Administração Pública Brasileira. Profa. Dra. Cláudia Souza Passador FEARP-USP
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1 Administração Pública Brasileira Profa. Dra. Cláudia Souza Passador FEARP-USP
2 Curriculo do professor Possui graduação em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1990), graduação em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo (1991), mestrado em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas - SP (1998); doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2003) e Livre-Docência em Administração Pública pela Universidade de São Paulo (2012). Atualmente é professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Organizações Públicas, atuando principalmente nos seguintes temas: administração pública, políticas públicas, desenvolvimento e capacitação de gestores públicos. Professora do Programa de Pós Graduação em Administração de Organizações da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) e do Programa de Pós-Graduação em Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Coordenadora do Centro de Estudos em Gestão e Políticas Públicas Contemporâneas da Universidade de São Paulo (GPUBLIC/USP). Pesquisadora do Observatório Nacional da Educação, vinculado à Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Avaliadora de mérito da CAPES, FAPESP E CNPq; pesquisadora vencedora do Prêmio Cátedras do Desenvolvimento do IPEA e bolsista produtividade CNPq. Vice-diretora Escola USP.
3 Disciplina: Administração Pública Brasileira Carga Horária: 06 horas / aula Professor: Profa. Dra. Cláudia Souza Passador Objetivo geral: Debater sobre a história e evolução da administração pública brasileira de forma a compreender as mudanças no contexto atual e o novo papel do gestor público Conteúdo programático: O contexto econômico e social brasileiro; Mudanças globais; Contextualização do Desenvolvimento; Governança.
4 O que é Administração Pública? Não existe uma única definição para Administração Pública; Dificuldade de definição conceitual de Administração Pública; Conceito em construção...
5 O que é Administração Pública? Constantes mudanças nos paradigmas e na compreensão sobre o que é Administração Pública; Evolução da Administração Pública como campo de conhecimento ao longo dos anos, acompanhando as mudanças do paradigma estatal
6 O que é Administração Pública? O que quer dizer mudança no paradigma estatal?
7 AP como Administração Pública CONTEXTO: redefinição do papel do Estado PAPEL DO ESTADO: catalisador de energias e potencialidades governamentais e comunitárias CARACTERÍSTICAS: A mobilização social do período anterior consolida: O conceito de cidadania Noção de direitos Fortalecimento da cultura democrática
8 Construção Nacional Estado Patrimonialista; Estado Clássico Weberiano; Estado Desenvolvimentista; Estado Gerencialista (Nova Gestão Pública) Estado Societal (Novo Serviço Público) Gestão Pública Democrática...
9 AP como Administração Pública CARACTERÍSTICAS: Nasce um novo papel do estado: catalisador de energias e potencialidades governamentais e comunitárias Nesse contexto, os Administradores Públicos devem administrar democraticamente e gerenciar a participação social Assim, a competência política, aliada à técnica, deve conciliar demandas sociais e conviver com relações de poder entre o Estado e a sociedade
10 AP como Administração Pública CARACTERÍSTICAS: Esse paradigma, atual, deve consolidar as mudanças na sociedade Adotar valores de cultura democrática Aperfeiçoar os instrumentos de gestão e buscar novas possibilidades, orientando essa busca por critérios éticos, democratização da informação e envolvimento da população
11 Desafios do mundo contemporâneo
12 Desenvolvimento Economicista Aspecto Liderança do processo Cidadania Investimentos políticos Educação Social Atividades incentivadas Participação da sociedade Ocupada pelas elites Restrita ao direito de voto Característica Infra-estrutura para industrialização e exportação Estrita a capacidade profissional Ações de curto prazo, interesse eleitoreiro Industrialização, agricultura empresarial (commodities) Satisfação das necessidades individuais
13 Diferenças básicas entre Fordismo e o novo paradigma Fordismo Crescimento econômico extensivo com aumento de consumo de massas Novo Paradigma Crescimento econômico seletivo com diversificação do consumo Economia de escala Competitividade baseada em abundancia de recursos naturais, baixo custo da mão de obra, e limitado controle ambiental (externalização) Estado de Bem Estar e interventor com gerencia burocrática e crescente participação no PIB e no investimento social Aumento da produtividade, dos salários (% na renda nacional) e do emprego Dinamização da base industrial e do consumo de bens industrializados de massa Flexibilidade da produção e ganhos na qualidade e diversidade de produtos (economia de escopo) Competitividade baseada em tecnologia, conhecimento, informação e recursos humanos qualificados e no controle e qualidade ambiental Novas institucionalidades, reorientação do papel do Estado para a regulação e administração por resultados (3º Setor) Aumento da produtividade e da qualidade com mudanças das relações de trabalho e redução do emprego formal e do trabalho no valor do produto Crescimento de novos segmentos e setores, especialmente terciário, serviços públicos e serviços ambientais
14 Ondas da Reforma Principais razões para reforma Gastos públicos Qualidade dos serviços Eficiência governamental Efetividade das políticas públicas
15 Ondas da Reforma Como são feitas as reformas Finanças Pessoal Organização Desempenho
16 Ondas da Reforma 1ª onda (inicia-se em meados de 70) Agenda neoliberal Redução do Estado Diminuição do Keynesianismo (Estado de Bem-Estar) Mercados não regulados Governo minimalista
17 Ondas da Reforma 1ª onda Forte influência do Consenso de Washington Imposição a países em desenvolvimento Banco Mundial e FMI têm papel importante na pressão Empréstimos para Ajuste Estrutural (EAE) Redução do pessoal Desregulamentação Privatização Terceirização
18 Ondas da Reforma 1ª onda A Nova Gestão Pública emerge da reforma dos serviços públicos Reino Unido e Nova Zelândia viram modelos Aplicação Universal dos modelos problemas
19 Ondas da Reforma 1ª onda Pressão para reforma Expectativa de resolução de problemas Expectativas não atendidas e o mesmo padrão de serviços Aumento do ceticismo e desconfiança nas instituições Crença de que o mercado é melhor que o público Consumidor, cliente, contribuinte vs. cidadão
20 Ondas da Reforma 2ªonda (inicia-se em 90) Ações mais amplas Avaliação de desempenho Monitoramento Transparência Comparação Descentralização Regulação Gestão Financeira
21 Ondas da Reforma 2ª onda (inicia-se em 90) Mais foco em: Reformas estruturais Responsabilização Desempenho Em análise, BM e FMI avaliam que as reformas apoiadas não tiveram sucesso!
22 Ondas da Reforma 2ª onda (inicia-se em 90) Problemas: Inércia e resistência à mudança Falta de planejamento Controle centralizado Restrições de ordem legal/governança Maior foco no projeto e conteúdo do que no processo de implementação!
23 Ondas da Reforma 3ª onda (inicia-se em 2002) Foco no ambiente institucional, na promoção da governança e no combate à pobreza Visão de que as reformas dependem do ambiente para efetivação de fato Ideias mais restritas, sem grandes projetos
24 Ondas da Reforma 3ª onda (inicia-se em 02) Serviço público: Honesto Eficiente Decentemente pago Foco no cidadão Planejamento e controle Simplificação dos procedimentos Capacidade para implementação de políticas públicas
25 Ondas da Reforma 4ª onda (inicia-se em 08) Crises mudaram o jogo! Percepção de que o mercado é falho! Orientação para os serviços Estado desenvolvimentista Maior inovação AP: Proativa, eficiente, responsável
26 Ondas da Reforma 4ª onda (inicia-se em 08) Condições para mudanças: Apoio político Liderança e metas Compromisso político Comunicação efetiva Não ser imposição externa Articulada Agenda conduzida por órgão específico
27 Reforma na AL Segue tendência mundial de reforma Segue padrão do modelo universal Espera que modelo replique os mesmos resultados
28 Reforma na AL Originalmente, AL possui tradições distintas Emancipação não desvincula as antigas elites Alocação de cargos públicos seguia a lógica de recompensa Origem da burocracia tem raízes no patrimonialismo!
29 Reforma na AL A partir de 1930: Crise mudança do papel do Estado Estado promotor de desenvolvimento econômico Novas funções necessidade de nova burocracia Burocracia patrimonial e nova burocracia racional-legal
30 Reforma na AL Transição democrática marcada por agenda neoliberal Privatização Cortes orçamentários Redução de pessoal Desregulamentação Redução do Estado
31 Reforma na AL Contexto estrutural Cultura administrativa Perfil dos servidores públicos Venda de influências Patrimonialismo Falta de transparência Público vs. Privado Nepotismo Visão restrita de AP
32 Reforma na AL Contexto estrutural Coexistência de tendências patrimonialistas e burocráticas Máquina administrativa tem papel político quem controla a máquina Forte legalismo Formalismo Estruturas confusas
33 Reforma no Brasil Inicia-se no final do período militar Problemas de má gestão e autoritarismo Modelo nacional-desenvolvimentista
34 Marcas do Regime Militar: Descontrole Financeiro Falta de responsabilização Politização indevida Fragmentação das empresas públicas Falta de foco Reforma no Brasil
35 Reforma no Brasil Constituição Federal de 1988: Democratização do Estado controle externo Descentralização (política, financeira, administrativa) Profissionalização da burocracia
36 Reforma no Brasil Entretanto... Controle externo sujeito ao patrimonialismo Descentralização multiplicação de municípios Profissionalização corporativismo estatal
37 Reforma no Brasil Constituição Federal de 1988 não foi a panaceia para os problemas Governo Collor: agrava problemas Governo Itamar: diagnósticos sobre a situação da AP Governo FHC: criação do MARE (Ministério da Administração e Reforma do Estado)
38 Reforma no Brasil Bresser-Pereira: condução do MARE Análise das experiências internacionais NGP Adaptação à realidade brasileira
39 Reforma no Brasil Reorganização administrativa Aperfeiçoamento do serviço público Melhoria no fluxo de informações Estímulo a carreiras ENAP Tetos para gastos com funcionalismo Plano Diretor como diretriz geral de mudanças
40 Reforma no Brasil Mudanças institucionais não completas Choque cultural Reengenharia institucional público não estatal Estabilidade monetária favorece ambiente de mudanças
41 Reforma no Brasil Não apenas acertos Erros/dificuldades Restrição das carreiras Falta de força para reforma ampla e contínua Oposição política
42 Gestão Fiscal Novidades de políticas públicas (estados e municípios) Inovações nas políticas públicas Planejamento PPA Governo Eletrônico, Open Government
43 Organizações públicas Recursos Humanos Estado-Rede
44 Para Coelho (2012): 1º: Eficiência fazer mais com menos (econômico-financeira) 2º: Eficácia fazer melhor (administrativo-funcional) 3º: Efetividade fazer diferença (sócio-política)
45 Federação em construção ESTADO DESENVOLVIMENTISTA DEMOCRATIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO CONTROLE PÚBLICO PACTO CONSTITUINTE DE 1988
46 É preciso... Gestão pública Transparente Participativa Responsável Integrada...como?
47 Estratégias para políticas públicas Considerar todo o processo: começo, meio e fim; Articular atividades-meio com atividades-fim; Coerência ao processo (equação custo-efetividade); Medidas que envolvem administração pública direta e administração pública indireta.
48 Diagnóstico Dados e indicadores Metodologias quantitativas e qualitativas Radiografia da administração pública Base de dados: Base para reflexão estratégica Dimensão temporal às estratégias Importância da produção de informação
49 Trama Produtiva Análogo ao conceito de interorganização orientada para a competitividade. Pressupõe a existência dos seguintes componentes: recursos humanos qualificados; relações econômicas; circulação de informações; estrutura institucional desenvolvida; construção de uma identidade sociocultural.
50 INTEGRALIDADE/EFETIVIDADE Transparência GESTÃO ADMINISTRATIVA USP GESTÃO JURÍDICA E FINANCEIRA Controle Social
51 Desafios da Era do Conhecimento Compromisso para um novo Ciclo de Desenvolvimento: 1.Diversos programas de capacitação para fortalecimento institucional 2.Gestão por Resultados (contratos, compromissos a serem pactuados, monitorados e avaliados); 3.Construção de sujeitos: governantes, atores da gestão e da sociedade;
52 Desenvolvimento no Brasil hoje: Geração de trabalho e renda; Políticas transversais; Políticas Multissetoriais; Inserção internacional; Geração de energia.
53 Considerações finais Pactuar a formatação Segmentação Rede descentralizada de apoio e consorciamento Flexibilidade nas Fontes e acesso aos recursos Tecnologias abertas, interoperáveis e adaptadas à realidade da USP Profissionalização da Gestão Pública
54 Século XXI Avaliação Parcerias/Redes Abordagem Sistêmica Eficiência Profissionalização Governance/ Governança Eficácia Accountability/Transp arência Efetividade Inovação Organizacional Condicionalidade Cooperação Interorganizacional Horizontalidade Empoderamento Concertação
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