OS MOVIMENTOS POPULACIONAIS

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1 OS MOVIMENTOS POPULACIONAIS A migração, fenômeno complexo essencialmente social e com determinações múltiplas, apresenta interações peculiares com as heterogeneidades de uma formação histórico-social concreta. Assim, diante da pluralidade das relações sociais ou dos diversos contextos sociais onde se verificam processos de mudanças, a migração tende a assumir feições próprias, diferenciadas e com implicações distintas para os indivíduos ou grupos sociais que compõem e caracterizam. A evolução do Homo sapiens, ocorreu na África, onde, tudo leva a crer, se desenvolveu a primeira anatomia humana moderna. É também provável que o Homo sapiens tenha migrado para o Próximo Oriente, espalhando-se então para Ocidente através da Europa, e para Leste através da Ásia, e daí para a Austrália e, posteriormente, chegou as Américas. A palavra migração vem do latim migro, que significa "ir de um lugar para outro". Assim, o que denominamos migração demográfica é o deslocamento realizado por um indivíduo ou por um grupo de pessoas, que se desloca de um lugar para outro no qual pretende viver, fixar residência. A população que realiza esses deslocamentos é denominada migrante; se esse movimento for de saída, também é conhecida como emigrante. O movimento contrário, de entrada, distingue os imigrantes. O saldo entre o número de imigrantes e emigrantes é a migração líquida, ou saldo migratório, o qual tanto pode ser negativo como positivo. Quando o movimento migratório ocorre de uma nação para outra é chamado de migração externa; já a migração interna é a que se realiza dentro de um mesmo país. Entre as migrações externas mais importantes da atualidade destaca-se a dos países subdesenvolvidos para os países desenvolvidos, que têm as melhores ofertas de trabalho, além da possibilidade de uma vida melhor. Contingentes significativos da população dos subdesenvolvidos vêem-se atraídos por esses benefícios, e, assim, deixam seus territórios de origem. A migração é qualificada em função do tipo de movimento ou deslocamento espacial que represente, podendo ser: contínua, circular, intermitente, de retorno, por situação de domicílio, intra ou inter regional, etc. Como agravante, inexiste unanimidade no entendimento do que seja migração, migrante ou, simplesmente, mobilidade, e surgem ainda dificuldades para se delimitar o que seriam fluxos ou correntes migratórias nomadismo, evasão populacional, movimentos sazonais, etc. ; áreas de origem e destino delimitação geográfica, o limite entre o rural e o urbano, áreas sócio-espaciais, etc. ; migração e intervalos de tempo mês, ano etc. e assim por diante. Além disso, as diversas filiações teóricas e metodológicas dos estudos já existentes, dependendo da abordagem, privilegiam indivíduos ou classes sociais. O micro ou macro, etc. Apesar dessas colocações, a migração, por ser componente demográfico relacionado às condições históricas das mudanças social, econômica, estrutural, etc. constitui importante mecanismo de reprodução ou alteração numérica da sociedade. Ela pode mediar ou refletir processos que incidem indiretamente sobre outros as relações de classe que determinam a formação e composição de mercado de trabalho de uma região ou de um setor, embora a compreensão empírica e teórica do seu efetivo papel no processo de mudança e conformação de uma estrutura social ainda não seja suficiente. Temos três elementos que irão constituir a migração: a distância do deslocamento, o tempo de permanência ou residência e o local de origem e destino do fluxo como etapa migratória única e/ou última. A Geografia Levada a Sério Página 1

2 Mas a migração não se reduz à transferência de um contingente humano que, em determinado período, desloca-se entre duas regiões e muda de residência de forma permanente. Uma definição mais criteriosa teria que incluir outras possibilidades como, por exemplo, a migração de retorno dos naturais às suas áreas de origem e abranger também as migrações temporárias. Especificamente, as últimas, apesar de não explicitadas nas estatísticas censais, são tão importantes quanto às permanentes e podem até ser mais expressivas, sob o aspecto numérico ou sócio-econômico. A profusão de estudos, abordando a questão de forma parcial e limitada e fracionando o seu conhecimento, dificulta até mesmo o estabelecimento de uma cronologia da evolução teórica do tema migração, ainda que se reconheça a importância histórica de estudos clássicos. As teorias atuais sobre a migração geralmente indicam como sua causa motora principal a desigualdade econômica, social, regional, etc. À migração caberia o papel de superar, diluir ou mesmo acentuar tal desigualdade, segundo os diversos contextos em que ela ocorre. Os diversos enfoques só parecem consensuais ao estabelecer que os fluxos migratórios originam-se do desequilíbrio espacial de natureza econômica, a qual produz diferenciais de renda e de emprego, por exemplo, entre as áreas de origem e destino. Além deste denominador comum, tudo é controvérsia: desde a concepção do que é fluxo ou mobilidade até a análise e tratamento empírico dos dados. Dependendo de cada enfoque teórico, a discordância fundamental pode se verificar na explicação da origem do desequilíbrio, na abordagem metodológica, nos pressupostos ideológicos e, principalmente, na interpretação dos fatores que determinam a migração ou das consequências que ela produz. A migração, vista como fenômeno positivo, possibilita a transferência de excedente populacionais de um setor para outro. Observa-se, via de regra, uma concepção dualista da economia, como aquela que vê na emigração de áreas rurais não-desenvolvidas uma condição de satisfação da demanda crescente de mão de obra pelo setor industrial emergente. Sendo consequência das diferenças regionais, a migração tem papel decisivo na eliminação dessas mesmas diferenças, atuando como fator corretivo dos desequilíbrios socioeconômicos no espaço. É o mecanismo que restaura o equilíbrio e, como tal, otimiza a oferta e a procura entre diferentes setores e subespaços, incidindo positivamente nos níveis de produtividade econômica e, principalmente, nos diferenciais regionais quanto às condições de emprego e de renda. A força de trabalho, considerada capital humano, caracteriza-se também como um dos fatores de produção de mobilidade estremada e, especificamente, tem oferta determinada pelos níveis de salários vigentes e demanda definida por sua produtividade. Consequentemente, os diferenciais de salário, na espacialidade heterogênea, configura-se como fator básico da migração. A mobilidade se liga à produtividade e à expansão física do capital, apresentado-se como condição e consequência do desenvolvimento das forças produtivas. Por seu papel essencial no processo de acumulação, as condições em que ela se manifesta podem retratar a própria natureza do ciclo econômico, na medida em que permite o uso extensivo ou intensivo da força de trabalho pelo capital. Em estruturas capitalistas marcadas pela rigidez ou expansão de sua morfologia econômica, as formas de mobilidade do trabalho surgem como fenômenos de submissão e não de liberdade, devido à tendência geral do capitalismo de açambarcar todas as formas pretéritas de produção: em busca de valorização, o capital tende a dominar todas as esferas que lhe são estranhas e concorrentes, destruindo-as e/ou incorporando-as ao seu processo geral de criação A Geografia Levada a Sério Página 2

3 de mercadorias. É o que ocorre com o trabalho. Toda estratégia capitalista de mobilidade é igualmente estratégia de mobilidade forçada. Neste sentido, a mobilidade forçada é uma estratégia capitalista de mobilização do trabalho. Não existe migração maciça espontânea: as razões estruturais compelem os emigrantes a deslocarem-se no espaço, determinando os fluxos e refluxos, assentamento e/ou redistribuição espacial da população, ou, especificamente, da força de trabalho livre. História e causas da migração global Desde o início da história da modernização, a migração desempenha um papel como uma breve retrospectiva histórica. Do século XVI até o século XIX, a formação do capitalismo na Europa sempre foi acompanhada por uma forte migração interna nos diversos países. No século XVIII, com o começo da industrialização, inicia-se o assim chamado êxodo rural; as pessoas migraram das regiões agrárias para os centros industriais, e as grandes cidades modernas surgiram. A ideologia oficial afirma que a grande força de atração dos centros urbanos capitalistas e do trabalho industrial inicial devia-se ao progresso civilizatório; as pessoas teriam reconhecido que, no âmbito de um novo modo de produção e de vida, poderiam se dar melhor. A realidade é outra. Num processo violento, que Marx denominou de acumulação primitiva, as pessoas foram expulsas das suas terras e socialmente desenraizadas (por exemplo, mediante a transformação dos campos de cultivo em pastagem para ovelhas dos latifúndios, como aconteceu na Inglaterra). Também o êxodo rural posterior já foi causado pela coerção silenciosa do desenvolvimento capitalista do setor agrário e não por motivos civilizatórios livremente escolhidos. Já no final do século XVIII e em todo o século XIX, existiam movimentos migratórios que ultrapassavam as fronteiras nacionais. Na época, principalmente da Europa para as Américas do Norte e do Sul e para a Austrália. Esses fluxos de migrações para ultramar foram produzidos pelas crises de modernização europeia, no início do capitalismo: pauperismo e miserabilidade absoluta como consequências das guerras de modernização europeias de formação estatal e nacional. As levas migratórias da época, para além do Atlântico, foram alimentadas pela esperança de um novo começo para viver nas "zonas virgens" da selva e das gigantescas "áreas livres" do Novo Mundo, sem a pressão social das relações europeias do início do capitalismo e da repressão e miserabilidade. Mas os migrantes europeus já encontraram, por sua vez, em todos os lugares, elementos do capitalismo; por outro lado, trouxeram, eles mesmos, esses elementos na forma de sujeito burguês, como produtores de mercadorias e sujeitos monetarizados, sem terem disso plena consciência. Os diversos movimentos migratórios do século XVI até o século XIX ainda não possuíam um caráter global e universal; relacionaram-se essencialmente às sociedades europeias do desenvolvimento capitalista inicial. A migração interna seguiu as levas não simultâneas da modernização nos diversos países. A migração para ultramar seguia as conjunturas de crise político-econômica, guerras e outros acontecimentos políticos. O plano fundamental de todos esses processos foi formado pela colonização interna e externa - a dominação das pessoas para o "trabalho abstrato" do capitalismo. Quaisquer que tenham sido esses processos, foram iniciados independentemente dos motivos socioeconômicos ou políticos particulares de latifundiários, príncipes, colonizadores, banqueiros ou, também, simples aventureiros; o resultado foi a "liberação" de pessoas desenraizadas, coercitivamente mobilizadas, que foram sugadas pelo modo de produção capitalista em expansão por sua fome de hands (mão de obra). A mobilização da força de A Geografia Levada a Sério Página 3

4 trabalho "liberado" para a expansão capitalista formou, portanto, o pano de fundo de todos esses movimentos migratórios particulares e diferenciados. A migração atual, comparada com isso, tem outra qualidade: não é mais limitada a determinadas levas não-simultâneas da modernização em diversos países, mas é universal e global; realiza-se quase em todos os lugares simultaneamente e se demonstra em novas dimensões. A causa: a nova migração maciça desde o final do século XX é consequência de uma nova crise socioeconômica da terceira revolução industrial, que possui diretamente um caráter global. Microeletrônica, tecnologia de informação e globalização do capital produzem, além de todas as barreiras nacionais e culturais, uma sociedade mundial imediata, mas não positivamente como uma conquista, e sim negativamente como processo de dissecamento econômico: cada vez mais pessoas se tornam "supérfluas", porque não podem mais vender a sua força de trabalho. Muitas grandes fábricas e, ainda mais, pequenas empresas caem abaixo do nível de produtividade determinado pelo mercado mundial, tornam-se não-rentáveis e, por isso, mais cedo ou mais tarde, são fechadas. Em lugar de um sistema que cubra o mundo todo com trabalho assalariado e valorização, vai surgindo um capitalismo insular: no mundo inteiro, a reprodução capitalista se reduz a "ilhas", ou melhor, "oásis" da produtividade e rentabilidade, em vota dos quais surgem desertos econômicos. Como consequência, reduzem-se violentamente as receitas estatais; grandes partes das infraestruturas são abandonadas ou estão direcionadas à reduzida produção dos "oásis". Estes têm uma densidade maior em determinados países e regiões dos centros capitalistas, enquanto no Leste e no Sul são menos densos e em algumas regiões mundiais nem existem mais. A própria produção de mercadorias deixa de integrar grandes massas da produção global. Os "supérfluos" estão sendo expelidos para circuitos subordinados, seja como empresários da miséria na circulação (ambulantes), como catadores de lixo, seja como força de trabalho doméstica barata; ou, então, caem em miserabilidade absoluta. Essa a verdadeira estrutura da globalização capitalista, cuja dinâmica deixa crescer tanto os desertos econômicos quanto o processo paralelo da crise ecológica amplia os desertos geográficos. Os "oásis" da valorização restante do capital, espalhados em densidade diferenciada em todo o planeta, tornam-se pontos de atração para uma humanidade que desaprendeu a criticar o capitalismo tão radicalmente quanto necessário. Mas essa força de atração não é, hoje, como no passado, resultado de um progresso civilizatório, tampouco de motivos livremente escolhidos, mas continua a ser o resultado de processos cegos de "liberação" e desenraizamento, agora, contudo, na direção exatamente oposta da história anterior da modernização. As pessoas não estão coercitivamente "liberadas" das relações agrárias para o trabalho abstrato, mas estão sendo catapultadas para fora do próprio trabalho abstrato. O pano de fundo não é mais, no entanto, a mobilização da força de trabalho para o capitalismo, mas a desmobilização mundial da força de trabalho na terceira revolução industrial, que estragou o apetite do capital por "hands" (mão de obra). O próprio capital está vagabundeando pelos "oásis" globais da rentabilidade para aproveitar os desníveis dos custos. Por outro lado, surge uma enorme pressão social que leva à vagabundagem global da força de trabalho, a qual migra em massa das crescentes áreas desertas econômicas em direção aos "oásis" cada vez mais reduzidos. Os movimentos migratórios das épocas pré-modernas da história humana sempre estavam ligados a catástrofes, mudanças climáticas e outros condicionantes da primeira natureza. As pessoas da época glacial se retiraram da expansão das geleiras, os caçadores seguiram as migrações da caça, os pastores trocaram os pastos. Os movimentos migratórios sociais modernos, ao contrário, são, por assim dizer, condicionados pelas catástrofes e mudanças A Geografia Levada a Sério Página 4

5 de clima da "segunda natureza" (social), que é produzida em cegos processos econômicos e políticos. Como a dominação capitalista da natureza é, ao mesmo tempo, destruição da natureza, também é idêntica ao fato de que as pessoas dominam menos do que nunca a sua própria sociabilidade. A migração em massa socioeconomicamente forçada, desde o final do século XX, é um forte indicador para o fato de que, definitivamente, a cega dinâmica social do capitalismo está fora de controle e, não por último, também indica, com a desmobilização global da força de trabalho, o final de uma capacidade imanente de desenvolvimento capitalista. Estruturas da migração universal A nova migração universal tem suas próprias estruturas. Muitas vezes trata-se de fluxos de migração socioeconômica dentro de países das regiões "excluídas" e desertificadas economicamente para os respectivos "oásis" nacionais da rentabilidade. Em parte, isso é a continuação de anteriores movimentos internos tradicionais da história da modernização, originalmente no decorrer da ascensão de determinados centros nacionais, quando a expansão capitalista de produção de mercadorias ainda formava o horizonte de desenvolvimento. O exemplo mais conhecido na Europa ocidental é a Itália com sua duradoura migração interna do mezzogiorno para as regiões industrializadas do norte. Outro exemplo da periferia capitalista é o Brasil, onde a migração do Nordeste para as áreas de integração parcial no mercado mundial no Sudeste também já faz parte da história da modernização. Contudo, dentro dessas migrações internas tradicionais, hoje acontece uma ruptura; não se realizam mais na perspectiva do desenvolvimento, mas sob condições qualitativamente novas da crise global e de suas formas de aparência nos respectivos países. Por um lado, a migração relativamente freada do desenvolvimento tornou-se uma migração da miséria em massa não controlada; por outro lado, grande parte dessa migração da miséria de força de trabalho desmobilizada também não mais encontra nos "oásis" da rentabilidade nenhuma ocupação regular. Em consequência, formaram-se, em menos de duas décadas desde o início da terceira revolução industrial, não só no Brasil, mas também em muitos países da periferia do mercado mundial, verdadeiras aglomerações urbanas monstruosas de uma população que não mais é integrável ao sistema produtor de mercadorias. Na sua estrutura social, migração corresponde quase exatamente aos diversos graus de crise e de colapso econômico em diversos países. Primeiro, trata-se, até agora em número reduzido, de especialistas qualificados ou estudantes que, em seus locais de origem, não encontram nenhuma ocupação correspondente à sua qualificação, porque a força do capital não é suficiente para indústrias de alta tecnologia, infraestruturas e instituições de ensino. Em segundo lugar, trata-se, principalmente, de força de trabalho jovem masculina para serviços pesados e inferiores nas zonas dos "oásis" (coleta de lixo, trabalho sazonal na agricultura, gastronomia etc.) que, porém, recente e crescentemente enfrentam a concorrência dos excluídos nativos. Passaram-se os tempos em que se deixavam tais serviços de salários miseráveis para os migrantes, podendo-se confiar no fundo de desemprego da previdência social. Agora as administrações capitalistas de crise exercem pressões sobre a força de trabalho nacional para que esta aceite trabalhos de baixa remuneração, cortando o fundo de desemprego e limitando-o temporariamente cada vez de modo mais drástico. Em terceiro lugar, pertence à estrutura social das migrações que ultrapassam as fronteiras um número elevado de força de trabalho jovem feminina. Essas mulheres acabam ou imediatamente na prostituição em massa, ou como empregadas domésticas ou enfermeiras de clínicas ou asilos onde formam um amortecedor de salários baixos na redução das infraestruturas condicionada pela crise. Também A Geografia Levada a Sério Página 5

6 aqui se agudiza a concorrência com a força de trabalho nativa barata que é forçada pela administração de crise, principalmente entre a população feminina. Nessa concorrência, existe um aspecto que pode ser uma vantagem para as migrantes e os migrantes: são, talvez, os desníveis nas taxas de câmbio. Se esses migrantes não pretendem ficar permanentemente no ocidente, ou, à medida que eles apoiam as suas famílias que ficaram em seus lugares de origem, então eles podem ser baratos sem concorrência, porque o poder de compra dos salários baixos que recebem na Alemanha ou nos Estados Unidos é multiplicado na Bolívia ou na Polônia. Nesse contexto, é importante notar que milhões de famílias da periferia capitalista em parte ou regiões de alguns países ou em países inteiros, não vivem mais de forma capitalista por conta própria, mas estão dependentes, em partes essenciais, de remessas dos migrantes e das migrantes. Essa dependência, obviamente, não é nenhuma "vantagem" da globalização, mas apenas um indicador de que partes crescentes do mundo estão sendo economicamente apenas "artificialmente" alimentadas e não possuem nenhuma capacidade própria de existência capitalista. Do controle da barbárie a barbárie do controle Frente à crise mundial capitalista da terceira revolução industrial, podemos mostrar agora como a nova qualidade dos fluxos migratórios planetários e a nova qualidade das guerras de ordenamento mundial estão entrelaçadas. A migração é parte essencial dos problemas de controle e segurança capitalista no processo global da crise. Só uma parte das migrações pode ser explicada diretamente pela força de atração econômica coercitiva dos "oásis" de rentabilidade. A outra parte da migração é, todavia, também consequência dos processos socioeconômicos globais da crise, mas, antes, de uma forma indireta. A mesma desertificação econômica que, de um lado, impulsiona grandes massas a procurar sua salvação nos "oásis" de rentabilidade, por outro lado, provoca, nas sociedades das zonas em colapso, guerras civis sem fim. Quem ainda possui um restinho de reserva e de energia, tem a escolha: ou enfrenta o caminho perigoso sobre montanhas, oceanos e fronteiras, para poder, em algum lugar, ainda vender a sua força de trabalho, ou pode juntar-se a um clã armado, um grupo de terror, um bando de saqueadores, uma milícia religiosa ou étnica. Essas duas opções parecem oferecer a única esperança para uma sobrevivência social. Migração socioeconômica e novas guerras civis são os dois lados da mesma moeda. E dessas guerras, nas quais Estados inteiros decaem, surgem infinitos fluxos de refugiados. Os refugiados do terror, do assassinato em massa, e dos saques são apenas uma continuidade da migração socioeconômica em nova qualidade. Ambos os fenômenos possuem a mesma raiz. A luta dos Estados Unidos e de seus aliados ocidentais contra a perda de controle é também uma luta contra a migração e contra a fuga em massa. Um "imperialismo de exclusão" visa a assegurar as zonas centrais da produção densificada dos "oásis" contra os fluxos migratórios. Permite-se apenas a migração controlada e não a migração "selvagem". Na Europa oriental, no mar mediterrâneo, e na fronteira sulista dos Estados Unidos, criaram-se cordões de vigilância. Ao mesmo tempo, trata-se de um imperialismo de segurança e das intervenções da polícia mundial de diversas dimensões para proteger os "oásis" de rentabilidade, nas regiões mundiais economicamente já em grande parte desertificadas, contra explosões irracionais de violência. A Geografia Levada a Sério Página 6

7 Migração e movimento social em nova perspectiva da crítica radical Também para a consciência de movimentos sociais das migrantes e dos migrantes só haverá uma perspectiva de futuro quando eles reconhecerem a relação causal entre migração, guerras de ordenamento mundial e barbárie nos limites históricos do moderno sistema produtor de mercadorias. A migração global não pode mais tornar-se um movimento de emancipação na base do trabalho assalariado e da produção de mercadorias, porque já é consequência de uma desmobilização global de força de trabalho. O fato de uma parte cada vez maior da humanidade se encontrar em fuga já é, propriamente, uma expressão de que o sistema mundial de trabalho assalariado de produção de mercadorias está desabando e não pode mais ser politicamente regulado. A luta necessária contra a discriminação não pode ser estabilizada no sentido do mero reconhecimento enquanto sujeitos da produção de mercadorias. Se as migrantes e os migrantes não quiserem outra coisa senão ganhar o seu pão pela valorização do capital, o seu barco só poderá ir a pique. O movimento das migrantes e dos migrantes não pode ser um novo movimento operário que não queira outra coisa senão o reconhecimento de seus interesses na ordem existente. Pelo contrário, também estão caindo fora do reconhecimento, total ou parcialmente, partes não-migrantes da população "supérflua". No mundo inteiro desaba a condição material e econômica de um reconhecimento formal, isto é, a capacidade do capital para a nova absorção do trabalho em grande escala. Só se pode pensar a luta por reconhecimento provisoriamente, como, por exemplo, o direito de permanência dos "ilegais", das pessoas "não-documentadas". Mas essa luta é apenas possível como uma reivindicação transitória no contexto de uma crítica fundamental e nova do sistema. O movimento social das migrantes e dos migrantes, no sentido de uma conscientização, só pode ser entendido como parte integrante do amplo e transnacional movimento social que está disposto a eliminar o sistema produtor de mercadorias do capitalismo moderno. Os grandes movimentos migratórios Os deslocamentos de população, conhecidos como migrações, podem ser gerados por necessidades internas dos próprios grupos populacionais ou por fatores externos a eles. As migrações geralmente estão vinculadas a um contexto socioeconômico global ou a um contexto nacional ou regional. Desde muito antes de surgirem os Estados modernos, as expulsões em massa causadas por razões políticas, étnicas ou religiosas já eram uma constante na história da humanidade. No século I d.c., por exemplo, a Palestina, habitada por diversos povos, era subjugada pelo Império Romano, constituindo assim um protetorado. Nessa condição, Roma controlava suas relações políticas e econômicas externas e internas. O povo judeu, que formava a maioria da população da Palestina, revoltou-se contra o domínio imperial. No conflito que se estabeleceu, Jerusalém foi destruída e milhões de judeus foram expulsos pelas tropas do poder dominante, dando início à diáspora. Em um período histórico mais recente (final do século XV e início do século XVI), a expansão comercial europeia e a conquista de territórios ultramarinos marcaram outro período de grande movimentação da população mundial: migrações espontâneas, que visavam ao povoamento de várias regiões do mundo conquistadas pelos europeus, foram seguidas de migrações forçadas de um grande número de pessoas capturadas, vendidas como escravas e transferidas em massa para outros continentes. A Geografia Levada a Sério Página 7

8 Movimentos migratórios importantes ocorreram também nos séculos XVIII e XIX e na primeira metade do século XX, quando milhões de europeus migraram para todas as partes do mundo, sobretudo para a América e a Oceania. Somente os Estados Unidos acolheram, de 1783 a 1945, mais de 47 milhões de imigrantes. Do mesmo modo, a imigração foi responsável por 60% do crescimento da população australiana no mesmo período. Outro exemplo registrado nas primeiras décadas do século XX foi resultado da grave crise econômica e populacional que fez do Japão um país de emigração. Após algumas décadas, porém, a recuperação econômica foi tão expressiva que o Japão se tornou um país de imigrantes. Muitas migrações, ainda decorreram de situações de opressão ou de perseguição. Na história moderna, por exemplo, houve grandes deslocamentos dessa natureza durante a Segunda Guerra Mundial e nos anos do pós-guerra. No continente europeu, em 1945, pelo menos 40 milhões de pessoas se encontravam fora de seus países de origem sem contar os exércitos de ocupação alemães e os estrangeiros recrutados pelos nazistas para realizar trabalhos forçados na Alemanha. Nos meses seguintes à vitória das tropas aliadas, 13 milhões de pessoas de origem alemã foram expulsas da União Soviética, da Polônia e de outros países do leste europeu. Uma explosão demográfica tomou conta da Europa no fim do século XIX e no início do século XX. A ciência melhorara a qualidade de vida e mais pessoas sobreviviam às doenças, aumentando a expectativa de vida e elevando as taxas de natalidade. Ao mesmo tempo, crises agrícolas causaram a escassez de alimentos em razão da devastação provocada por sucessivas guerras. A solução para o excedente de população estava em países longínquos como os do continente americano, carentes de mão-de-obra. Nações como o Brasil prometiam terras e a possibilidade de realização do sonho de riqueza e, assim, atraíam trabalhadores italianos, alemães, espanhóis e japoneses. Entre 1890 e 1899, entrou no país cerca de 1,2 milhão de imigrantes. A Geografia Levada a Sério Página 8

9 Tipos de migrações Êxodo rural: é o processo de saída do homem do campo para as cidades. Normalmente é um processo definitivo; Êxodo urbano: é o processo de saída do homem da cidade para o campo; Pendular: constituem deslocamentos diários de milhões de trabalhadores que moram na periferia e nos subúrbios, pela manhã, em direção ao centro, retornando a seus lares após a jornada de trabalho; Intra-regional: é uma migração interna, realizadas dentro de uma mesma região de um país; Inter-regional: é uma migração também interna, realizadas dentro de um país só que de uma região pra outra; Desterritorialização: é o processo no qual a população de um país, região é obrigada a deixar sua área por uma série de razões, seja por ordem natural, política, guerra, etc.; Transumância: é o deslocamento sazonal, que estão relacionadas às estações do ano. Essas migrações são do tipo vai-e-volta, isto é, o indivíduo desloca-se de sua área de origem para outra área, retornando posteriormente; A Geografia Levada a Sério Página 9

10 Transfronteiriço ou Commuting: é o movimento de pessoas que diariamente atravessam a fronteira entre dois países para trabalhar, usar serviços etc.; Nomandismo: se caracteriza pelo deslocamento constante de povos ou tribos em busca de alimentos, pastagens etc. Os povos nômades não têm habitação fixa, morando quase sempre em tendas desmontáveis. A Xenofobia A concorrência entre os habitantes do país e os imigrantes por postos de trabalho e as diferenças culturais têm gerado tensão nos países ricos, a ponto de os governos instituírem políticas restritivas à entrada de mais imigrantes e de as fronteiras europeias, norte-americanas e australianas passarem a ser protegidas por muros e cercas e vigiadas constantemente por câmeras e guardas. A aversão aos estrangeiros, chamada de xenofobia, se expressa também nas urnas. Governos de direita - tradicionalmente contrários aos imigrantes - vêm ganhando força com propostas de endurecimento às leis de imigração e combate aos clandestinos como forma de proteger os interesses dos cidadãos naturais da terra. O terrorismo, outra forte causa de xenofobia atinge principalmente os imigrantes de origem árabe e muçulmanos, mas leva desconfiança aos demais. Um triste exemplo foi o caso do brasileiro Jean Charles de Menezes, que vivia ilegalmente em Londres e foi assassinado pela polícia inglesa no metrô em julho de 2005, confundido com um terrorista. Barreiras Muitas barreiras caíram nos últimos anos, em tempos de globalização: capitais viajam instantaneamente, mercadorias vão para o outro lado do globo, até empregos mudam de país com o deslocamento de fábricas. Saltam à vista o movimento de integração econômica global e o livre trânsito financeiro, impulsionados pelas tecnologias de informação e comunicação (as chamadas TICs) e por fortes interesses empresariais. Quanto à circulação de pessoas, porém, o cenário não é o mesmo. É verdade que os meios de locomoção aviões, trens, navios estão mais desenvolvidos do que nunca. Mas, ao mesmo tempo, vemos surgir muros e cercas para fechar o caminho a populações inteiras, com o reforço de fronteiras, o isolamento de territórios e a segregação de comunidades. A pobreza decorrente do desenvolvimento desigual do planeta, agravada nas últimas décadas pela globalização, é um dos motivos que intensificam a corrida migratória. Outro são os conflitos, como os da África e do Oriente Médio, que fazem aumentar o número de refugiados. Antes abertos aos imigrantes, países como Canadá, Austrália e, sobretudo, Estados Unidos passaram a restringir a imigração, preferindo acolher apenas a mão-de-obra qualificada e, portanto, mais apta a contribuir para o enriquecimento do país. Um exemplo de zona de tensão está na fronteira dos EUA, o país mais rico do mundo, com o México. Na Europa, os imigrantes somam 56,1 milhões de pessoas - cerca de 10% são ilegais. Os obstáculos naturais enfrentados para chegar ali também são dificílimos de transpor. Os africanos, por exemplo, atravessam o imenso Saara a partir de diversos pontos até chegar às praias do Mediterrâneo na esperança de burlar a vigilância e alcançar país europeu escolhido. Quando conseguem entrar no país escolhido, os imigrantes caem na mira de policiais. A Geografia Levada a Sério Página 10

11 Enquanto cresce a interdependência entre as economias nacionais, porém, o desenvolvimento delas segue muito desigual. Boa parte dos países pobres não consegue retirar da pobreza parcelas significativas de seus habitantes. Muita gente decide tentar a sorte em outro país. Nos últimos tempos, a internet rompeu o isolamento cultural de várias populações, possibilitando que vislumbrem alternativas de vida melhor nos países ricos, levas crescentes de pessoas partem dos sonhos à ação. Clandestinos, levam vida difícil, são alvo de discriminação, exploração em subempregos e vítimas de violência, pois não podem recorrer à polícia para denunciá-la. Estimativas do UNODC (órgão das Nações Unidas contra o crime e drogas) indicam que o tráfico internacional de mulheres, crianças e adolescentes movimenta a cada ano entre 7 bilhões e 9 bilhões de dólares, sendo uma das atividades mais lucrativas do crime organizado transnacional. Algumas vezes, mesmo imigrantes legalizados e seus descendentes nascidos no novo país enfrentam problemas decorrentes da falta de oportunidades e, descontentes, geram focos de instabilidade. Em outubro e novembro de 2005, na França, uma onda de protestos contra a exclusão social e a repressão policial tomou os subúrbios de Paris, reduto de populações descendentes de imigrantes. Os protestos vieram de jovens que colocaram fogo em carros e enfrentaram a polícia. Na França, 8% da população é de origem estrangeira. A maioria originária de países africanos (2,2 milhões), principalmente da Argélia, antiga colônia. Em seguida, estão os imigrantes oriundos de nações vizinhas europeus (1,7 milhão). A tendência da população mundial é crescer mais nos países pobres e em desenvolvimento, onde a taxa de natalidade é maior. Para conter o fluxo e ainda sim aproveitar os benefícios econômicos da imigração, os países desenvolvidos têm adotado medidas de controle da situação, como concessão de vistos de trabalho temporário e legalização daqueles que já estão há muito tempo no território, e procuram evitar a migração de familiares dos já residentes. Só há facilidade de aceitação nos casos em que o imigrante é qualificado para trabalhos especializados. A Geografia Levada a Sério Página 11

12 Nas regiões mais pobres, o fenômeno da "fuga de cérebros" preocupa. Ao mesmo tempo em que dificultam a entrada da massa de imigrantes, em geral mão de obra desqualificada, as nações desenvolvidas buscam atrair profissionais qualificados dos países pobres como cientistas, professores, executivos. Esse fenômeno é chamado de fuga de cérebros dos países em desenvolvimento. A situação chega a extremos como no Caribe e na África, onde 50% dos profissionais qualificados migram. São cientistas, professores, médicos, pesquisadores qualificados. Na África do Sul, os médicos emigrantes são 9 mil dos 33 mil graduados por ano. No Brasil, 2,2% das pessoas com educação superior optam por emigrar, segundo o Banco Mundial. Outras formas de evitar a entrada de imigrantes ilegais, os países têm utilizado de rastreadores capazes de identificar a presença de seres humanos escondidos nos veículos que ingressam no país. Nos aeroportos europeus, aumentam as exigências para a entrada e permanência de turistas como a posse de determinada quantia em moeda local ou comprovação de reserva em hotéis, assim como se multiplicam as arbitrariedades cometidas por agentes da imigração, como detenção de estrangeiros ou recusa em permitir a entrada no país, baseadas muitas vezes em avaliações superficiais e preconceituosas. A repressão à imigração ilegal ganhou força em 2008, com a aprovação, pelo Parlamento Europeu, da Diretiva de Retorno, Lei de expulsão de imigrantes ilegais da União Europeia que estabelece a prisão dos ilegais por um período de 18 meses e proíbe seu retorno ao continente europeu por cinco anos. Defendida especialmente pelo governo francês, há também a imigração seletiva, que leva em conta apenas as necessidades de mão de obra qualificada. A mais emblemática barreira à imigração europeia, porém, não está no continente, mas em solo africano. São os altos muros que cercam Ceuta e Melilla, enclaves espanhóis no Marrocos e uma das principais rotas de migração de africanos em direção à Europa. Com 3 a 5 metros de altura e rematado por arame farpado, o sistema conta com dois muros paralelos, entre os quais circulam veículos de vigilância. Sensores de movimento e de ruído, uma forte e permanente iluminação e o aumento da repressão a partir de 2005 tornaram quase impenetráveis os dois territórios a imigrantes ilegais que vão para a Europa atraídos por sua riqueza, que brilha em comparação à pobreza africana. Fronteira vigiadas Para impedir as migrações ilegais, muitos países desenvolvidos, desde a década de 1990, mantêm suas fronteiras fechadas, sob constante vigilância. A Europa Ocidental e também o Japão enfrentam a perspectiva do envelhecimento e do declínio populacional. A Europa Ocidental, para manter a dimensão atual de sua população, teria de duplicar a quantidade de imigrantes. Mesmo tendo necessidade de novos fluxos de pessoas jovens, em idade de trabalhar, a imigração (principalmente a ilegal) é assunto que preocupa toda a União Europeia. Existe um consenso de que toda a Comunidade Europeia deve ajudar os países-membros que, por sua situação geográfica (proximidade do mar), recebem maior número de imigrantes ilegais, como a Espanha e a Itália. Os países da União Europeia propõem políticas coordenadas e eficazes entre os Estados-membros para conter a imigração ilegal e sugerem a repartição dos chamados sem-papel, ou seja, dos que não possuem documentos. A União Europeia mantém um sofisticado sistema de vigilância marítima para proteger as fronteiras da imigração africana. A Geografia Levada a Sério Página 12

13 As fronteiras cada vez mais militarizam-se e contam com alta tecnologia em matéria de sistemas de vigilância: além de arames, muros, campos minados e controles policiais, há também vigilância eletrônica e térmica. Esse controle, cada vez mais rígido, aumentou a tensão e a violência na zona de fronteira internacional, o que vem preocupando entidades e instituições ligadas aos direitos humanos. Segundo estatísticas organizadas pela Anistia Internacional (AI), nos últimos 20 anos, quase 10 mil pessoas morreram ao tentar entrar ilegalmente na Europa através do Oceano Atlântico ou do Mar Mediterrâneo. É bem provável, no entanto, que essa estatística esteja subestimada, e o número de vítimas seja bem maior. Por esse motivo, a União Europeia tenta transferir o controle de suas fronteiras internacionais interferindo no trânsito de refugiados e migrantes ilegais em países africanos aliados. O principal exemplo é a Líbia, que permitiu a construção pela União Europeia de centros de acolhimento como os políticos europeus costumam denominá-los para refugiados e migrantes ilegais originários, em especial, da África Subsaariana. Calcula-se que cerca de 2 milhões de africanos que pretendiam entrar na Europa vivem nesses acampamentos da Líbia, o que é uma evidência de que a barreira migratória da Europa se estendeu até a África. As políticas de impedimento das migrações ilegais pelo fechamento de fronteira, que são mantidas sob constante vigilância, ignoram muitas vezes os princípios de direitos humanos. Os Estados Unidos, apesar de necessitarem de mão de obra dos migrantes, têm recorrido à força para impedir a entrada ilegal deles ao longo dos quilômetros de fronteira com o México. Os grandes gastos com proteção fronteiriça não têm dado os resultados esperados: além de colocar em risco muitas vidas, têm conseguido apenas reduzir a migração feminina. No México, os migrantes pressionados pelo desemprego e pelas crises constantes insistem em ultrapassar as barreiras para chegar ao destino desejado. As exigências e o controle sobre a imigração são muito maiores para a mão de obra não qualificada. Os mercados de trabalho nos países desenvolvidos oferecem enormes vantagens: a diferença salarial entre um trabalhador rural africano ou latino-americano e um equivalente europeu chega a ser de 10 para 1. Entretanto, as políticas de imigração limitam as vantagens e o acesso desses trabalhadores ao mercado de trabalho, uma vez que as possibilidades de colocação da mão de obra disponível do próprio país serão diminuídas. Desafios para o migrante Diversas redes legais e ilegais estabelecem-se nos países de saída e de destino dos migrantes, constituindo um comércio de mão de obra. As redes clandestinas incluem tráfico de mulheres, escravização de pessoas, contrabando de gente, emissão de documentos falsos, etc. O mercado clandestino de trabalhadores, bastante rentável, atualmente é dominado por poderosas máfias, globalizadas. Quando os migrantes em situação irregular chegam ao país de destino, ficam sujeitos a incertezas e discriminações. Como não têm plena cidadania, não gozam de direitos civis, como serviço de saúde e de educação, e acabam por integrar marginalmente a força de trabalho. Em geral, seu trabalho é explorado, transformando-se, em alguns casos, em escravidão. Além da solidão e da frustração, os imigrantes ainda ficam sujeitos à discriminação cultural e econômica. Grande parte dos habitantes do país de destino sente-se ameaçada pela concorrência da mão de obra barata e tem atitudes racistas e/ou de intolerância, a xenofobia. Muitos deles chegam a se organizar em grupos ou partidos para propor a exclusão dos imigrantes. A Geografia Levada a Sério Página 13

14 Assumindo trabalho pesado e com baixa remuneração, a maioria dos migrantes vivem em bairros afastados ou nos subúrbios das cidades. As comunidades isoladas em bairros esquecidos pelo poder público formam os chamados guetos, bairros diferenciados etnicamente, onde vive uma população que não consegue se integrar no restante da sociedade e que busca reforçar sua identidade por meio de práticas religiosas, vestuário e outros aspectos da vida quotidiana. Mesmo diante desse cenário, em muitas cidades do mundo uma parcela importante da população é constituída de imigrantes: mais da metade da população de Toronto (Canadá) e de Los Angeles (Estados Unidos) nasceu em outro país; e mais de um quarto da população de Londres (Reino Unido) e de Cingapura (Cingapura) também é de origem estrangeira. As migrações na Era Global Desde o final do século XX, intensificaram-se os fluxos migratórios em várias partes do mundo, envolvendo pessoas das mais diversas origens étnicas, nacionalidades, classes sociais e religiões. A globalização tem facilitado as migrações, tanto pela redução do custo dos transportes (sobretudo o aéreo) quanto pela expansão do uso da internet e das telecomunicações, as quais possibilitam intercâmbios culturais e contatos com realidades distantes. Em 2006, segundo a ONU, o contingente de migrantes internacionais pessoas que vivem fora do país de origem era de 3% da população mundial, ou cerca de 195 milhões de pessoas. Nas últimas décadas do século XX, o número de migrantes internacionais aumentou de forma significativa nos países mais ricos, como os da Europa e da América do Norte. Embora seja comum encontrar migrantes em todas as regiões do mundo, por causa das disparidades econômicas entre os países, as pessoas mudam dos lugares mais pobres para os mais prósperos na expectativa de melhorar sua condição de vida. Por isso, as duas maiores zonas de atração de fluxos migratórios do mundo são os Estados Unidos, em primeiro lugar, e a União Europeia, em segundo. Entretanto, os países com maior porcentagem de imigrantes na população estão situados, principalmente, no Oriente Médio. Uma parte dos imigrantes origina-se de outros países árabes, como Egito, Jordânia e Síria, marcados pelo intenso crescimento demográfico. Muitos imigrantes são palestinos, provenientes da Jordânia ou dos territórios ocupados por Israel. A língua e a cultura comuns, além de acordos especiais de imigração, estimulam esses fluxos. Outros imigrantes originam-se de países islamizados ou influenciados pelo islamismo do nordeste africano. Finalmente, vastos contingentes provêm dos países superpovoados da Ásia meridional, como Cazaquistão, Paquistão e Afeganistão. As condições econômicas que propiciam as migrações podem ter como causa fatores estruturais relacionados à situação econômica do país de origem da população migrante, como estagnação ou baixo crescimento econômico ou resultarem de fatores conjunturais, decorrentes de crises políticas e econômicas mais amplas. Fatores políticos como separação e formação de novas nações (ex-iugoslávia, ex-urss, etc.), problemas de fronteira e de guerras civis podem ser responsáveis pela fuga da população de seu território. Além de catástrofes naturais, os conflitos religiosos ou étnicos também são responsáveis por migrações. Novos migrantes A estrutura das migrações tem mudado muito desde o final do século XX. A população estrangeira em países mais desenvolvidos aumentou em 23 milhões na década de Com A Geografia Levada a Sério Página 14

15 isso, uma em cada dez pessoas que vivem nesses países nasceu em outro lugar. A migração clandestina atingiu níveis sem precedentes: mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo. Outro fenômeno crescente é o aumento das migrações circulares, que são caracterizadas pela volta das pessoas ao lugar de origem geralmente depois de um deslocamento em busca de um terceiro lugar para morar ou trabalhar. Em parte, esse movimento ocorre por causa das facilidades atuais de locomoção e de comunicação para fazer contato com outras comunidades. Em muitos países do Golfo Pérsico, como o Qatar, as migrações são permitidas por um período de tempo, após o qual os imigrantes devem retornar a seus países de origem. Por sua vez, a formação de redes de diáspora, que fornecem ajuda trabalho, burocracia, abrigo a novos migrantes, facilita a migração e a vida no país de destino. Por exemplo, 92% dos argelinos que vivem na Europa estão na França, e 81% dos imigrantes gregos estão na Alemanha. As remessas financeiras dos quais 200 milhões de emigrados para seus países de origem geram fontes de divisas importantes para regiões bastante pobres. Em 2008, essas remessas chegavam a quase 300 bilhões de dólares. Em muitos países esse valor ultrapassa o da ajuda externa oficial e proporciona uma das maiores fontes de rendimentos. No México, por exemplo, o recebimento desses valores constitui a segunda fonte de divisas do país, depois do petróleo. Referências Bibliográficas CASTELLS, MANUEL. O Poder da Identidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, BEAUJEU-GARNIER, J. Geografia da População. São Paulo, Nacional/EDUSP, GEORGE, PIERRE. Geografia da População. São Paulo: Bertrand Brasil, KURZ, ROBERT. Barbárie, migração e guerras de ordenamento mundial - Para uma caracterização da situação contemporânea da sociedade mundial. Disponível em: < Acesso em 02 maio 2011 Migração populacional. Disponível em < Acesso em 02 maio SALIM, CELSO AMORIM. Migração: O fato e a controvérsia teórica. In: VIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Anais, Vol. 3, São Paulo: ABEP, 1992, p TONELLO, MÁRCIA NOGUEIRA. Feudos Modernos. In: Atualidades Vestibular2010. São Pualo: Abril, ZELINSKY, WILBUR. Introdução à Geografia da População. São Paulo: Zahar, A Geografia Levada a Sério Página 15

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