CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

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1 CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 1. Introdução O depósito em consignação é modo de extinção da obrigação, com força de pagamento, e a correspondente ação consignatória tem por finalidade ver atendido o direito material do devedor liberar-se da obrigação de obter quitação. PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. NATUREZA E FINALIDADE. UTILIZAÇÃO PARA OBTER PROVIMENTO DE CARÁTER CONSTITUTIVO, MODIFICATIVO DO PRAZO DA OBRIGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O depósito em consignação é modo de extinção da obrigação, com força de pagamento, e a correspondente ação consignatória tem por finalidade ver atendido o direito material do devedor de liberar-se da obrigação e de obter quitação. Trata-se de ação eminentemente declaratória: declara-se que o depósito oferecido liberou o autor da respectiva obrigação. 2. Sendo a intenção do devedor, no caso concreto, não a de pagar o tributo, no montante que entende devido, mas sim a de obter moratória, por meio de parcelamento em 240 meses, é inviável a utilização da via consignatória, que não se presta à obtenção de provimento constitutivo, modificador de um dos elementos conformadores da obrigação (prazo). 3. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp /RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/05/2004, DJ 24/05/2004 p. 195) 1.1 Pagamento forma de extinção das obrigações. Art. 304, CC. Ausência de pagamento do credor mora accipiendi; Ausência de pagamento do devedor mora solvendi. 1.2 Previsão legal art. 334 e 335, CC. 1.3 Pagamento em consignação. Cessa provisoriamente os juros e o risco da dívida (Eventuais riscos se transfere ao credor. Sentença com efeito declaratório ex tunc). Art. 337 e 400, CC. Pagamento incompleto: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CONSIGNATÓRIA. INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO. OBRIGAÇÃO PARCIALMENTE ADIMPLIDA. PROCEDÊNCIA PARCIAL. EXECUÇÃO, NOS PRÓPRIOS AUTOS, DO RESTANTE DEVIDO. - O entendimento majoritário do STJ é no sentido de que a insuficiência do depósito em ação de consignação em pagamento não acarreta a total improcedência do pedido. - Reconhecendo o juiz que a obrigação foi parcialmente adimplida, deve-se permitir ao credor o levantamento da quantia incontroversa e

2 a execução, nos próprios autos da ação consignatória, do restante devido, em homenagem aos princípios da celeridade, da economia e da efetividade processuais. - O Direito enquanto sistema, deve ter no processo um instrumento de realização da justiça, tendente à pacificação dos conflitos sociais. Recurso Especial não conhecido. (REsp /RS, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/08/2007, DJ 01/02/2008 p. 474) 1.4 Eficácia Liberatória Somente nos termos do Art. 336, CC. Pagamento de divida já vencida deve-se pagar a multa moratória. Integralidade do depósito. Inadimplemento relativo e absoluto. Assume, desse modo, particular interesse no caso em questão a diferença entre o inadimplemento (absoluto) e a mora na prestação. Havendo mora (inadimplemento relativo) no cumprimento da obrigação, tem-se situação em que o adimplemento ainda é possível seja porque é faticamente viável, seja porque ainda há interesse do credor em receber a prestação de modo que será sempre possível purgar a mora, por meio da consignação do valor originalmente devido, acrescido dos prejuízos decorrentes, dos juros e correção monetária e dos honorários advocatícios (art. 395, caput, CC). Por outro lado, diante do inadimplemento absoluto, ou seja, quando o fato não puder mais ser prestado ou quando não houver mais interesse no credor em recebê-lo, há o direito do credor de enjeitar a prestação, de modo que a obrigação resolve-se em perdas e danos (art. 395, parágrafo único, C.C.), não havendo mais cabimento em se pensar em direito à consignação. Cabe salientar, no particular, que o direito do credor a rejeitar a prestação existe apenas nos casos mencionados, e não quando houver diminuição na utilidade da prestação 1. Não cabe consignação de obrigações de fazer e não-fazer 2 HIPÓTESES 2.1 Recusa do credor dívidas portáveis, impõe ao devedor o ônus de oferecer o pagamento no domicílio do credor, ou em outro local por ele designado (art. 327, CC); Sendo quesível, que impõe ao credor buscar o pagamento no domicílio do devedor. 2.2 Inércia do Credor. Tratando-se de dívida quesível, cabe ao credor buscar o pagamento no domicílio do devedor. Não fazendo no 1 MARINONI. Luiz Guilherme. Curso de Direito Processual Civil. V.5. Procedimentos especiais. Pag. 46.

3 tempo ou local estabelecido o devedor poderá manejar o pagamento por consignação. 2.3 Credor incapaz de receber, desconhecido, ausente, residir em lugar incerto, ou de acesso perigoso ou difícil. (Não cabe consignação extrajudicial). Lugar perigoso ou difícil deve ser o lugar do pagamento. Por exemplo. Quando o devedor reside em local de acesso difícil ou perigoso, ou ainda incerto, sendo a dívida portável, não se justifica imputar ao devedor a mora, já que não lhe seria razoável exigir o cumprimento da prestação no local indicado pelo credor, razão pela qual se autoriza a consiganação como forma de liberação da prestação. 2.4 Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento. (Não cabe consignação extrajudicial). 2.5 Litígio sobre o objeto do pagamento litígio sobre o crédito 3. Consignação extrajudicial 3.1 Inserido pela Lei 8.951/94 (Só extrajudicial). Extinção da obrigação por deposito extrajudicial. 3.2 Previsão legal Art. 890, 1º do CPC. 3.3 Aplicabilidade Somente em prestação de pagar em dinheiro (Exceto créditos da Fazenda Pública). Não pode utilizar na entrega de coisa (Bancos Suíços, Código da Vince, como também não pode ser utilizada nas obrigações de fazer e não-fazer. Misael Montenegro Filho traz interessante conclusão: A doutrina de nomeada comenta que o dispositivo do CC ampliou a previsão do 1º do art. 890 do CPC, ao permitir que o depósito se refira à coisa, não apenas a dinheiro, como se percebe pela análise do seguinte ensinamento. O art. 334 inova o direito anterior ao permitir a consignação da coisa devida em estabelecimento bancário, tal qual já havia feito o Código de Processo Civil, em seu art. 890, com a redação dada pela Lei nº 8.951/94, sempre que se tratasse de obrigação pecuniária. O novo Código avança em relação ao próprio CPC, pois não restringe a possibilidade do depósito bancário apenas às dívidas em dinheiro. Qualquer obrigação cujo objeto da prestação seja passível de depósito bancário, a exemplo de jóias, metais preciosos e papéis de qualquer espécie, pode vir a ser adimplida mediante consignação em estabelecimento bancário presentes os demais requisitos estabelecidos neste Código 2 2 MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito processual civil. V.III. pg. 194.

4 3.4 Beneficiário- Certo, capaz, solvente (crédito para a massa), inequívoca titularidade do crédito, inexistência de litígio, local do domicilio (Devedor ou Credor) 3.5 Lugar do depósito Estabelecimento bancário oficial do local do pagamento. Divergência nos lugares onde não existir estabelecimento oficial. 3.6 Comunicação. Através de Aviso de Recebimento. A comunicação é realizada pelo estabelecimento bancário. A recusa do credor também deve ser manifestada no estabelecimento, por escrito. Parte da doutrina sustenta que a comunicação deveria ser feita pelo devedor. Mas para evitar má-fé a doutrina dominante sustenta que a comunicação é de responsabilidade do Banco. 3.7 Procedimento Após a comunicação, o credor terá o prazo de 10 (dez) dias para manifestar, por escrito, sua recusa. Ultrapassado este prazo, ter-se-á por extinta a obrigação. Art. 890, 2º, CPC. Cientificado o devedor da recusa, terá o prazo de 30 (trinta) dias para ajuizar ação de consignação em pagamento, buscando obter a declaração judicial de que ser débito foi extinto pelo depósito Art. 890, 3º, CPC). Ultrapassado o prazo a única conseqüência é a cessação da eficácia liberatória do depósito extrajudicial. Pode-se ajuizar nova consignação. Possíveis reações do credor: a) Aceitar expressamente; b) aceitar tacitamente; c) recusar expressamente; d) recusar com ressalva. CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL. CREDOR QUE LEVANTA A QUANTIA DEPOSITADA, OPONDO RESSALVAS QUANTO AO MONTANTE DO DÉBITO. INEXISTÊNCIA DE EXTINÇÃO DA DÍVIDA, PODENDO A DIFERENÇA RECLAMADA SER DISCUTIDA EM VIA PRÓPRIA. O levantamento da quantia depositada pelo credor, com ressalvas, não significa, por si só, extinção do total da dívida. É possível ao credor discutir, em via própria, a diferença por ele alegada. Recurso especial conhecido e provido. (REsp /SP, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 06/05/2004, DJ 02/08/2004 p. 395) Requisitos para consignação judicial decorrente da consignação extrajudicial.

5 a) Petição inicial b) Comprovante do deposito extrajudicial c) recusa manifesta do credor 3.9 Consignação Extrajudicial de aluguel. NÃO PODE. Lei 8.245/91, art. 67, II. Somente cabe a judicial. DIVERGÊNCIA. Em relação às prestações pecuniárias relativas a aluguel e encargos da locação, (...), que embora o depósito extrajudicial venha previsto em norma de natureza processual, é ele instrumento de direito material, apto à extinção de obrigações de natureza pecuniária, dele podendo lançar mão, consequentemente, também o inquilino. É certo que em seu art. 67 a Lei de Locação Predial Urbana (Lei 8.245/91) contempla um procedimento específico para a consignação de aluguéis e encargos, enquanto que em seus artigos 890 e seguintes o CPC regula aquele destinado ao processamento das demais consignatórias; mas a adoção de um ou outro desses procedimentos pressupõe, à evidência, que o depósito pretendido pelo interessado seja o judicial, pois o extrajudicial independe, como deflui de sua própria denominação, de qualquer atividade do interessado perante o Judiciário. Em suma, creio ser perfeitamente possível o depósito extrajudicial de aluguéis e encargos de locação; recusado que seja o depósito pelo credor, daí sim e só então deverá o depositante valer-se da via jurisdicional, adotado, de acordo com a origem do crédito, o procedimento judicial específico. Além disso, a posição contrária à ora externada representaria, também segundo creio, uma clara negação aos escopos almejados pela lei, na medida em que os conflitos envolvendo inquilino e locador são, notoriamente, de grande incidência no dia-a-dia, nada mais justificando, à luz do atual sistema, continuem os primeiros a valerse necessariamente da jurisdição 3. LOCAÇÃO. ALUGUÉIS. CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL. CREDOR. NOTIFICAÇÃO.PESSOAL. I- O depósito extrajudicial dos aluguéis tem o efeito de desonerar o locatário da obrigação. II - É necessário que o locatário comprove o efetivo conhecimento do depósito pelo locador, o que se perfaz com a notificação pessoal deste. Interpretação sistemática do 1º do art. 890 com o art. 223, parágrafo único do CPC. Recurso especial desprovido. (REsp /DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em , DJ p. 514) 4 CONSIGNAÇÃO JUDICIAL 3 MARCATO, Antonio Carlos. Procedimentos Especiais. Pag. 75.

6 4.1 Natureza jurídica atividade preponderante. Processo de Conhecimento. Prescinde de dívida líquida e certa (execução invertida). Possibilidade de discussão sobre valores. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO ÂMBITO DE DISCUSSÃO CONTRATO DE FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. Pacificou-se na jurisprudência da Segunda Seção desta Corte entendimento segundo o qual, na ação de consignação em pagamento, é possível ampla discussão sobre o débito e o seu valor, inclusive com a interpretação da validade e alcance das cláusulas contratuais. Recurso especial conhecido e provido. (REsp /MG, Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/05/2003, DJ 09/12/2003 p. 279) 4.2 Competência art. 891, CPC. Lugar onde deve ser cumprida a obrigação. Trata-se, pois, de regra excepcional, que afasta a incidência da norma geral a respeito de competência territorial, prevista no art. 94 do CPC, que determina a competência do foro do domicílio do demandado Dívida quesível foro do devedor Dívida portável foro do credor Foro de Eleição Havendo foro de eleição este deverá ser respeitado, visto que o art. 891, do CPC, trata de competência relativa, admite-se, portanto, prorrogação 4. ATENÇÃO: Não se pode eleger o juízo, apenas o foro. DIVERGÊNCIA. A existência de cláusula prevendo foro de eleição não afasta, por si só, a prevalência do fórum solutionis contemplado no art. 891 do CPC, dada a especialidade do último sobre o primeiro. Em outras palavras, concorrendo, no caso concreto, o foro de eleição e o do local do cumprimento da obrigação prevalecerá o último 5. Súmula 33/STJ Dívida de coisa certa Onde a coisa se encontrar. Art. 891, Parágrafo único, a expressão da lei poderá deve ser substituída por deverá. Admite-se competência relativa. 5 PROCEDIMENTO DA CONSIGNAÇÃO JUDICIAL 5.1 Petição inicial Requisitos genéricos (art. 39, I, e 282, CPC) 5.2 Conter requerimento de depósito da quantia ou coisa devida (art. 893, I, CPC) Dispensado nos casos de consignação extrajudicial. 4 MARINONI e ALEXANDRE FREITAS CAMARA. 5 MARCATO, Antonio Carlos. Procedimentos Especiais. Pag. 79.

7 Coisa incerta Art. 894, CPC 5.3 Citação para levantar o depósito ou oferecer resposta. 5.4 Juiz determinará o depósito em 05 (cinco) dias. Não efetuado o referido depósito será caso de extinção do processo sem julgamento de mérito. Tratando-se de coisa devida, cabe ao credor no prazo de 05 (cinco) dias fazer a opção não fazendo caberá ao devedor. 5.5 Citação do réu Oferece resposta Art. 896, CPC. Contestação. Restringe as matérias alegáveis. Não se pode considerar que este artigo seja capaz de impedir o demandado de alegar em seu favor defesas processuais. Prazo aplicação subsidiária do procedimento comum, 15 (quinze) dias. OBS: Tendo o demandado contestado alegando insuficiência do depósito feito pelo demandante, determinado o art. 899, que se abra ao demandante um prazo, de dez dias, para que complemente o depósito. Sendo o depósito complementado. O juiz proferirá sentença, julgando procedente o pedido, para o fim de declarar que o depósito (com o complemento) pôs fim à relação obrigacional. É certo, porém, que neste caso o demandado tinha razão, já que a oferta originariamente feita pelo autor era insuficiente. Tem-se, pois, um caso em que o vencedor da demanda foi aquele que, indevidamente, deu causa ao processo. Deve o juiz, neste caso, condenar o demandante (vencedor) a pagar as despesas processuais e honorários advocatícios de demandado (vencido) Reconvenção. Não se admite no caso de alegação de insuficiência de depósito. Eis que, uma das características do procedimento de consignação é seu caráter dúplice, possibilitando o réu deduzir pedido em face do autor em sua contestação Exceções instrumentais Permanece revel Art. 897, CPC. A revelia na ação de consignação em pagamento não impõe o julgamento de procedência do pedido, como o art. 897, faz parecer. Seu efeito permanece sendo o de produzir uma presunção de veracidade dos fatos alegados pelo demandante, permanecendo o juiz com a incumbência de aplicar o direito ao caso concreto Levanta a quantia ou coisa depositada 6 LEGITIMIDADE 6.1 Legitimidade Passiva a) Credor. 6 CAMARA, Alexandre Freitas, Lições de Direito Processual Civil. Pag. 282.

8 Mandatário com poder de dar quitação Mandatário com poderes para receber e dar quitação. O credor é o réu da ação, aquele que o representa, apesar de poder receber e dar quitação, não é parte legítima para figurar no pólo passivo da demanda 7. b) Dúvida quanto ao credor litisconsóricio necessário passivo. c) Credor incerto. Citação por edital. Nomeação de curador. d) Credor incapaz. Participação do representante ou assistente. Participação do Ministério Público 6.2 Legitimidade ativa. a) Devedor b) Terceiro juridicamente interessado subroga-se. Ex. Síndico na falência, herdeiro, sócio, fiador. Art. 890, CPC; Art. 304, CC. c) Qualquer terceiro. Divergência. Possível (majoritária). Art. 304 do CC. Terceiro que não esteja juridicamente interessado não se subroga, apenas detém o direito de reembolsar a quantia paga. Art. 305, CC. Ex. Pai que paga dívida do filho. OBS: Para ajuizar a consignação judicial, nesta hipótese, será necessário que se ajuíze a demanda em nome do devedor, na condição de legitimado extraordinário (art. 6º, CPC), sendo-lhe vedado demandar em nome próprio. 7 CONSIGNAÇÃO DE PRETAÇÕES PERIÓDICAS. VENCIDAS E VINCENDAS 7.1 Previsão legal. Art. 892, CPC. 7.2 Prazo. Até 05 (cinco) dias da data do vencimento. O atraso ocasiona a mora intercorrente, faz com que não se possa reconhecer a eficácia liberatória do depósito feito a destempo. 7.3 Até que ponto pode-se depositar. A divergência surge diante da eficácia liberatória pro-futuro Processo civil. Recurso especial. Ação de consignação em pagamento. Procedência do pedido reconhecida em sentença. Recurso de apelação recebido em duplo efeito. Continuidade de consignação em juízo das parcelas após a prolação da sentença. Possibilidade. Conferência a ser realizada após o trânsito em julgado. - Nas ações em que a controvérsia se limita à adoção de índice de reajuste das prestações, deve ser admitida a consignação de prestações após a publicação da sentença, porquanto tal solução privilegia, de um lado, a efetividade do princípio da economia processual, e, de outro, a natureza eficacial da sentença que dirime 7 NERY JÚNIOR. Nelson. Código de Processo Civil comentado e legislação processual civil extravagante em vigor. 4. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, Pag

9 conflito acerca de obrigações que envolvam prestações periódicas. - A conferência das prestações consignadas após a publicação da sentença deverá ser realizada pelo Juízo de primeiro grau, após o trânsito em julgado da decisão. (REsp /SP, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em , DJ p. 151) 8 SENTENÇA 8.1 Pagamento. Extinção da obrigação, eficácia constitutiva. Direito Civil 8.2 Natureza da sentença declaratória, tendo em vista que declarar extinta a obrigação em decorrência de depósito pretérito, vale dizer, ocorreu regularmente em momento anterior. 8.3 Contestação com pedido de complementação do depósito. Misto de sentença declaratória e condenatória. Valor liquido e sentença genérica DIVERGÊNCIA. Tendo sido insuficiente o depósito, a sentença será pela procedência parcial do pedido de consignação, já que declarará o autor liberado parcialmente da obrigação (Art. 899, 1º), e de procedência do pedido do réu. Modificamos, assim, posição anteriormente sustentada, segundo a qual neste caso seria improcedente o pedido de consignação. Parece-nos melhor considerar que, neste caso, deverá o juiz julgar o pedido procedente em parte, o que se afirma em razão do 1º do art 899, que prevê a liberação parcial do devedor nesta hipótese. A diferença entre o que afora se sustenta e o que era anteriormente por nós defendido vai além dos aspectos puramente teóricos, tendo relevância para condenação nas despesas processuais e honorários advocatícios, já que pelo entendimento que tínhamos antes, o autor seria vencido inteiramente nas duas demandas, o que, salvo melhor juízo, na verdade não ocorre 8. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. Interpretação do contrato. Insuficiência do depósito. 1. A ação de consignação em pagamento admite o exame da validade e da interpretação de cláusulas contratuais, uma vez que se trata hoje de instrumento processual eficaz para dirimir os desentendimentos entre as partes a respeito do contrato, em especial do valor das prestações. 2. A insuficiência do depósito não significa mais a improcedência do pedido, quer dizer apenas que o efeito da extinção da obrigação é parcial, até o montante da importância consignada, podendo o 8 CAMARA. Alexandre Freitas. Pag. 287.

10 juiz desde logo estabelecer o saldo líquido remanescente, a ser cobrado na execução, que pode ter curso nos próprios autos. Art. 899 do CPC. Recurso não conhecido. (REsp /SC, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 10/12/2002, DJ 17/02/2003 p. 292) 9 CONSIGNAÇÃO EM CASO DE DÚVIDA QUANTA À TITULARIDADE DO CRÉDITO Art. 898, CPC 9.1 Exemplo. Morte do devedor 9.2 Procedimento. a) citação. Citação por edital se desconhecido. Ex. título ao portador, cheque. a.1) Não comparecimento art Depósito se converte em arrecadação de bens de ausente. O Juiz nomeará um curador a quem confiará a coisa depositada. Juiz na mesma sentença em que converter o depósito em arrecadação de bens de ausente, deverá declarar extinta a obrigação consignada, tornando certa a eficácia liberatória do depósito efetuado. a.2) Comparecendo apenas um dos sedizentes credores. Necessária a oitiva do demandante, eis que não tem apenas o interesse de pagar, mas pagar bem. a.3) Comparecendo dois ou mais. Se existir pedido de complementação, não estará liberado até a sentença. Se a dúvida gira em torno de quem é o titularidade do crédito. O juiz preferirá decisão declarando extinta a obrigação, excluindo o demandante. Trata-se de decisão interlocutória, pois não extingue o processo. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CONSIGNATÓRIA. DUPLA FASE. SUCUMBÊNCIA. EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO EM FAVOR DO DEVEDOR PELO PAGAMENTO MEDIANTE DEPÓSITO EM JUÍZO. CUSTAS E HONORÁRIOS REPARTIDOS PROPORCIONALMENTE PELOS RÉUS. PROSSEGUIMENTO DA LIDE ENTRE ELES EXCLUSIVAMENTE, PARA DEFINIÇÃO DA TITULARIDADE SOBRE O CRÉDITO CONSIGNADO. CPC, ART CONDENAÇÃO DO VENCIDO EM SUCUMBÊNCIA EM PROL DO CREDOR VERDADEIRO, RELATIVAMENTE À SEGUNDA FASE DA LIDE. RESSALVA, AINDA, DE RESSARCIMENTO, MEDIANTE AÇÃO PRÓPRIA, DOS HONORÁRIOS QUE O CREDOR VENCEDOR PAGOU AO AUTOR, NA PRIMEIRA ETAPA DO PROCESSO CONSIGNATÓRIO. I. Se o objeto da ação consignatória é, na espécie em comento, o de desonerar o devedor do encargo do pagamento das contribuições legalmente devidas, em razão de dúvida relevante acerca do destinatário da verba, ou seja, o credor, sendo que uma pluralidade deles se apresenta para recebê-la, uma vez reconhecida judicialmente a

11 fundada existência da dúvida a justificar o exercício do direito de ação pelo Banco devedor, a relação litigiosa, no que pertine ao autor, termina. E, como houve litígio, devidos são-lhe os honorários de sucumbência e o ressarcimento das custas processuais, em respeito ao art. 20 do CPC. II. A lide prosseguirá, mas apenas entre os réus, já que mais de um deles se diz credor da obrigação. E o vencido - aquele a quem não for atribuído o crédito - responderá perante o vencedor pela respectiva sucumbência, bem assim estará passível de lhe ressarcir o que teve de arcar, na primeira fase, a título de igual sucumbência frente ao autor, o que poderá ter lugar nesta mesma ação. III. Recurso especial conhecido pela divergência e parcialmente provido. (REsp /MG, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 15/02/2000, DJ 22/05/2000 p. 112) É de se notar que o litisconsórcio passivo formado entre os sedizentes credores não reunirá diversas pessoas num só pólo da relação processual. Cada um deles ocupará um pólo diversos, sendo este um caso clássico de litisconsórcio evntual, em que o conflito de interesse mais intenso se dá entre os litisconsortes.