VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS TIPO I E II: HTLV-I E HTLV-II 21/05/14 CARACTERÍSTICAS GERAIS. - Retrovírus da família Oncovirinae
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- Zaira Alice Castelhano Aquino
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1 VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS TIPO I E II: HTLV-I E HTLV-II CARACTERÍSTICAS GERAIS - Retrovírus da família Oncovirinae - Partículas esféricas de 100nm de diâmetro, core e envelope glicoproteico - RNA de fita dupla com enzima transcriptase reversa Potencial imunogênico: ativação de resposta celular e humoral - homologia genética (HTLV-I/ II): 65% = sororreatividade cruzada = não se estabelece diagnóstico diferencial ( gp46/gp21 ) env: proteínas do envelope: gp 61/68 pol: codifica a transcriptase reversa p99, RNAse, endonuclease e protease gag: codifica as proteínas do core viral: p52, p24, p19 e p15 tax: codifica p 41 rex: codifica p27 - TROPISMO POR LINFÓCITO T: LEUCEMIA DE CÉLULAS T EM ADULTOS 1
2 ! Relacionado com Paraparesia espástica tropical/mielopatia ( HAM/TSP ) associada ao HTLV-I - Mielopatia crônica, lentamente progressiva e incapacitante (paralisia) - Especialmente em mulheres 40 a 50 anos - Distúrbios esfincterianos e sensoriais - Caribe e Japão 2) HTLV-II Mielopatias crônicas semelhantes ao HAM EPIDEMIOLOGIA HTLV-I - Japão (18% da população possui anticorpos) - Presente nos Ilhas do Caribe, Estados Unidos, Jamaica, América Central e do Sul HTLV-II - Usuários de drogas endovenosas - Países europeus, Estados Unidos - Populações indígenas INFECÇÃO POR HTLV-I E II NO BRASIL Compulsória em bancos de sangue = doadores de sangue = portadores assintomáticos - identificação de pacientes assintomáticos - 0,3% (São Paulo); 1,1% (Salvador) - 84% dos casos são HTLV-I - 10% dos paciente com AIDS apresentam anticorpos anti-htlv - descritos casos de mielopatias 2
3 TRANSMISSÃO HTLV-I - horizontal: sangue (transfusão de hemocomponentes ( contaminado celulares ou material ( infectividade - sexual (maiores índices de - vertical (mãe infectada para filho no momento do parto), no aleitamento materno HTLV-II - mecanismos de transmissão semelhante ao do HTLV-I - agulhas e seringas contaminadas usuários de drogas injetáveis - hemocomponentes celulares - sexual DIAGNÓSTICO - paciente com sintomas e/ou sinais sugestivos da doença confirmação da hipótese clínica - triagem diagnóstica de indivíduos expostos a HTLV- I ou HTLV-II, parceiros sexuais (familiares) - triagem compulsória de doadores assintomáticos de sangue ou órgãos Isolamento: co-cultivo com células mononucleares de indivíduo não-infectado na presença de IL-2 Testes imunológicos: Detecta Ac circulantes específicos Constituintes antigênicos: core e envelope TESTES: - aglutinação de partículas de látex, imunoenzimático ( cruzadas (reações falso-positivas e - confirmar no Western blot de imunofluorescência (IF) ( RIPA ) ou de radioimunoprecipitação 3
4 - Usar amostra de soro em duplicata ( automatizada ) 1) teste imunoenzimático 2) Western blot: Ag de lisados virais totais 2a) Empregar a técnica de RIPA difícil na rotina laboratorial 3) Técnicas de imunofluorescência indireta (pesquisa anticorpo) útil como teste confirmatório, resultados de difícil interpretação Critérios para a soropositividade (CDC, 1989) " Soropositivo: - Ag do core (anti-p24) detecção de Ac contra: ( gp61/68 - Glicoproteínas do envelope (r21-e, gp46 ou - Realizar testes confirmatórios " Inconclusivo: pacientes que apresentam Ac séricos que reagem com HTLV I/II com padrão de reatividade " Negativos: Pacientes cujos soros não reagem com antígenos de HTLV 4
5 DIAGNÓSTICO MOLECULAR - técnicas moleculares em células ( PCR ) linfomononucleares - amplificação de regiões mais conservadas - isolamento viral: co-cultivo celular pesquisa p24 partículas retrovirais por ultramicroscopia Biossegurança (não é rotina) TRATAMENTO, PREVENÇÃO e CONTROLE - combinação de AZT com interferon - eficaz em alguns casos - não há tratamento específico - precauções sexuais, triagem do sangue - difícil o controle de infecção de crianças via infecção materna HISTÓRICO HIV - AIDS - Junho 1981: 5 casos de P.carinii em homossexuais - Outros casos de imunodeficiência em homossexuais - Homo/bissexuais: 90% dos casos Centenas de casos semelhantes: - Usuários de drogas injetáveis - Hemofílicos - Pacientes de transfusão - Heterossexuais caribenhos/africanos - Filhos de mães +, parceiros de bissexuais 5
6 grande incidência do sarcoma de Kaposi (tumor malígno do endotélio linfático, cofator herpes virus 8?) - HIV - novo agente? - Casos de imunodeficiência: desde Origem: SIV (imunodeficiência de macacos) Possível transmissão zoonótica - Patologia: agente linfotrópico (TCD4 auxiliar )! Agente relacionado ao HTLV-I (LAV) - França! Agente semelhante isolado nos EUA (HIV) - LAV e HIV eram o mesmo vírus : HIV associado aos casos de AIDS : Primeira droga licenciada (Azidotimidina - AZT) - Desde de 20 drogas em uso - Análogos de nucleotídeos - Inibidores da protease VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (HIV) - Vírus RNA, ENV - Retroviridae - Infecta LTCD4+ - Também macrófagos, DCs - Integra o genoma - Variabilidade antigênica - ORIGEM: SIV (chimpanzés) ZAIRE (1930) - Situação mundial: milhões de infectados - Incidência estável (aumentando leve/) - Mortalidade se reduzindo (terapia) - Homem 1:1 mulher (antes era 18:1) - Incidência aumentando em crianças, mulheres, zonas rurais, pequenas cidades 6
7 DADOS DO BRASIL (2007) - Brasil (2007): aproximadamente Norte/nordeste: leve crescimento, Sul/sudeste: leve declínio - Morrem no primeiro ano: 13 a 20% - Cinco anos depois do diagnóstico: 80-90% ainda estão vivos - Óbitos: ( ) - HAART (terapia antirretroviral altamente ativa ): redução significativa da mortalidade TRANSMISSÃO - Sexual - Mulher para homem (1 em 700) - Homem para mulher (1 em 200) - Homem para homem (mulher) (1 em 10) - Sexo oral (até 6%) - Parenteral - Transfusão sanguinea (95 em 100) - Compartilhar agulhas/seringas (1 em 150) - Acidente com agulha (1 em 200) - Vertical (mãe filho) sem AZT (25 30%) - Com tratamento (2-3%) Fluídos que contém o HIV: Sangue Sêmen Fluído vaginal Leite Outros fluídos que contenham sangue Outros fluídos: Cérebro-espinhal Fluído sinovial Fluído amniótico PATOGENIA Imunodeficiência causada por depleção acentuada de linfócitos T CD4+ (helper) Também: manifestações clínicas devidas diretamente à infecção de determinados órgãos/sistemas. Três Fases: - Infecção primária ou aguda - Infecção crônica (assintomática) latência clínica - AIDS (doença avançada) 7
8 PATOGENIA INFECÇÃO PRIMÁRIA - Clínica em 50-70% dos casos - Incubação: 2-3 semanas Febre, faringite, eritemas, linfadenopatia, Mialgias, diarréia, náuseas, vômitos, cefaléia - Perda de peso - Linfopenia e redução de TCD4+ - Duração média: 3 4 semanas - Regride com a resposta imunológica - Valores de TCD4 + voltam quase ao normal INFECÇÃO CRÔNICA - Longo período de latência clínica - Fadiga, linfadenopatia podem ocorrer - <1% desenvolvem AIDS em 1 a 2 anos - 50% em 10 anos - Contagem de CD4+ pode permanecer constante - Candidíase, herpes zoster e outras condições dermatológicas podem indicar o início da doença AIDS (doença avançada) - Contagem de CD4 + carga viral são indicadores - Estágio inicial (CD4 <500/mm 3 ) - candidíase, listeriose, zoster, rodococcus, EBV - Estágio avançado (AIDS) (CD4 <200/mm 3 ) - Imunodeficiência severa - Infecções oportunistas - Pneumocistis carinii, M.avium, M.tuberculosis - Reativações de HSV, VZV - HBV, toxoplasma, FLU, 8
9 21/05/14 SINAIS SUGESTIVOS: Perda de peso DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - Ensaio Imunoenzimático (ELISA p/anticorpos) Tosse seca Febre recorrente/suores noturnos Fadiga profunda/inexplicada Linfonodos infartados Diarréia prolongada - Janela imunológica 6 a 12 semanas (máximo 6 meses) - Western blot (confirmatório) + ELISA= 100% - Antes da soroconversão: PCR ou ELISA p/ p24 Manchas brancas na língua, boca, garganta, PneumoniaS Manchas vermelhas ou rosadas na pele Perda de memória, demência Portaria MS/SVS nº 151/2009 Anexo III Fluxograma para Testes Convencionais - Em neonatos filhos de mães soropositivas? - Dois testes negativos c/ 30 dias de intervalo - Anticorpos passivos duram meses - RT-PCR pode ser usado! Etapa I - triagem - utilizar um teste capaz de detectar anticorpos anti-hiv-1, incluindo o grupo O e Ac anti-hiv-2 - Poderão ainda ser utilizados, nessa etapa, testes que combinem a detecção simultânea desses Ac e de Ag a) Ensaio imunoenzimático - ELISA b) Ensaio imunoenzimático de micropartículas - MEIA c) Ensaio imunológico com revelação quimioluminescente e suas derivações - EQL d) Ensaio imunológico fluorescente ligado a enzima - ELFA e) Ensaio imunológico quimioluminescente magnético CMIA f) Testes rápidos: imunocromatografia, aglutinação de partículas em látex ou imunoconcentração 9
10 ! Etapa II - Complementar - Teste 2 (T2) É permitida a utilização das seguintes metodologias: a)imunofluorescência indireta - IFI b)imunoblot - IB c)imunoblot rápido - IBR d)western Blot WB e) Outras metodologias registradas na ANVISA e validadas pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Acompanhamento laboratorial - Carga viral (RNA viral no plasma) - Contagem de linfócitos TCD4+ Determina o PROGNÓSTICO DROGAS ANTIVIRAIS - Suprimem níveis de replicação viral e viremia - Reduzem a excreção viral - Preservam contagem e função de CD4+ - Principais causas da redução de morbilidade/mortalidade - Não conseguem erradicar o vírus - Quando iniciar o tratamento? - Maior sucesso se iniciado até 6 meses após a infecção - Monitorar contagem de CD4+ > iniciar HAART - Pacientes com AIDS ou sinais sugestivos SIM! 10
11 EFEITOS COLATERAIS - Variam com as diferentes drogas - Náuseas, diarréia, vômito - Aumento de colesterol, triglicerídeos - Diabetes - Alteração do metabolismo de lipídios - Nefrotoxicidade (alguns) - Hepatotoxicidade (alguns) - CNS sinais Efavirenz (teratogênico?) FALHAS NA TERAPIA ANTIVIRAL - Baixa adesão (complexidade + intolerância à droga) - Interações farmacológicas/baixa adsorção/excreção rápida - Fatores individuais (contagem de CD4 + MHC) - Cepas resistentes adquiridas - Resultado: redução parcial da replicação > seleção de mutantes resistentes. - Variação das drogas usadas pode dar bons resultados PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE RISCO Educação Modificação de comportamento Uso de preservativos Redução de parceiros Seringas descartáveis PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE RISCO HAART: instituída em 1997 Redução da carga viral e imunossupressão Diminui transmissão perinatal Maior sobrevivência Custo: US$ /paciente/ano 50% de não adesão cepas resistentes Exame pré-natal 11
12 VACINAS - A maior esperança de terminar a epidemia. - Várias em desenvolvimento e testes - Necessidade de impedir a infecção (imunidade esterilizante) - GPs são muito glicosiladas e altamente variáveis - Perspectivas vacinas para bloquear a progressão da doença (resposta por linfócitos T) 12
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