2 Fase conceptual da investigação Princípios básicos para a elaboração de instrumentos de recolha de dados I
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- Sônia Vilanova Van Der Vinne
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1 2 Fase conceptual da investigação 2.4. Princípios básicos para a elaboração de instrumentos de recolha de dados I
2 Desenhar e Implementar Questão a responder Desenhar Estudo Programado Implementar Estudo Realizado População Alvo Especificar características demográficas, clínicas, geográficas e temporais Erros Aleatórios e Sistemáticos Amostra Pretendida Especificar a população acessível, o método de amostragem e a estratégia de recrutamento Erros Aleatórios e Sistemáticos Amostra Analisada Conjunto de indivíduos que foram, de facto, estudados Formular Conclusões Verdade no Universo Inferir Verdade no Estudo Inferir Resultados do Estudo 2 Adaptado de Desining Clinical Research de Hulley e Cummings.
3 1 Formulação e delimitação do problema 2 Levantamento bibliográfico e construção do quadro de referência 3 Elaboração do projecto 4 Elaboração e redacção do trabalho científico 3 In Fundamentos de Metodologia Científica
4 Projecto de pesquisa A realização de um trabalho monográfico, seja ele científico ou didáctico pressupõe a sua inserção num universo familiar para determinar um tema, definir um problema específico - leituras; cursos; participação em seminários e congressos são condições e contextos para a formação do universo de problematização. Um projecto bem elaborado desempenha 4 funções básicas: 1. Define para o próprio investigador o caminho a ser seguido no desenvolvimento de um trabalho de pesquisa e reflexão, explicitando as etapas a serem alcançadas, os instrumentos e estratégias a serem utilizados. 4 In Metodologia Científica
5 Projecto de pesquisa 2. Atende às exigências da instituição dos orientadores, dos professores e dos colegas, tendo em vista a discussão dos projectos em seminários, onde cada investigador submete a sua proposta a apreciação e discussão. 3. Permite ao(s) orientador(es) que avalie(m) melhor o sentido geral do trabalho e o seu desenvolvimento futuro, podendo discutir desde o início, com o orientando, suas possibilidades, perspectivas e eventuais desvios, bem como sugerir fontes bibliográficas, técnicas, estratégias 4. Auxilia na discussão e na avaliação das perspectivas da pesquisa por parte de comissões de selecção, instituições de financiamento 5 In Metodologia Científica
6 Projecto de pesquisa Documento formal que antecede a realização do estudo (Plano geral que informa quem o lê sobre o problema em questão e do modo como se tenta resolvê-lo) Permite que o investigador: fique orientado para as questões mais importantes clarifique ideias e conceitos mantenha uma determinada linha de orientação Permite que outros investigadores: dêem continuidade ao estudo em caso de ausência do investigador possam repetir o estudo 6 In Metodologia Científica
7 Projecto de pesquisa (Estrutura básica) Título Autores Resumo Palavras-Chave Introdução Objectivos Material / População e Métodos Recursos Necessários Implementação Considerações Éticas e Legais Apresentação e utilização dos resultados Referências Bibliográficas Agradecimentos Anexos 7
8 Projecto de pesquisa (Estrutura básica) Título: Escolha do tema Sujeito - a realidade a respeito da qual se deseja saber algo Objecto - o tema propriamente dito (o quê?) Ex: Tratamento Sujeito da tuberculose Objecto Especificar os limites da extensão do sujeito e do objecto Ex. Tratamento oral da tuberculose pulmonar Pensar no público alvo, sucinto, interessante, 8
9 Projecto de pesquisa (Estrutura básica) Resumo: Permite obter uma visão global do problema/estudo proposto Repete em poucas palavras os capítulos principais do protocolo Introdução: Escolha e definição do problema Justificação para o estudo Revisão da literatura Formulação de objectivos 9
10 Projecto de pesquisa (Estrutura básica) Objectivos: Definem o que será feito mas não como será feito Objectivo Geral - Visão global e abrangente do tema Ex: Avaliar a Satisfação Profissional dos Médicos de Família Objectivos específicos mensuráveis - Permite atingir o objectivo geral e aplicar este a situações concretas 1- Construir um questionário de SP para MF Portugueses 2- Estudar a adequação do Q de SP nos MF da Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo 3- Avaliar a SP dos MF da Região de Setúbal 10
11 Projecto de pesquisa (Estrutura básica) Metodologia (Material / População e Métodos): Fontes de Dados População em estudo Desenho do estudo (desenho da investigação)* Definição de variáveis Estratégia de amostragem Tamanho da amostra Instrumento de medição Análise estatística prevista Estudo Piloto 11
12 Projecto de pesquisa (Estrutura básica) Recursos: Humanos Equipamentos de medição Material de escritório Equipamentos informáticos Comunicações Financeiros Implementação: Gestão do projecto Cronograma 12
13 Projecto de pesquisa (Estrutura básica) Considerações éticas e legais: Comissão de ética Autorizações Consentimento Informado Confidencialidade Salvaguarda dos direitos e bem-estar dos participantes no estudo Apresentação e Utilização dos resultados Referências Bibliográficas Agradecimentos: autorização por escrito Anexos 13
14 METODOLOGIA (como, com o quê ou com quem, onde?) especificando o desenho*, a população-amostra, os instrumentos e o plano de recolha de dados, tabelas e análise dos dados. ONDE FAZER? COMO FAZER? COM QUÊ? Planificação da experiência QUANTO? QUANDO? * Ver aula Desenho da investigação Capítulo4 14 In Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica
15 Metodologia ONDE FAZER? COMO FAZER? Definir o campo de observação COM QUÊ? QUANTO? QUANDO? 15 In Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica
16 Metodologia Definir o campo de observação A indicação do campo de observação serve para: -seleccionar -limitar -identificar O que vai ser observado 16 In Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica
17 Metodologia Definir o campo de observação Descrever o campo de observação, suas unidades de observação e variáveis que interessam à pesquisa --população: com as suas características (a quê ou a quem observar); amostragem (características, selecção) -local: (onde observar) -circunstâncias: (quando observar) -controlo de variáveis: (quais são as variáveis a controlar? Como controlar? ) 17 In Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica
18 Populações / Amostras População alvo Critérios de selecção: Critérios de inclusão e exclusão Métodos de amostragem Representatividade Recrutamento 18
19 População e amostragem: População: Totalidade de indivíduos que possuem as mesmas características, definidas para um determinado estudo População-alvo: Totalidade dos elementos sobre os quais se deseja obter determinado tipo de informações Depende da especificação das características escolhidas para estudar 19 In Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica
20 População e amostragem: P1 P2 P3 P1: Pessoas residentes no Porto P2: Pessoas residentes no Porto, nascidas no Porto P3: Pessoas residentes no Porto, nascidas no Porto, universitárias Uma investigação não inclui geralmente todos os indivíduos de uma população. Costuma-se neste caso seleccionar uma parte representativa desta designada AMOSTRA 20 In Metodologia Científica
21 População e amostragem: Motivos que justificam o uso de amostras em investigação (segundo Ostle) A) impossibilidade de estudar todos os elementos de uma população por restrição de tempo, dinheiro ou pessoal B) população não existe fisicamente C) exame é destrutivo para o indivíduo Independentemente destes motivos deve-se trabalhar com amostras uma vez que permitem uma maior economia de recursos e tempo, mas também oferecem maior garantia de controlo e precisão 21 In Metodologia Científica
22 População e amostragem: Neste caso não devemos esquecer (segundo Ostle) de: A) que trabalhamos apenas com parte da população B) quais as especificações que caracterizam a população Amostra: Sub-conjunto de uma população; réplica da população-alvo Ao seleccionar a amostra devem seguir-se determinados procedimentos, que nos garantam ser representativa da população, donde foi retirada 22 In Metodologia Científica
23 Resumindo: O objectivo geral na extracção de uma amostra é de obter uma representação "honesta"da população que conduza a estimativas das características da população com "boa"precisão relativamente aos custos de amostragem 23 In Metodologia Científica
24 População e amostragem: Amostra representativa: as sua características assemelham-se o mais possível às da população-alvo A representatividade avalia-se comparando as médias da amostra com as da população-alvo (Burns e Grove, 1993) 24 Erro amostral: pq se desconhecem algumas características da amostra admite-se que exista sempre um grau de erro; é a diferença entre os resultados obtidos numa amostra e os que se obteriam se se estudasse toda a população
25 População e amostragem: Como reduzir o erro amostral? 1. Retirar de forma aleatória e em nº suficiente os sujeitos que farão parte da amostra; 2. Procurar reproduzir o mais fielmente possível a população pela tomada em conta das características conhecidas desta 25 In O processo de investigação
26 População e amostragem: Antes de executar o recrutamento, deve-se responder às seguintes perguntas: - Quantos indivíduos deve ter a amostra? - Como seleccionar os indivíduos? 26 In Metodologia Científica
27 Métodos de Amostragem (tabela de randomização) 2 grandes categorias de amostras: - Amostras probabilisticas: cada elemento tem uma probabilidade conhecida de ser escolhido para fazer parte da amostra; permitem ao investigador estimar o erro amostral - Amostras não probabilísticas: cada elemento não tem a mesma probabilidade de ser escolhido para fazer parte da amostra; menos representativa que a amostra probabilística 27 In O processo de investigação
28 Métodos de Amostragem (tabela de randomização) Amostragem probabilística 1. Amostragem aleatória (randomized) Aleatória simples Aleatória estratificada (stratified random sample) Aleatória em cachos ou por grupos (cluster random sample) 2. Amostragem sistemática 28 Amostragem não probabilística 3. Amostragem de conveniência ou acidental (os que estão disponíveis) 4. Amostragem por quotas 5. Amostragem por selecção racional 6. Amostragem por redes
29 População e amostragem: Aleatoriedade: garante que cada indivíduo da amostra tem a mesma probabilidade de ser incluída na população. Consequentemente a escolha dum sujeito ser escolhido não deverá afectar a probabilidade doutro sujeito ser escolhido Tabela de nºs Aleatórios 29 In Square at One
30 Amostragem probabilística: 1.1. Amostragem aleatória simples: cada um dos elementos que compõe a população-alvo tem uma probabilidade igual de ser escolhido para fazer parte da amostra - O investigador prepara o plano de amostragem inscrevendo o nome de cada indivíduo numa lista atribuindo-lhe um nº ID - Recorre-se a uma tabela de nºs aleatórios e retira-se uma série de nºs que representam os sujeitos 30 A amostra aleatória simples permite eliminar o enviesamento, favorecer a representatividade da amostra (mas não a garante) e fornecer um meio de estimar o erro amostral. In O processo de investigação
31 Amostragem probabilística: 1.2. Amostragem aleatória estratificada: consiste em dividir a população em subgrupos homogéneos (estratos) e depois tirar de forma aleatória uma amostra em cada estrato - Amostra estratificada proporcional: o nº de indivíduos extraídos é proporcional ao seu nº na população-alvo - Amostra estratificada não proporcional: o nº de indivíduos extraídos é o mesmo para cada estrato 31 A amostra aleatória estratificada garante a representação dum segmento particular da população e permite comparações entre os subgrupos formados; É essencial o conhecimento profundo da pop. em estudo para a constituição deste tipo de amostra In O processo de investigação
32 Amostragem probabilística: 1.3 Amostragem em cachos: consiste em retirar de forma aleatória os elementos da população por cachos (clusters) em vez de unidades A selecção aleatória visa grupos e não indivíduos; todos os membros da população nos grupos estão incluídos Esta técnica de amostragem apresenta a vantagem e ser mais económica em tempo e custos; mas conduz geralmente a erros de amostragem mais importantes do que a técnica aleatória simples 32 Usa-se quando os elementos estão naturalmente agrupados de forma que convém analisá-los como grupo ou então quando não é possível obter uma lista de todos os elementos da população-alvo (ex: turmas de várias escolas) In O processo de investigação
33 Amostragem probabilística: Amostragem sistemática: consiste em retirar cada Kº elemento de uma lista contendo todos os elementos da população-alvo sendo o primeiro elemento da amostra escolhido ao acaso. O intervalo entre os elementos (K) corresponde à relação entre o tamanho da população (N) e o tamanho da amostra (n). K = N n A amostragem sistemática é uma técnica pela qual a escolha do primeiro membro da amostra determina a amostra completa; é uma técnica fácil, rápida e com poucos custos; há o risco de se introduzirem enviesamentos sistemáticos In O processo de investigação
34 Amostragem não probabilística: 3. Amostragem por conveniência ou acidental: Os sujeitos são incluídos no estudo à medida que se apresentam e até completar o tamanho desejado A amostragem por conveniência é correntemente usada, apesar de dos sujeitos que fazem parte da amostra poderem não representar a população 34 In O processo de investigação
35 Amostragem não probabilística: 4. Amostragem por quotas: consiste em formas estratos a população na base de certas características (idade, etnia ) e proceder de maneira que estas estejam representadas em proporções semelhantes às que existem na população A diferença entre esta técnica e a amostragem estratificada reside no facto que os sujeitos não são escolhidos aleatoriamente no interior de cada estrato Entre as principais características utilizadas na amostragem por quotas, encontram-se o sexo, a idade, a origem étnica, a ocupação, 35 É indispensável conhecer bem as características da população In O processo de investigação
36 Amostragem não probabilística: 5. Amostragem por selecção racional: tem por base o julgamento do investigador para constituir uma amostra de sujeitos em função do seu carácter típico (ex: recrutamento de voluntários por aviso publicado) 6. Amostragem por redes: toma-se por base as redes sociais, as amizades, e o facto de que os amigos têm características comuns. Logo que o investigador encontra sujeitos que satisfazem os critérios escolhidos, pede-lhes que indiquem outras pessoas possuidoras de características similares 36 In O processo de investigação
37 Dimensão da amostra Depende do tratamento estatístico dos dados Não existe fórmula simples para determinar o tamanho da amostra. - O investigador deve considerar a fidelidade das estimações relativas à população, a técnica de amostragem, e respectivos custos - O objectivo do investigador é obter uma amostra suficientemente grande para detectar diferenças estatísticas, considerando as questões de tempo e economia 37 - Uma amostra grande permite obter uma melhor precisão dos resultados mas não garante a representatividade
38 Dimensão da amostra cálculo do tamanho da amostra Vários factores devem ser considerados: - Objectivo do estudo - Homogeneidade da população ou do fenómeno estudado - Testes de análises estatísticas (nível de significância, poder dos testes e amplitude do efeito esperado) 38
39 Dimensão da amostra cálculo do tamanho da amostra Vários factores devem ser considerados: - Objectivo do estudo: explorar/descrever fenómenos: pequena amostra é suficiente para obter informação examinar associações/correlacionar variáveis: é necessária uma amostra maior estudos experimentais: amostra pode ser pequena, pq a situação de investigação é controlada estudos longitudinais: grandes amostras para seguir ao longo de um período de tempo 39
40 Dimensão da amostra cálculo do tamanho da amostra Vários factores devem ser considerados: - Homogeneidade do fenómeno estudado: Se as variáveis a estudar se distribuem homogeneamente pela população, pode utilizar-se uma amostra pequena; Os estudos que tratam de fenómenos heterogeneos (estado psicológico, tensão arterial, restablecimento pós-operatório ) requerem amostras maiores 40 Existem fórmulas para estimar a variância de um fenómeno e o erro amostral que pode ser tolerado
41 Dimensão da amostra cálculo do tamanho da amostra Vários factores devem ser considerados: - Técnica de análise estatística: O cálculo do tamanho da amostra baseiase no nível de significância, na potência associada ao teste, na extensão do efeito esperado 41
42 Erro do Tipo I: A probabilidade de rejeitar a Ho num resultado que, na realidade, está correcto. Chamado de α (alpha), geralmente o seu valor máximo é fixado em 0.05 (5%); Erro do Tipo II: A probabilidade de não rejeitar a Ho num resultado que, na realidade, não está correcto. Chamado de β (beta), geralmente o seu valor máximo é fixado em 0.20 (20%). Este erro acontece principalmente quando a amostra é muito pequena. 42 In Metodologia Científica
43 Recrutamento 43 Representatividade de amostra Desenhar e Implementar adequadamente os critérios de selecção e os métodos de amostragem Não resposta (viés de nãoresposta) - Dificuldades no contacto (desenhar série de repetições sistemáticas do contacto; utilização de meios alternativos de contacto - correio, telefone, visita domiciliária) - Recusas na resposta (estudo mais eficiente e atraente: usar técnicas não invasivas, dar mais e melhor informação, dar incentivos, cobrir custos) - Informação adicional permite estimar magnitude do enviesamento Tamanho da amostra - Prever magnitude da não-reposta em estudo Piloto - Desenhar tamanho de amostra que compense as perdas - Desenhar planos de contingência, - Monitorizar periodicamente o recrutamento e corrigir as deficiências que vão sendo encontradas
44 Critérios de selecção Critérios de inclusão Critérios de exclusão 44 - Especificam o conjunto de características que definem a população alvo e que são relevantes para a questão de investigação e para a eficácia do estudo - Características a definir: demográficas (ex: idade e sexo); clínicas (ex: sem doenças crónicas incapacitantes); administrativas (ex: utentes de uma unidade de cuidados primários); geográficas (ex: da Área Metropolitana do Porto); temporais (ex: entre Janeiro e Dezembro de 2003) - Especificam grupos de indivíduos pertencentes à população que não são estudados de modo a aumentar viabilidade do estudo ou por respeito a determinadas normas éticas - Não devem, no entanto, por em causa a validade do estudo e a capacidade de generalização dos resultados Exemplos de critérios: grupos com grande probabilidade de perda de seguimento (ex: alcoólicos, doenças crónicas incapacitantes); grupos incapazes de fornecer dados de qualidade (ex: demências, imigrantes sem domínio do português); grupos com riscos especiais (ex: indivíduos com antecedentes de úlcera péptica em ensaio clínico sobre a eficácia do diclofenac); grupos cuja inclusão violaria as normas éticas estabelecidas (ex: grávidas ou crianças em ensaio clínico sobre a eficácia de um determinado medicamento novo)
45 2 Fase conceptual da investigação 2.4. Princípios básicos para a elaboração de instrumentos de recolha de dados II
46 I Metodologia ONDE FAZER? COMO FAZER? Instrumento de pesquisa COM QUÊ? QUANTO? QUANDO? Descrever o instrumento de pesquisa que vai ser utilizado; que informações se pretende obter com eles; como será usado ou aplicado o instrumento para obter essas informações. 46 In Metodologia Científica
47 3.4. Princípios básicos para a elaboração de Metodologia ONDE FAZER? COMO FAZER? COM QUÊ? QUANTO? QUANDO? Utilização de provas estatísticas 47 In Metodologia Científica
48 I Metodologia Utilização de provas estatísticas - Quais as hipóteses estatísticas enunciadas (hipóteses nulas) - Como serão os dados codificados - Que tabelas serão elaboradas e como serão elaboradas - Que testes estatísticos serão usados para verificar as hipóteses - Que níveis de significância serão usados - Previsão sobre a interpretação dos dados 48 In Metodologia Científica
49 I Metodologia ONDE FAZER? COMO FAZER? COM QUÊ? QUANTO? QUANDO? Cronograma 49 In Metodologia Científica
50 I Metodologia Quando? - Definir o tempo necessário para executar o projecto a) dividir o processo em etapas b) definir o tempo para a realização de cada etapa 50 In Metodologia Científica
51 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I 51 - Tendo definido o desenho do estudo e os outros passos preliminares do trabalho de investigação é chegado o momento de iniciar a realização do estudo propriamente dito. A primeira fase da realização do estudo propriamente dito será a obtenção dos dados. - O desenho do estudo já deve ter definido à partida os procedimentos a adoptar para a obtenção dos dados e o protocolo do estudo já deve conter a estruturação e calendarização das tarefas necessárias à obtenção dos dados. - A partir dos dados vão-se fazer generalizações e tirar conclusões, eles vão ser o suporte de todo o estudo, logo, deve ter-se grande atenção a esta fase pois é nela que muitas vezes surgem problemas que inviabilizam ou diminuem grandemente a validade do estudo.
52 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I A validade das conclusões de um trabalho de investigação depende em grande medida da criação de instrumentos adequados para a colheita de dados. Todo e qualquer instrumento que seja utilizado com o intuito de colher informação para o estudo cabe dentro da definição de instrumento para a colheita de dados, por exemplo: - Instrumentos de medida, - registos de observações, - questionários, 52 - calendarização de entrevistas, etc
53 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Decidir o modo como fazer a colheita de dados e construir os instrumentos necessários à sua execução 53 Usar dados primários: - construir instrumentos ou - seleccionar instrumentos já construídos por outros investigadores - ter os conhecimentos necessários ao desenvolvimento de instrumentos e conhecer os conceitos de validade e reprodutibilidade aplicados aos mesmos Usar dados secundários (informação previamente colhida com outros propósitos): - desenvolver instrumentos que permitam a extracção dos dados pretendidos a partir das suas fontes originais.
54 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I A medida em ciência - Desempenha um papel fundamental no processo de investigação - A qualidade dos resultados depende do método e da qualidade das operações efectuadas - Qualquer medida é determinada pela questão de investigação e pelas definições conceptuais e operacionais dos conceitos em estudo Medir consiste em atribuir números a objectos, acontecimentos ou pessoas, segundo certas regras, de maneira a representar o valor que possui um atributo específico (Nunnally, 1978) 54 In O processo de Investigação
55 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Instrumentos de pesquisa: Os instrumentos mais úteis à investigação são os que, além de assinalar a presença ou ausência de um fenómeno, são ainda capazes de quantificá-lo, dando uma medida sobre o mesmo A regra de medida (instrumentação) é o meio pelo qual são atribuídos nºs aos indivíduos ou aos objectos sem ser ao acaso Ex: preenchimento de questionário ou usar uma balança para avaliar o peso O objectivo da instrumentação é assegurar a fiabilidade dos resultados de investigação (Burn e Grove, 1993) 55 In O processo de Investigação
56 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Abordagens da medida: Segundo as disciplinas a investigação necessita da medida de diferentes tipos de fenómenos Há diversas formas de medir os fenómenos: podem-se contar classificar segundo uma ordem de grandeza, comparar com a ajuda de unidades de medida 56 In O processo de Investigação
57 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Escolha de um método de recolha de dados Antes de fazer a recolha de dados o investigador deve perguntar-se se a informação que quer colher com um dado instrumento de medida é exactamente a que tem necessidade para responder aos objectivos da sua investigação 57 In O processo de investigação
58 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Principais métodos de colheita de dados 1. Medidas objectivas: instrumentos biofisiológicos - Escalas visuais analógicas ou escalas métricas - Produzem resultados com elevado grau de validade e fidelidade 2. Medidas subjectivas: - Técnicas de observação; entrevistas e questionários 58 In O processo de investigação
59 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Medidas subjectivas: técnicas de observação - Utiliza-se quando o objecto do estudo requer dados que dificilmente podem ser obtidos de outra forma - Estudo do comportamento em crianças, idosos com incapacidades, junto de animais - O estudo pode ser de natureza descritiva (observação e registo sem interferir) ou experimental (observação e registo após o investigador introduzir uma modificação no meio ambiente) - Pode constituir um meio complementar de colheita de dados - Os observadores são instrumentos humanos de recolha de dados - Geralmente são conduzidos em lab. Podem ser feitos no domicílio ou noutros meios naturais 59 In O processo de investigação
60 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Medidas subjectivas: técnicas de observação - Limitações: subjectividade dos diferentes observadores introduzir enviesamentos nas escolhas de situações a observar e no registo das unidades de observação 60 In O processo de investigação
61 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Medidas subjectivas: técnicas de observação Fidelidade: se os resultados são precisos, exactos e consistentes e os erros de medida são reduzidos Avaliar a exactidão: determinar a concordância entre as observações de 2 ou mais observadores, que observam as mesmas unidades de comportamento e usam o mesmo sistema de codificação. A percentagem de concordância deve ser 80% Para avaliar a fidelidade: Deve verificar-se pelo menos 80% de concordância de registos entre observadores; usar a estatística Kappa para apreciar a amplitude de concordância verificar: Treino de observadores; sistema de registo; sistema de codificação 61 In O processo de investigação
62 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Medidas subjectivas: entrevistas e questionários - Métodos de colheita usados correntemente - Permitem colher dados junto dos participantes relativos a aos factos, às ideias, aos comportamentos, às preferências, aos sentimentos, às expectativas e às atitudes - Apoiam-se no testemunho de sujeitos; o investigador tem acesso aos dados que estes consentem fornecer - Escolha entre entrevista/questionário depende do objectivo do estudo, do nível de conhecimento do fenómeno e das variáveis - Ter em conta o custo e o tempo necessários 62 In O processo de investigação
63 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Medidas subjectivas: entrevistas e questionários 1. ENTREVISTA Modo particular de comunicação verbal entrevistado/investigador para obtenção de dados - Perguntas abertas: tópicos de perguntas que o investigador terá oportunidade de esclarecer com o inquirido no próprio local onde se dá a entrevista. Permitem resposta livre do inquirido; também se podem usar perguntas fechadas - As perguntas podem ser reformuladas, completadas e adaptadas ao entrevistado, uma vez que são feitas na presença de ambos - Podem ser realizadas face a face ou por telefone - São dispendiosas em termos de custos e tempo, embora as entrevistas por telefone sejam mais económicas (custos de deslocação) 63 In Fundamentos de Metodologia Científica; In O processo de investigação
64 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Medidas subjectivas: entrevistas e questionários 1. ENTREVISTA Objectivos: - Servir de método exploratório para examinar conceitos, relações entre variáveis e conceber hipóteses - Servir de principal instrumento de medida numa investigação - Servir de complemento a outros métodos 64 In O processo de investigação
65 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Medidas subjectivas: entrevistas e questionários 2. QUESTIONÁRIO: Método de recolha de dados que necessita de respostas escritas por parte dos inquiridos - Perguntas fechadas: o inquirido só responde sim ou não ou alternativa indicada no formulário - Deve indicar-se o modo de assinalar a resposta (ex: Assinale com um X a resposta escolhida) - O questionário pode também conter perguntas abertas, mas deve ser sempre claro, preciso e deve conter perguntas relevantes para o fim pretendido - Preenchimento do questionário pode ser feito face a face com o investigador; ou sem assistência em casa por envio postal; levado em mão própria. - Ter em atenção que os inquiridos devem ter habilidade para ler e escrever 65 In Fundamentos de Metodologia Científica; In O processo de investigação
66 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Medidas subjectivas: entrevistas e questionários 2. QUESTIONÁRIO Principais características: - Traduz os objectivos de um estudo com variáveis mensuráveis - Ajuda a organizar, normalizar e controlar os dados, de tal forma que as informações procuradas possam ser colhidas de forma rigorosa - Mais superficial que a entrevista mais permite um melhor controlo dos enviesamentos 66 In O processo de investigação
67 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I Medidas subjectivas: entrevistas e questionários - Ambos servem para obter informação que de outro modo não seria possível adquirir. Assim não faz sentido fazer perguntas sobre algo que se possa investigar através de outros dados. - Antes de começar a redigir o formulário, é necessário estabelecer um plano, para que as perguntas sejam apresentadas de modo ordenado e numa sequência lógica e organizada que dê unidade e eficácia às informações que se pretendem obter. - No início do questionário/entrevista, devem ser colocadas questões que servem para caracterizar o inquirido. O nome é opcional 67 In Fundamentos de Metodologia Científica
68 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I QUESTIONÁRIO/ENTREVISTA ESTRUTURADA Antes de aplicar o questionário o investigador deve saber se: a) O inquirido está em condições de responder b) O inquirido conhece o assunto c) O inquirido está motivado e disposto a responder - Convém indicar na introdução, o objectivo do estudo e o que o inquirido deve fazer para preencher devidamente o formulário 68 In Fundamentos de Metodologia Científica
69 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I QUESTIONÁRIO/ENTREVISTA ESTRUTURADA As principais perguntas que o investigador deve colocar-se nesta fase são as seguintes: Que informação é requerida para atingir o objectivo do estudo? ; Que questões vão permitir obter a informação desejada? ; Como deverão ser colocadas as questões? 69 In O processo de investigação
70 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I QUESTIONÁRIO/ENTREVISTA ESTRUTURADA - O investigador deve decidir sobre o tipo de questões: - questões de escolha fixa (fechadas) - questões de resposta livre (abertas) - questões de facto ou opiniões - questões directas ou indirectas - questões associativas Em que isto lhe faz pensar? - questões projectivas Que faria no lugar de X? 70 O investigador deve ainda decidir se o questionário é misto e se utilizará preferencialmente um conjunto de várias questões ou uma só questão para cada ponto a tratar JM1
71 Diapositivo 70 JM1 várias questões mais precisas e que recobrem os diversos aspectos do tema a estudar permitem obter uma informação mais detalhada, do que aquela que se obtem através de uma pergunta geral. Jorge Martins;
72 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I QUESTIONÁRIO/ENTREVISTA ESTRUTURADA - As questões devem ser compreendidas pelos sujeitos, que devem ser capazes de responder 71 - Não fazer perguntas para satisfazer a curiosidade do investigador, pois pode distorcer o objectivo do inquérito - As perguntas devem ser relevantes, de modo que justifiquem os esforços dos investigadores na construção e aplicação do formulário e o trabalho de quem responde - As primeiras perguntas devem ser as mais fáceis e impessoais. As últimas serão as mais complicadas ou mais íntimas - O questionário deve constituído por frases curtas, ser claro e preciso nas instruções dadas, atraente na apresentação e com espaço suficiente para colocar a resposta
73 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I QUESTIONÁRIO/ENTREVISTA ESTRUTURADA - Cada pergunta deve apenas focar apenas um problema específico Ex1: Acha que o Serviço de Ortopedia devia ter mais camas para receber mais doentes ou devia ter mais cadeiras para os seus familiares? - Nas perguntas fechadas não coloque alternativas inadequadas Ex2: É solteiro ou casado? (e os viúvos, divorciados?) - Nas questões filtro ter em atenção que estas questões conduzem as pessoas para as perguntas que lhes são directamente dirigidas, sem se deterem nas que não se aplicam à sua situação 72
74 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I PRECAUÇÕES - A formulação da pergunta deve ser inequívoca Ex1: Acha que o Serviço de Ortopedia devia ter mais camas para receber mais doentes? - Os termos empregues devem ser de fácil entendimento Ex2: Costuma ter obstipação intestinal? (substituir por prisão de ventre) - Evitar perguntas tendenciosas, que possam influenciar a resposta do inquirido - Evitar o uso de palavras de duplo sentido 73 In Metodologia Científica
75 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I CONCLUSÕES Para nos assegurarmos de que as diferenças observadas entre cada grupo só podem ser atribuídas ao factor que as distingue - amostras aleatória para cada grupo - situações experimentais idênticas 74 In O inquérito
76 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I CONCLUSÕES Para que se possa ter confiança na aceitação das informações num instrumento de medida 75 2 características que determinam a qualidade dos instrumentos de medida: - validade: até que ponto o instrumento mede o que deve medir; exactidão dos valores; depende do erro sistemático - fidelidade: aplicado à mesma amostra oferece consistentemente os mesmos resultados; depende do erro aleatório; designa a precisão e constância dos resultados que eles fornecem; noção de reprodutibilidade das medidas; expressa-se sob a forma de coeficiente de correlação (r) In O projecto de pesquisa científica
77 2.4. Princípios básicos para a elaboração de I CONCLUSÕES Nos grupos considerados nas entrevistas/questionários existem sempre características individuais que fazem variar consideravelmente os resultados em relação aos factores As conclusões serão tão mais incertas quanto mais todas as variáveis importantes ou explicativas apresentarem inter-correlações complexas 76 In O inquérito
78 3.4. Princípios básicos para a elaboração de I CONCLUSÕES As conclusões em termos de verificação de hipóteses sobre relações causais, serão sempre menos seguras nos inquéritos do que nas experiências (onde as características individuais são controladas) 77 In O inquérito
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