Aves em Portugal Ferramentas para a sua monitorização
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- Júlio Fidalgo Martins
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1 Aves em Portugal Ferramentas para a sua monitorização CEMPA Centro de Estudos de Migrações e Proteção de Aves Estação Ornitológica Nacional Vitor Encarnação Lisboa, Maio de 2013
2 As aves em Portugal e no Paleártico Os diferentes tipos de movimentos Naturais Artificiais Monitorização das populações Resultados e aplicações
3 Paleártico Ocidental
4 Aves de Portugal e do Paleártico Ocidental Mais de 740 espécies no Paleártico Ocidental Mais de 600 ocorrem regularmente 390 ocorrem em Portugal (54 exóticas) destas 21 são nidificantes Alterações que ocorrem Comportamento (dispersão,alimento) Clima
5 Estatuto fenológico das espécies em Portugal R I N/E MP Continente Madeira Açores
6 Aves marinhas
7 Aves aquáticas
8 Aves limícolas
9 Aves palustres
10 Aves florestais
11 Aves rupícolas
12 Os movimentos Naturais Migração Dispersão Alteração da área de distribuição Artificiais (intervenção humana) Intencional Não intencional (comércio) Ocasional
13 Anas platyrhynchos (pato-real) Nidificante Invernante Residente
14 Anas crecca (marrequinha) Nidificante Invernante Residente
15 Migrações - o que são? Uma migração ocorre quando uma população de seres vivos se move de um biótopo para outro, normalmente em busca de melhores condições de vida; alimentação, temperatura, trabalho As migrações podem ser temporárias, ou permanentes Migrações temporárias são conhecidas em muitas espécies de animais e podem ter periodicidades muito diferentes; diárias, verticais do plâncton na coluna de água; anuais como as das andorinhas e de outras aves e de muitos animais terrestres; plurianuais como as das enguias e de outros peixes.
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17 A origem das migrações É o ciclo das estações que determina as migrações. Pensa-se que na Europa as migrações surgiram com o fim da última época glaciar. As aves adaptaram-se a um ciclo de vida durante o qual ocupam muitas vezes habitats muito variados. Competem com outras espécies e utilizam recursos alimentares diferentes nas diversas épocas do ano.
18 Migração das aves Migração é a deslocação regular, normalmente em grupo, entre habitats realizada por uma determinada população de uma espécie em diferentes épocas do ano. Cerca de metade das populações das zonas mais temperadas também o faz para evitar o frio. As aves também migram dentro dos continentes. A mais longa rota de migração conhecida é a da gaivina do Ártico (Sterna paradisaea), que migra do Ártico para o Antártico e retorna todos os anos.
19 Estratégias de migração ou optimização do esforço De um modo geral pode-se dizer que existem duas estratégias de migração: Migração numa frente ampla Migração numa frente estreita As rotas de migração são normalmente: rota pré-nupcial (mais a leste ) rota pós-nupcial (mais a oeste ) (estas diferenças estão fundamentalmente ligadas aos ventos predominantes)
20 Ciconia ciconia (cegonha-branca)
21 Sterna albifrons (andorinha-do-mar-anã)
22 Ardea purpurea (Garça-vermelha) Nidificante Invernante Residente
23 Phoenicopterus roseus Flamingo Nidificante Invernante Residente
24 Platalea leucorodia Colhereiro Nidificante Invernante Residente
25 Movimentos migratórios Ciconia nigra
26 A viagem do Colhereiro
27 Anilhagem Terschelling Agosto 1996
28 Anilhagem Terschelling Agosto 1996 El Rocio Fevereiro 1997
29 Anilhagem Terschelling Agosto 1996 astro Marim Agosto 1997 El Rocio Fevereiro 1997
30 Anilhagem Terschelling Agosto 1996 ia Ortigueira Maio 1998 Castro Marim Agosto 1997 El Rocio Fevereiro 1997
31 Anilhagem Terschelling Agosto 1996 Julho 1998 ia Ortigueira Maio 1998 Castro Marim Agosto 1997 El Rocio Fevereiro 1997
32 Anilhagem Terschelling Agosto 1996 Julho 1998 ia Ortigueira Maio 1998 Moeze Abril 1999 Castro Marim Agosto 1997 El Rocio Fevereiro 1997
33 Anilhagem Terschelling Agosto 1996 Julho 1998 Julho 1999 ia Ortigueira Maio 1998 Moeze Abril 1999 Castro Marim Agosto 1997 El Rocio Fevereiro 1997
34 Anilhagem Terschelling Agosto 1996 Julho 1998 Julho 1999 Yves Setembro 1999 ia Ortigueira Maio 1998 Moeze Abril 1999 Castro Marim Agosto 1997 El Rocio Fevereiro 1997
35 Anilhagem Terschelling Agosto 1996 Julho 1998 Julho 1999 Baie de la Seine Setembro 2000 Yves Setembro 1999 ia Ortigueira Maio 1998 Moeze Abril 1999 Castro Marim Agosto 1997 El Rocio Fevereiro 1997
36 Anilhagem Terschelling Agosto 1996 Julho 1998 Julho 1999 Baie de la Seine Setembro 2000 Yves Setembro 1999 ia Ortigueira Maio 1998 Moeze Abril 1999 astro Marim Agosto 1997 Março 2001 El Rocio Fevereiro 1997
37 Anilhagem Terschelling Agosto 1996 Julho 1998 Julho 1999 Baie de la Seine Setembro 2000 Yves Setembro 1999 ia Ortigueira Maio 1998 Moeze Abril 1999 Urdaibai Setembro 2001 Castro Marim Agosto 1997 Março 2001 El Rocio Fevereiro 1997
38 Dispersão
39 Perda de habitat Ameaças Urbanização Agricultura (intensificação, químicos, recursos alim.) Alterações do clima Perseguição Obstáculos
40 A monitorização A monitorização é uma obrigação Comunitária (Directiva Aves). É essencial para a identificação dos problemas de conservação. Compreender as estratégias de migração Para elaborar estratégias de conservação é necessário saber como e porquê evoluem as populações ao longo dos anos. Avaliar o impacto das actividades humanas e das alterações climáticas nas populações e nos habitats. Identificar as alterações na distribuição e na fenologia.
41 Como é realizada a monitorização das populações Censos Contagens diretas Estimativas Captura e marcação Captura e recaptura (anilhagem) Contagem de colónias Estudos de distribuição (atlas) Mapeamento territorial Pontos de escuta e contagem
42 Programa Nacional de Monitorização de Aves Aquáticas Invernantes
43 Os locais objeto de monitorização do programa, foram organizados nas 17 bacias hidrográficas em que se divide o território nacional continental. 75 locais de contagem, englobando a maior diversidade possível de tipos de zonas húmidas: estuários, lagoas costeiras, pauis, albufeiras de barragens e açudes Importância ecológica para a avifauna. São recenseadas normalmente 80 espécies de aves aquáticas.
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46 Cobertura dos censos IWC
47 Anilhagem científica de aves Técnica de utilização generalizada Baseia-se na marcação individual através da colocação de anilhas e/ou outros marcadores contendo um código único e internacional Em cada ano, na Europa são anilhadas em segurança e libertadas, 4 milhões de aves. Destas, são recapturadas 90 mil.
48 Breve História da Anilhagem No Mundo Pratica-se desde a antiguidade Primeira anilhagem realizada por Ingleses no séc. XVIII Primeira identificação numérica por Audubon em 1801; Mortensen em 1899 Foram criados programas oficiais de anilhagem: Inglaterra 1909; Holanda 1911; França 1912; Noruega 1914; Itália 1924 Hoje existem mais de anilhadores na Europa
49 Em Portugal William C. Tait (finais do Sec. XIX e XX) W.Tait-Oporto-nº. Publica Birds of Portugal, 1924 Experiências pioneiras e instalação da primeira central no Porto com o Prof. Santos Júnior a partir de 1953 Campanhas de anilhagem IRG do BTO em 1973 Desenvolvimento a partir da criação do CEMPA em 1976 Em 1999 publicação do Dec. Lei 140 Atualmente a CNA tem 230 colaboradores anilham-se aves/ano num total de mais de de 300 espécies
50 As técnicas utilizadas Processos de captura Redes Armadilhas Outros Processos de marcação Anilhas metálicas e/ou coloridas Placas ou marcas alares Marcas nasais Emissores
51 As anilhas metálicas As anilhas de metal, são numeradas e identificadas pela estação responsável pela sua emissão o que que as torna únicas. São de diferentes tamanhos apropriados a cada espécie. As anilhas são colocadas ou retiradas com alicates especiais adaptados para tal.
52 Anilhas plásticas
53 Aves anilhadas controladas
54 Movimentos de Anas clypeata
55 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
56 Acrocephalus scirpaceus (rouxinol-pequeno-dos-caniços)
57 Juvenil no ninho (Ilha do Pico) 9198 km Sterna hirundo (garajau) Morta em (157 dias)
58 (Adulto) Hydrobates Pelagicus (Paínho-de-cauda-quadrada) 8599 km (Más condições fisicas)
59 28 anos 5 meses e 14 dias 6197 km Calonectris diomedea (Cagarro)
60 Aplicações da monitorização Estratégias e medidas de conservação Saúde (gripe das aves, virus do Nilo) Qualidade de vida (APA, INE, MAMAOT) Índice de Aves Comuns - Indicador da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável Índice de Aves Comuns de Zonas Agrícolas - indicador do Programa de Desenvolvimento Rural. metas estabelecidas pela Convenção sobre Diversidade Biológica e pela Estratégia para 2020 da União Europeia para travar o declínio da biodiversidade. Sinalização de alterações no habitat Impactes provocados pela atividade do Homem Alterações climáticas
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62 Consequências das AC Aumento das distâncias a percorrer Aves migradoras da família das toutinegras enfrentam o risco de ter de alongar até mais 400 quilómetros as suas viagens anuais entre a África e a Europa, por causa das alterações climáticas Alterações no calendário dos movimentos Análise de dados de 30 espécies de aves obtidos ao longo de 24 anos concluiu que algumas aves estão a regressar vários dias mais cedo em relação à década de 80. Deslocação das áreas de distribuição Prevê-se a deslocação em cerca de 550km para Nordeste no final deste Século Para algumas espécies, a área de distribuição futura nem sequer se sobrepõe à área de distribuição atual. Estudo em 42 espécies de aves, demonstra que as aves do sul da Europa, entre 1980 e 2004, se tornaram mais comuns em países como, por exemplo, o Reino Unido. Fonte: A Climatic Atlas of European Breeding Birds
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64 Obrigado
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