Fábio Carneiro Rodrigues 1 GT 1 - Economia e política no capitalismo contemporâneo

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1 II - Semana de Economia Política Fábio Carneiro Rodrigues 1 Fabiocr_ce@hotmail.com GT 1 - Economia e política no capitalismo contemporâneo PROGRESSO, TRABALHO E REPRESSÃO NA PERPECTIVA DA TEORIA CRÍTICA DE HERBERT MARCUSE. RESUMO: Na obra Eros e civilização Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud, o filósofo alemão Herbert Marcuse expõe questões presentes na teoria freudiana, aliando-as a perspectiva histórica da dialética marxista. Utilizando conceitos de Freud, o pensador explicita o desenvolvimento da civilização repressiva, fazendo uma crítica ao princípio de realidade, o qual reprime as faculdades eróticas do indivíduo. O pensador observa, no seio da civilização, que a repressão ao Eros se dá a partir das relações repressoras do trabalho, isto é, a labuta. Ora, segundo Marcuse, no capitalismo as forças eróticas são conduzidas a labuta, pois a civilização relaciona de modo intrínseco progresso e trabalho. Entretanto, tal noção de progresso é o que Marcuse chama de fim em si mesmo, pois o progresso, a partir das relações repressoras da labuta, está totalmente ligado ao desenvolvimento do capitalismo, ou seja, a uma noção de progresso não emancipatória. O presente trabalho tem como objetivo debater a leitura e crítica de Marcuse ao capitalismo avançado mediante a sua interpretação do pensamento freudiano, observando as perspectivas dialéticas do pensador alemão. Traz, ainda, a visão de Marcuse a respeito da labuta no seio do capitalismo, analisando o processo de sublimação que há no seio do trabalho. O artigo terá como método a explanação de conceitos expostos por Marcuse principalmente na obra Eros e civilização Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud, considerando que há um desenvolvimento histórico no capitalismo avançado, ou seja, ressaltando que o próprio Marcuse faz uma diferenciação das formas de repressão do capitalismo antigo e tardio. PALAVRAS-CHAVE: Marcuse. Eros. Labuta. Introdução A investigação do filósofo alemão Herbert Marcuse acerca de trabalho, progresso e repressão está centrada no desenvolvimento da obra Eros e civilização Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. Essa obra, como o título indica, 1 Aluno da graduação do curso de filosofia da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Atualmente é bolsista de iniciação científica do Grupo de Pesquisa: Atualidade do pensamento de Herbert Marcuse. 1

2 faz uma leitura e uma crítica à perspectiva freudiana acerca do desenvolvimento da civilização. Marcuse não se satisfaz apenas em uma leitura ortodoxa sobre Freud, pois une a problemática freudiana a categorias históricas, ou seja, busca um diálogo entre Freud e a dialética marxista; por considerar que as categorias freudianas são categorias sociais e históricas, ou seja, estabelece relação entre Freud e Marx. Ora, no cerne da teoria freudiana há o antagonismo entre o princípio de realidade e o princípio de prazer. O indivíduo inicialmente luta por uma satisfação total, que está totalmente ligada ao id, ao inconsciente, por intermédio da cultura que não admite o desenvolvimento com fim em se das pulsões libidinais. Essa concepção surge segundo Freud na imagem do pai como um ideal de ego externo. O desenvolvimento da civilização nasce a partir da repressão externa aos instintos primários. A perspectiva marcuseana se dá em uma concordância com Freud, conforme a sua leitura acerca da civilização, entretanto não se satisfaz com a tese de que não há possibilidade do desenvolvimento de uma civilização que tenha por base o prazer e não a repressão, pois, como pensador dialético observa, a possibilidade de superação da ordem estabelecida, a qual se liga a essa repressão dessas forças libidinais e o seu direcionamento ao trabalho alienado. Como temática central do presente artigo, trabalho, progresso e repressão estão relacionados ao desenvolvimento repressivo da sociedade afluente. A partir da leitura de Marcuse sobre o capitalismo avançado, iremos observar como se dão essas três categorias as quais se encontram no interior do capitalismo maduro, tendo como problemática o estabelecimento da relação entre progresso, trabalho e repressão, e a possibilidade que o pensador estabelece da superação de tais forças. O presente artigo explicitará a diferença entre progresso qualitativo e quantitativo e como este situa as fontes para o desenvolvimento do trabalho alienado e repressivo no seio do capitalismo avançado. O artigo tem como problemática como se dá a relação entre progresso, repressão e trabalho. Essas categorias estão incluídas no interior do sistema de necessidades? Neste trabalho, além da obra Eros e civilização Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud serão analisados outros textos marcuseanos em que trabalha a mesma temática. 1. Progresso O pensador alemão Herbert Marcuse mostra duas perspectivas de progresso: quantitativo e qualitativo. A primeira noção explicitada pelo filósofo é noção que identifica com o desenvolvimento do capitalismo avançado. Já o progresso qualitativo é a perspectiva na qual se estabelece uma progressão dialética. Essa concepção de progresso considera a sociedade afluente como meio, ou seja, esta pode ser superada, entretanto o pensador observa que há uma relação entre quantidade e qualidade. Ora, tais categorias são em si dialéticas, pois Hegel na Enciclopédia das ciências filosóficas (1830) no primeiro volume A ciência da lógica, estabelece a relação entre quantidade e qualidade. 2 A relação estabelecida por Marcuse entre quantidade e qualidade, se dá, pois a sua concepção a superação qualitativa depende dos avanços tecnológicos da sociedade 2 Na perspectiva hegeliana qualidade e quantidade são categorias dependentes, isto, é estas existem em relação de dependência. Ora, a quantidade não é outra coisa que a qualidade suprassumida (Hegel. A Enciclopédia das ciências filosóficas. Tradução de Paulo Meneses. São Paulo: Edições Loyola, 2012, Adendo 2 98, p. 198.). 2

3 afluente. Isso é possível, porque, para Marcuse, a possibilidade da superação da miséria e ida à liberdade pressupõe o progresso técnico (MARCUSE, 2001, p. 100). Ora, segundo ele o progresso tecnológico pode satisfazer às necessidades humanas e, consequentemente, uma divisão das riquezas sociais. Iremos estabelecer na perspectiva de Marcuse o progresso no seio da sociedade afluente a partir de uma leitura do pensador alemão a luz da teoria freudiana. Em seu texto A noção de progresso a luz da psicanálise (1968), o pensador alemão faz observações críticas sobre o progresso no interior da sociedade estabelecida. Marcuse considera que a noção de progresso quantitativo evita ou abole uma tentativa de superação qualitativa do sistema estabelecido. Ora, o progresso na sociedade capitalista é, segundo Marcuse, um curso da civilização (MARCUSE, 2001, p. 99), que apesar dos períodos de regresso o homem aumenta seu conhecimento e suas habilidades. O progresso, no interior da sociedade afluente, é para o pensador alemão o período em que surgem novas necessidades, e a maior possibilidade de satisfação dessas. Em outras palavras, uma das caraterísticas fundamentais estabelecidas por Marcuse a respeito do progresso quantitativo é de que tem, diferentemente do capitalismo em seus primórdios, uma maior satisfação das necessidades humanas, ou seja, esta noção de progresso tornou o homem livre e feliz. O progresso em sua noção quantitativa, segundo Marcuse, é progresso tecnológico, pois a tecnologia tem como função, na sociedade estabelecida, entender o atual momento histórico como o ápice histórico, ou seja, tecnologia e progresso, no que diz respeito ao desenvolvimento da civilização repressiva, tem em si uma noção positivista. Conforme Marcuse, Comte e Mill alteram o conceito de progresso, o qual seria este que está presente na conjuntura política e social do capitalismo avançado. Essa noção de progresso, a partir de uma perspectiva do avanço tecnológico como fim em si mesmo, estabelece (...) um valor bem determinado que indica o princípio imanente do progresso sob o qual a sociedade industrial se desenvolveu empiricamente (MARCUSE, 2001, p. 102). Ora, essa noção de progresso positivista, de acordo com Marcuse, é livre de valores, e esta libertação dos valores é a base fundamental do desenvolvimento do capitalismo afluente. Tal conceito de progresso estabelece todo um domínio sob a natureza e torna essencial a produtividade intelectual e material. Esse é um dos fatores primordiais para a manutenção do todo repressor, onde a noção progressista quantitativa está alicerçada. O aparato tecnológico estaria posto para a satisfação das necessidades, contudo o pensador alemão questiona que as necessidades vitais no interior do sistema de produção relacionam a indústria bélica e a produção de bombas, e para ele este conceito de progresso (...) é tão desonesto quanto inútil (...) (MARCUSE, 2001, p. 102). Ora, desonesto e inútil, por considerar a produção de armas como uma das necessidades vitais do indivíduo. Esta produtividade na concepção do pensador alemão torna-se fim em si mesmo, caracterizando o momento histórico atual como algo insuperável. Conforme Marcuse, a ordem estabelecida de valores secundariza as pulsões humanas, o trabalho torna-se primordial para o desenvolvimento do progresso da sociedade capitalista. Tal divisão, segundo ele, se estabelece na percepção que o indivíduo tem faculdades inferiores e superiores. Na perspectiva marcuseana as faculdades inferiores são os sentidos e as pulsões; a razão e as faculdades espirituais, as faculdades inferiores. Razão nessa proporção se estabelece, de acordo com Marcuse, o princípio de renúncia, tendo por função o controle da sensibilidade. Essa noção de progresso está estritamente ligada ao trabalho, há uma inversão na concepção da 3

4 liberdade, concebida como a repressão das pulsões, ou seja, a liberdade é considerada como transcendência em relação à satisfação e como a autonomia da transcendência (MARCUSE, 2001, p. 103). A liberdade no interior da sociedade unidimensional se dá como algo interior. Desse modo a satisfação, a liberdade e a autonomia não dizem respeito ao efetivo. Segundo o pensador alemão, essa concepção de transcendência da liberdade, esse para além das pulsões e da sensibilidade, torna a liberdade como fim em si mesmo, ou melhor, a liberdade no progresso unidimensional é algo pesado, um fardo sobre o indivíduo. A partir desta noção de progresso no seio do capitalismo avançado, Marcuse situa, como vimos, que a concepção do progresso nega as pulsões e a satisfação, desse modo o pensador argumenta que tal noção de progresso se aproxima da noção freudiana do progresso. Na concepção freudiana, felicidade e satisfação são irreconciliáveis. Afirma Marcuse: O desenvolvimento da civilização está fundado na opressão, restrição, recalque das pulsões sensuais, sendo impensável sem uma transformação repressiva das pulsões (MARCUSE 2001, p. 106). Como podemos observar, na perspectiva freudiana, a repressão das pulsões é necessário para o desenvolvimento da civilização, desse modo felicidade e liberdade se tornam produtos para a manutenção da civilização. Freud estabelece uma civilização segundo Marcuse que evita a obtenção do prazer. Marcuse afirma: Nesse sentido, o princípio de realidade é idêntico ao princípio do progresso, pois só por meio do princípio de realidade repressivo é liberada energia pulsional para o trabalho desprazeroso, para o trabalho que aprendeu a renunciar e rejeitar o desejo das pulsões, e que apenas assim pode tornar-se socialmente produzido (MARCUSE, 2001, p. 108). Segundo a construção freudiana, há uma tripartição entre id, ego e superego. Marcuse estabelece em Eros e civilização Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud que id, ego e superego estão concentrados nos dois princípios básicos que governam o aparelho mental: o princípio de prazer e o princípio de realidade (MARCUSE, 1981, p. 42). Ora, segundo o pensador o id, domínio do inconsciente, está ligado estritamente ao princípio de prazer, pois este não está ligado ao externo. Na percepção freudiana, há a necessidade de repressão do inconsciente para o meio do ego, no qual é o mediador com o superego, que tem maior relação com o externo, assim estabelecendo a repressão do princípio de prazer pelo princípio de realidade. Ora, Marcuse identifica o progresso na concepção freudiana ao progresso unidimensional, pois essa concepção progressista quantitativa, do mesmo modo que a noção freudiana, reprime as pulsões e interioriza a liberdade. Desse forma, Marcuse estabelece um diálogo com a teoria freudiana, porque, primeiramente, o pensador mostra que a leitura do pensador austríaco está correta no que diz respeito ao desenvolvimento da sociedade afluente, a partir de sua leitura acerca do desenvolvimento da civilização. Por tal motivo Marcuse estabelece a identidade entre o progresso e o princípio de realidade. 2. Trabalho e Repressão Na perspectiva marxiana, há no interior da luta de classes uma divisão do trabalho, que divisão se dá em trabalho material e trabalho espiritual. O trabalho material, estabelecido por Marx e Engels no interior d A ideologia alemã (1932), é 4

5 descrito pelo os pensadores como o trabalho no qual se dá na produção industrial, ou seja, o trabalho, como categoria abstrata, produz riqueza por meio da mais-valia. Já o trabalho espiritual, que na perspectiva dos teóricos, é esta faceta do trabalho, o qual produz ideologia da classe dominante, ou seja, na perspectiva de Marx e Engels esta noção de trabalho é o que cria ilusões religiosas e filosóficas 3. A crítica do pensador alemão Herbert Marcuse ao trabalho está concentrada ao trabalho alienado no seio da sociedade capitalista Trabalho a partir da perspectiva de Marcuse A perspectiva de Marcuse acerca do trabalho no seio da sociedade industrial avançada se dá a partir de uma leitura do pensamento freudiano. Para Marcuse, a ordem estabelecida de valores secundarizam as pulsões humanas, o trabalho, pois, torna-se primordial para o desenvolvimento do progresso da sociedade capitalista. Tal divisão, para o filósofo, constitui-se na divisão constituída no indivíduo em faculdades inferiores e superiores. Na perspectiva freudiana, as faculdades inferiores são os sentidos e as pulsões, e a razão e as faculdades espirituais como as faculdades inferiores. Razão, nessa proporção, estabelece-se, segundo Marcuse, como princípio de renúncia, tendo por função o controle da sensibilidade. Essa noção de progresso está estritamente ligada ao trabalho, pois há uma inversão na concepção da liberdade, esta sendo concebida como a repressão das pulsões. Segundo Marcuse A nossa civilização, é acima de tudo, progresso no trabalho (MARCUSE, 1981, p. 86). A percepção de Marcuse constitui o cerne lógico de todo o desenvolvimento do progresso no seio da sociedade afluente. O progresso dessa forma se dá pelo desenvolvimento do trabalho. O pensador alemão estabelece tal concepção a partir da repressão da horda primordial. Cito, O fardo de todo e qualquer trabalho a realizar na horda primordial era imposto aos filhos que, por sua exclusão do prazer ao pai tinham ficado livres para a canalização da energia instintiva para as atividades desagradáveis, mas necessárias (MARCUSE, 1981, p. 70). Ora, segundo a percepção freudiana, a primeira de dominação se dá no domínio do pai primordial, que monopoliza o prazer e direciona os filhos aos trabalhos desagradáveis. Marcuse, a partir da perspectiva freudiana, considera o trabalho no seio da sociedade unidimensional algo desagradável, estabelecido na figura do pai e, consequentemente, inserindo-se na civilização. Segundo o pensador alemão, o trabalho no interior da civilização repressiva é labuta, ou seja, é algo desagradável, por ser obrigado e imposto. A imposição do trabalho na civilização torna-se algo efetivo, por intermédio da transformação das pulsões eróticas em força de trabalho, e tal retirada só se estabelece de fato por conta do processo de sublimação, ou seja, a promessa de um prazer futuro. Tal promessa é o motor da labuta, labuta que gera riqueza. Desse modo, o trabalho estando inteiramente ligado ao princípio do desempenho. Como observamos, somente a partir de uma imposição, pode haver um trabalho básico, pois, não sendo 3 A divisão do trabalho, que já encontramos acima (p. [34-5]) como uma das forças principais da história que se deu até aqui, se expressa também na classe dominante como divisão entre trabalho espiritual e trabalho material, de maneira que, no interior dessa classe, uma parte aparece como os pensadores dessa classe, como seus ideólogos ativos, criadores de conceitos, que fazem da atividade de formação da ilusão dessa classe sobre si mesma o seu meio principal de subsistência (Marx; Engels. A ideologia alemã. Boitempo Editorial, 2007, p ). 5

6 erótico, o indivíduo não sendo reprimido não colocaria sua energia erótica a serviço do trabalho, no qual não desenvolve as faculdades eróticas. 2.2 Repressão Segundo o desenvolvimento da teoria freudiana das pulsões, o organismo tem duas pulsões fundamentais, Eros e Thanatus, vida e morte. Para Freud não há socialização sem o controle de ambas, isto é, não estão preparadas para a construção da civilização. Eros é limitado, pois (...) a nada mais aspira que obter um prazer sempre mais intenso e duradouro (MARCUSE, 2001, p. 107), ou seja, para o desenvolvimento da civilização, faz-se necessário a substituição do princípio de prazer pelo princípio de realidade, e seja posto o princípio de realidade. Esse princípio se desenvolve por intermédio de uma renúncia produtiva, desenvolvida na modificação pulsional, que é a imposição social, a qual impõe a transformação dos indivíduos. Na concepção de Marcuse, a repressão de Eros e sua transformação em princípio de realidade tem início na criança com a imposição do incesto, no qual a aceitação da autoridade paterna. Afirma Marcuse: Originalmente Eros é mais que sexualidade, no sentido de que não há pulsão parcial e sim uma forma que domina todo o organismo, que só mais tarde é posta a serviço da reprodução e se localiza como sexualidade (MARCUSE, 2001, p. 108). Isso quer dizer que a própria sexualidade é um resultado da repressão das pulsões eróticas, pois esta não está mais concentrada em todo o organismo, isto é, há, segundo Marcuse, uma dessexualização do organismo, como vimos, a concentração de todo o Eros em apenas uma faculdade. Ora, o resultado da transformação repressiva de Thanatus se dá inicialmente na proibição do incesto. A imposição da mãe imposta pelo pai resulta na derrota da pulsão de morte, gerando, por fim, a subordinação à vida. Segundo o filósofo alemão, no desejo pelo incesto, deseja-se retornar ao estado de dor, anterior ao nascer (...) que torna desejável tanto mais desejável quanto mais a própria vida é sentida como desprazerosa e cheia de dor (MARCUSE, 2001, p. 109). Desse modo, a energia que resta a Thanatus pode ser utilizada de dois modos. A pulsão de morte deixa de destruir a própria vida, sendo interiorizada por intermédio da moral social, onde está localizado o superego. Este (o superego) determina ao ego as exigências do princípio de realidade. A pulsão de morte também luta contra o id, pois este não tem relação com a exterioridade, ou seja, não dominado ainda pelo princípio de realidade, e com isso a consciência moral localizada no superego reprime o que está ligado ao princípio de prazer. Marcuse postula: Evidentemente Freud não formulou deste modo à auto-renúncia existente no princípio do progresso; estou, entretanto convicto de que ela se encontra inscrita na teoria freudiana e talvez apareça de maneira mais clara na dialética da dominação paterna tal como exposta por Freud (MARCUSE, 2001, p. 112). A dialética da dominação de Freud, na perspectiva marcuseana, mostra o desenvolvimento da história humana, não a partir de seu valor empírico, mas em seu valor hipotético. Ora, segundo Freud a história tem início em uma horda primordial, a qual é imposta o domínio do pai, que é o mais forte, impõe seu domínio aos filhos no que diz respeito ao monopólio da mulher e a imposição do trabalho, desse modo é concentrada nele, toda a fruição da horda. O déspota utiliza-se das necessidades dos reprimidos para fixar seu domínio, e esta primeira faceta de repressão pulsional resulta na rebelião dos filhos contra o pai. Essa é a primeira tentativa de libertação das pulsões, 6

7 tornando geral a satisfação. Entretanto, a rebelião acaba quando os filhos, por considerarem o pai útil, impõem-se um novo pai de modo voluntário, que é a moralidade. Tal domínio imposto pelo pai, a partir de seu aproveitamento das necessidades dos filhos, dá-se agora de modo natural, ou seja, o crime contra a autoridade biológica estabelecida não fará sentido no âmbito da civilização, pois esta dominação, no qual resultaram no parricídio se internalizam, e com isso a partir da consciência moral se estabelece cultura e civilização. Ora, tornando-se voluntária, a figura do pai é disseminada em vários grupos e instituições, gerando assim o enfraquecimento do ideal de ego, e a despersonalização do superego. O dinamismo da dominação, que tem início no domínio da horda primordial, chegando ao assassinato do déspota, e esta libertação se estabelecendo como uma forma de repressão mais racional. Com isso o pensador mostra e expõe uma relação entre a rebelião dos filhos e as revoluções que estão inseridas na história, o pensador afirma: Com a vitória da insurreição, determinadas forças procuram levar a revolução ao seu ponto mais extremo, àquele em que talvez fosse possível passar a uma nova situação, não apenas quantitativa, mas qualitativamente diferente e nesse ponto a revolução é habitualmente derrotada sendo a dominação interiorizada, reinstituída e levada adiante num patamar superior (MARCUSE, 2001, p. 114). Marcuse mostra que todos os processos revolucionários sofrem a herança repressiva da horda primordial, sendo estas traídas. Ora, o pensador alemão explicita que forças quiseram levar a revolução a uma superação qualitativa, entretanto a repressão sendo interiorizada torna a revolução derrotada. Pois, a partir da hipótese freudiana da horda primordial, após o assassinato do pai existe a necessidade da imposição de uma forma de repressão, ou seja, de um novo pai, a moralidade. E isto ocorre do mesmo modo nas revoluções, pois estas estabeleceram uma nova dominação. Sendo esta nova forma de dominação uma dominação racionalizada, ou seja, a partir da leitura de Marcuse sobre o capitalismo avançado. Há, portanto, no capitalismo avançado, uma forma de domínio mais estruturada, no qual nega o pensamento negativo e racionaliza a não liberdade. Ainda no âmbito da perspectiva freudiana, Marcuse estabelece um limite na repressão pulsional, pois esta não é natural, decorre do domínio despótico do pai. O princípio de realidade não é apenas razão social, mas é determinado historicamente. Assim o pensador alemão explicita que deve haver uma correção no pensamento freudiano. A modificação das pulsões em força de trabalho não é algo natural, nem insuperável. O limite histórico na repressão das pulsões, a partir do momento que a repressão pulsional e o progresso cumprirem historicamente seu limite funcional, desse modo superando a civilização repressiva, e assim tornando a possiblidade efetiva. Considerações Finais O presente trabalho explicitou de que modo se dá a relação entre: progresso, trabalho e repressão. Como foi exposto o progresso no interior da civilização estabelecida não tem qualquer pretensão para a superação qualitativa da sociedade estabelecida, pois este está direcionado por quem domina o aparato tecnológico. Ora, a civilização industrial avançada, em sua noção de progresso está ligada de modo intrínseco ao desenvolvimento do trabalho. O trabalho nesta noção de progresso é trabalho alienado. O trabalho como labuta na perspectiva de Marcuse não é algo natural, este é a repressão das pulsões de prazer, e o direcionamento a labuta. Isto só é possível 7

8 por conta da repressão das forças libidinais. A partir do domínio despótico do pai no interior da horda, Marcuse relaciona a noção freudiana do desenvolvimento da civilização com o progresso no interior da sociedade industrial avançada. Ora, em ambos como identifica Marcuse, há uma repressão das pulsões eróticas, para o desenvolvimento tecnológico, e na construção freudiana para o desenvolvimento da civilização. O presente artigo teve como questão central estabelecer a relação entre a noção de progresso no interior da sociedade industrial avançada, o trabalho como labuta e a repressão. Para haver progresso quantitativo, tem de haver o trabalho para o desenvolvimento industrial e econômico, e ambos só são possíveis por meio da repressão das pulsões eróticas e a promessa de um prazer futuro. O progresso quantitativo, o trabalho e a repressão são fundamentais para o desenvolvimento da sociedade afluente, estando estritamente ligados ao sistema de necessidade do todo repressivo. Referências Bibliográficas MARCUSE, Marcuse. A noção de progresso à luz da psicanálise. In: Cultura e psicanálise. Tradução de Isabel Loureiro. São Paulo: Paz e Terra, 2001, p Eros e civilização: Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud; traduzida da nova edição, publicada em 1966: Rio de Janeiro: Zahar editores, A obsolescência da psicanálise. In: Cultura e sociedade. Tradução de Isabel Loureiro. v.ii, São Paulo, Paz e Terra, 1998, p A ideologia da sociedade industrial. Tradução: Giasone Rebuá. Zahar editores, Rio de Janeiro, HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Enciclopédia das ciências filosóficas: em compêndio (1830): volume I: a ciência da lógica. Tradução: Paulo Meneses. São Paulo: Edições Loyola, KARL, Marx; Engels, Friedrich. A ideologia alemã: Crítica da mais recente filosofia alemã em seus diferentes profetas ( ). Tradução: Rubens Enderle, Nélio Schneider, Luciano Cavini Martorano. São Paulo: Boitempo Editorial, PISANI, Marília Mello. Marxismo e psicanálise no pensamento de Herbert Marcuse: uma polêmica. In: Revista Mal-estar e Subjetividade, v.iv/ n. I. Fortaleza: Unifor, 2004, p

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