Engenharia Civil e Ambiente. A História Recente da Engenharia em Portugal. Os engenheiros portugueses: a construção de uma identidade
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1 Engenharia Civil e Ambiente A História Recente da Engenharia em Portugal Os engenheiros portugueses: a construção de uma identidade Emanuel Maranha das Neves IST, 21 de Setembro de 2010 Sumário O surgimento dos engenheiros civis portugueses. O Fontismo e a engenharia. A 1ªRepública, o IST e o ensino da engenharia. O Estado Novo, os engenheiros e industrialização. O LNEC e a investigação em Portugal. Portugal na EU e reflexos na engenharia. O ensino e o exercício da profissão nos dias de hoje.
2 Os engenheiros portugueses Século XIX modificação profunda do papel dos engenheiros Engenheiros militares versus engenheiros civis Criação da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses (AECP) por João Crisóstomo de Abreu e Sousa (1869) Os Engenheiros Civis Portugueses Construção de uma identidade Atéprincípios do séc. XX, a história da engenharia civil portuguesa confunde-se com a da AECP Revista de Obras Públicas e Minas (publicada durante 66 anos) A profissão éfundamentalmente exercida por pessoas integradas no Estado
3 Revista de Obras Públicas e Minas (Associação dos Engenheiros Civis Portugueses) Os engenheiros portugueses. A construção de uma identidade Ao longo do séc. XIX os engenheiros têm um papel de relevo na modernização, não só pelas realizações materiais mas por ajudarem a moldar uma nova mentalidade baseada na ciência, na tecnologia e no progresso.
4 O Fontismo Em 1850, Fontes Pereira de Melo cria o Ministério das Obras Públicas (MOP) e introduz importantes mudanças no ensino da engenharia. um dom do Céu, um instrumento do progresso legítimo, uma fonte de cómodos e gozos para o género humano, como o foram o arado, o navio, a imprensa, para os homens que os viram nascer. Alexandre Herculano (Revista Peninsular) 1ªviagem de caminho de ferro: 28 de Outubro de 1856
5 Primeira República (1910) Criação do IST por iniciativa de Brito Camacho (1911) Conferido ao ensino técnico superior o estatuto de ensino universitário. Ensino visando preferencialmente a indústria e não o Estado. A formação científica, com relevo para a matemática, impregnam a engenharia. Início da engenharia moderna! IST (antigas instalações ao Conde Barão, Lisboa) Primeiro Director: Alfredo Bensaúde
6 FEUP (1926) Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Estado Novo (1926) IST é integrado na UTL O Estado institui a Ordem dos Engenheiros (e extingue a AECP) =141 anos! Até 1945 (fim da 2ª Guerra Mundial) : Formação e hierarquização da profissão; Poucas obras de engenharia de relevo, com excepção das promovidas por Duarte Pacheco ( ).
7 Duarte Pacheco ( ) Construção do Instituto Superior Técnico
8 Os engenheiros portugueses A construção de uma identidade º Congresso Nacional de Engenharia A partir de 1936 A hora dos engenheiros A política de electrificação e de industrialização beneficia o desenvolvimento da profissão Ferreira Dias ( ) Política de electrificação (industrialização). As barragens.
9 O pensamento económico dos engenheiros A superioridade dos engenheiros, durante um longo período da vida portuguesa, traduziu-se por um pragmatismo que lhes permitiu construir, por etapas, um modelo global de industrialização, ultrapassando uma cultura conservadora, resignada e decadentista. J. M. Brandão de Brito (2002) Laboratório Nacional de Engenharia Civil (1946) A institucionalização da investigação em Portugal!
10 Manuel Rocha ( ) Barragem de Castelo do Bode (1951)
11 Os engenheiros portugueses A construção de uma identidade Nos anos 60 háa consciência de que o sistema de ensino entrou em crise 1º Congresso do Ensino da Engenharia (1962) Manuel Rocha enuncia os princípios de uma reforma do ensino da engenharia prestou mais ajuda [àuniversidade] atacando-a, do que enaltecendo-a. E. R. Arantes e Oliveira (1994) O ensino da engenharia na 2ª República Expansão do ensino: Universidades e Politécnicos; Política de formação no estrangeiro (doutoramentos). Acontecimentos relevantes: Computadores, métodos numéricos, novos materiais e papel da engenharia civil na minimização dos problemas ambientais.
12 Universidades (15) e Politécnicos (33) As últimas décadas do século XX 1985 Adesão de Portugal àeu. Importância dos fundos comunitários. Volume de obras de infra-estruturação sem precedentes no nosso país. Os Eurocódigos A regulamentação da profissão. Papel da OE
13 Estaleiros navais da Setenave (estuário do Sado) Obras do Baixo Mondego (novo traçado do Mondego, defesa contra cheias e abastecimento de água)
14 Barragem de Alqueva Ponte Vasco da Gama
15 Nó de Sacavém (cruzamento da A1 com IC 17) Considerações finais (I) Os engenheiros civis têm-se distinguido, no contexto da engenharia portuguesa, sobretudo pelo elevado nível na concepção e no projecto. Caminhos para o futuro: Continuar a investir na investigação e na melhoria do ensino (processo de Bolonha, novo RJIES, novo ECDES); Ensino Universitário e Superior (inversão da pirâmide); Promover a normalização e a qualidade; Competir com o estrangeiro (projectar e construir).
16 Conclusões (II) Mostrou-se que os engenheiros constituem um grupo profissional muito importante, com uma identidade construída ao longo de mais de século e meioe com uma importante e reconhecida contribuição para o aumento do nível de vida dos Portugueses. Considerações finais (III) Os engenheiros têm sido, em vários momentos da nossa história, portadores do projecto social de modernização (não apenas científico e técnico!) do país.
17 Referências bibliográficas Diogo, M. P. & A. C. de Matos (2004), Jogos de identidade. Dois séculos na formação e na prática dos engenheiros portugueses, Momentos de Inovação e Engenharia em Portugal no Século XX, Vol I, Publicações D. Quixote, pp Gibert, A. (1986), Manuel Rocha. O Pensamento e a Obra, Imprensa Nacional Casa da Moeda, Lisboa. Guerra, F. (1995), História da Engenharia em Portugal,Livraria Lopes da Silva, Porto. Maranha das Neves, E. (2004), Infra-estruturas em Portugal no século XX, Momentos de Inovação e Engenharia em Portugal no Século XX, Vol I, Publicações D. Quixote, pp Maranha das Neves, E. (1998), Notas sobre a moderna engenharia civil portuguesa, Ingenium, Revista da Ordem dos Engenheiros, Agosto, pp Oliveira Marques, A. H. de (1995), Breve História de Portugal Editorial Presença, Lisboa, pp , (sobre o Fontismo). Rodrigues, M. L (1999), Os Engenheiros em Portugal, Celta Editora, Oeiras.
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