotômetro com o qual vamos realizar as medidas, utiliza um sensor que está acoplado a um micro-computador através de uma interface, permitindo que os dados sejam armazenados no computador.
12 Espectrofotômetro No caso desta experiência o elemento dispersor utilizado pelo espectrofotômetro é uma rede de difração de transmissão. A irradiância, I, é definida, em termos físicos, como a energia radiante média por unidade de área e por unidade de tempo.
13 Aparato experimental utilizado para medir o espectro de radiação de uma lâmpada incandescente
14 Detalhe da fenda de entrada
15 Rede de difração
16 Circuito da lâmpada
17 Alinhamento do sistema Alinhamento: Para alinhar o instrumento, a imagem da fenda de entrada (luz branca) deve estar centrada na fenda de saída. a) A mesa que suporta a lâmpada deve estar em cima do trilho do instrumento. b) As fendas utilizadas são as maiores tanto na entrada quanto na saída. c) A lâmpada deve estar a 2 ou 3 cm da fenda de entrada. d) A rede de difração deve estar com a face virada para a lâmpada (paralela a linha que une o ângulo 0 ao 180) pois em caso contrário, os ângulos medidos terão um erro sistemático.
18 Inicializando um experimento Esse equipamento funciona com uma interface Pasco e um programa para aquisição DataStudio: a) Abrir o DataStudy e clicar em criar um experimento. b) Adicionar Sensor de Movimento Rotativo na entrada digitais 1. c) Adicionar Sensor Infravermelho na entrada analógica A. d) ajustar Taxa de Amostra em 50Hz e Média 10x. e) Em Sensor de Movimento Rotativo ajustar para Alta (Divisão/ Rotação 1440). f) No ícone Calibrar Sensores ajustar Calibração Ponto 2 para 0,3V em 100% do máximo. g) Duplo clique em Gráficos e em seguida selecionar Intensidade da Luz (% do max). h) No gráfico, trocar Eixo X de tempo para Posição Ângular. i) Clique em Iniciar (no topo) para começar a tomada de dados. j) Girar lentamente a placa giratória, partindo do zero até 50 graus. l) Repitir a medida para 5 valores diferentes de tensão na lâmpada (entre 8 e 12V)
19 Tratamento dos dados O gráfico obtido deve ser semelhante ao representado na figura abaixo. a) Converter o eixo X para graus b) Converter de graus para comprimento de onda em microns c) Ajustar as curvas de intensidade de forma que todas iniciem com intensidade nula. d) Corrigir a emissividade Correção da emissividade: A lâmpada incandescente não é um corpo negro ideal. Isto quer dizer que parte da potência emitida pelo filamento não chega até o «mundo exterior» na forma de radiação eletromagnética. Uma possível perda pode ser devido a absorção desta radiação pelo bolbo de vidro. Tais perdas devem ser corrigidas através de uma curva de emissividade que representa a fração da radiação líquida emitida em relação à radiação total produzida para cada comprimento de onda. A curva de emissividade do tungsténio para T=2200K é mostrada abaixo.
20 Tratamento dos dados A correção da emissividade consiste em dividir o espectro do corpo negro pela curva de emissividade ponto-a-ponto. d) Ajustar a posição do máximo da radiância espectral obtida experimentalmente pela lei do deslocamento de Wien. e) Converter o comprimento de onda de microns para metro e ajustar a curva da radiância espectral a curva de emissão do corpo negro. f) Obter a constante de planck a partir dos dados ajustados.
21 Sequência da experimento Sequência do experimento: A) Determinar a temperatura da lâmpada para um certo valor de tensão aplicada B) Medir a radiância espectral. C) Ajustar os dados experimentais à curva de Planck e extrair o valor da constante de Planck. Ajuste: A) Para ajustar os dados experimentais a funcção de Planck entre no programa Origin em analysis, fitting, nonlinear fit, open dialog. B) Em category escolher corpo negro. Em function escolher Planck_01. C) Em parameters escolher como valores iniciais para o ajuste: Onde co é uma constante de normalização; c1 representa a constante de Planck; c2 representa o produto KbT onde Kb é a constante de Boltzman e c3 é uma constante que caracteriza o fundo.
22 Sequência da experimento Obs: antes de iniciar o ajuste se certifique que as constantes co, c1, c2 estão fixas. a) faça o primeiro ajuste e você verificará que a constante c3 mudou de valor. b) Libere em seguida a constante co e por último a constante c1. c) Durante todo o ajuste a constante c2 deve estar sempre fixa, pois essa constante é proporcional a temperatura do corpo negro que é obtida a partir dos valores de tensão na lâmpada e no resistor de 10 ôhms.
23 Modelo de relatório Relatório final Relatório da experiência de corpo negro Fisica Experimental C ( ) Data:------/ / Turma: Equipe: 1) Função: No USP: ) Função: No USP: ) Função: No USP: Apresentação do relatório: a) Construa um gráfico da radiância espectral da lâmpada em função do comprimento de onda e um gráfico do ajuste desta radiância a do corpo negro para cada uma das temperaturas registradas no experimento, (veja figura abaixo como exemplo). b) Faça uma tabela com os diferentes valores obtidos para a constante de Planck para as diferentes temperaturas. Respondas as perguntas abaixo: 1) Descreva sucintamente o objetivo da experiência e os resultados obtidos. 2) Quais os principais equipamentos usados nesta experiência e quais foram as suas funções neste experimento? 3) Como estimar as incertezas introduzidas por cada equipamento durante o processo de medição? 4) Podemos considerar a lâmpada incandescente como um corpo negro ideal? 5) Em caso negativo, que tipos de correções foram feitas para ajustar a radiância espectral da lâmpada a de um corpo negro? 6) Quais são as principais fontes de erros neste experimento? 7) Comente a incerteza no ajuste.
24 Relatório final Modelo de gráfico a ser apresentado no relatório. Modelo de tabela a ser apresentada no relatório. n Temperatura [K] Constante de Planck 10ˆ34 [Js] ,0 6, ,8 6, ,2 6, ,7 6, ,4 6,51
Material: 1 lâmpada incandescente 1 resistor 10 Ω 2 multímetros
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