POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 13. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua
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- Zilda Almeida Varejão
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2 POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 13 Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua
3 Tipos de conselhos TIPOS DE CONSELHOS 1. os Conselhos Comunitários dos anos 1970, criados pelo próprio Executivo, para mediar suas relações com os movimentos e com as organizações populares e auxiliar na administração municipal. Os conselhos comunitários foram criados a partir de decretos governamentais. Eram espaços de negociação entre o movimento popular e certas áreas do poder público, sendo mais consultivos do que deliberativos. Atuavam como apaziguadores e, não raro, praticavam a cooptação de lideranças e incorporam apenas os setores organizados que apoiam os grupos que estão no poder. Eram de duração efêmera, segundo os mandatos eletivos de seus proponentes.
4 Tipos de conselhos 2. os Conselhos Populares dos anos 1980, construídos pelos movimentos populares ou setores organizados da sociedade civil em suas relações de negociação com o poder público. Tiveram grande repercussão na cidade de São Paulo nas áreas da Saúde e Habitação. Fundamentados nos princípios da autonomia e da autogestão, tinham a democracia de base como valor central. Os movimentos sociais de massa, não exclusivamente sindicais e nem exclusivamente político-partidários, eram elementos fundamentais para a construção dos conselhos populares representativos.
5 Tipos de conselhos 3. os CONSELHOS INSTITUCIONALIZADOS dos anos 1990 Conselhos Temáticos Institucionalizados, Conselhos Tutelares e Conselhos Gestores - foram criados nos três níveis de governo, com possibilidade de participar da gestão dos negócios públicos, previstos na Constituição federal de 1988, surgidos por força de pressões e demandas da sociedade civil. Buscam disciplinar os preceitos constitucionais após a Constituição brasileira de Teoricamente não dependem da vontade dos governantes e abrangem todos os cidadãos. Seu universo é composto de categorias sociais como idosos, crianças, mulheres, índios, etc e não de classes sociais, como os Conselhos Populares. Alguns são chamados de Conselhos Tutelares, como o das crianças e dos adolescentes.
6 Tipos de conselhos Os Conselhos Temáticos Institucionalizados abrangem, além das estruturas organizadas por categorias sociais, os conselhos por áreas de gestão (setores das políticas públicas: saúde, transporte, educação, lazer, habitação, etc) e os conselhos tarifários (que visam democratizar a gestão pública no estabelecimento de tarifas em geral: são as Câmaras Técnicas Setoriais.) Os Conselhos Temáticos Institucionalizados, em suas diferentes modalidades não dependem da capacidade de mobilização popular, como os Conselhos Populares, e atuam em parceria com o poder público, como os Conselhos Comunitários. São espaços de democratização da coisa pública e de exercício da cidadania. As funções atribuídas aos Conselhos Temáticos Institucionalizados, são o controle e fiscalização do poder executivo; e a participação no planejamento das políticas de gestão de bens públicos.
7 Tipos de conselhos Os Conselhos Gestores foram a grande novidade nas políticas públicas ao longo da última década. Com caráter interinstitucional, eles têm o papel de instrumento mediador na relação Estado/sociedade e estão inscritos na Constituição de 1988 e em outras leis do país, na qualidade de instrumentos de expressão, representação e participação da população. Os Conselhos Gestores são diferentes também dos Conselhos de Notáveis existentes em algumas áreas do governo como saúde, educação e outras pelo fato de estes serem formas de assessoria especializadas e incidirem na gestão pública de forma indireta.
8 Tipos de conselhos Conselhos Gestores criam uma nova esfera social-pública ou pública não-estatal um novo padrão de relações entre Estado e sociedade, porque os Conselhos viabilizam a participação de segmentos sociais na formulação de políticas públicas e possibilitam à população o acesso aos espaços nos quais se tomam as decisões políticas. Legislação desde 1996 preconiza o caráter deliberativo e paritário dos conselhos gestores.
9 Conselhos nacionais no governo Lula Funcionamento dos conselhos nacionais NO GOVERNO LULA 1. O governo Lula aparece em uma posição de continuidade com as políticas de participação local que surgiram no Brasil na década de Ele potencializou a criação de novos conselhos e reforçou aqueles já existentes, oferecendo-lhes capacidade de influir mais nas respectivas políticas públicas. 2. Desde 2003, a participação passou a fazer parte do funcionamento cotidiano do governo federal no Brasil por duas vias principais: os conselhos e as conferências nacionais.
10 Conselhos nacionais no governo Lula 3. Ainda não há no governo federal um papel muito claro para os conselhos nacionais fora dos sistemas de gestão que incluem a saúde, a assistência social, a criança e o adolescente e o meio ambiente. Nestes casos, é possível perceber um papel muito claro dos conselhos nas políticas sociais. Nos outros casos, ainda está para ser atribuído um papel mais claro para os conselhos. 4. O governo Lula expandiu a forma conferência para o conjunto das áreas de políticas públicas. Até então, as agendas da sociedade civil no Brasil eram basicamente locais. As conferências nacionais iniciaram o projeto de consolidação de uma agenda nacional da sociedade civil em áreas como meio ambiente, saúde, segurança pública, entre outras. As conferências cumpriram o papel de estabelecer uma agenda mínima de negociação entre o Estado e a sociedade civil em áreas relevantes das políticas públicas.
11 CONFERÊNCIAS NACIONAIS Apesar de terem alguns traços homogêneos (exemplo: exceto a I Conf. de Direitos Humanos, todas foram convocadas pelo Poder Executivo) há elementos de diferenciação, que variam de acordo com a tradição de participação da sociedade civil em uma área específica. Há profundas variações quanto a três critérios: 1. a preparação das conferências em unidades da Federação, 2. o caráter deliberativo ou consultivo da conferência, 3. a existência e o número de resoluções. Nas áreas de saúde, assistência social e cidades essas conferências envolveram preparação em todos os estados da Federação e no Distrito Federal. Nos casos da saúde e da assistência social as conferencias produziram resoluções e foram deliberativas. No caso das cidades foram consultivas, ainda que o ministério tenha assumido o compromisso político de implementar as resoluções das conferências.
12 No tocante à democratização da relação do governo federal com a sociedade civil, avanços importantes foram feitos no estabelecimento de uma agenda comum na área de políticas sociais gerada nas conferências nacionais, e avançou bastante, mas ainda falta uma maneira clara de o governo federal negociar a implementação da agenda que tem sido produzida pelas conferências. Portanto, os avanços são parciais. Houve grande avanço do acesso da população de baixa renda a bens públicos, mas, diferente do que ocorreu em experiências locais, isso se deve antes de tudo a programas de transferência de renda. Esses programas ainda contam com pouca participação dos beneficiários, apesar de ter havido tentativas de vincular transferência de renda e participação social.
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