UM FRANQUEADOR A DOR E A DELÍCIA DE SE TORNAR

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1 CANAL DE VENDAS MERCADO DE SEGUROS QUER GANHAR CAPILARIDADE EM PARCERIA COM O VAREJO NO VAREJO 29 NO VAREJO O MAIS IMPORTANTE NO VAREJO PARA OS MAIS IMPORTANTES DO VAREJO ANO 5 maio/junho 2013 R$15,50 29 MAIO/JUNHO 2013 A DOR E A DELÍCIA DE SE TORNAR UM FRANQUEADOR TACIANA KALILI, DONA DA BRIGADERIA, ESTÁ SE PREPARANDO PARA FRANQUEAR SUA MARCA ENTRE OS BENEFÍCIOS ESTÃO A EXPANSÃO NO CURTO PRAZO SUBSIDIADA POR TERCEIROS E A VISIBILIDADE DA MARCA. E AÍ, QUER DAR UMA MORDIDA? A DOR E A DELÍCIA DE SE TORNAR UM FRANQUEADOR NV29 Capa Taciana 02.indd 1 5/29/13 5:56 PM

2 PERDAS Cultura de prevenção de perdas: sua empresa tem? Por Paulo Gratão Quando a perda é encarada de frente por uma sinergia que congrega pessoas, processos e tecnologia, ela passa a se tornar oportunidade de ganho Há dez anos, a rede de supermercados Princesa, no Rio de Janeiro, instalou antenas para monitorar o movimento das lojas e minimizar o índice de perdas. Se a missão foi bem-sucedida não se sabe e, pior, ainda é possível que o investimento da época tenha sido aplicado em ferramentas que ficaram obsoletas. A antena sem a cultura de prevenção perde a funcionalidade, afirma André William Lodrão, gerente regional de prevenção de perdas e riscos da rede de supermercados. A preocupação do executivo é pertinente. É o que atesta a 12ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, divulgada pelo Programa de Administração do Varejo (Provar), Fotos Douglas Luccena / Divulgação

3 Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Nielsen e o Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). O setor supermercadista é o que detém o maior índice de perdas, com 1,96, sendo que a média do varejo brasileiro foi de 1,76 em 2011, período avaliado pelo estudo. No entanto, os números são animadores, uma vez que o índice de 2010 era de 2,26. Nos EUA, as perdas correspondem a 1,41 do faturamento das redes. O estudo em questão foi realizado com supermercados (95), farmácias (3) e uma pequena parcela (2) de outros segmentos. Para ter uma ideia do impacto, um supermercado que fature anualmente R$ 2,6 bilhões, por exemplo, perde algo em torno de R$ 52 milhões no período. Isso equivale à abertura de 35 novas unidades da rede, considerando que o investimento necessário seja de R$ 1,5 milhão para cada nova loja. Desde que Lodrão passou a trabalhar no Princesa Supermercados, em 2010, começou a pensar em formas de instaurar a cultura de prevenção perdas, engajando os funcionários na causa. O controle ganha mais eficácia quando é aplicado à cultura empresarial como um todo, na visão de Luiz Fernando Sambugaro, diretor de comunicação da Gunnebo Gateway. Engloba todas as áreas da empresa, das compras ao atendimento ao consumidor. Todas podem gerar perdas se não forem bem administradas. É absolutamente necessário que o maior responsável pela empresa tome a decisão de implantar um programa como estratégia e não como um procedimento normal, afirma. O primeiro passo foi mensurar o quanto se perdia com furtos, desvios, desperdícios e afins. Chegou a quase R$ 10 milhões, conta Lodrão. A partir daí, o gerente passou a buscar soluções que poderiam ajudar a reduzir esse índice. Além da melhor utilização da antena, outros equipamentos que permitiram o controle e a vigilância mais rígidos ajudaram a criar a cultura de perdas. Primeiro no público interno, depois no recebimento de mercadoria e por último no próprio cliente. O departamento responsável por esse monitoramento foi dividido em perdas e riscos. Com essas ações, Lodrão viu o índice ser reduzido a cada ano e chegar a pouco menos de R$ 7 milhões em 2012, uma redução de 30. Não existe empresa que não tenha algum nível de perda. As empresas que dizem que não têm é porque não medem ou não fazem inventários regulares, comenta Sambugaro, da Gunnebo Gateway. Soluções tecnológicas O setor supermercadista foi o que mais cresceu em investimento em prevenção e implantação de boas práticas, revela Carlos Eduardo Santos, diretor A REDE PRINCESA SUPERMERCADOS REDUZIU O ÍNDICE DE PERDAS EM 30 APÓS INSTAURAR A CULTURA DE PREVENÇÃO NA GESTÃO DO NEGÓCIO CARLOS EDUARDO SANTOS, DA PLASTROM SENSORMATIC O setor supermercadista foi o que mais cresceu em investimento em prevenção e implantação de boas práticas de marketing da Plastrom Sensormatic. A prevenção de perdas é dividida em três blocos: pessoas, processos e tecnologia, afirma. Nos últimos anos, ele conta, a procura por soluções que ajudam a prevenir perdas cresceu 30 na empresa. Os varejistas passaram a enxergar que prevenir perdas é o caminho mais rápido para o lucro, já que aumentar vendas e margem não depende deles e a redução de perdas, sim. Santos afirma que essa alta tem sido expressiva ainda mais em pequenas e médias empresas, pois os custos das soluções estão mais acessíveis. Rastreabilidade Jean Carlo Klaumann, vice-presidente de operações da Linx, joga luz sobre o fato de que a questão de perdas é mais abrangente do que furtos ou extravios; devem ser incluídas aí as rupturas de estoque, a análise de crédito, as fraudes com cartões e os ataques aos sites de e-commerce. Nos próximos anos, o uso de sistemas de monitoramento de comportamento humano dentro de lojas deve ser intensificado. Já foi o tempo em que um projeto de RFID tinha um custo proibitivo. A tendência é que cada vez mais empresas adotem e puxem o preço para baixo, afirma. Uma loja que invista em soluções RFID, como a Memove, da holding VGB Valdac Global Brands, que já nasceu baseada na tecnologia, é capaz de manter um staff operacional menor do que uma loja convencional, o que reduz a incidência de perdas em todo o processo, segundo Klaumann. A adoção de monitoramento via etiquetas de RFID já é uma realida- NOVAREJO maio/junho

4 PERDAS QUANTO ANTES AS EMPRESAS OLHAREM PARA A QUESTÃO DA PREVENÇÃO, MAIS SAUDÁVEL SERÁ A VIDA FINANCEIRA DO NEGÓCIO PRINCIPAIS CAUSAS DE PERDAS NO VAREJO de para empresas de porte menor, segundo o vice-presidente da Linx, uma vez que em alguns casos o custo unitário é de R$ 0,30. O executivo explica que a mensuração de ganhos ou de prevenção acontece de acordo com o estágio de maturidade adquirido pela empresa e que pode variar bastante. Cada projeto tem sua característica, mas estudos realizados pelo MIT apontam para uma redução de 18 a 26 nas perdas de inventário, otimização de 10 nos índices de ruptura, redução de 10 nos custos de gestão e níveis de estoque, afirma. Em sua visão, quanto antes as empresas olharem para a questão da prevenção, mais saudável será a vida financeira do negócio e melhores serão as margens de lucro. Para Luis Colella, presidente da Coss Consulting, toda a cadeia do varejo, desde fabricantes até os lojistas, pode se valer do rastreamento por RFID para minimizar perdas baseadas na não localização de produtos, que atualmente gira em torno de 6 a 9. Hoje se perde muita venda devido a falhas na retaguarda. É um volume significativo. 32 FERRAMENTAS DE PREVENÇÃO MAIS UTILIZADAS NO VAREJO BRASILEIRO Monitoramento em tempo real reduz perdas internas A procura por soluções de monitoramento e prevenção de perdas cresce 48 ao ano na Gunnebo Gateway, segundo Adriano Sambugaro, diretor de marketing da empresa. As PROGRAMAS ADOTADOS EM PREVENÇÃO DE PERDAS JEAN CARLO KLAUMANN, DA LINX Nos próximos anos, o uso de sistemas de monitoramento de comportamento humano dentro de lojas deve ser intensificado QUEBRAS OPERACIONAIS FURTOS EXTERNOS ERROS ADMINISTRATIVOS FURTOS INTERNOS FORNECEDORES OUTROS AJUSTES CIRCUITO FECHADO DE TV MONITORAMENTO NA FRENTE DE CAIXA CAIXAS ACRÍLICAS PARA PRODUTOS DE ALTO RISCO ANTIFURTOS TECNOLOGIA AM ETIQUETAGEM NA ORIGEM TREINAMENTO PARA COLABORADORES INTRODUÇÃO DE PROCESSOS NO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE POLÍTICAS COMUNICAÇÃO PARTICIPAÇÃO DE LUCROS/REMUNERAÇÃO VARIÁVEL ATRELADO A RESULTADO DE PERDAS Fonte: 12ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, do Instituto Provar/Fia Ibevar 36 maio/junho 2013 NOVAREJO

5 LUIS COLELLA, DA COSS CONSULTING Hoje se perde muita venda devido a falhas na retaguarda perdas internas, oriundas dos próprios funcionários, podem ser reduzidas com um monitoramento eficaz, como a que propõe a solução PDV Gate Cash, que monitora as operações no ponto de venda, fornecendo imagens, áudio e ticket das compras que passam pelo PASSO A PASSO PARA INSTAURAR UMA CULTURA DE PREVENÇÃO E PERDAS NA EMPRESA 1. O primeiro passo é definir a hierarquia. O cargo responsável pela área nunca deve ter ligação com setores operacionais 2. Preparação dos funcionários: a. Muito treinamento e atualizações. b. Programas motivacionais. c. Campanhas de esclarecimento para todas as áreas. d. Em reuniões internas, o responsável por prevenção e perdas deve ter destaque, já que todo valor que ele consiga reduzir é lucro adicional. 3. Tecnologias adequadas ao segmento em que opera (de câmeras, antenas, cadeados eletrônicos a softwares específicos). 4. Normas e procedimentos para todas as áreas da empresa. FONTE: LUIZ SAMBUGARO, DIRETOR DE COMUNICAÇÃO DA GUNNEBO GATEWAY caixa na mesma tela. O varejista pode predeterminar filtros com produtos de alto risco ou de cancelamento de cupons. O auditor avalia a ação no caixa com base na ferramenta, explica o diretor. Existem casos de funcionários que cancelam a compra no caixa e mesmo assim recebem o dinheiro. Monitorando as ações de cancelamento, ou de produtos classificados como alto risco, é possível identificar isso no ato. Wagner Bernardes, diretor-executivo da Seal Tecnologia apresentou um sistema de câmeras de segurança durante a última edição da feira APAS 2013, em São Paulo. Com resolução de 12 megapixels, as câmeras ainda não são usadas no Brasil, mas nos EUA elas se mostraram capazes de reduzir as perdas em até 30. Existem redes em que a pior loja chega a perder 5 do faturamento. Para a retaguarda do negócio, Sambugaro cita o Intelisafe, solução que auxilia no controle do dinheiro. Cofres inteligentes melhoram o fluxo na tesouraria e reduzem a quantidade de funcionários no setor. Por meio de senha randômica pessoal, o funcionário tem acesso ao conteúdo do cofre e seu nome é registrado no extrato emitido para controle de fluxo. A rede varejista Riachuelo utiliza o cofre inteligente nas lojas de Sorocaba e Taboão da Serra, ambas em São Paulo. Segundo informações da empresa, a implementação da solução possibilitou a desconcentração de funcionários dedicados ao setor e controle em tempo real da movimentação do cofre. Em breve, a solução será estendida para quase todas as lojas da rede. v WAGNER BERNARDES, DA SEAL TECNOLOGIA Existem redes em que a pior loja chega a perder 5 do faturamento NOVAREJO maio/junho

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