Estado Justiça e Virtude 1

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1 Estado Justiça e Virtude 1 Vitor Luiz Fanfa 2 RESUMO: o presente artigo tem a pretensão de estabelecer uma trajetória histórica acerca da formação do Estado, abordando também como era organizada a sociedade antes do surgimento de um poder estatal regulamentador, a influência política para a formação do mesmo e também os reflexos obtidos na contemporaneidade. ABSTRACT: This article purports to establish a historical background about the formation of the state while also addressing how society was organized before the emergence of a regulatory state power, political influence for the formation of the same and also the reflections obtained in the contemporary RESUMEN: Este artículo pretende establecer un marco histórico sobre la formación del estado abordando al mismo tiempo cómo la sociedad se organizó antes de la aparición de un poder del Estado regulador, la influencia política para la formación de las mismas y también las reflexiones obtenidas en el actual Analisando o Estado no contexto histórico observamos mudanças de cunho notório na trajetória deste, também há diversas teorizações acerca da formação do Estado. Para entender a procedimentalização de formação estatal é necessário observar historicamente o passado. Primeiramente nos remetemos à concepção de que o ente Estado nem sempre existiu, sociedades chamadas estas de primitivas mantinham suas relações sem que houvesse a figura de um poder estatal, sociedades estas que tramitaram por diferentes aspectos classificados através de estudos contemporâneos da seguinte forma: sociedade agrária, sociedade industrial e sociedade militar. Nestas sociedades não havia divisão de 1 Conteúdo desenvolvido durante o curso de formação Estado Justiça e Virtude complementação acerca do componente curricular de História através da Instituição ACAPED Agência de Capacitação Educacional. 2 Acadêmico do Curso de Direito da Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC Campus Xanxerê.

2 comandos sociais, a religião era a base na sociedade agrária e ainda pouco influente no modelo industrial o qual adotou uma ideia hipotética de Estado onde ocorre a divisão, algumas pessoas do grupo detinham a competência administrativa que começava a impor normas de conduta à vida coletiva. Na sociedade militar, momento em que passou-se a utilizar a força e implantada a proteção aos meios de produção oriundos da sociedade industrial. Primeiramente surge o que pode-se chamar de uma espécie de governo na sociedade militar, após desenvolve-se uma figura de poder estatal passando a concretizar uma sociedade civilizada. O Estado surge como uma necessidade de regulamentação social porém a sua formação proporcionou alguns impasses sociais como: conflito de classes, massificação das camadas sociais dando origem a dois grupos os dominantes e os dominados. Segundo a concepção platônica o Estado possui forte tendência a se tornar conservador, por Estado entende-se, acerca de pressupostos contemporâneos, como uma organização política possuidor de poder e autonomia, dentro deste âmbito, no que tange a caracterização do Estado, dá-se por três essenciais aspectos: poder político, povo e território. Ao político está intrínseco todas as funções administrativas, caracterizando ainda o poder como econômico e ideológico. Ainda teorizando o Estado Nicolau Maquiavel ( ) teoriza inicialmente um ente estatal soberano onde o governo é formado por principados, ou hereditário. Porém Maquiavel teoriza mais sobre como deve-se governar, sua principal obra é o livro O Príncipe, escrita esta que veio a ser livro de cabeceira de muitos políticos do século XXI. Deve-se a Maquiavel a significância da palavra Estado na modernidade, esta substitui a polis dos gregos e a civitas romanas. Na trajetória histórica observa-se que Platão não foi adepto a democracia, esse teorizou o Estado ideal dividindo-o em governantes, exército, e povo. A classe do povo abrangia os artesãos, agricultores, comerciantes, profissionais liberais e escravos classe esta que não participava do governo, apenas seguia o que lhes era imputado e também não merecia respeito. No Estado platônico a religião era um forte instrumento de domínio, a educação iniciava já na infância e também era controlada pelo poder estatal visando apenas os interesses deste e não uma educação voltado para o indivíduo. Cabia ao exército apenas cuidar da segurança interna e externa e o homem é classificado como um objeto do Estado, sendo este o dominado. Segundo a concepção de Platão o Estado

3 exerce a função de organizar os homens dentro da sociedade proporcionando-lhes o desenvolvimento de uma educação para a virtude, deixando as questões materiais em segundo plano. Dentro da polis os assuntos políticos eram essencialmente importantes, haja vista que a teorização política fez parte de muitas escritas de Platão escritor que nasceu na política e para a política caracterizando o homem como um animal político. O confronto de teorias acerca do assunto é visível, diante de governantes e da política apresentada por Platão observa-se uma linha que separa das ideias de Maquiavel o qual resenha um líder que não deve ser dotado de generosidade para garantir o poder, ou seja, um governante parcimonioso para manter-se no poder. A concepção de Maquiavel é realista, almejando a verdade absoluta, o fato, enquanto Platão, idealista, propõem de como o Estado deveria ser, teorizando também a virtude, esta propriamente dita não se transmite através da cientificidade, passando a ser a busca pelo ideal e não o real. Falar de Estado sem tocar na política é impossível, para os gregos esta provinha da polis e propugnava os saberes e decisões de cunho administrativo desde a economia aos assuntos de guerra. Portanto, polis é muito bem traduzida por Estado para os gregos e da mesma forma as civitas para os romanos. Muito embora a teoria política romana tenha influenciado historicamente, foram os gregos que inicialmente propagaram discussões acerca da teorização política, modernamente a política se traduz por arte ou ciência de governar através de uma relação interna externa, modo de participação do poder, aplicação e elaboração das leis, reconhecimento dos direitos e obrigações do cidadão. No que tange o desenvolvimento da política gregoriana, primariamente despótica e patriarcal característica própria das civilizações ocidentais, era impelido o impedimento da centralização e detenção do poder, primeiras medidas dos legisladores, observamos aqui uma leve influência de Platão. Neste período os escravos não tinham vez na vida política, assim bem como as mulheres, estrangeiros e miseráveis característica de uma sociedade patriarcal, riqueza era um fator determinante para a participação política, desta forma a cidadania era exclusiva à uma camada da sociedade que abrangia os homens adultos, nascidos no território, e ricos. A política está fortemente ligada ao poder, Norberto Bobbio, autor teorizador sobre política, direito, Estado e também jusfilósofo classifica a palavra política advinda de uma concepção

4 grega é tudo que se destina para a cidade, é o meio para se chagar a um fim. A política manifesta-se de diversas formas através de relações binárias, por exemplo: governantes x governados, soberano x súdito, Estado x cidadão, autoridade x obediência. Política e poder estabelecem entre si uma forte ligação, contemporaneamente o fator poder baseia-se em: poder econômico, poder político, poder ideológico, o primeiro baseia-se pelo capital, o segundo pelo ao de governar e o terceiro de impor uma conduta. Mais especificamente tratando de poder político, este caracterizado pela burocracia a seu favor, consiste em garantir a estabilidade adotando a força como aliada, esta característica a diferencia dos demais poderes. A passagem das palavras Poder Político é muito bem expressa pela teoria hobbesiana, quando esta emanada por Thomas Hobbes contextualiza um Estado uno detentor de poder, leia-se por este um Estado Soberano onde os cidadãos vivem numa tendência a um espírito de guerra (estado de natureza) sendo este uma ameaça e o poder estatal expresso e investido somente ao soberano é o meio para sanar tal ameaça. Hobbes trata em sua principal obra O Leviatã sobre o pacto de transferência onde os súditos transferem seus direitos para o soberano e este os devolve direitos da forma que bem estabelecer, sempre em prol da soberania, da mesma forma acontece com a criação de normas, as quais o soberano não está sujeito à observar. A teoria hobbesiana proporciona uma passagem do estado de natureza para a sociedade civil, segundo Hobbes desta forma o cidadão súdito estaria de acordo com os padrões de socialização, em linhas gerais a teoria expressa por Thomas Hobbes em O Leviatã revida tudo que vai de encontro com o Estado soberano. Diferentemente a teoria aristotélica o Estado é o meio para satisfazer as necessidades do indivíduo, somente este estaria disponível para que o cidadão pudesse realizar seus ideais ético morais e políticos voltando-se para uma teoria estatal utilitarista. Para Aristóteles só não estaria apto ao discernimento destas atividades os escravos, pois estes não possuíam capacidade para tal, assim bem como os estrangeiros. Vagarosamente o homem grego foi se desligando do etnocentrismo teocrático (religião/deus), as explicações para as coisas está na cosmologia (origem do mundo) e na antropologia (origem do homem), este fato caracteriza fortemente o Iluminismo, virada do Estado Teocrático para um Estado à luz do antropocentrismo. Esta passagem favorece os estudos acerca da palavra justiça, onde os filósofos desenvolvem diversas

5 teorias acerca da mesma, como o conceito de que a justiça deve contemplar a todos os homens e não a um determinado grupo, essa centralização da justiça era defendida pelos sofistas. Filosofia e justiça discerniram no mesmo momento histórico, a filosofia teorizou assuntos concepções políticas explicando a origem, finalidade e formas. Após o século V o poder político aristocrata sofre uma transformação, assumindo uma democracia escravocata, comandada pela oligarquia, os sofistas primavam pela educação massificada, voltada para a casta social dos nobres e chefes políticos. A filosofia e a política nasceram num mesmo momento histórico estabelecendo relações de estudo dentro de um contexto dando luz à filosofia política. Avançando paulatinamente na história, mais precisamente século XIX pós Revolução Francesa (1789) período que fora declarado os Direitos Humanos e o Estado passa a a ser chamado de Estado Liberal ou Estado Democrático de Direito. Anteriormente não se ouvia falar em cidadão detentor de direitos e sim a predominância de um estado soberano que foi se desgastando no decorrer dos séculos. Neste patamar o poder já se encontra tripartido (Executivo, Legislativo e Judiciário) onde a política encontra-se intrínseca ao executivo, a formação de normas compete ao legislativo e aplicação das normas ao judiciário, assim estabelecendo a competência de cada poder trabalhando a legitimidade do poder ou poder último. A filosofia política preocupa-se também em classificar a política como autônoma distinta da economia, justiça, direito, religião etc. Tratando de política dentro deste parâmetro temos uma concepção transversal, ou seja, a política desligada de tudo que não lhe pertence. Ainda na filosofia política foi estabelecida outra característica, o discurso crítico, desvinculação da ciência política, isto ocorre de forma que enquanto a filosofia explica o que é a política a ciência faz jus a como deveria ser. A filosofia busca a justificativa ou legitimação do poder, a ciência procura descrever as possibilidades e possíveis formas em que o poder poderá se legitimar, mesmo assim fica difícil de estabelecer um ponto de separação entre ambas. Ainda pode-se falar de política distintamente, ou seja, política de empresa, política da escola ou de um determinado grupo, ressaltando a forma de atuação, em linhas gerais a política pode ser a luta pelo poder ou a expansão do mesmo.

6 Dentre as diferentes formas de poder e no que tange a política tudo nos direciona ao Estado. Na Idade Média certas atribuições cabiam aos nobres onde estes possuíam o poder político e muitas vezes até mais poder que o próprio rei. O poder de um Estado não pode permanecer apenas na força / coerção, haja vista que esta prática de governo não é duradoura não podendo o governante (soberano) manter-se no poder. Historicamente observamos notórias mudanças na estrutura estatal e as formas de política, inicialmente o poder é atrelado a um grupo quando muito bem unificado ao soberano. Platão teorizava um idealismo estatal, impulsionando as classes superiores, visa a teoria platônica que o político deve ser um pensar envolvido espiritualmente, embasando a virtude na obediência.

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