Larissa Alves de Souza Fernandes Discente do Curso de Geografia IM-UFRRJ Bolsista PIBID/CAPES

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1 ENSINO DE GEOGRAFIA: NOVAS PROPOSTAS METODOLÓGICAS PARA TRABALHAR OS CONCEITOS GEOGRÁFICOS Lucas da Silva Quintanilha Discente do Curso de Geografia IM-UFRRJ Bolsista PIBID/CAPES Larissa Alves de Souza Fernandes Discente do Curso de Geografia IM-UFRRJ Bolsista PIBID/CAPES INTRODUÇÃO O ensino da Geografia possui uma necessidade de diversificação das metodologias utilizadas na aplicação de determinados conteúdos, pois durante muito tempo essa disciplina foi lecionada de forma pragmática, cansativa e com intuito de memorização sem que a realidade do aluno fizesse parte do cotidiano da sala de aula. Em seguida, o ensino de Geografia foi se aprimorando e atualmente alguns professores utilizam-se dos conhecimentos trazidos pelos alunos para tratar as diversas temáticas geográficas. As contribuições que o ensino de Geografia oferece aos alunos são muitas, pois estimula algumas capacidades, sendo elas, cognitiva, afetiva e ética. Pode-se destacar então, a importância de utilizar metodologias lúdicas para aproximar o aluno do conteúdo aplicado, para que assim, haja maior interesse e melhor compreensão das temáticas geográficas sem que seja necessário fazer o uso da memorização. O professor tem a responsabilidade de dar a voz aos alunos, isso é primordial, para que possa realizar uma conexão entre os conhecimentos científicos com as experiências vividas por eles, não desprezando os saberes que os mesmos trazem para sala de aula. Diante disso, o atual trabalho que se encontra em fase inicial, consiste especialmente em realizar um levantamento bibliográfico e tem como proposta a tentativa de oferecer reflexões sobre a utilização de metodologias para trabalhar o espaço geográfico de forma lúdica a partir das experiências vivenciadas pelos alunos, para que dessa forma, possa haver uma melhor compreensão e o ensino seja cada vez mais construtivo, produtivo e criativo. Esse trabalho foi pensado a partir do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) do subprojeto de Geografia do

2 Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), localizado no município de Nova Iguaçu. CONCEITOS DE ESPAÇO O espaço geográfico pode ser analisado de diferentes formas, se associando a uma porção da superfície terrestre ou como referência a uma simples localização e essa associação pode ser dada em diferentes escalas, como relata Corrêa (1995). Essas escalas podem se referir a uma casa, um bairro, uma cidade, um estado, um país isso representa formas espaciais em escalas diferentes. A Geografia estuda a relação da sociedade (o homem), com o meio natural e essa junção originou cinco conceitos-chave dessa ciência, são eles: paisagem, região, espaço, lugar e território. É através desses conceitos que se entende o espaço geográfico, porém a Geografia nos permite diferentes formas de análise, alguns pensadores e escritores concluem de maneira diferenciada o significado do espaço. Em conformidade com Moraes (1990, apud, Corrêa, 1995) na Geografia tradicional Ratzel vê o espaço como base indispensável para a vida do homem, elemento essencial para a biografia humana. A partir disso ele cria seus conceitos de território e espaço vital, que consiste respectivamente no apoderamento de parte do espaço por um grupo e nas necessidades territoriais que uma nação julga necessário adquirir em função do seu crescimento tecnológico, são as condições favoráveis para fortalecer uma sociedade ou um povo. As que tivessem o melhor espaço vital seriam as mais preparadas para se desenvolver e conquistar novos espaços. Já Hartshorne (1939, apud, Corrêa, 1995) cria uma ideia de espaço absoluto, para ele o espaço é inexistente, pois se constitui de pontos independentes, uma determinada área tem impressa em si uma combinação única dos fenômenos sociais e naturais, tornando-se absoluto, sem se tornar comum, ele vê o espaço como um receptáculo que apenas contém coisas. Na Geografia teorético-quantitativa o espaço torna-se conceito-chave, Corrêa (1995) cita os autores que fizeram parta da construção dessa teoria derivado de um paradigma racionalista. O espaço era visto como uma planície isotrópica, que é uma superfície plana, uniforme, homogênea e nela se desenvolve mecanismos econômicos, esses artifícios lavarão a diferenciação espacial. A consequência disso é um espaço

3 relativo, no qual a relação entre o objeto e o espaço é baseada em valores e funções, implicam custos para realizar uma ligação entre os pontos distantes. A Geografia crítica surge em 1970, segundo Corrêa (1995) com intensos debates entre geógrafos marxistas e não marxistas, a intenção era romper com a geografia tradicional e a teorético-quantitativa. A preocupação era identificar as categorias de análise do espaço. Para Lefébvre (1976, apud, Corrêa, 1995) não se pode dizer que o espaço é um produto qualquer ou uma soma de objetos ou uma mercadoria, segundo ele, o espaço estaria essencialmente vinculado com a reprodução das relações (sociais) de produção, ou seja, local de reprodução da sociedade. Pode-se dizer que uma sociedade só é firmada através do espaço em que ela está inserida, para poder entender o espaço é necessário recorrer à sociedade. Santos (1978) mostra o espaço como um lugar de vida e trabalho, morada do homem, sem definições fixas. Ele acredita que é necessário a vivência do homem na sociedade para que haja uma organização espacial e a sociedade produz seu espaço para ser o locus da sua reprodução. Em 1970 surge a Geografia humanista, que está baseada nos sentimentos, na experiência, tendo a paisagem como uma de suas matrizes. Para Tuan (1979, apud, Corrêa, 1995) o espaço está relacionado aos sentimentos, às ideias de um povo sobre espaço com base nas suas experiências. Tuan mostra alguns tipos de espaços, o pessoal, o grupal (baseado na experiência de vida do próximo), o espaço mítico (baseado na imaginação, podendo ter ou não relação com a realidade. Exemplo: lugares que não conhecemos, mas consideramos paraísos Caribe, Paris etc.). ESPAÇO GEOGRÁFICO E OS DEMAIS CONCEITOS DA GEOGRAFIA Ao analisar os conceitos abaixo podemos entender como se constitui o espaço geográfico e a importância que esse estudo tem na formação discente. A partir do conhecimento dos conceitos básicos da Geografia, permitimos ao aluno apontar o valor e a importância que a disciplina tem no dia a dia da sociedade. Ouve-se por parte de alguns alunos que eles não curtem muito Geografia, porém a disciplina é construída através da nossa relação com o espaço. Por esse motivo, é de extrema importância permitir que o

4 aluno faça esse reconhecimento inserindo os tópicos abaixo como uma discussão da realidade cotidiana. Espaço e paisagem O espaço geográfico é formado através da relação do homem com os objetos materias que nele foram construídos, estamos inseridos e cercados por ele. Na observação da paisagem podemos destacar diferentes elementos, os naturais como os rios, vales, mares, relevos e os objetos urbanos que são os prédios, casas, indústrias, que permite cada cultura ter diferentes formas espaciais na paisagem. O espaço geográfico é o teatro das ações humanas, tudo aquilo que podemos observar na paisagem, juntamente com a ação do homem, faz parte do espaço, nós somos os responsáveis para dar vida a ele. Para Santos, 1998, p.61, apud, Cavalcanti, 2011, (...) tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volume, mas também de cores, movimentos, odores, sons e etc. Algumas paisagens que observamos atualmente são reflexos de uma dinâmica de transformação espacial. Com o passar dos anos, no lugar das pequenas casas surgem grandes edificações, carros aparecem em estradas que antes eram matas, isso mostra que nós somos os grandes agentes modificadores do espaço em que vivemos, sempre com a capacidade de novas descobertas e da implantação de novas tecnologias. Para uma maior compreensão do conteúdo por parte dos alunos, pode-se usar imagens das paisagens de diversos lugares do mundo, mostrando as diferentes formas nas construções, na natureza, nas tradições. Podemos também comparar a evolução e as mudanças realizadas durante um período de tempo e debater essas transformações. Espaço e lugar Quando é atribuído um sentimento, uma familiarização na nossa relação com o espaço, ele se torna um lugar, uma referência para nós. Por esse motivo o conceito de lugar deve ser entendido através da análise da identidade, da tradição e cultura de uma sociedade. No ensino dos conceitos, nós professores devemos permitir que o aluno identifique o que é lugar para ele, e não concluir o que seria, para um melhor entendimento

5 acerca da relação espaço/lugar podemos realizar conversas apresentando o multiculturalismo. Neste sentido, Mello, 1990, p.102, apud, Cavalcanti, 2011, afirma que O espaço, qualquer porção da superfície terrestre, é amplo, desconhecido, temido ou rejeitado. O lugar, recortado afetivamente, emerge da experiência e é um mundo ordenado e com significado ". O lugar na Geografia é entendido pelos alunos como algo relacionado à localização ou a uma referência, porém ele está relacionado com a experiência humana. A segurança, a proteção e a confiança que um lugar transmite para uma pessoa faz com que seja criada uma raiz, construindo um significado pessoal. O lugar é o nosso lar, podemos encontrar simbolismos, histórias e lembranças, ele é a demonstração da relação homem e natureza. Observa-se que por mais que o lugar seja originário do espaço, eles são distintos, cada um tem seus significados e transmitem sentimentos diferenciados para os que participam dessa estrutura. No trecho da composição abaixo, podemos perceber o sentimento que o compositor tem pelo Rio de janeiro, demonstrando seu afeto e a saudade que sente do seu lugar de origem. Ele demonstra suas lembranças, canta o atrativo natural e o monumental mundialmente conhecido. Isso nos mostra que o lugar não consiste apenas em um pequeno espaço, mas sim abrange uma forma regional ou global. Espaço e território Minha alma canta/ Vejo o Rio de Janeiro/ Estou morrendo de saudades/ Rio, seu mar/ Praia sem fim/ Rio, você foi feito pra mim/ Cristo Redentor/ Braços abertos sobre a Guanabara/ Este samba é só porque Rio, eu gosto de você. (Jobim, 1962). Através do espaço é formado o território, que tem como elemento fundamental a ideia de poder e é ocupado por grupos sociais que estabelecem relações. A partir do momento que cada grupo social define seu território, inicia-se um processo de formação cultural. Uma sociedade só constrói suas identidades, suas histórias, sua cultura, religião e costumes a partir da vivência no espaço territorial conquistado por ela. Esse conceito também pode ser dado em diferentes escalas e realidades. Espaço é anterior ao território. O território se forma a partir do espaço, é o resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um programa) em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço,

6 concreta ou abstratamente (por exemplo, pela representação), o ator territorializa o espaço (RAFFESTIN, 1993, p.143, apud, Cavalcanti, 2011). As comunidades indígenas e quilombolas, por exemplo, nos mostram um exemplo de dependência territorial para construir sua identidade e praticar sua cultura. Esse povo tem o domínio territorial que não é uma característica pessoal, mas sim do território. Grande parte do nosso território é de responsabilidade do governo Federal e de uso público, como as praças e praias, esse espaço é utilizado para o lazer, para as manifestações culturais e a própria relação social. Algumas vezes as autoridades privatizam algumas porções territoriais para determinadas pessoas ou empresas. Junto com esses espaços estão alguns bens naturais que deixam de pertencer ao público, com isso temos pequenas representações de que até mesmo por parte do estado o poder é exercido para quem o convém. Além de ter como atributo o poder e o domínio, os territórios possuem entre eles limites e fronteiras, limites esses que são mutáveis, podendo ser alterados. Podemos exemplificar e explicar esses elementos citados acima através da análise de apropriação atual do tráfico de drogas e do MST (Movimento dos trabalhadores rurais sem-terra) que se apropriam, modificam os limites e fronteiras e ainda tem o poder sobre o espaço. Determinado momento o comando de uma comunidade passa para o domínio de outra facção ou para o da polícia, no caso do MST, quando a luta é vencida o poder pela propriedade deixa de ser deles e passa para a responsabilidade do latifundiário. Para Souza (1995, apud, Cavalcanti, 2011), o território é um campo de forças, são relações de poder espacialmente delimitadas. Ainda convém lembrar que devemos dar possibilidades aos alunos de inserir suas ideias e lidar com lugares que eles identificam facilmente. Podemos utilizar a própria sala de aula como exemplo de território e trabalhar os quatro elementos já visto (poder, domínio, limites e fronteiras) para que possa haver uma maior compreensão do tema proposto. Ao trabalhar território temos também a oportunidade de produzir uma análise da maneira como os grupos sociais têm exercido as formas de poder na formação social e na construção territorial. Espaço e região

7 Surge uma complexidade quando nos referimos ao termo região. Desde o período de evolução da Geografia surgiram várias maneiras de se entender esse conceito por parte dos geógrafos, isso permite que o termo possa ser analisado de diferentes maneiras. Observamos que no ensino tem-se aplicado o conceito de região apenas como divisão do território através das suas características físicas, econômicas e administrativas, porém podemos ir além. Uma das formas de entender esse conceito é analisando como a região natural baseado nas características ambientais do lugar, como o clima, a paisagem, a vegetação e a morfologia, mas não podemos deixar de considerar as ações humanas nesse contexto. Outra forma de entender esse conceito é observa-lo como uma ferramenta para divisão do espaço utilizando critérios diferentes. Santos (1994 apud, Cavalcanti, 2011) afirma que as regiões são subdivisões do espaço: do espaço total, do espaço nacional e mesmo do espaço local: são espaços de conveniência, lugares funcionais do todo, um produto social. Região é também a união do lugar com o homem, o que nos permite realizar uma conexão dos dois conceitos. A cultura, a alimentação e vestimentas são fatores essenciais na construção desse conceito. Percebe-se diferentes concepções nos significados de região, por isso devemos nos importar e valorizar os comentários dos alunos, para que não utilizem ideias do senso comum, mas para que sejam construídas suas ideias acerca do termo. PRÁTICAS METODOLÓGICAS Desde criança iniciamos a construção dos nossos conceitos - de forma simplificada - acerca do espaço geográfico, isso ocorre através das experiências que vivemos na nossa relação com a natureza e a sociedade. O ensino da Geografia tem papel fundamental no desenvolvimento do conhecimento geográfico e do pensamento crítico, porém durante muitos anos tem se aplicado uma metodologia e uma prática de ensino considerada maçante na qual não tem propiciado ao aluno um maior interesse pela disciplina. Podemos ver o reflexo negativo da maneira arcaica de se ensinar Geografia nos números, como mostra Cavalcanti (2011, p.129),

8 (...) pelos dados 32% dos alunos declaram não gostar de Geografia e 10% declaram gostar mais ou menos. Além disso, um outro dado relevante é o índice de rejeição pela matéria: 23% apontam a Geografia como uma das três matérias de que menos gostam. Um dos objetivos do artigo é promover uma metodologia diferenciada para trabalhar o espaço geográfico de maneira lúdica, superando a formalidade do ensinoaprendizagem. Essa preocupação surge, pois se sabe que o conhecimento espacial permite aos alunos interpretar as diferentes relações desenvolvidas pelos seres humanos, oferecendo uma bagagem de informações que serão utilizadas nas suas experiências. Mediante essas análises propomos a utilização da música como um dos instrumentos de auxílio na aplicação dos conceitos, pois ela permite que o aluno faça uma reflexão e realize debates inserindo o seu modo de observar. Utilizamos a música de Raul Seixas O dia em que a terra parou como exemplo para trabalhar o espaço geográfico. (...) Foi assim/ No dia em que todas as pessoas do planeta inteiro resolveram que ninguém ia sair de casa/ Como que se fosse combinado em todo o planeta, naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém/ O empregado não saiu pro seu trabalho/ Pois sabia que o patrão também não tava lá/ Dona de casa não saiu pra comprar pão/ Pois sabia que o padeiro também não tava lá/ E o guarda não saiu para prender/ Pois sabia que o ladrão, também não tava lá/ E o ladrão não saiu para roubar/ Pois sabia que não ia ter onde gastar/ No dia em que a Terra parou (...) (Seixas, 1977). Sabemos que nesse dia o movimento da terra não sofreu alterações, na verdade o compositor relata a interrupção do espaço geográfico, pois não houve a relação do homem com seu meio, não houve produção, manifestação cultural e modificação das paisagens. Através dessa e de outras composições podemos facilitar a compreensão do aluno acerca das atividades exercidas no espaço. Outra ferramenta que pode servir de auxílio aos professores na aplicação dos conteúdos espaciais são os jogos, sejam eles virtuais ou peças físicas e quando estão relacionados com a temática proposta facilitam o processo de ensino-aprendizagem. Educadores podem recorrer as diversas variedades de jogos para tornar sua aula dinâmica. Os jogos sempre foram mecanismos eficazes para se ensinar, de forma lúdica, diversos assuntos em sala de aula, pois as atividades com caráter lúdico atraem a atenção dos educandos e se tornam ferramentas

9 importantes para o ensino e para o entendimento do espaço geográfico (Neves; Nascimento & Carvalho, 2013). Nesse caso específico, com o objetivo de alcançar resultados através do tema de pesquisa proposto, optamos por produzir um jogo que em suas regras e estrutura respondesse o que analisamos, mas também o alcançasse o nosso público principal - os estudantes do nível fundamental -para que com isso consigam ter melhor entendimento dos principais conceitos geográficos e consigam identifica-los em seus cotidianos. Segue abaixo uma imagem do tabuleiro e das cartas do nosso jogo. (Jogo de tabuleiro Perfil Geografia. Foto: Larissa Fernandes) Foi elaborado um jogo de tabuleiro chamado Perfil Geografia, nesse jogo podemos encontrar questões que envolvem dados, curiosidades e características de cada região e continente, mostra a grande variedade de culturas, tradições e histórias que temos no nosso planeta e com isso podemos perceber que nenhum lugar é igual ao outro. Esse jogo além de entreter e divertir os alunos, é capaz de trazer grande aprendizado para os que o jogam. Durante a aplicação do jogo a compreensão acerca do espaço deverá ser trabalhada pelo professor, utilizando os continentes como referência para explicar as diversas paisagens que podem ser encontradas em cada um deles, as culturas, tradições, religiões, a relação de poder, os domínios, limites e fronteiras do território, contextualizando os conceitos-chave da geografia através da metodologia aplicada. RESULTADOS E DISCUSSÃO

10 Para o desenvolvimento prático da pesquisa tivemos a participação de alunos das escolas parceiras do PIBID Geografia do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, são elas: Escola Municipal Professor Osires Neves e Escola Municipal Monteiro Lobato, ambas localizadas no município de Nova Iguaçu RJ. Após discutir sobre a definição de Espaço Geográfico e trabalhar os principais conceitos da geografia utilizando as metodologias apresentadas acima, percebemos que os alunos compreenderam com maior facilidade os conteúdos. Porém, como já dito anteriormente, tínhamos como objetivo desenvolver uma metodologia que nos possibilitasse trabalhar diversos conceitos que estão relacionados a geografia e não somente os cinco principais lugar, espaço, paisagem, território e região. Partindo desse objetivo foi criado o jogo Perfil Geografia e após o trabalho teóricoconceitual desenvolvemos uma atividade utilizando esse material como ferramenta metodológica. Ao fim da partida promovemos um diálogo com os alunos para examinar como eles identificaram os conceitos geográficos no jogo e podemos perceber que conseguiram relacionar as dicas fornecidas pelo jogo, com os ensinamentos fornecidos pelos professores. Trouxemos como exemplo uma dica que as cartas do Perfil Geografia forneciam aos alunos e a partir dessas dicas eles chegavam a resposta correta. Nesse caso o assunto era a China e uma das pistas era, O monte Everest fica na minha fronteira, nos surpreendemos quando eles começaram a relacionar fronteira aos limites territoriais. Ao fim da nossa aula vimos que o nosso objetivo com o uso do jogo foi alcançado, os alunos conseguiram relacionar a atividade com o conteúdo ensinado e de forma simples, sem memorização, sem se tornar algo maçante e cansativo para eles, os conceitos foram entendidos e identificados no dia a dia de cada um, houve integração e diversão entre todos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se como de grande importância ao trabalhar os conteúdos geográficos - em especial o espaço geográfico - realizar uma abordagem metodológica lúdica e um referencial teórico rico em suas qualidades. Pretendemos desconstruir o paradigma que foi imposto a Geografia (como uma disciplina pragmática) permitindo ao aluno participar da construção das atividades propostas.

11 O espaço geográfico é um dos assuntos mais importantes e introdutórios da Geografia, no sexto ano já se inicia os estudos sobre ele, baseado nisso buscamos compartilhar a ideia de permitir o aluno se tornar ator e trazer para a sala de aula suas experiências vividas acerca dos conceitos de lugar, território, região, paisagem e sua posição no espaço. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO CASTRO, I. E; GOMES, P. C. C; CORRÊA, R. L. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, CAVALCANTI, L. S. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas, SP: Papirus, CAVALCANTI, L. S. Temas da geografia na escola básica. Campinas, SP: Papirus, NEVES, S. C. O; NASCIMENTO, D. C. S. & CARVALHO, J. S. A cartografia associada ao jogo de tabuleiro como um importante recurso didático para o ensino de geografia. In: SILVA, C. N.; CAETANO, V. N. S; OLIVEIRA NETO, A. Ensino de geografia e representação do espaço geográfico. Belém: GAPTA/UFPA, 2013, p SANTOS, M. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, Edusp, Acesso 23/01/2015 ás 06h08min - Acesso em 26/01/2015 ás 04h12min JOBIM, A. C. O. "Samba do avião". Focus: O essencial de Miúcha e Tom Jobim. Sony Music, CD. Coletânea SEIXAS, R. S. "O dia em que a terra parou". O dia em que a terra parou. WEA, LP