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Transcrição

1 ztan a fiaraíbu Paher uhiciárin ha pez. kfrallant7iiincoin ha Tardia Panais M O N OCRÁTICA APELAÇÃO C:MEL N: /001 Comarca de Cabedelo RIELATOR : Des. Abraham Lincoln da Cunha Ramos ApIELANTE : Petrobrás Distribuidora S/A ADVOGADA : Sandra Medeiros W. de Queiroz APELADO : O Município de Cabedelo, representado pela Procuradora Municipal, Dra. Fernanda Luna Maciel TRIBUTÁRIO e CONSTITUCIONAL - Apelação Embargos à ',execução fiscal - ISS Competência para imposição de obrigação fiscal Local da prestação do serviço Precedentes deste Tribunal e dó STJ Seguimento negado. É competente para cobrança do ISS o Município onde se realizou o fato gerador do imposto, sendo irrelevante a localização do estabelecimento prestador, em reverência ao princípio de que cabe ao Município tributar os serviços verificados em seu território. Nega-se seguimento a recurso, quando este estiver em manifesto confronto com a jurisprudência dominante do respectivo Tribunal e do Superior Tribunal de Justiça, a teor do disposto no art. 557, "caput", do CPC. Vistos, etc. Na Comarca de Cabedelo, o MUNICÍPIO DE CABEDELO ajuizou ação de execução fiscal em face da PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A, em face dos autos de infração de n ; ; ; lançados conforme procedimentá administrativo n 2526/01, proveniente da falta de retenção e recolhimento do ISS (imposto sobre serviços de qualquer natureza), por entender que a exação fiscal (referente à cobrança do ISS) caberia no local da prestação dos serviços, nos termos do art. 12,

2 AC n /001 At Decreto-Lei n 408/68, e não no local onde se situa o domicílio da empresa autuada. Interpostos os presentes embargos à execução, a Petrobrás Distribuidora S/A alegou, em síntese, qué fora autuada indevidamente pelo Município/embargado, eis que o ISS somente poderia ser cobrado pelo Município onde se situa o domicílio da empresa. Dçssa forma, asseverou que o imposto cobrado é indevido, acarretando o fenômeno da bitributação. Após regular trâmite processual, o preclaro magistrado "a quo" rejeitou os presentes embargos, por entender que o decreto 406/68 "cedeu espaço aos mandamentos da Constituição de 1988, que tem como princípio a competência Municipal para tributar os oborridos em seu território" (fl. 77). Não se dando por vencida, o embargante in,terpôs apelação, pugnando pela reforma da decisão verberada, a fim de que seja reconhecido como indevida a cobrança do ISS ;pelo Município de Cabedelo, por entender que se criou uma teratológica situação;de bitributação, ocasionando diversos vícios de legalidade e de constitucionalidade (fls. 164/172). O recorrente salientou, ainda, que a Constituição Federal de 1988 dispõe que compete aos Municípios a instituição do imposto sobre serviços de qualquer natureza (art. 156, III, CF188). Já o art. 146, III, "a", do texto constitucional trata da necessidade de uma lei complementar que venha a fixar todos os critérios da hipótese de incidência tributária l. Assim, aduziu que o Decreto-lei n 406/68 fora recepcionado pela Carta Magna como lei complementar e, como decorrência lógica do imperativo legal, tem-se que o Município competente para instituir a cobrança do ISS é aquele em que está localizada a empresa prestadora de serviços, nos termos do art. 12, "a", do citado Decreto-lei. Contra-razões pele apelado (fls. 118/122) Instada a se manifestar, a D. Procuradoria de Justiça ofertou Parecer (fls. 133/135), não se manifestando sobre o mérito recursal por entender ausente o interesse público em questão. preparado. O recurso é tempestivo e veio devidamente É o relatório. Passo a decidir. O ponto nodal dà controvérsia é saber se o sujeito ativo da relação tributária referente ã cobrança do ISS Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - é o Município onde' se realizou o fato gerador, ou 'Art. 146da CF/88: Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impos,tos discriminados nesta Constituição, a respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

3 AC n /001 seja, a prestação de serviços, ou o do local onde se encontra o estabelecimento prestador. Essa matéria já foi alvo de grandes debates doutrinários e jurisprudenciais, tendo, hodiernarnente, os Tribunais pátrios, notadamente o Superior Tribunal de Justiça, pacificado o entendimento, com vistas a evitar práticas fraudulentas, assentando: que é competente para a cobrança do ISS o Município onde ocorre a prestação do serviço, sendo irrelevante onde se localize o estabelecimento prestador. Veja-se decisão t do MIN. TEORI ALBINO ZAVASKI (da primeira Turma do STJ), : "PROCESSUAL CIVIL í- TRIBUTÁRIO - VIOLAÇÃO AO Al?T. 535 DO CPC - OMISSÃO - INOCORRÊNCIA - ISS - COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO EM QUE OCORREU A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - 1. Não viola o artigo 535 do CPC, nem importa negativa de prestação jurisdicionalí o acórdão que, mesmo sein ter examinado individualmente cada um dos argumentos trazidos pelo vencido, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta. 2. A I" Seção do STJ firmou orientação no sentido de considerar competente para a cobrança do ISSQN o Município em que ocorreu o fato gerador, ou seja, aquele onde se deu à prestação dos serviços. 3. Agravo regimental a que se negà provimento. 2 " No mesmo sentido o MIN. FRANCIULLI NETO (da segunda Turma do STJ), em , asseverou que: "A egrégia Primeira Seção desta colenda Corte Superior de Justiça pacificou o entendimento de que o Município competente para realizar a cobrança do ISS é o do local da prestação dos serviços em que se deu a ocorrência do fato gerador do imposto. Essa interpretação harmoniza-se com o disposto no artigo 156, III, da Constituição Federal, que atribui ao Município o poder de tributar as prestações ocorridas em seus limite territoriais3." Em , o MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, aduziu: "iss - MUNICÍPIO COMPETNIE PARA RECOLHIMENTO DA EXAÇÃO - CONTRIBUINTE SEDIADO EM MUNICÍPIO DIVERSO DO QUE PRESTA SERVIÇOS - 1. As Turmas que compõem a Primeira Seção do STJ pacificaram:o entendimento de que o ISS deve ser recolhido no local da efetiva prestação de serviços, pois é nesse lixai que se verifica o fato gerador. 2. Recurso Especial improvido. 4 " (Grifei). Tal posição já vem sendo adotada pelo STJ há alguns anos, confira-se o posicionamento da MIN. NANCY ANDRIGGHI (da primeira seção do STJ), DJU : "EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ISS LOCAL DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PRECEDENTES 1 Para fins de incidência do ISS Imposto Sobre Serviços - importa o local onde foi concretuado o fato gerador, como critério de fixação de competência do Município arrecadador e exigibilidade do crédito tributário, ainda que se revele o teor do art. 12, alínea "a" do Decreto-Lei n. 406/68. H Embargos rejeitados. "1 2 STJ - AGRAGA (587918) - RJ - 1' T. - ReL Min. Teori Albino Zavascki - DJU p STJ - AGA ( PE) - 2 T. - Rel. Min. Franciálli Netto - DJU p STJ - REsp /CE - 2 T. - Rel. Min. João Otávio de Noronha;- DJU p STJ - EREsp /CE - 1' Seção - rel. pio Min. Nancy Andrigghí - DJU 12/06/2000

4 AC n Do inteiro teor da decisão acima, veja-se as alegações da Ministra Nancy Andrigghi: "Para fins de incidência do ISS Imposto sobre Serviços impbrta o local onde foi localizado o fato gerador, como critério de fixação de competência do Município arrecadador e exigibilidade do credito tributário, ainda que se revele o teor do art. 12, alínea "a", do Decreto-lei n 406/68." Das jurisprudêncâs acima, observa-se que, embora o art. 12, "a", do Decreto-lei n 406/68 considerar como o local da prestação do serviço o do estabelecimento prestado, pretendeu o legislador que o referido imposto pertencesse ao Município em cujo l!erritório fosse realizado o fato gerador, ou seja, a prestação do serviço. 1 E a jurisprudência deste Tribunal não destoa: "MANDADO DE SEGURANÇA C/C PEDIDO DE LIMINAR - ISS - Cobrança pelo Município onde o serviço é executado - legalidade - Recurso imj'9rovido. - O Município comperente para a cobrança do ISS é aquele em cujo território se realizou o fato gerador. O ISS pertence ao Município que recebe a prestação do serviço." 5 O Des. Antônio de Pádua Lima Montenegro decidiu no mesmo sentido. Confira-se: "MANDADO DE SEGURANÇA - Cobrança de imposto sobre serviços (ISS) - Empresas com domicílio fiscal diverso daquele Município onde prestam serviço temporário - Legalidade da tributação - Segurança denegada - Desprovimento do recurso apelatório. Não é ilegal a cobrança do imposto sobre serviços.(iss) prestados, em caoter temporário, em Município diverso daquele em que as empresas especializadas têm domicílio fiscal. E o local da prestação do serviço que indica o Município competente para a imposição daquele tributo, sob pena de vulnerar-se o princípio constitucional implícito que lhe atribui o poder de tributar as prestações ocorridas em seu território. "A lei municipal não pode ser dotada de extraterritorialidade, de modo a Irradiar efeitos sobre um fato oéorrido no território do município onde não pode ter voga. "6 (Grifei). A empresa recorrente, malgrado tenha seu estabelecimento localizado no Município de Rio de: Janeiro/RJ, realizou serviços no Município de Cabedelo/PB, ora apelado. Desta fprma, em consonância com o entendimento jurisprudencial acima exposto, o competente para a cobrança do ISS é o Município/apelado, porquanto o fato gerador do imposto foi realizado no seu território. Já quanto à suposta cobrança do imposto também pelo Município do Rio de Janeiro/RJ, cabe à insurgente buscar seus direitos perante a Justiça Fluminense para se ver livre da exação fiscal indevida. Em sendo assim,' numa forma de privilegiar a efetividade da prestação jurisdicional, aplicável é o art. 557, "caput", do CPC, com a nova redação que lhe foi atribuída pela Lei 9.756,; de 18 de dezembro de Veja-se o teor do dispositivo referido, "in verbis": "Art O relativ negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com siimula. ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, clè.) Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior." (Grifei) TJ/PB, 2 Câmara Cível, AP , rel. Des. Nestor Alves ; de Melo Filho, DJ 03/03/ TJ/PB, ia Câmara Cível, AP , DES. Antônio de Pádna Lima Montenegro, DJ 06/11/1997

5 AC n /001 Com essas considerações, nego seguimento ao recurso, com supedâneo no art. 557, "caput", do CPC. P. I. João Pessoa, 06 da fevereiro de cabí-ênuleirteerát èr 6,(1114a A'Jtilter.0 gela-14' r

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