CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

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1 CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS RITA DIEMA PEDROSO DA SILVEIRA ESTUDO DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA CIA ABERTA PARMALAT DO BRASIL S.A CANOAS, 2008

2 RITA DIEMA PEDROSO DA SILVEIRA ESTUDO DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA CIA ABERTA PARMALAT DO BRASIL S.A Trabalho de conclusão apresentado para a banca examinadora do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário La Salle Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis sob orientação do Prof. Ms. Airton Roberto Rehbein. CANOAS, 2008

3 TERMO DE APROVAÇÃO RITA DIEMA PEDROSO DA SILVEIRA ESTUDO DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA CIA ABERTA PARMALAT DO BRASIL S.A Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis do Centro Universitário La Salle Unilasalle, pela seguinte banca examinadora: Prof. Unilasalle Prof. Unilasalle Prof. Unilasalle Canoas, 14 de Novembro de 2008

4 AGRADECIMENTOS Em vários momentos nesta jornada obtive o apoio de vários colegas de trabalho, da empresa REFAP S/A, que dividiram comigo diariamente essa busca pelo conhecimento, agradeço de forma especial a essa importante contribuição para minha formação. Congratulo a todos aqueles companheiros e amigos de sala de aula que juntos comigo finalizaram esse projeto e agora são colegas de profissão, contadores, e a todos os demais colegas que compartilhei da companhia do decorrer do curso e que ainda estão percorrendo o caminho. Agradeço ao meu professor Ms Airton Roberto Rehbein, por sua orientação nesse trabalho, pela ajuda na definição do tema de pesquisa, pelo seu incentivo e dedicação e por seu conhecimento que me foi transmitido e que estão permeados neste texto. A todos os demais professores, tanto da área contábil, como das demais áreas, que colaboram para minha formação com os quais tive o prazer de uma convivência acadêmica proveitosa. A minha mãe que sempre acreditou em mim em vários momentos em que me sentia despreparada frente a uma avaliação. A Deus por tudo que me foi possibilitado, apesar de minhas falhas e insuficiências.

5 Quando morremos, nada pode ser levado conosco, com exceção das sementes lançadas por nosso trabalho e do nosso conhecimento. (Dalai Lama)

6 RESUMO A elaboração deste estudo pautou-se na análise dos mecanismos disponibilizados pela Lei de Recuperação de Empresas e Falência, Lei nº /2005, que foram utilizados na recuperação judicial da empresa Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos em dificuldade financeira, verificando-se sua aplicação e os efeitos decorrentes na busca da preservação da empresa economicamente viável. Apontou-se a importância da contabilidade no contexto da nova lei e a responsabilidade dos profissionais da área no fornecimento de informações claras e precisas da situação financeira da empresa aos interessados. Procurou-se identificar através da análise dos indicadores econômicos da empresa, os principais motivos que a levaram à recuperação judicial. Constatou-se que o instituto de recuperação de judicial foi eficaz no caso estudado, colaborando para a retomada de crescimento da empresa. Palavras-chave: Lei de Recuperação Judicial; Avaliação de Desempenho; Análise de Balanços. ABSTRACT The preparation of this study was ruled in the analysis of the available mechanisms by the Law of Recuperation of Enterprises and Bankruptcy, law nº /2005, what Industry of Foods were used in the judicial recuperation of the enterprise Parmalat of Brazil S/A in financial trouble, when his application and the resulting effects are happening in the search of the preservation of the economically viable enterprise. The importance of the accountancy was pointed in the context of the new law and the responsibility of the professionals of the area in the supply of clear and precise informations of the financial situation of the enterprise to the interested ones. It was tried to identify through the analysis of the economic indicators of the enterprise, the principal motives that took it to the judicial recuperation. It was noticed that the institute of recuperation of judicial one was efficient in the studied case, collaborating for the recovering of growth of the enterprise. Keywords: Law of Judicial Recovery; Evaluation of Performance; Analysis of balance sheets.

7 LISTA DE FIGURAS Figura 01 Construindo um Referencial Figura 02 Diagrama do Processo do Pedido de Recuperação Figura 03 Fluxograma do Processo de Recuperação Judicial Figura 04 Análise Contábil Figura 05 Fluxograma do Processo de Recuperação Judicial da PA Figura 06 Linha do Tempo Completa do Processo de Recuperação Judicial da PA Figura 07 - Gráfico dos Índices de Liquidez 2000 a Figura 08 Gráfico dos Percentuais de Endividamento Figura 09 Gráfico dos Percentuais de Composição do Endividamento Figura 10 Gráfico dos Percentuais de Lucratividade nas Vendas Figura 11 Gráfico dos Índices de Liquidez 2005 a Figura 12 Gráfico dos Percentuais de Endividamento Figura 13 Gráfico dos Percentuais de composição do Endividamento Figura 14 Gráfico dos Percentuais de Lucratividade nas Vendas Figura 15 Fluxo de Caixa Projetado 2006 a Figura 16 Gráfico dos índices de Liquidez Corrente 2005 a Figura 17 Gráfico dos Índices de Liquidez Geral 2005 a Figura 18 Gráfico dos Índices de Liquidez Seca 2005 a Figura 19 Gráfico dos Percentuais de Endividamento 2005 a Figura 20 Gráfico dos Percentuais de Composição do Endividamento 2005 a Figura 21 Gráfico dos Percentuais de Margem Bruta 2005 a Figura 22 Gráfico dos Percentuais de Margem Operacional 2005 a Figura 23 Gráfico dos Percentuais de Margem Líquida 2005 a

8 LISTA DE QUADROS Quadro 01 Recuperação/Concordata Quadro 02 Histórico da Empresa Quadro 03 Balanços Patrimoniais Históricos 2000 a Quadro 04 Balanços Patrimoniais Originais 2000 a Quadro 05 Refazimento das Demonstrações Financeiras em Quadro 06 Demonstrativos de Resultado Históricos 2000 a Quadro 07 Demonstrativos de Resultado Originais 2000 a Quadro 08 Balanços Patrimoniais em R$ mil 2000 a Quadro 09 Índices de Liquidez 2000 a Quadro 10 Índices de Estrutura de Capital 2000 a Quadro 11 Demonstrativos de Resultado em R$ mil 2000 a Quadro 12 Índices de Lucratividade nas Vendas a Quadro 13 Balanços Patrimoniais Projetados 2005 a Quadro 14 Índices de Liquidez 2005 a Quadro 15 Índices de Estrutura de Capital 2005 a Quadro 16 Demonstrativos de Resultado Projetados 2005 a Quadro 17 Índices de Lucratividade nas Vendas Projetado 2005 a Quadro 18 Balanços Patrimoniais Reclassificados por grupo 2005 a Quadro 19 Índices de Liquidez 2005 a Quadro 20 Índices de Estrutura de Capital 2005 a Quadro 21 Demonstrativos de Resultado Reclassificado por grupos 2005 a Quadro 22 Índices de Lucratividade nas Vendas 2005 a

9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO Definição do Problema Justificativa e Relevância Objetivo Geral Objetivos Específicos Estrutura do Trabalho REFERENCIAL TEÓRICO Recuperação Judicial Conceito de Recuperação Judicial Requisitos para Impetração do Pedido de Recuperação Judicial Meios de Recuperação Judicial Pedido de Recuperação Judicial Processamento da Recuperação Judicial Apresentação do Plano de Recuperação Judicial A Fase do Procedimento do Plano de Recuperação Judicial Pedido de Recuperação Judicial por Devedor em Processo de Concordata A Importância da Informação Contábil A Análise das Demonstrações Contábeis e seus Indicadores Principais Processos de Análise Tipos de Análises por Quocientes METODOLOGIA Delineamento do Estudo Definição da Área de Estudo Instrumento de Coleta de Dados... 38

10 3.4 Plano de Análise dos Estudos APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Caracterização da Empresa O Processo de Recuperação Judicial Petição Inicial do Requerimento da Recuperação Judicial Sentença de Deferimento do Processo de Recuperação Judicial Apresentação do Plano de Recuperação Judicial Apresentação da Ata da Assembléia Geral dos Credores AGC Homologação do Plano de Recuperação Judicial Alterações ao Plano de Recuperação Judicial Análise dos Dados Contábeis Apresentação do Laudo Econômico-Financeiro no Processo de Recuperação Judicial Comparativo entre as Fontes de Informações Utilizadas no Laudo e os Demonstrativos Originais Análise do Desempenho Econômico e Financeiro de 2000 a Análise Vertical dos Balanços Patrimoniais de 2000 a Análise de Indicadores Econômico-Financeiros de 2000 a Análise Vertical dos Demonstrativos de Resultado de 2000 a Análise Gráfica dos Índices de Lucratividade de 2000 a Análise dos Balanços Patrimoniais e Demonstrativos do Resultado Projetados de 2005 a Análise Vertical e Horizontal dos Balanços Patrimoniais Projetados de 2005 a Análise de Indicadores Econômico-Financeiros de 2005 a Análise Vertical e Horizontal dos Demonstrativos de Resultado de 2005 a Análise Gráfica dos Índices de Lucratividade de 2005 a Análise do Fluxo de Caixa Projetado de 2006 a Análise Comparativa entre os Balanços Patrimoniais e Demonstrativos do Resultado Projetados e Realizados de 2005 a Análise Vertical e Horizontal dos Balanços Patrimoniais Projetados e Realizados Comparados de 2005 a Análise de Indicadores Econômico-Financeiros Projetados e Realizados Comparados de 2005 a Análise Vertical e Horizontal dos Demonstrativos de Resultado Projetados e Realizados Comparados de 2005 a Análise Gráfica dos Índices de Lucratividade Projetados e Realizados Comparados de 2005 a CONCLUSÃO REFERÊNCIAS

11 11 1 INTRODUÇÃO A realização das obrigações do empresário para com o Estado é uma preocupação constante e uma necessidade permanente, já que desse ato depende a continuação da atividade empresarial. A empresa é a mola que impulsiona toda a sociedade, Oliveira (2006, prefácio) afirma que Garantir a geração de riquezas e promover a criação de empregos constituem os pilares de um empreendimento produtivo. A Lei de Recuperação de Empresas e Falência (LREF) Lei /2005 introduz mecanismos para garantir a continuidade do negócio, os empregos e os ativos mais importantes, ainda que por dificuldades financeiras a empresa tenha entrado em uma crise muito ameaçadora ao seu desenvolvimento. Dentro do processo de recuperação judicial, serão analisados os recursos oferecidos pela lei à empresa em dificuldade sendo nesse caso específico a Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos, verificando se de fato tais mecanismos são eficientes para sua reabilitação e continuidade operacionais. A confirmação dos efeitos que o processo de recuperação judicial propõe, serão comparados com o plano de recuperação judicial proposto pela empresa Parmalat S/A e seu prolongamento na linha do tempo. 1.1 Definição do Problema A Lei nº de 9 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial, a falência do empresário e da sociedade empresária, criando o processo de recuperação judicial traz em seu contexto os procedimentos usados para a recuperação empresarial.

12 12 Diante dessa legislação, como decorreu o processo de Recuperação Judicial da empresa Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos? 1.2 Justificativa e Relevância A nova lei de falências (Lei nº /2005) que substitui a instância da concordata trouxe em seu conteúdo significativas novidades, sobretudo no que se refere à recuperação judicial e extrajudicial do empresário e da sociedade empresária. Quanto aos aspectos contábeis, em diversos artigos da lei constam exigências de livros e demonstrativos contábeis, além de tratar de crimes que podem ter implicações junto aos contadores, exigindo grande responsabilidade por parte da categoria profissional. A empresa que não apresentar balanços não poderá solicitar recuperação judicial. O profissional que não estiver atento ao que registra, pode responder por crime de fraude e enfrentar penas mais duras. O assunto merece atenção devido à viabilidade da recuperação judicial estar diretamente condicionada à existência da contabilidade, e a atuação dos profissionais contábeis passar a ser mais requisitada. Este assunto será explorado na forma de estudo de caso a ser desenvolvido na empresa Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos, que por influência de dificuldades pelas quais a antiga controladora Parmalat S/A atravessou a partir do último trimestre de 2003, sobretudo o endividamento financeiro, gerou na Companhia uma dependência, até o ano de 2004, de recursos de terceiros para a operação, sendo levada à recuperação judicial. 1.3 Objetivo Geral Analisar a Recuperação Judicial da Cia Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos focando os motivos que levaram a empresa a esse processo e seu atual estágio de desenvolvimento. 1.4 Objetivos Específicos a) entender a nova lei de recuperação de empresas e como ocorre sua relação com a contabilidade empresarial; b) relatar sobre a importância da informação contábil para fins de avaliação da situação econômico-financeira das empresas;

13 13 c) estudar o desempenho econômico-financeiro da Cia. Parmalat S/A, buscando identificar os motivos que levaram ao processo de recuperação judicial; d) pesquisar sobre o processo histórico de recuperação judicial da empresa Parmalat S/A e o reflexo desse processo em seu desempenho econômico-financeiro. 1.5 Estrutura do Trabalho A pesquisa está divida em 05 (cinco) capítulos, a saber: Capítulo 1 Compõe-se da Introdução, que é uma síntese sobre o desenvolvimento do estudo, elementos do projeto de pesquisa, onde está identificado o problema a ser analisado, a justificativa e relevância do estudo para aprofundamento dos conhecimentos sobre o assunto pesquisado, os objetivos almejados de forma global e detalhados. Capítulo 2 A finalidade desta seção é trazer de forma sintética os procedimentos da recuperação judicial dentro da LREF, os passos necessários para elaboração de um processo de recuperação judicial em uma empresa, explanar a aplicabilidade e intento junto à contabilidade e a forma de demonstrar seus resultados aos interessados. Capítulo 3 Compõe-se da metodologia de pesquisa que versará sobre os meios utilizados e a forma que a investigação será desenvolvida, a delineação do campo de pesquisa, os instrumentos que serão usados para a coleta de dados, bem como o plano de análise dos dados. Capítulo 4 Trata da apresentação e análise dos dados aplicados no estudo de caso, caracterizando a empresa, bem como todas as etapas percorridas no processo de Recuperação Judicial, a análise dos dados contábeis, identificação das possíveis dificuldades financeiras enfrentadas pela companhia Parmalat S/A. Capítulo 5 A finalidade dessa seção e trazer os resultados conseguidos através da pesquisa, buscando evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo, apontando a relação entre os fatos verificados e a teoria e trazendo uma resposta ao problema inicial e aos objetivos do estudo.

14 2 REFERENCIAL TEÓRICO A nova Lei de Falências trouxe importantes inovações aos processos falimentares e de recuperação de empresas. O texto se baseou em alguns princípios como preservação da empresa, separação dos conceitos de empresa e de empresário, recuperação das sociedades e empresários recuperáveis, retirada do mercado de sociedades e empresários não recuperáveis, proteção aos trabalhadores, participação ativa dos credores, maximização dos valores dos ativos do falido. Através da Lei /2005 as empresas autorizadas pela Justiça a iniciar um processo de recuperação judicial precisam apresentar a seus credores, em assembléia, um plano detalhado para superar seus problemas financeiros. 2.1 Recuperação Judicial A recuperação judicial nasceu da necessidade de uma reformulação na legislação existente no Brasil até sua criação, visto que o instituto da concordata que até então vigorava no país deixou de ser eficaz já que na maioria dos casos as empresas que dela se socorriam já se encontravam em processo pré-falimentar. Conforme Almeida: A concordata, malgrado constituir-se no instrumento jurídico indispensável à recuperação econômico-financeira dos empresários, com o correr do tempo foi-se mostrando inadequada, entre outras coisas, por não assegurar ao devedor os recursos financeiros fundamentais para a manutenção de estoques e continuação da atividade empresarial (2007, p. 301). Para Araújo (2006, p. 5), Diferentemente da legislação anterior (Decreto-lei nº 7661/45), que destacava o instituto da falência, esta prevê meios para evitá-la, privilegiando a recuperação das empresas em dificuldades. Conforme Oliveira (2006, p. 115), na maioria das vezes é muito difícil uma empresa em concordata vir a se recuperar e isso se deve ao fato de que esta se compromete a pagar a

15 15 concordata em dois anos, sendo um período muito curto para que seu fluxo de caixa venha a se restabelecer e conseqüentemente a empresa entrará em falência. O quadro abaixo mostra as principais diferenças de escopo e abrangência em relação à concordata e a recuperação judicial fazendo uma comparação entre a nova lei e o antigo Decreto-Lei 7.661/45: Concordata Decreto-Lei nº 7661/45 - Abrange somente os credores quirografários 1 - Suspende somente as ações de credores quirografários - Prazo de dois anos de duração podendo ser estendido pelo juiz - Administradores continuam na gestão da empresa - Dependia quase da exclusividade do juiz Quadro 1 Recuperação/Concordata Recuperação Judicial Lei nº 11101/05 - Abrange outras classes de credores - Suspende ações de todas as classes de credores (com exceção para ações fiscais) - Prazo de duração indefinido, a depender do que prevê o plano - Possibilidade de substituição dos administradores da empresa - Depende da aprovação dos credores Fonte: Araújo, 2006, p. 27 Segundo Almeida (2007, p. 302), Concordata, como se sabe, significa acordo, convenção, presumindo como ocorria no passado, vontades convergentes do devedor e dos credores. Porém, ultimamente a concordata já não seguia esses princípios, pois ao contrário de um acordo entre as partes, se tornou um favor legal, não importando a vontade dos interessados. Para Oliveira: Ainda no que diz respeito ao Decreto-lei nº /45, mister se faz salientar que o espaço para negociação entre devedor e credor é muito pequeno; é o que dificulta toda a dinâmica do processo de reestruturação. No entanto, a Nova Lei de Recuperação e Falências, ao que tudo indica, virá resolver essa questão, posto que, além de aproximar mais a empresa devedora dos seus credores, afasta um pouco a participação do Judiciário e do Ministério Público, possibilitando maior dinâmica na negociação (2006, p. 115). 1 Credores quirografários são aqueles que não possuem qualquer preferência ou garantia em relação ao seu crédito; isto é, aqueles cujos créditos não têm garantia real ou preferência legal.

16 16 O desafio da Lei /2005 é a mudança desse paradigma priorizando a negociação entre devedores e credores e também a grande preocupação em manter a atividade da empresa, eliminando a idéia de maiores ganhos com a paralisação de seus negócios. 2.2 Conceito de Recuperação Judicial A recuperação judicial é um acordo feito entre uma empresa devedora e seus credores com relação a sua situação de insolvência, objetivando evitar sua falência, ou cessá-la uma vez já declarada. A nova lei abre às empresas em dificuldades a chance de reestruturação demonstrando dessa forma o seu maior interesse que é manter a atividade empresarial, preservando os empregos e a quitação dos credores, mantendo seus recursos produtivos e sua função social. A Lei /05 em seu art. 47 ressalta esse conceito: Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica (BRASIL, 2005). Oliveira ensina que (2006, p. 15), Um princípio universal do direito, da economia e das ciências sociais é o de que o único núcleo de desenvolvimento econômico e social que existe é a empresa. Ainda conforme Oliveira: Preserva-se a empresa para poder manter sua função social e o exercício da atividade econômica fomentando a atividade econômica, mantendo o emprego dos trabalhadores, a fonte produtora e o interesse dos credores, ou então se faz de forma inversa, começando a leitura pelo primeiro triângulo, ou seja, procura-se manter a fonte produtora, o emprego dos trabalhadores e o interesse dos credores com vistas a preservar a empresa, sua função social e fomentar a atividade econômica (2006, p. 27). Diante do exposto no artigo 47 da LREF, a figura abaixo demonstra suas possíveis interpretações no que diz respeito à proteção da fonte produtora e demais objetivos.

17 17 FUNÇÃO SOCIAL Preservação Emprego dos trabalhadores Empresa Atividade Econômica (fomento) Manutenção Fonte Produtora Interesse dos credores Figura 01 - Construindo um referencial. Fonte: Oliveira, 2006, p. 26 Oliveira descreve a figura 01 da seguinte forma: a) apresenta-se dois triângulos justapostos sendo o primeiro denominado de manutenção, que levanta a questão do que se pretende manter com essa lei. Em primeiro momento o principal item a ser preservado é a fonte produtora que representa toda a atividade empresarial, portanto colocada como primeiro ponto do lado esquerdo do triângulo; b) no ponto superior cria-se como segundo ponto o emprego dos trabalhadores como preservação das atividades profissionais, já no terceiro ponto mantemos o interesse dos credores que se dividem em imediatos que serão recebidos individualmente por credor e sua respectiva classe e os mediatos sendo que os credores são grandes interessados na preservação do fornecimento de produtos ou serviços e automaticamente na recuperação da empresa. Diante disso se dá origem ao primeiro triângulo que chamamos de manutenção; c) o segundo triângulo será denominado preservação, que questiona o que será preservado com a nova legislação. Como primeiro ponto à esquerda, se fixa a preservação da empresa em seu papel de instituição empresarial, cabendo inúmeras

18 18 justificativas para que seja mantida, seja pela geração de impostos e empregos, seja pelos benefícios que traz à região onde mantém suas atividades como melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento sustentável; d) já na parte superior do triângulo vem a função social da empresa como ponto importante defendido na lei e por fim, encerrando o segundo triângulo se mantém a atividade econômica da empresa representando o ideal de crescimento do país. Dessa forma, a nova lei foi elaborada com a função de trazer subsídios adequados para que um acordo se forme em torno da reestruturação da empresa, garantindo uma solução eficiente em que todos ganham: a empresa se mantém em funcionamento, os credores têm sua dívida sanada e os trabalhadores garantem sua fonte de renda. A Lei /05 em seus artigos 1º e 48 traz a aplicabilidade da recuperação judicial, e limita os empresários individuais e as sociedades empresárias que exerçam regularmente suas atividades a mais de 2 (dois) anos ao uso de seus benefícios. Art.1º. Esta lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresa, doravante referidos simplesmente como devedor (BRASIL, 2005). O empresário a que se refere o dispositivo legal transcrito tem a seguinte denominação no artigo 966 do Código Civil de 2002 Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços (BRASIL, 2002 apud Almeida, 2006, p. 304). Já com relação à sociedade empresária o Código Civil no seu artigo 982 descreve como Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro... (BRASIL, 2002 apud Almeida, 2006, p. 305). Para Oliveira: O DEVEDOR É representado pela administração da empresa, que nem sempre se confunde com os sócios. Está na posição inglória de quem é responsável pelo problema e a solução. E tende a ser parte bem informada da negociação (2006, p. 47). Conforme Ochoa e Weinmann (2006, p. 19) A nova lei aplica-se ao empresário e à sociedade empresária. Foi superada assim a insuficiência conceitual da legislação anterior, que atribuía a aplicabilidade do instituto ao comerciante. A recuperação judicial se aplica ainda ao cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor e inventariante ou sócio remanescente. Esta é mais uma ferramenta disponibilizada pela Lei /2005 no seu art. 48, parágrafo único Parágrafo único. A recuperação judicial também

19 19 poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente (BRASIL, 2005). Para Ochoa e Weimann (2006, p. 65) Nas pequenas empresas, a aplicação da norma será possível se do contrato social constar usual cláusula de que a pessoa jurídica não se extinguirá com o falecimento de um dos sócios. No entendimento de Almeida (2006, p. 304), tanto o empresário como a empresa que se utilizarão da recuperação judicial devem estar devidamente registrados no Registro Público de Empresas Mercantis de seu respectivo estado de domicílio. Cabe lembrar ainda, que a recuperação judicial não é um meio universal para que as empresas se beneficiem e venham a se reerguer, visto que, o empresário que estava impedido de entrar com pedido de concordata pelo decreto 7.661/45, continua sem autorização para se valer da Lei /2005. No momento em que foi promulgada a nova lei de recuperação judicial, foi possível verificar a sua inaplicabilidade a determinadas sociedades empresárias. A Lei /2005 em seu artigo 2º define: Art. 2º Esta lei não se aplica a: I empresa pública e sociedade de economia mista; II instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores (BRASIL, 2005). Ainda, conforme Ochoa e Weinmann (2006, p. 21), a recuperação judicial não se aplica às sociedades simples e sociedades não-personificadas. No que se refira à legitimidade ativa para requerer a recuperação judicial da empresa, o credor não a detém, pois se considera que quem tem legitimidade ativa para o processo de recuperação judicial é quem está exposto ao risco de ter a falência decretada. Além disso, seria praticamente inviável para o credor cumprir com todas as exigências da Lei /2005 para requerer o benefício legal. 2.3 Requisitos para Impetração do Pedido de Recuperação Judicial Para que se possa requerer a recuperação judicial se faz necessário em primeiro lugar, conforme já abordado, ser empresário ou sociedade empresária. No seu artigo 48 a Lei /2005 estabelece alguns critérios para que o empresário ou sociedade empresária possam comprovar sua idoneidade e sua permanência na atividade há mais de 2 (dois), como disposto a seguir:

20 20 Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III Não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei (BRASIL, 2005). Para Almeida (2006, p. 308), os requisitos necessários para entrar com o processo recuperação judicial são divididos em duas categorias: os de ordem objetiva que são proclamados no artigo 48, e os de ordem subjetiva que são representados pelo plano de recuperação apresentado pelo requerente. Embora todos os requisitos apresentados para encaminhamento do processo, segundo Ochoa e Weinmann (2006, p. 64), em comparação com o antigo regime de concordata as exigências para a comprovação da idoneidade diminuíram, em contrapartida aumentaram a quantidade de documentos a serem apresentados no momento do pedido. Essa seria uma medida estratégica do legislador, visto que a partir do momento em que são apresentados documentos que mostrem a real situação do insolvente, dificulta a omissão de dados. Segundo Ochoa e Weinmann: Explica-se. Se o plano não for aprovado pelos credores, a falência do devedor será decretada, a menos que desista do pedido com a concordância dos mesmos credores. Portanto, a exigência de dados que implicam a renúncia ao sigilo patrimonial dos sócios (artigo 52, inciso VI) e ao sigilo bancário e financeiro da empresa (art. 52, VII) é um alerta ao devedor que pretenda utilizar-se do instrumento de forma meramente procrastinaria, pois esses mesmos credores poderão passar a conhecer informações de que até então não dispunham (2006, p. 65). O exercício regular da atividade empresarial é requisito essencial para o pedido do processo e a comprovação do prazo de carência de 2 (dois) representa uma precaução para evitar que empresários de má fé se utilizem da recuperação judicial de forma fraudulenta. 2.4 Meios de Recuperação Judicial A Lei /2005 é extremamente ampla ao se tratar das formas concedidas para a empresa entrar com processo de recuperação judicial visando sua reestruturação econômicofinanceira e os meios oferecidos para a recuperação podem ser classificados em seis categorias distintas: a) dilatório (aumento de prazo) ou misto entre dilatório ou remissório (diminui a intensidade), como pode ser constatado no inciso I do artigo 50;

21 21 b) meramente remissório (diminui a intensidade), como pode ser constatado no inciso XII do artigo 50; c) a reformulação recai sobre o perfil subjetivo da empresa (atinge a parte societária da empresa), como pode ser constatado nos incisos II, III e X do artigo 50; d) a reformulação recai sobre o perfil objetivo da empresa (atinge o patrimônio da empresa), como pode ser constatado nos incisos II final, VI, VII, IX, XI, XIII, XV, XVI do artigo 50; e) a reformulação recai sobre o perfil funcional da empresa (atinge a atividade própria da empresa), como pode ser constatado nos incisos IV, V, XIII e XIV do artigo 50; f) a reformulação recai sobre o perfil corporativo da empresa (empresário, dirigentes, funcionários e operários), como pode ser constatado no inciso VIII do artigo 50. Conforme Oliveira: A nova Lei de Falência e Recuperação de Empresas traz um rol exemplificativo, com 16 (dezeseis) meios de recuperação que o devedor pode utilizar para recuperação da sua atividade. O plano pode contemplar abatimento das dívidas, concessão de prazos, cisão, conversão de dívida em capital, dação em pagamento, entre outros meios para a recuperação do devedor. Na elaboração do plano, o devedor deve examinar a composição de seu ativo, analisar se é possível alienar algum bem e eventualmente transferi-lo para seus credores. Deve também analisar o perfil e as preferências de seus credores, uma vez que alguns podem preferir, por exemplo, a concessão de descontos e outros, o alongamento da dívida (2006, p. 92). Os meios oferecidos para serem utilizados no plano de recuperação judicial estão elencados no art. 50, da Lei /2005, sendo muitos deles recomendados por diversos consultores como forma de recuperação financeira para a empresa em estado de insolvência: Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: I concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; II cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; III alteração do controle societário; IV substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; V concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; VI aumento de capital social; VII trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; VIII redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; IX dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; X constituição de sociedade de credores; XI venda parcial dos bens; XII equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial à data da distribuição do pedido de recuperação judicial,

22 22 aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; XIII usufruto da empresa; XIV administração compartilhada; XV - emissão de valores mobiliários; XVI constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor (BRASIL, 2005). Os meios apresentados acima não excluem outros, desde que pertinentes à legislação. Uma vez que o plano seja rejeitado por não haver opção compatível e inexistindo proposta alternativa será decretada a falência do devedor. Os efeitos da Lei /2005 são abordados de duas formas: efeitos da recuperação judicial quanto às obrigações do devedor créditos sujeitos à recuperação e os efeitos da recuperação judicial quanto à administração da empresa. Quanto às obrigações do devedor Ochoa e Weinmann (2006, p. 65) entende que Reza o artigo 49 estarem sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. Conforme Oliveira: Em princípio, todos os credores estão sujeitos ao processo de recuperação judicial (regra potencial), com exceção do Fisco 3. O devedor deve indicar no plano de recuperação os credores cujas obrigações não podem ser honrados dado o fluxo de geração de caixa e, portanto, como quais credores pretende negociar (2006, p. 91). Ao falar em exceção do fisco, Oliveira se refere aos créditos tributários que deverão ser objeto de parcelamento administrativo em separado, por enquanto, dentro daqueles prazos de seis ou sete anos do Projeto de Lei nº 245/04. Para Almeida (2006, p. 319), existem, porém, algumas classes de credores excluídos dos efeitos da recuperação judicial. São elas: a) credor fiduciário, arrendador mercantil proprietário ou promitente vendedor de imóvel com cláusula de irrevogabilidade, credor com reserva de domínio; b) os contratos de câmbio (adiantamento de dinheiro destinado à exportação); c) os créditos constituídos após a distribuição do pedido de recuperação. Quanto à administração da empresa: Para Almeida (2006, p. 318) A recuperação judicial, tal aliás como ocorria com a concordata, em princípio não priva o titular da empresa da administração dos seus bens. Conforme Araújo (2006, p. 41) A recuperação judicial será conduzida por um administrador judicial, sem levar à paralisação da empresa ou destituição de seu administrador.

23 23 O contrário das afirmações acima, se dá nos seguintes casos conforme define o artigo 64 da Lei /2005: Art. 64. Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores serão mantidos na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador judicial, salvo se qualquer deles: I houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por crime cometido em recuperação judicial ou falência anteriores ou por crime contra o patrimônio, a economia popular ou a ordens econômica previstos na legislação vigente; II houver indícios veementes de ter cometido crime previsto nesta Lei; III houver agido com dolo, simulação ou fraude contra os interesses de seus credores; IV houver praticado qualquer das seguintes condutas; a) efetuar gastos pessoais manifestamente excessivos em relação a sua situação patrimonial; b) efetuar despesas injustificáveis por sua natureza ou vulto, em relação ao capital ou gênero do negócio, ao movimento das operações e a outras circunstâncias análogas; c) descapitalizar, injustificadamente a empresa ou realizar operações prejudiciais ao seu funcionamento regular; d) simular ou omitir créditos ao apresentar a relação de que trata o inciso III do caput do art. 51 desta Lei, sem relevante razão de direito ou amparo de decisão judicial; V negar-se a prestar informações solicitadas pelo administrador judicial ou pelos demais membros do Comitê; VI tiver seu afastamento previsto no plano de recuperação judicial. Parágrafo único. Verificada qualquer das hipóteses do caput deste artigo, o juiz destituirá o administrador, que será substituído na forma prevista nos atos constitutivos do devedor ou do plano de recuperação judicial (BRASIL, 2005). Caso ocorra qualquer uma das hipóteses citadas acima, segundo Ochoa e Weinmann (2006, p. 94), o juiz decretará uma Assembléia Geral dos Credores (AGC) que irá nomear um novo administrador para a empresa que passará a assumir todas as atribuições que o cargo lhe incumbir, e muitas vezes como já existe o Administrador Judicial, resulta em uma duplicidade de remuneração, agravando a crise financeira da empresa. Nesse caso existe a hipótese do próprio Administrador Judicial vir a acumular o cargo de administrador da empresa assumindo também as atividades do devedor. 2.5 Pedido de Recuperação Judicial O pedido inicial de recuperação judicial é assinado por advogado e tem em seu conteúdo, além dos requisitos de validade comum a todos os processos, a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico financeira que são afirmadas através das demonstrações cabíveis. Conforme Ochoa e Weinmann:

24 24 Cumpre destacar a diferença em relação à concordata, na qual o simples despacho deferindo o processamento já assegurava ao devedor o direito de efetuar o pagamento conforme a proposta apresentada na peça inicial. Na recuperação, não é mais assim. O devedor a requer e, estando sua petição em termos, o juiz defere o processamento da medida, mas a pretensão do devedor somente será executável quando apresentar o seu plano de recuperação e este for aprovado pela assembléia geral (2006, p. 80). Os procedimentos iniciais da recuperação da empresa insolvente estão dispostos no artigo 51 da Lei /2005: Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: I a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira; II as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; III a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando rua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; IV a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que tem direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; V certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; VI a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; VII os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; VIII certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; IX a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. 1º. Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado. 2º. Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados nos termos da legislação especifica. 3º. O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os 1º e 2º deste artigo ou de cópia destes (BRASIL, 2005, grifo nosso). Com relação aos livros contábeis, estes embora permaneçam em poder do devedor para que se prossiga a escrituração normal, perde o devedor o direito de sigilo podendo o juiz, o administrador ou qualquer outro interessado, sendo judicialmente autorizado, examiná-los em qualquer tempo. Destaca-se a importância da contabilidade no processo de recuperação judicial já que as dificuldades financeiras de uma empresa, como também o histórico de seu passado, sua

25 25 performance atual e perspectivas futuras só podem ser demonstradas através de seus números, valores e demonstrações contábeis. Desta forma o inciso II do artigo 51 da LREF comenta a necessidade de apresentação das demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios, do balanço patrimonial, da demonstração de resultados acumulados, da demonstração do resultado desde o último exercício social e do relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção Processamento da Recuperação Judicial Nesta fase o juiz examina toda a documentação apresentada no pedido inicial e, constatando a ordem e a inexistência de pendências deferirá o processamento da recuperação judicial. Da decisão constará a nomeação do administrador judicial e as demais ações seguindo o artigo 52 da Lei /2005. Conforme Oliveira (2006, p. 91) Preenchidos os requisitos legais exigidos para o ajuizamento do pedido de recuperação, o juiz deverá deferir seu processamento. Estando o pedido de recuperação judicial de acordo com os ditames da Lei /2005, o juiz deferirá o pedido e decretará as ações conforme consta no artigo 52: Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: I nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; II determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei; III ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6º desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam ressalvadas as ações previstas nos 1º, 2º e 7º do art. 6º desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos 3º e 4º do art. 49 desta Lei; IV determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores; V ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. 1º O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá: I o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; II a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; III a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7º, 1º, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei. 2º Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, a qualquer tempo, requerer a convocação de assembléia-geral para a constituição do Comitê de Credores ou substituição de seus membros, observado o disposto no 2º do art. 36 desta Lei.

26 26 3º No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá ao devedor comunicar a suspensão aos juízos competentes. 4º O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembléia-geral de credores (BRASIL, 2005). Durante essa fase do pedido de recuperação judicial o magistrado faz um exame meramente formal para verificar a ordem da documentação apresentada, e preenchidos todos os requisitos legais exigidos para o ajuizamento do pedido, será deferido seu processamento Apresentação do Plano de Recuperação Judicial O plano de recuperação judicial é um dos aspectos fundamentais do processo de recuperação de uma empresa, dada a grande importância de sua redação que deverá trazer a proposta do devedor para recuperar seu equilíbrio financeiro, preservando suas atividades e honrando seus compromissos para com seus credores. Com relação ao conteúdo apresentado no plano, Negrão (2008.p 190) descreve que o plano deve conter a discriminação dos meios, a demonstração de sua viabilidade econômica e o laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens do ativo do devedor. Em seus artigos 53 e 54 a Lei /2005 traz a forma como deve ser apresentado o Plano de Recuperação Judicial: Art. 53. O plano de recuperação será apresentação pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter: I discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta lei, e seu resumo; II demonstração de sua viabilidade econômica; e III laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei. Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anterior ao pedido de recuperação judicial (BRASIL, 2005). Com relação ao laudo econômico-financeiro, este deverá ser elaborado por empresa especializada ou profissional legalmente habilitado e será conveniente que contenha um parecer sobre a viabilidade econômica do devedor, documento técnico que deverá acompanhar o pedido.

27 27 Para Oliveira: A nova Lei de Falência e Recuperação de Empresas não exige que o devedor conceda tratamento paritário a todos os credores sujeitos à recuperação judicial, tal como ocorria na concordata preventiva, de forma que é possível elaborar um plano que preveja tratamento distinto para diferentes grupos de credores (2006, p. 92). Após o plano ser protocolado o juiz verificará sua ordem formal de apresentação, sendo permitida a concessão de prazo para emendas ou esclarecimentos se necessários, em seguida o juiz ordenará a publicação do edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano e o prazo para que estes eventualmente se manifestem ou se oponham ao plano A Fase do Procedimento do Plano de Recuperação Judicial Entre seus artigos 55 e 69 a Lei /2005 reza sobre o procedimento da Recuperação Judicial a partir do momento em que é feita a apresentação do plano de recuperação judicial, estabelecendo critérios como a aprovação ou rejeição dos credores ao plano, concessão da Recuperação Judicial pelo magistrado, prazos a serem cumpridos por todas as partes envolvidas do processo, alienação de bens ou direitos do devedor, dentre outras informações. Os artigos 55 e 56 da LREF ressaltam que os credores terão 30 dias para contestarem o plano apresentado pelo devedor e, em caso de rejeição do mesmo por um ou mais credores, será convocada uma assembléia geral de credores para debate do assunto no prazo máximo de 150 dias após o deferimento do processamento da recuperação judicial. Ochoa e Weinmann assim resume os 2 (dois) artigos: Apresentado o plano recuperação, abrem-se duas hipóteses. Ou os credores silenciam, concedendo-lhe tácita aprovação; ou, insurgem-se contra a pretensão do devedor. Denomina-se objeção a forma pela qual o credor pode impugnar o plano recuperação que não lhe seja conveniente, o que, uma vez feito, determina a compulsória convocação de assembléia geral para deliberação (2006, p. 86). No 3º do artigo 56 a Lei /2005 determina que o plano de recuperação judicial apresentado poderá sofrer alterações desde que haja concordância do devedor e não implique em diminuição de direitos dos credores ausentes. Segundo o 4º do art. 56 da Lei de Recuperação de Empresas e Falência Rejeitado o plano de recuperação pela assembléia-geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor (BRASIL, 2005). A figura abaixo ilustra esse processo:

28 28 Plano de reabilitação proposto pela firma e aceito pelos credores Pedidos de recuperação 180 dias Juiz decreta falência Figura 02 - Diagrama do processo do pedido de recuperação. Fonte: Oliveira, 2006, p. 37 Em seu art. 57, a Lei /2005 descreve que após o plano de recuperação judicial aprovado pelos credores ser juntado ao processo ou decorrido o prazo estipulado no art. 55 da mesma lei, deverá o devedor, apresentar certidões negativas de débitos tributários. Havendo casos em que o devedor tenha dificuldades em adquirir as certidões, este defenderá seus direitos legítimos de contribuinte, o que não pode vir em seu prejuízo, pois afronta à garantia constitucional que lhe é assegurada no art. 5º XXXV da Constituição Federal, de que a lei não excluirá da apreciação do poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Sendo assim, conforme transcrito em Ochoa e Weinmann (2006, p. 90) Nessas hipóteses, caberá ao juiz da recuperação analisar as alegações do devedor e fazer valer a garantia constitucional. Segundo Ochoa e Weinmann (2006, p. 91) o artigo 58 da Lei /2005 diz que o juiz concederá a recuperação judicial ao devedor, após serem cumpridas todas as exigências, o plano não ter sido rejeitado pelos credores ou tenha sido aprovado pela Assembléia-Geral de Credores. Conforme Negrão (2008, p. 194) existe uma terceira alternativa prevista no art. 58, que permite ao juiz conceder a recuperação judicial mesmo que o plano não tenha obtido o número de votos necessários para sua aprovação, caso na assembléia geral o plano alcançar: o voto favorável de credores que presentes mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembléia, independente de classes; a aprovação de duas classes de credores, se houver mais de duas classes votantes, e de uma classe, se forem apenas duas votantes; o voto favorável de mais de 1/3 dos credores na classe que houver rejeitado o plano. Com relação às classes de credores Oliveira define: Na assembléia geral, os credores são divididos por classes: os trabalhistas (votam por cabeça na aprovação do plano), os credores com direito real de garantia e todos os demais credores (ou seja, espécies de credores com privilégio geral, especial, quirografários e subordinados). Os credores dessas duas últimas classes votam em separado e com base no valor dos respectivos créditos (2006, p. 93).

29 29 Com a decisão que concede a recuperação judicial, conforme o art. 61 da Lei /2005, o devedor permanecerá nesse estado até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se venceram até 2 (dois) anos depois da concessão, sendo que o descumprimento de qualquer um a dessas obrigações consequentemente transformará a recuperação em falência. Com referência à alienação de bens ou direitos que compõem o ativo permanente do devedor o art. 66 da Lei de Recuperação Judicial veta esse procedimento por parte do solicitante da recuperação judicial, salvo a utilidade seja reconhecida pelo juiz, após ter sido ouvido o comitê de credores, à exceção daqueles bens previamente relacionados no plano de recuperação judicial. O fluxograma a seguir ilustra os principais passos e procedimentos a serem percorridos, desde a apresentação do plano de recuperação até a finalização do processo: Análise e debate pela AGC e pelas classes de credores Aprovação Fim da recuperação Apresentação do Plano Havendo descumprimento é possível Pedir falência do devedor Executar o título não pago Plano alternativo dos credores Análise e debate pela AGC e pelas classes de credores Não aprovação Liquidação Figura 03 - Fluxograma do processo de recuperação judicial Fonte: Araujo, 2006, p. 32 A obediência aos requisitos propostos pela Lei /2005 é condição essencial para sanear uma sociedade empresarial em dificuldades financeiras. Um trabalho a ser executado pelos mais preparados profissionais, tanto na área jurídica, como financeira e contábil, além da boa vontade, do conhecimento, da experiência e da capacidade de seus administradores.

30 Pedido de Recuperação Judicial por Devedor em Processo de Concordata O pedido de recuperação judicial poderá ser requerido pelo devedor que tenha requerido a concordata em prazo anterior ao da vigência da Lei /2005. Estando o requerente perfeitamente enquadrado nas hipóteses do 2º e do 3º do artigo 192 da nova Lei de Recuperação de Empresas poderá solicitar o benefício, conforme descrito a seguir: 2º A existência de pedido de concordata anterior à vigência dês Lei não obsta o pedido de recuperação judicial pelo devedor que não houver descumprido obrigação no âmbito da concordata, vedado, contudo, o pedido baseado no plano especial de recuperação judicial para microempresas e empresas de pequeno porte a que se refere a Seção V do Capítulo III desta Lei. 3º No caso do 2º deste artigo, se deferido o processamento da recuperação judicial, o processo de concordata será extinto e os créditos submetidos à concordata serão inscritos por seu valor original na recuperação judicial, deduzidas as parcelas pagas pelo concordatário (BRASIL, 2005). A nova Lei /2005 transforma o processo de concordata em recuperação judicial, visando assegurar a continuidade dos negócios das empresas viáveis, a preservação dos empregos e o pagamento dos credores. 2.7 A Importância da Informação Contábil A contabilidade tem a finalidade de munir todos os usuários de sua informação com as diretrizes e demais respostas necessárias à condução da entidade, no sentido de alcançar o fim a que a mesma se propõe, através da adequada mensuração dos eventos cabíveis que venham impactar seu patrimônio. A Lei de Recuperação de Empresas e Falência tem forte implicação com a atividade contábil tanto no que se refere à exigência da escrituração contábil e seus demonstrativos, quanto à responsabilidade dos contabilistas. Em seu artigo 7º a Lei /2005 destaca a importância da informação contábil: Art. 7º. A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe foram apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas (BRASIL, 2005). Conforme do Canto (informação verbal) 2 Certamente essa nova lei trará mais trabalho aos profissionais contábeis, eles terão que estar bem mais especializados. Ainda segundo do Canto com a entrada da LREF o grau de exigências tornam-se maiores, sendo que a 2 Informação fornecida por Jorge Luiz do Canto extraída do texto Documentação é importante para a recuperação judicial.

31 31 viabilidade econômica da empresa deverá passar por auditorias, já que o texto legal tem como princípio a preservação da empresa, mas não a qualquer custo. Para Kerkhoff (informação verbal) 3 o contabilista é quem tem condições, através de seus conhecimentos, de demonstrar e possibilitar a recuperação judicial através da apresentação de relatórios contábeis que mostrem ao juiz que é viável a recuperação, prevendo todos os passos futuros da empresa. Na parte criminal houve uma majoração no prazo de cumprimento das penas e uma penalidade maior quanto a desvios, manipulação e falsidade contábil conforme descrito no artigo 168 da Lei /2005: Segundo Ochoa e Weinmann: Art Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem. Pena reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Aumento da pena 1º A pena aumenta-se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se o agente: I elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos; II omite, na escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles deveria constar, ou altera escrituração ou balanço verdadeiros; III destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou negociais armazenados em computador ou sistema informatizado; IV simula a composição do capital social; V destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de escrituração contábil obrigatórios. Contabilidade paralela 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até metade se o devedor manteve ou movimentou recursos ou valores paralelamente à contabilidade exigida pela legislação. Concurso de pessoas 3º Nas mesmas penas incidem os contadores, técnicos contábeis, auditores e outros profissionais que, de qualquer modo, concorrem para as condutas criminosas descritas neste artigo, na medida de sua culpabilidade (BRASIL, 2005). O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico (2006, p. 178). As demonstrações contábeis solicitadas pela legislação falimentar visam informar, respectivamente, os valores patrimoniais finais e a formação do resultado de determinado período de uma empresa, ou seja, qual a contribuição econômica da empresa para a sociedade. A visão é de que as empresas são agentes sociais no processo de desenvolvimento da economia. Dessa forma, precisam informar qual o valor que estão gerando para a sociedade, 3 Informação fornecida por Renato Kerkhoff extraída do texto Documentação é importante para a recuperação judicial.

32 32 tanto o econômico quanto o social. Assim a contabilidade, através de suas informações e análises, se torna de grande importância para as decisões referentes à recuperação da empresa. 2.8 A Análise das Demonstrações Contábeis e seus Indicadores A análise das demonstrações contábeis com base em indicadores tem se desenvolvimento muito, surgindo um escopo abrangente e a possibilidade de se criarem novas fórmulas de acordo com necessidades específicas tendo como limite a experiência e a criatividade de cada pessoa. A fim de evitar que o analista não se sinta confuso diante de vários índices, quocientes, indicadores, muitas vezes repetitivos ou até contraditórios, essas análises são dispostas em grupos ou modelos específicos que procuram verificar a situação de uma empresa sob os mais variados enfoques. Para Matarazzo: O analista de balanços preocupa-se com as demonstrações financeiras que por sua vez, precisam ser transformadas em informações que permitam concluir se a empresa merece ou não crédito, se vem sendo bem ou mal administrada, se tem ou não condições de pagar suas dívidas, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ou regredindo, se é ineficiente, se irá falir ou se continuará operando (1998, p. 19). Ainda segundo Matarazzo (1998, p. 19) O produto da análise de Balanços são relatórios escritos em linguagem corrente. Na medida do possível, recomenda-se o uso de gráficos como auxiliares para simplificar as conclusões mais complexas. Com relação aos objetivos, a Análise das Demonstrações Contábeis, também chamada de Análise das Demonstrações Financeiras, Ferrari diz que: contábil. Tem por objetivo a obtenção, comparação e interpretação de indicadores, podendo ser estes coeficientes, índices ou quocientes calculados a partir de elementos extraídos das demonstrações contábeis, com o fim de fornecer aos seus usuários o conhecimento do perfil econômico, financeiro, patrimonial e de desempenho operacional da entidade geradora das demonstrações (2007, p. 45). A figura abaixo procura demonstrar as etapas percorridas na elaboração de uma análise

33 33 ANÁLISE CONTÁBIL (Técnica) Objeto Objetivo Finalidade Demonstrações contábeis Decomposição, comparação e interpretação das demonstrações contábeis, por meio de indicadores Dar o perfil econômico, financeiro, patrimonial e de desempenho da entidade Figura 04 - Análise Contábil Fonte: Ferrari, 2007, p. 45 Para o analista, a interpretação através de índices é a forma mais adequada de se chegar a ter dados concretos da real situação de uma empresa em um momento determinado. Diante destas circunstâncias, as informações extraídas da análise servem para atender aos interessados que tenham algum tipo de vínculo com a empresa analisada. As análises tradicionais são dispostas em grupos de indicadores que procuram avaliar as situações de liquidez, endividamento, estrutura de capital, lucratividade nas vendas, estrutura dos ativos, qualidade dos passivos, etc Principais Processos de Análise A análise pode ser melhor entendida como a arte de saber extrai informações úteis, para o objetivo a que se deseja chegar. São três os processos de análise mais utilizados: a) analise vertical: visa o estudo da estrutura das demonstrações contábeis, através do cálculo de coeficientes de participação, os quais são obtidos pela comparação entre itens homogêneos (ativo com ativo, passivo com passivo, receita com receita, etc.) extraídos das demonstrações contábeis com totais referentes às mesmas;

34 34 b) análise horizontal: visa o estudo da evolução dos elementos componentes das demonstrações contábeis ao longo dos exercícios sociais, através do cálculo de números índices, sendo estes obtidos a partir de um exercício social tomado como base, onde todos os itens componentes das demonstrações nesse exercício são fixados em 1 ou 100%, após, são determinados os demais índices referentes às demonstrações dos outros exercícios sociais, normalmente subseqüentes ao exercício tomado como base; c) análise por quocientes: visa o conhecimento da situação patrimonial, econômica, financeira e de desempenho da entidade, através do cálculo de quocientes, também chamados de índices, os quais podem ser obtidos pela comparação simples ou complexa entre itens, normalmente heterogêneos, de uma mesma demonstração contábil, ou entre itens de demonstrações contábeis distintas, porém, na maioria dos casos, referentes a um mesmo exercício social. Através de uma interpretação conjunta de vários índices ou quocientes referentes às demonstrações de uma mesma empresa, há maior probabilidade de interpretações diversificadas e transparentes Tipos de Análises por Quocientes Na análise por quocientes podemos comparar elementos heterogêneos de demonstrações distintas, por exemplo, comparando o valor da receita líquida como valor do ativo, ou ainda itens heterogêneos de uma mesma demonstração contábil, por exemplo, dividindo o valor do ativo circulante com o valor do passivo circulante de um mesmo balanço. Para Ferrari: A comparação entre itens heterogêneos do balanço dá origem aos quocientes patrimoniais (ou estáticos), tal como seria o valor do quociente do ativo permanente pelo patrimônio líquido, a fim de medir o grau de imobilização do capital próprio. A comparação entre itens da DRE dá origem aos quocientes operacionais (ou dinâmicos), como, por exemplo, seria o cálculo do quociente entre o lucro operacional e a receita líquida, quando se deseja saber a margem operacional de lucro. A comparação entre itens da DRE e do balanço dá origem aos quocientes de velocidade (ou de giro), tal como seria a comparação entre o valor das vendas a prazo e o saldo médio (ou final) das duplicatas a receber, quando queremos determinar a velocidade de recebimento das vendas a prazo (2007, p. 51). Vejamos os quocientes simples mais utilizados na análise contábil: a) liquidez corrente ou comum: através da divisão do Ativo Circulante pelo Passivo Circulante, este índice informa o nível da base financeira da empresa, ou seja, ao dividirmos o Ativo Circulante pelo Passivo Circulante, encontramos um valor expresso

35 35 em moeda que indica o quanto a empresa tem a receber (até 360 dias), para pagar R$ 1,00 de dívida de até 360 dias; b) liquidez geral: através da divisão ao Ativo Circulante mais o Realizável a Longo Prazo pelo passivo Circulante mais o Exigível a Longo prazo, este índice é que mede a base financeira a longo prazo, sendo ideal que em tese, se situe também acima de R$ 1,00 e quanto maior for a longo prazo, melhor será para a empresa; c) liquidez seca: através da divisão ao Ativo Circulante menos Estoques pelo Passivo Circulante, este índice avalia a base financeira da empresa, desconsiderando os estoques. Isso é importante porque os estoques, necessariamente não se transformam em dinheiro conforme desejado. Assim, quanto menor for o nível de estoques e outros créditos, maior será a Liquidez Seca e, em tese, melhor será para a empresa; d) grau de endividamento: através da divisão do Exigível Total pelo Ativo Total, este índice avalia a parcela do ativo financiada por capitais de terceiros; e) composição do endividamento: através da divisão do Passivo Circulante pelo passivo Exigível, este índice avalia a participação das dívidas de curto prazo sobre o endividamento total; f) quocientes de rentabilidade ou lucratividade: os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa. Todos os quocientes analisados isoladamente fazem pouco ou nenhum sentido, sendo necessário que sua análise seja feita de forma comparativa. Apesar da grande precisão e detalhamento que uma análise pode trazer é preciso muito cuidado com a leitura dos dados obtidos para cálculo dos quocientes, balanços preparados podem levar a conclusões extremamente diferentes da realidade.

36 36 3 METODOLOGIA A metodologia pode ser definida como todas as etapas a seguir em um determinado processo, com a finalidade de captar e analisar as características dos vários métodos disponíveis, fazendo as devidas avaliações e críticas de sua utilização. Para Oliveira (2003, p. 135) Método nada mais é que o caminho a ser percorrido para atingir o objetivo proposto. Além de ser uma disciplina que estuda os métodos, a metodologia é também considerada uma forma de conduzir a pesquisa. 3.1 Delineamento do Estudo Monografia Científica, segundo Oliveira (2003, p. 105), é o resultado de pesquisa original e pessoal, de um tema bem delimitado, desenvolvido segundo a metodologia própria de cada ciência. Assim, essa monografia será desenvolvida na forma de estudo de caso na Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos e seguirá as etapas definidas abaixo: a) quanto aos objetivos: seguindo o conceito que se apresentará a seguir, considera-se a pesquisa descritiva como sendo adequada a esse trabalho, pois se utilizara de fatores e índices que demonstrarão as causas que levaram ao processo de Recuperação Judicial na empresa. Conforme Beuren: Vários estudos utilizam a pesquisa descritiva para análise e descrição de problemas de pesquisa na área contábil. Pode ser questões, por exemplo, relacionadas às características próprias da profissão contábil em instrumentos contábeis utilizados na gestão das organizações (2004, p. 81). Segundo Oliveira (1999, p. 114), os estudos descritivos dão margem à explicação das relações de causa e efeito dos fenômenos, ou seja, analisar o papel das variáveis que, de certa maneira, influenciam ou causam o aparecimento dos fenômenos.

37 37 b) quanto aos procedimentos: neste trabalho serão utilizados conhecimentos bibliográficos extraídos de livros, artigos, materiais eletrônicos, dissertações e legislações que contemplem o tema proposto, de forma organizada e que leve a uma leitura de fácil entendimento. Para Beuren: Explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema (2004, p. 86). Também se utilizará do estudo de caso, que segundo Beuren (2004, p. 84), a pesquisa caracteriza-se principalmente pela concentração em um único caso. Conforme Beuren apud Gil: O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetivos, de maneira a permitir conhecimentos amplos e detalhados do mesmo, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados (2004, p. 84). Considerando a afirmação do autor, entende-se ser o estudo de caso a forma mais adequada à elaboração deste trabalho, através do estudo do processo de Recuperação Judicial da Cia Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos. qualitativa. c) quanto à abordagem do problema: será utilizada uma pesquisa quantitativa visto que nesse trabalho calcular-se-á a análise vertical, horizontal e demais indicadores da empresa Parmalat S/A, onde apresentados os motivos que levaram a empresa ao processo de Recuperação Judicial e os efeitos ocorridos dentro da organização. O relatório da pesquisa quantitativa, além das interpretações e conclusões, deve mostrar tabelas de percentuais e gráficos. Segundo Freitas e Moscarola: A abordagem mais científica, dita quantitativa, pressupõe grande quantidade de informações num procedimento de confirmação de hipóteses. O desafio é a busca da complementaridade entre o quantitativo e o qualitativo, é a necessidade que se tem de tratar do quantitativo, mas enriquecendo-o com informações qualitativas em grande número, de forma a ganhar força de argumento e qualidade nas conclusões e relatórios (2000, p. 126). Durante a elaboração desse trabalho também serão utilizados os recursos da pesquisa Para Beuren apud Richardson: Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas cariáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais (1999, p. 80).

38 38 Segundo Oliveira (1999, p. 116), justifica-se o fato de o tratamento qualitativo de um problema, que pode até ser uma opção do pesquisador, apresentar-se de uma forma adequada para poder entender a relação de causa e efeito do fenômeno e consequentemente chegar à sua verdade e razão. Dentro desse conceito, no contexto da nova Lei de Recuperação de Empresas nº /2005, o trabalho se restringirá ao Capítulo III, Seções I, II, III e IV Recuperação Judicial, seus mecanismos e viabilidade. 3.2 Definição da Área de Estudo A área alvo do estudo de caso será o processo de recuperação judicial da empresa Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos juntamente com suas Demonstrações Contábeis publicadas. 3.3 Instrumento de Coleta de Dados Os dados coletados para o estudo de caso foram os Balanços Patrimoniais, as Demonstrações do Resultado do Exercício, o Relatório de Administração e as notas explicativas dos últimos 07 (sete) anos juntamente com o Laudo Econômico-Financeiro projetado até 2017, somando-se a estes dados está o processo de recuperação judicial requerido pela empresa Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos em conformidade com a Lei /2005, divulgado nos sites da empresa e da Bovespa. 3.4 Plano de Análise dos Estudos Considerando os conteúdos do referencial teórico, a análise dos dados no estudo de caso baseou-se nas Demonstrações Contábeis da empresa Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos, bem como os procedimentos usados pela companhia durante seu processo de Recuperação Judicial. A descrição do estudo será realizada da seguinte forma: Apresentação e análise dos dados a) caracterização da empresa; b) o processo de recuperação judicial: petição inicial do requerimento da recuperação judicial, sentença de deferimento do processo de recuperação judicial, apresentação do plano de recuperação judicial, apresentação da ata da assembléia geral dos credores

39 39 AGC, homologação do plano de recuperação judicial e alterações ao plano de recuperação judicial; c) análise dos dados contábeis: apresentação do laudo econômico-financeiro do processo de recuperação judicial, comparativo entre as fontes de informações utilizadas no laudo e os demonstrativos originais, análise do desempenho econômico e financeiro de 2000 a 2007; análise dos balanços patrimoniais e demonstrativos do resultado projetados de 2005 a 2017 e análise comparativa entre os balanços patrimoniais e demonstrativos do resultado projetados e realizados de 2005 a 2007.

40 40 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Os relatos sobre o processo de recuperação judicial da empresa Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos PA - foram obtidos através de pesquisas exploratórias no site da empresa juntamente com os dados disponibilizados no site da Bolsa de Valores Bovespa de São Paulo sendo descritos nos seguintes documentos: petição inicial do requerimento da Recuperação Judicial; sentença de deferimento do processo de Recuperação Judicial; apresentação do Plano de Recuperação Judicial; ata da Assembléia Geral de Credores AGC; homologação do Plano de Recuperação Judicial e alterações ao plano de recuperação judicial. Apresenta-se, a seguir, a caracterização da empresa e todos os aspectos relevantes do processo de recuperação judicial, considerando que esse procedimento judicial é denso de informações importantes, os relatos apresentados buscam manter a essência dos fatos ocorridos. 4.1 Caracterização da Empresa A Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos tem por objeto social a indústria e o comércio de produtos alimentícios em geral, inclusive laticínios, cereais, frutas e outros de origem animal ou vegetal, incluindo sucos concentrados, sucos naturais e artificiais, massas, biscoitos, doces, produtos dietéticos e ração para animais, bem como a produção, industrialização e comercialização de equipamentos e insumos para os referidos produtos, assim como seus derivados e conexos, inclusive sementes, fertilizantes, produtos químicos e produtos agropecuários, podendo para tanto, importar e exportar os citados produtos. Possui ainda como objeto social a exploração de supermercados e postos de combustíveis, aluguel de imóveis, compra, venda, permuta e administração de imóveis, aluguel de máquinas e equipamentos, locação de mão de obra, a exploração da indústria e comércio de sorvetes e seus derivados, bem como a prestação de serviços, inclusive o de

41 41 assessoramento e assistência técnica pertinente ao ramo, franquias do sistema e o licenciamento e ou sub-licenciamento de marcas no território nacional e/ou no exterior e participação em outras sociedades. A empresa possui uma ampla linha de produtos, que engloba marcas conceituadas e tradicionais do mercado brasileiro, como Santal, Glória, Etti e Duchen, além da própria marca Parmalat, formando uma das maiores empresas do setor alimentício do País. O histórico da Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos apresentado no quadro abaixo, consta no relatório da administração que compõe todas as demonstrações financeiras da empresa a partir do ano de Quadro 2 Histórico da empresa Ano do evento Descrição do evento 1972 A Parmalat chega ao Brasil A empresa instala a primeira unidade industrial. Os contínuos investimentos em modernização, no aprimoramento e no lançamento de novos produtos consolidaram nacionalmente sua marca e permitiram a empresa se destacar dentre os maiores grupos brasileiros de alimentos processados A Parmalat incorpora o acervo e a marca Etti, uma das mais tradicionais empresas do segmento de atomatados Buscando consolidar ainda mais sua participação no mercado nacional de alimentos, a Parmalat adquire o controle acionário da Batávia S.A, empresa que atua no segmento de produtos lácteos e de carnes, com a marca Batavo Parmalat detém o controle acionário da Neugebauer Produtos Alimentícios Ltda, empresa pioneira na fabricação de chocolates A Parmalat Brasil S.A Indústria de Alimentos, transfere para a Parmalat Administração S.A seu controle acionário A Parmalat Brasil S.A Indústria de Alimentos incorpora a Parmalat Administração S.A A Parmalat Brasil S.A Indústria de Alimentos passa a ser controlada pela Parmalat Empreendimentos e Administração Ltda A empresa adquire a marca Glória e os seus ativos operacionais, da Produtos Alimentícios Fleischman e Royal Ltda, compostos por fábricas, terrenos, edifícios, máquinas e equipamentos.

42 Atendendo às intenções de reestruturação operacional, industrial, funcional e de redução de custos a empresa aliena sua participação de 99,99% do capital social de sua controlada Companhia de Laticínios CBL e, vende a terceiros diversos ativos e unidades relacionadas à área de produção, entre eles, a divisão Neugebauer, unidade de industrialização de produtos achocolatados A matriz italiana sofre uma intervenção Judicial ao final de novembro; a Parmalat vê-se incapacitada de cumprir seus compromissos financeiros, uma vez que as remessas de recursos oriundas da Itália, bem como, os empréstimos bancários, que nivelaram o fluxo de caixa da empresa foram suspensos de janeiro pedido de concordata preventiva na 29ª Vara Cível da Capital de fevereiro a Unidade Industrial localizada em Itaperuna sofre intervenção judicial do Estado do Rio de Janeiro de fevereiro concedida a liminar pela 1ª Vara Cível da cidade de Castro, Paraná, aos acionistas minoritários da Batávia S.A na Ação de Exclusão de Acionista com Apuração de Haveres de fevereiro o Juiz da 42ª Vara Cível da Capital acata medida cautelar de um credor financeiro e nomeou Administradores Judiciais Provisórios, afastando os administradores nomeados pelo acionista majoritário italiano Com base nos despachos oriundos da 42ª vara Cível da Capital, os funcionários e integrantes da cadeia produtiva foram considerados credores extraconcursais. Foi ainda declarada, a cessação de pagamentos por 6 (seis) meses, de qualquer classe ou categoria de credores Com base nos despachos oriundos da 42ª Vara Cível da Capital, realiza-se Assembléia Geral de Acionistas da Parmalat em que é eleito, pelo voto do acionista controlador, novo Conselho de Administração, escolhido de comum acordo com o Juízo, que define nova diretoria executiva, com completo afastamento dos gestores anteriores à crise de maio dá-se o prosseguimento ao pedido preventivo de concordata, após a decisão de centralização dos processos na 29ª Vara Cível de julho fornecida a documentação necessária ao aparelhamento do

43 43 pedido de concordata preventiva de agosto há a devolução da Unidade de Itaperuna, com a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, evidenciando a progressiva normalização das atividades da Parmalat Brasil de agosto o pedido de concordata preventiva é deferido pela 29ª Vara Cível da Capital, afastando as iniciativas impostas pela 42ª Vara Cível da mesma Comarca O restante do ano de 2004 foi marcado pela reestruturação e normalização das operações da Parmalat, reativação de unidades fechadas durante a crise e gradual recuperação da bacia leiteira, carteira de clientes e market-share de junho a Companhia ingressou com pedido de Recuperação Judicial na forma da Lei nº / de junho foi proferida decisão que deferiu o processamento da Recuperação Judicial, extinguindo o regime de concordata preventiva em que a empresa se encontrava desde 10 de agosto de de setembro o plano de Recuperação Judicial, elaborado na forma do artigo 53 e 54 da Lei nº /2005 foi apresentado e protocolado em juízo para análise dos credores de dezembro a Assembléia Geral dos Credores AGC aprovou o Plano de Recuperação Judicial de janeiro de acordo com o autorizado no Plano de Recuperação Judicial, foi efetuada a venda da divisão de tomates e vegetais para a Assolan Industrial Ltda., destinando-se 50% do produzido pela operação à amortização parcial do montante devido aos Credores Quirografários Financeiros de fevereiro o Plano de Recuperação Judicial foi formalmente deferido pela justiça de maio foram apresentadas e aprovadas as alterações ao Plano de Recuperação Judicial em Assembléia Geral dos Credores. Em cumprimento ao disposto no Plano de Recuperação foi aprovada pela Assembléia Geral de Credores o aumento e subscrição do Capital Social da Companhia no 4 Expressão de designa a fatia do mercado atingida pela organização.

44 44 valor de R$ ,00, por parte de um novo acionista. Este Valor também foi destinado à amortização do montante devido aos Credores Quirografários Financeiros de junho foram homologadas pelo Juízo da Recuperação Judicial as alterações ao Plano de Recuperação Judicial de junho em cumprimento com o estabelecido nas alterações ao Plano de Recuperação Judicial, ocorreu a venda da participação na Batávia, destinando-se o produzido desta operação à amortização das dívidas com os Credores Quirografários Financeiros. Em função desta amortização e das cessões dos saldos das dívidas previstas nas alterações mencionadas, durante o mês de junho de 2006 foram extintas as obrigações junto aos Credores Quirografários Financeiros. Fonte: Demonstrações Financeiras PA , 2004, O Processo de Recuperação Judicial O fluxograma a seguir ilustra os principais passos e procedimentos que foram percorridos, desde a petição inicial da recuperação judicial até a homologação das alterações do plano de recuperação judicial da Parmalat Brasil S.A Indústria de Alimentos: Petição Inicial do Requerimento da Recuperação Judicial em 24/06/2005 Sentença de deferimento do processo de Recuperação Judicial em 29/06/2005 Apresentação da Ata da Assembléia Geral dos Credores AGC para aprovação do plano em 22/12/2005 Apresentação do Plano de Recuperação Judicial em 01/09/2005 Homologação do Plano de Recuperação Judicial em 02/02/2006 Homologação das alterações ao Plano de Recuperação Judicial em 08/06/2006 Figura 05 - Fluxograma do processo de recuperação judicial da PA Fonte: Sites da Parmalat do Brasil e Bovespa Após ter sido cumprido o cronograma acima a empresa permanecerá em Recuperação Judicial pelo prazo de 2 (dois) anos a partir da concessão da recuperação.

45 Petição Inicial do Requerimento da Recuperação Judicial A petição abaixo apresentada foi encaminhada ao Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara de Recuperação Judicial da comarca da Capital Fórum Central, onde a Parmalat Brasil S.A Indústria de Alimentos, devidamente qualificada, foi representa por seus advogados, com fundamento na Lei /2005, a fim de formular o pedido de Recuperação Judicial que terá seus principais pontos descritos a seguir. Da Possibilidade do pedido A situação da requerente era de conhecimento público, sendo também concordatária. A primeira parcela do pagamento dos créditos sujeitos à Concordata somente se venceria em 2 de julho de 2005, demonstrando que a requerente encontrava-se absolutamente em dia com as obrigações previstas na Antiga Lei de Falências (Decreto-lei nº 7.661/45). Desta forma, restava claro que a requerente enquadrava-se perfeitamente nas exigências da Lei nº /2005. Dos requisitos (Art. 48 da Lei nº /2005) A requerente esclareceu que preenchia todos os requisitos elencados no art. 48 da Lei /2005, já que exercia regularmente suas atividades a muito mais de 2 (dois) anos; jamais foi falida; jamais requereu recuperação judicial anteriormente e seus administradores e/ou sócios jamais foram condenados por crime algum. Sendo assim, todos os requisitos presente no artigo anteriormente citado se fizeram presentes no caso da Parmalat. Da Instrução do Pedido (Art. 51, Lei nº /05) - da situação patrimonial e da crise econômico financeira. Aqui foi apresentado todo o histórico econômico da empresa, porém, se dará atenção especial no que tange às demonstrações contábeis apresentadas. Das Demonstrações Contábeis A requerente juntou ao pedido, em atendimento ao disposto no inciso II do art. 51 da Lei nº /2005, suas demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais 2002, 2003, 2004, bem como demonstração elaborada especialmente para instruir este pedido, atualizada até o mês de março de Todas estas demonstrações contábeis estavam compostas do balanço patrimonial da empresa, da demonstração dos resultados acumulados, da demonstração do resultado desde o último exercício social e, do relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção. Da relação de credores

46 46 Em consonância com o que preconiza o inciso III do art. 51 da Lei nº /2005, a requerente apresentou a lista nominal dos credores, contendo o endereço de cada um dos credores, bem como a natureza, classificação de valor de cada crédito, e, ainda, suas respectivas origens e regime de vencimentos. Juntou também relação dos créditos originados na vigência da concordata, tendo feito uma observação importante de que, durante o período de concordata a empresa prosseguiu seus negócios, preservando a manutenção de suas atividades. Para tanto, foi necessário assumir novos compromissos que vieram sendo pagos regularmente, sob pena de não conseguir manter sua produção. Ressaltou-se que tal procedimento não implicou em desnaturar o espírito da Recuperação Judicial, ao contrário, encontrou expresso amparo no 2º do art. 49 da Lei de Recuperação de empresas, que assegura às empresas em recuperação o normal prosseguimento de sua atividade produtiva. Da relação de empregados Esclareceu que se encontrava rigorosamente em dia com sua folha de pagamentos que contava na época com (três mil e duzentos) funcionários, e que estava apta a continuar a honrá-la regular e pontualmente, a requerente, atenta aos termos IV do art. 51 da Lei de Recuperação de Empresas, apresentou relação de seus empregados, discriminando suas respectivas funções e salários. Das certidões de regularidade no registro público de empresas Para atender a exigência contida no inciso V do art. 51 da Lei nº /2005, a requerente apresentou todos os atos que comprovaram sua regularidade societária junto aos órgãos competentes. Das relações dos bens dos sócios e dos administradores Por ser a requerente uma empresa de capital aberto, sendo sua acionista majoritária uma outra empresa (a Parmalat Empreendimentos e Administração Ltda.), eis que se apresentaram as relações dos bens das pessoas físicas dos administradores e de todos os membros do Conselho de Administração da requerente, aos quais pediu que fosse deferido segredo de justiça. Das contas-correntes da requerente Foram apresentados extratos bancários de todas as contas-correntes e aplicações financeiras de todas as espécies da requerente, relativas aos últimos 3 (três) meses. Das certidões dos cartórios de protestos

47 47 Também foram anexadas ao processo as certidões expedidas por 96 (noventa e seis) cartórios onde a requerente possuía filias de um total de 113, sendo que as 17 (dezessete) restantes já foram solicitadas e tão logo foram expedidas seriam juntadas ao pedido, para que se cumprisse a exigência do inciso VIII, do art. 51 da Lei /2005. Das ações judiciais envolvendo a requerente Todas as demandas judiciais de natureza civil, fiscal e trabalhista envolvendo a requerente, encontraram-se anexadas, estando declinado o valor demandado em cada uma delas. Do plano de Recuperação Judicial Nos exatos termos do art. 53 da nova Lei de Recuperação de Empresas, o plano de recuperação judicial foi apresentado no prazo de 60 (sessenta) dias contados da intimação da decisão que deferiu o processamento do pedido de recuperação judicial. Em conseqüência de que a apresentação do plano demandou, no mínimo 2 (dois) meses, a requerente precisou continuar suas atividades sociais, produzindo e comercializando seus produtos, sendo importantíssimo que mantivesse sua credibilidade junto aos seus fornecedores, e também para a perfeita implementação do plano de recuperação no tempo exato para a qual foi confeccionado. Sendo assim, necessitou da continuidade da realização de pagamentos aos credores, em valores iguais para todos, salientando-se que esta prática não implicou em prejuízo algum para os credores, já que os pagamentos foram efetuados até a aprovação do plano e obedeceram ao critério da igualdade por cabeça, ou seja, todos os credores receberam exatamente o mesmo valor, independente do valor de seus respectivos créditos. Do pedido Ante o exposto, e considerando que o pedido de recuperação judicial obedeceu aos ditames legais e os documentos que foram apresentados estavam de acordo com o art. 51 da Lei de Recuperação de Empresas, serviu a petição para requerer que se dignasse o juiz de deferir o processamento da recuperação judicial da Parmalat, nos termos do art. 52 aguardando-se, pelo prazo legal, a apresentação do plano de recuperação judicial Sentença de Deferimento do Processo de Recuperação Judicial Em 29 de junho de 2005, foi proferida decisão que deferiu o processamento da Recuperação Judicial, extinguindo o regime de concordata preventiva em que a empresa se

48 48 encontrava desde 10 de agosto de A seguir serão apresentados os principais pontos da sentença. A sentença foi expedida pelo Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, pelo Exmo. Sr. Juiz Dr. Alexandre Alves Lazzaroni, relatado a seguir: Conforme foi verificado nos autos e evidente a crise econômico-financeira da devedora, Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos, fato descrito na petição inicial e demonstrado pelos documentos tendo em vista o pedido de concordata. A quantidade de protestos existentes também demonstrou tal fato, sendo apresentadas 113 certidões de protestos, de modo a demonstrar a crise da empresa. Assim, o magistrado entendeu que presentes os requisitos legais (arts. 47, 48, 51 e 192, 2º, da Lei /2005), deveria o pedido ser deferido. Pelo Exposto, nos termos do art. 52 da Lei /2005, o tribunal deferiu a recuperação judicial da Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos. Como administrador judicial (art. 52, I da Lei /2005) foi nomeado o Prof. Dr. Aclibes Burgarelli, que já atuava na concordata como comissário, e foi intimado pessoalmente para em 48 horas assinar o termo de compromisso. Nos termos do art. 52, II da Lei /2005 foi determinada a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades. Foi determinada, nos termos do art. 52, III, da Lei /2005, a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor. Foi determinada, nos termos do art. 52 IV, da Lei /2005, ao devedor (Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos) a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores Apresentação do Plano de Recuperação Judicial O Plano de Recuperação Judicial, elaborado na forma do artigo 53 e 54 da Lei nº /2005 foi apresentado e protocolado em juízo em 01 de setembro de 2005 apara análise dos credores. Em linhas gerais, o Plano de Recuperação Judicial da Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos (PA) previu que a dívida da empresa com os credores operacionais (fornecedores), fosse paga no prazo de 4 (quatro) anos. Já para as instituições financeiras credoras, foram oferecidas duas categorias de debêntures com vencimento em 12 anos. De acordo com o

49 49 projeto desenhado pela íntegra, houve a busca de aporte de recursos de, no mínimo R$ 20 milhões, junto a investidores que apresentaram as qualificações detalhadas no plano. A empresa também foi autorizada a buscar compradores para as unidades de negócio Batávia ou Etti, e outros ativos não operacionais, para capitalização da empresa e pagamento aos credores. Seguem os principais pontos do Plano de Recuperação Judicial. Plano de Recuperação Judicial de Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos 1ª Vara de Falências e Recuperação Judiciais da Comarca da Capital de São Paulo. O Plano de Recuperação Judicial foi apresentado por Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos, sociedade já qualificada nos autos da recuperação judicial, em cumprimento ao disposto no artigo 53 da Lei nº /2005 (Lei de Falências e Recuperação de Empresas ou LFRE). Do objetivo do plano O plano teve por objetivo viabilizar, nos termos da LFRE, a superação da crise econômico-financeira de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos, preservando sua função social na comunidade brasileira, inclusive, a atividade econômica das bacias leiteiras em mais de 360 municípios espalhados pelas cinco regiões do país em que atuava. O plano proposto procurou atender, precisamente, os interesses de seus credores, estabelecendo-se a fonte de recursos e o cronograma dos pagamentos que lhe foram oferecidos. Dos credores da Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos Para fins de consecução do plano apresentado, os credores de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos foram divididos em: a) credores financeiros garantidos; b) credores financeiros quirografários; c) credores operacionais. Todos os credores tiveram como data base de seus créditos a data de 28 de janeiro de 2004 (data do ajuizamento do pedido de concordata da Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos) em razão da transferência do regime de concordata para recuperação judicial, conforme lista apresentada pelo Administrador Judicial. Da controladora de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos Para fins de consecução do plano e exceção feita ao pagamento pelo licenciamento de marcas, a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos deixou de efetuar o pagamento de quaisquer dividendos, juros sobre capital próprio e/ou ainda de toda e qualquer vantagem e/ou benefícios monetários a seus acionistas, inclusive à sua Controladora e demais entidades controladas, coligadas ou sob controle comum, durante o Período de Transição, no intuito de

50 50 colocar os recursos provenientes do fluxo de caixa da Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos a serviço do cumprimento das obrigações da Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos para com seus credores da forma do plano. Plano de pagamento dos credores operacionais Diante do valor individual proporcionalmente menos significativo dos créditos dos Credores Operacionais, da sua fundamental relevância social e da importância que possuíam para a operação de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos, o plano e forma de pagamento desses credores foi específico e diferente do plano e forma de pagamento estabelecido para os Credores Financeiros Garantidos e Credores Financeiros Quirografários. Os pagamentos feitos pela Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos sob o plano de pagamento dos Credores Operacionais atenderam aos seguintes princípios: a) não excederam o valor dos respectivos créditos de cada um dos Credores Operacionais, acrescidos de um percentual fixo de 2%, pagos em duas parcelas semestrais após o pagamento do principal devido a todos os Credores Operacionais; b) os valores pagos sob o plano de Pagamento dos Credores Operacionais foram pagos mensalmente e em valores fixos; c) os pagamentos mensais foram efetuados a cada Credor Operacional iguais entre si e não proporcionais aos respectivos créditos; d) ficou assegurado a todo Credor Operacional a opção de receber tratamento idêntico ao conferido aos Credores Financeiros Quirografários. Da emissão de debêntures e do plano de pagamento dos credores financeiros O pagamento dos valores devidos pela Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos à seus Credores Financeiros Quirografários ou aos seus Credores Operacionais, que optaram por receber esse tratamento, foram efetuados através da emissão pública de debêntures de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos. A 1ª e a 2ª séries de debêntures foram disponibilizadas aos Credores Financeiros Quirografários e, aos Credores Operacionais (que não optaram por esse meio de recebimento de seus créditos) em troca de 100% (cem por cento) de seus créditos, devendo ambas as séries de debêntures serem subscritas no mesmo momento. Da obtenção de recursos para reforço de capital de giro de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos Além da renegociação da dívida com seus Credores, a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos promoveu a sua recuperação judicial utilizando-se do meio indicado no artigo 50, inciso VI (aumento do capital social), da LFRE. Tais recursos tiveram por fim precípuo o

51 51 reforço do capital de giro de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos, e se deram mediante a emissão de novas ações por parte da companhia. A Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos propôs o aumento de seu capital social em, no mínimo, R$ ,00 (vinte milhões de reais), Capital Novo, que correspondia a aproximadamente 98,5% do capital integralizado de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos após o referido aumento, através da emissão de ações ordinárias não resgatáveis. O valor correspondente ao aumento de capital aqui explicitado deve ter sido totalmente integralizado, em espécie, no ato de subscrição, por um Investigador Qualificado. Da alienação de ativos No período entre a data da aprovação do plano pela AGC e a data de subscrição denominado por Período de Transição, a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos não pôde alienar nenhum de seus ativos não operacionais sem a prévia aprovação da maioria dos Credores Financeiros, com exceção dos imóveis listados em anexo ao plano, até o valor agregado total de R$ ,00 (vinte milhões de reais) desde que: a) o pagamento fosse feito à vista e em moeda corrente; b) o preço mínimo de venda fosse correspondente ao valor atribuído em laudo de avaliação, elaborado por empresa de auditoria internacional, escolhida entre as quatro maiores, ou por renomada empresa de avaliação dentre as listadas em anexo ao plano, e emitido em prazo não superior a 6 (seis) meses da data da alienação; c) os recursos provenientes da venda recebidos antes da data de subscrição fossem utilizados para o capital de giro de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos ou para pagamento de parcelas em atraso aos credores operacionais que forneceram produtos à Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos durante a o período em que esteve sob concordata ou recuperação judicial. A companhia não pode alienar, durante o Período de transição, nenhum de seus ativos operacionais sem a prévia aprovação da maioria dos Credores Financeiros, com exceção dos direitos relativos à participação acionária detida por Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos na Batávia e/ou determinados ativos de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos utilizados exclusivamente pela Batávia (ou Equipamentos) de um lado, ou Etti (Unidade Etti) de outro, sendo somente uma das unidades e não ambas. Dentre as condições que foram impostas para ocorresse esse procedimento estava explicitado que 50% dos recursos provenientes da respectiva venda fossem utilizados para reforço do capital de giro de Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos e o saldo pago aos Credores Financeiros Quirografários, e abatendo seus respectivos créditos. Assim, tão logo homologado o plano

52 52 pelo Juízo de Recuperação, coube a companhia com base na Lei /2005, requerer a imediata alienação de uma dessas unidades, amparada em parecer do Administrador Judicial e autorização da Assembléia de Credores. Administração da Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos Durante o Período de Transição a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos manteve um Conselho de Administração constituído por 5 (cinco) membros, dos quais pelo menos 2 (dois) foram membros independentes. Todas as nomeações durante o Período de Transição requereram a aprovação da maioria dos Credores Financeiros. Após o Período de Transição o Conselho de Administração deve ter seguido a mesma composição sendo eleito em Assembléia Geral de Acionistas, devendo ter adotado as melhores práticas e princípios de governança corporativa e nenhum deles pôde ter tido envolvimento com as empresas do grupo Parmalat anteriormente a março de Os membros do Conselho de Administração da Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos devem ter sido indivíduos de reputação ilibada com vasta experiência no setor de alimentos, já ter administrado empresas com faturamento superior a R$ ,00 (Duzentos e cinqüenta milhões de reais). Com relação aos 2 (dois) membros do Conselho de Administração independentes, estes dêem ter tido significativa experiência, sendo que um deles deve ter tido conhecimentos contábeis e financeiros. Obrigações durante período o período de transição Durante o Período de Transição, a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos deve ter observado quanto segue: a) não distribuição de dividendos: nenhum dividendo pode ter sido declarado ou pago pela Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos, já em caso de declaração ou pagamento desses, os acionistas devem ter reinvestido imediatamente o valor total correspondente aos dividendos recebidos; b) elaboração de Plano de Negócios e Plano de Contingências: através de contratação e pagamento a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos deve mantido uma grande empresa de auditoria internacional para preparar e enviar o Plano de Negócios aos Credores Financeiros até 28 de Fevereiro de 2006, e para os Credores Financeiros um Plano de Contingências até a mesma data; c) nenhum novo endividamento financeiro: antes da data de subscrição, a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos não incorreu em ou permitiu qualquer novo endividamento financeiro, que já não existia na data em que o plano for aprovado pela AGC, não devendo se limitar a valor resultantes de empréstimo, como qualquer valor

53 53 captado através de linha de crédito ou emissão de títulos, notas e debêntures, loan stock 5 ou instrumento similar; venda e leasebacks 6, venda de recebíveis ou desconto de títulos; ações resgatáveis; qualquer estrutura de arrendamento que possa ser tratada como arrendamento financeiro ou de capital para fins contábeis. Rescisão do plano O plano rescindir-se-ia em 30 de abril de 2006, ou em data posterior acordada pela maioria dos Credores Financeiros se: a) a maioria dos credores financeiros não houvesse aprovado a oferta de subscrição do Capital Novo por um investidor qualificado ou o investidor qualificado, cuja oferta tivesse sido aprovada, não tivesse subscrito e integralizado o Capital Novo; b) caso as debêntures não fossem emitidas na forma estipulada no plano, após o recebimento das aprovações necessárias e obedecidas as condições dos termos e condições das debêntures. Neste caso, os credores teriam direito a receber os seus créditos nos montantes devidos antes da aprovação do plano, deduzidos quaisquer montantes recebidos nos termos do plano. Disposições Finais As diversas medidas de recuperação explicitadas acima tiveram o condão de viabilizar economicamente a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos, levando em conta inclusive o fato de terem as contingências fiscais sido devidamente provisionadas. Em virtude das melhores práticas contábeis, determinadas contingências fiscais não foram provisionadas. A Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos manteve os debenturistas devidamente informados da situação de tais contingências fiscais. O plano, depois de aprovado e homologado, obrigou a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos e os credores, bem como os respectivos sucessores a qualquer título, não podendo ser cedidos ou delegados quaisquer direitos ou obrigações oriundas do plano sem prévio consentimento, por escrito, da maioria dos Credores Financeiros. Com eficácia a partir da data de homologação do plano pelo juízo da Recuperação, Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos e Parmalat Empreendimentos isentaram, integral e definitivamente, cada um dos Credores Financeiros de: 5 Espécie de empréstimo bancário feito para aquisição de grupo ações que representa o estoque de capital de uma sociedade anônima e dá direito aos ganhos e aos ativos da sociedade. 6 A empresa vende ativos a outra com a intenção explícita de tomá-los de volta. Esse acordo permite que a empresa vendedora, embora transfira a propriedade do bem, ainda conserve o direito de propriedade de usar esse ativo no negócio.

54 54 a) todos os direitos, pleitos, demandas ou causas de ação que a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos ou a Parmalat Empreendimentos possam ter contra qualquer Credor Financeiro; b) todas as dívidas, responsabilidades e obrigações, de qualquer natureza, que qualquer Credor Financeiro possa ter para com a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos ou à Parmalat Empreendimentos, conforme o caso, estivessem ou não relacionadas a ou fossem ou não decorrentes de qualquer relação financeira, documento ou negociação entre as partes, na medida em que foram verificadas ocorrido, ou sido, originadas ou causados antes da data de aprovação do plano na AGC, e quiseram tais demandas, direitos ou causas de ação e tais dívidas, responsabilidades e obrigações fossem conhecidos nesta data ou não. Os Credores Financeiros, por sua vez, com eficácia a partir da data da homologação do plano pelo Juízo da Recuperação, isentaram, integral e definitivamente, a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos de: a) todas as demandas, direitos ou causas de ação que os Credores Financeiros, pudessem ter contra a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos; b) todas as dívidas, responsabilidades e obrigações, de qualquer natureza, que a Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos ou Parmalat Empreendimentos pudessem ter para com os Credores Financeiros, conforme o caso, estivessem ou não relacionados a, ou fossem ou não decorrentes de qualquer relação financeira, documento ou negociação entre as partes, na medida em que tivessem ocorrido ou se verificado ou sido originados ou causados: antes da data de aprovação do plano na AGC, e quisessem tais demandas, direitos ou causas de ação e tais dívidas, responsabilidades e obrigações fossem conhecidos ou não. A mesma isenção foi estendida, pelos Credores Financeiros, a todos os conselheiros e diretores da Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos e da Parmalat Empreendimentos que tiveram exercido seus cargos de 1º de março de 2004 até a data de aprovação do plano pela AGC. Exceto se diferentemente e especificamente previsto nesse plano, o quorum para modificação de qualquer cláusula desse plano foi aprovado pela maioria dos créditos (50% + 1) detidos por cada uma das seguintes categorias, Credores Financeiros Garantidos e Credores Operacionais e pela maioria dos Credores Financeiros. As estipulações do plano foram extraídas do documento intitulado termos e condições do plano.

55 Apresentação da Ata da Assembléia Geral dos Credores AGC Em 22 de Dezembro de 2005, em consonância com o art. 56 da Lei /2005, depois de apresentado o plano de recuperação judicial pela Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos e terem ocorrido impugnações ao mesmo por parte de alguns credores foi realizada a Assembléia Geral de Credores para realização da análise do plano por parte dos interessados. A seguir serão apresentados os pontos mais relevantes da Assembléia Geral e Credores. Parmalat Brasil S.A Indústria de Alimentos Em Recuperação Judicial Ata de Assembléia Geral dos Credores No dia 22 de dezembro de 2005, foi reaberta a Assembléia Geral de Credores da Parmalat Brasil S.A Indústria de Alimentos em Recuperação Judicial pelo Dr. Alfredo Luiz Kugelmas, Administrador Judicial. O Dr. Thomas Benes Felsber, representante de PA, entregou aos presentes versão adaptada do Plano e sugeriu que esta AGC fosse suspensa por duas horas para que os credores tivessem tempo para analisar as alterações. Durante a discussão sobre eventual inclusão de uma cláusula ao Plano, conforme a qual os valores aos credores seriam limitados pelo fluxo de caixa primeiramente indicado, o assessor financeiro da PA explicou a origem da necessidade de limitar o valor a ser pago aos Credores Financeiros Quirografários em função do fluxo de caixa projetado nas projeções realizadas para embasar o Plano. Foi questionado por um credor que, no início das negociações entre credores e PA, esta garantiu que toda a dívida seria paga. No entanto indicou ainda que durante as negociações, como novos credores foram identificados, houve redução da taxa de juros então em discussão para acomodar estes credores, dado que o fluxo de caixa disponível seria limitado. Além do questionamento exposto acima, outros em sentidos diversos foram realizados no decorrer da assembléia. Sendo também discutida a remuneração do Sr. Administrador Judicial, onde foi aprovado sua remuneração e forma de pagamento. O Sr. Presidente da Mesa esclareceu, antes de se iniciar a votação, que esta teria por objetivo deliberar a aprovação do Plano apresentado pela Parmalat Brasil S/A, com as alterações pelos credores e aceitas pela Parmalat. Após este esclarecimento foi entregue uma via do referido Plano e iniciada a votação. Realizada a apuração dos votos, o plano foi aprovado por maioria, com R$ ,79 (94,2%) do valor dos créditos e 1718 (99,8%) credores na classe dos credores

56 56 quirografários e por todos os credores da classe com garantia real, no valor de R$ ,55, conforme indicam a planilha e cédulas de apuração. Logo após a lavratura da ata e a assinatura pelos representantes, consta uma relação de credores Homologação do Plano de Recuperação Judicial Após o Plano de Recuperação Judicial da Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos ter obtido parecer favorável do Ministério Público, da assembléia dos credores e do administrador judicial, somando-se a isso, o fato da empresa ter migrado da concordata para a recuperação e em todo o processo terem sido atendidos todos os aspectos legais, em 02 de Fevereiro de 2006 foi homologado o seu Plano de Recuperação Judicial. Na seqüência será apresentado um resumo da decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial. Parmalat Brasil S/A Indústria de alimentos requereu, em 24/06/2005, a sua recuperação judicial nos termos da Lei /05, obtendo o deferimento de seu processamento em 04/07/ Publicados os editais necessários com a relação de credores e apresentado o plano de recuperação judicial, foi convocada Assembléia de Credores, em face de existência de impugnações ao plano que na sua primeira data elegeu Comitê de Credores, encerrando-se a mesma posteriormente e em continuidade em 22/12/2005, com a aprovação do plano pelos credores sujeitos a ele. Assim, requereu a empresa a concessão da recuperação judicial, com dispensa das certidões negativas tributárias, apresentando suas razões para contrariar o determinado no art. 57 da Lei /2005, com o administrador judicial manifestando-se favorável à pretensão da Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos. A Companhia Siderúrgica Nacional S/A pediu o indeferimento da concessão da recuperação, pela falta das certidões negativas. O Ministério Público do Estado de São Paulo manifestou-se pela concessão da recuperação judicial, sendo que após essa manifestação foram juntadas petições nos autos do processo que precisaram ser analisadas, diante da objeção do credor em referência ao descumprimento ao art. 57 da LREF. 7 No histórico da empresa e no documento principal consta a data de 29/06/2005.

57 57 A análise da objeção da Companhia Siderúrgica Nacional foi feita pelo magistrado, julgando não prosperar, já que limita à questão tributária, sendo que este art. 57 da Lei /2005 fere o princípio da proporcionalidade e traz obrigações de impossível cumprimento para as sociedades empresárias em crise. O administrador judicial lembrou que, não tendo sido editada a lei especial para resolver os créditos tributários, há que ser acolhida a pretensão da PA. Pelo ponto de vista econômico o juiz entendeu que o fisco deve atender o princípio constitucional da proporcionalidade e, também, os princípios estabelecidos no art. 47 da Lei de Recuperação de Empresas. Assim, com a recuperação judicial o fisco tem a chance de receber os tributos devidos, porém com a falência, a prática demonstra que nada, ou muito pouco, receberá dos seus créditos. Isto posto, com o fundamento no art. 58 da Lei /2005, o juiz concedeu a recuperação judicial à Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos em 02 de Fevereiro de Alterações ao Plano de Recuperação Judicial Em 26 de Maio de 2006, foi realizada Assembléia Geral de Credores a fim de aprovarem alterações ao Plano de Recuperação Judicial apresentado pela Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos, que havia sido anteriormente homologado em 02 de Fevereiro de 2006, conforme serão transcritos abaixo seus pontos mais importantes. Juntamente com as alterações ao plano, os credores também analisaram a proposta de indicação da LAEP Capital LLC, com sede nos Estados Unidos, empresa regida sob as leis brasileiras, que tem sua controlada com sede na cidade de São Paulo, como Investidor Qualificado, aprovando a LAEP para subscrever e integralizar o Capital Novo, conforme já havia sido abordado no item 10.1 do Plano de Recuperação Judicial. Foi inserido o item 10.1A ao plano que estabeleceu que a PA pagaria R$ ,00 (dezenove milhões de reais) dos recursos provenientes da subscrição pagos pelo Investidor Qualificado aos Credores Financeiros Quirografários imediatamente após o recebimento do preço de subscrição do Capital Novo. Foi inserido o item 5A ao plano que estabeleceu o pagamento de R$ ,00 (cento e vinte milhões de reais) aos credores financeiros quirografários como

58 58 Refinanciamento Antecipado aos CFQ 8, sendo esse refinanciamento pago da seguinte forma: a) conforme o item 10.1A acima, R$ ,00 (dezenove milhões de reais), primeira quantia do refinanciamento, a serem pagos por PA aos Credores Financeiros quirografários após o recebimento e com os recursos provenientes da subscrição do Capital Novo; b) R$ ,00 (cento e um milhões de reais), segunda quantia do refinanciamento, a serem pagos com recursos provenientes da venda da unidade Batávia, conforme descrito mais adiante, para a PDA Distribuidora de Alimentos Ltda, com garantia da Perdigão Agroindustrial S.A. Cada credor financeiro quirografário concordou que após o recebimento da primeira e segunda quantia de refinanciamento, confirmadas pela PA, esteve automaticamente cedendo o saldo de seu crédito perante a Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos, conforme o Apêndice 2, anexado a este plano, para o Investidor Qualificado. Até que as condições acima sejam cumpridas, cada CFQ concorda em não exercer qualquer direito de cobrança contra PA em relação aos créditos cedidos à LAEP. Os créditos cedidos serão utilizados para a compensação de prejuízos acumulados de PA, não se admitindo, doravante, qualquer outra utilização para tais créditos, além dessas duas possibilidades, destacando-se, ainda, que tais créditos cedidos não são computáveis, a qualquer tempo, para qualquer votação, em reunião de credores, ou assembléia geral de credores. Foram inseridos os itens 16A a G ao plano, merecendo destaque os itens 16C e 16E. O item 16C estabeleceu que: a) após o pagamento da primeira quantia do refinanciamento aos credores, a PA venderia imediatamente seus direitos relativos à participação acionária na Batávia e/ou equipamentos de PA utilizados pela Batávia, pela quantia de R$ ,00 (cento e um milhões de reais, à vista,em recursos imediatamente disponíveis); b) a Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos deveria vender os ativos utilizados no negócio de biscoitos, incluindo a fábrica, centro de distribuição e outros ativos auxiliares Unidade de Fornos pelo valor mínimo de R$ ,00 (trinta milhões de reais), para Perdigão, ou empresa controlada pelo grupo Perdigão e aceita por PA, ou para terceiro, pelo valor de R$ ,00 (quinze milhões de reais); 8 Credores Financeiros Quirografários

59 59 c) a Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos deveria vender os ativos utilizados no negócio de laticínios e produtos refrigerados, incluindo a fábrica, centro de distribuição e outros ativos auxiliares Unidade Garanhuns pelo valor mínimo de R$ ,00 (trinta e dois milhões de reais), para a Perdigão, ou empresa controlada pelo grupo Perdigão e aceita por PA. A unidade Batávia, Unidade de Fornos e Unidade Garanhuns foram conjuntamente denominadas no plano como Unidades de Negócio. O item 16E estabeleceu que os valores pagos à PA pela venda da Unidade de Fornos e Unidade Garanhuns deveriam ser pagos à vista, em recursos imediatamente disponíveis, na conclusão da venda e os recursos da venda deveriam ser exclusivamente utilizados para capital de giro e capital de investimento da Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos. A quantia paga pela Perdigão pela compra da Unidade Batávia deve ter sido exclusivamente utilizada para pagamento dos Credores Financeiros Quirografários. A figura a seguir representa uma projeção feita pela empresa de consultoria Felsberg & Associados que demonstra a linha do tempo do processo de Recuperação Judicial PA.

60 60 Figura 06 Linha do Tempo Completa do Processo de Recuperação Judicial da PA Fonte: Felsberg & Associados 4.3 Análise dos Dados Contábeis As dificuldades financeiras da empresa Parmalat Brasil S/A Indústria de alimentos, como também o histórico de seu passado, sua performance atual e perspectivas futuras só podem ser demonstradas através de seus números, valores e demonstrações contábeis. Desta forma, conforme opinião de Isidoro Fabbrini em texto publicado na Gazeta Mercantil em 14/04/2005, a contabilidade passa a ser o espelho fiel e incontestável da real situação econômica, financeira e patrimonial da sociedade, por ter sob sua guarda e controle o arquivo

61 61 e registro de todos os atos e movimentações desses números, disponibilizando-os a qualquer momento, quando necessário, através de sua escrituração e demonstrações contábeis. Isidoro diz ainda que foi através desses princípios, que a contabilidade foi valorizada, com relativas doses de participações no processo de Recuperação Judicial da empresa, com base na Lei /2005 que introduziu as já tradicionais e as novas exigências contábeis onde nota-se claramente estar alicerçada na ciência contábil. A prova disso já se encontra na petição inicial da recuperação, conforme pode-se confirmar junto ao processo da Parmalat, onde o inciso II, alíneas a, b e c, do artigo 51 estabelece a obrigatoriedade de apresentação das demonstrações dos resultados e balanços patrimoniais dos últimos três exercícios e os levantados especialmente para instruir o pedido. Mas a grande inovação se encontra na alínea d do mesmo inciso e artigo: Relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção, que estaria aqui melhor definido como um demonstrativo gerencial, do qual está composto o Laudo Econômico-Financeiro da empresa com a elaboração de parecer técnico sobre os demonstrativos financeiros projetados como será demonstrado a seguir. Portanto, fica bem caracterizado que o objetivo da LREF foi introduzir um instrumento que poderá significar o termômetro financeiro da empresa, às vistas do juiz, do administrador judicial e dos credores durante todo o curso do processo. O relatório reflete a situação de equilíbrio do balanço especial, representado por seu ativo circulante e pelo passivo exigível a curto prazo, que obrigatoriamente estará demonstrando a situação de inadimplência que originou seu pedido de recuperação financeira. Neste relatório, deverá estar consignado como projeção a expectativa de receitas, custos e despesas e ao mesmo tempo, coerentemente ressaltar os números resultantes da implantação dos meios (artigo 50) adotados, e finalmente demonstrar a expectativa dos resultados a serem alcançados, refletindo a eficácia destes meios utilizados e o êxito de sua recuperação financeira. Em consonância com o inciso IV do artigo 52, também periodicamente, a empresa deverá elaborar um balanço contábil, que demonstre com clareza a analiticamente o seu passivo exigível a curto e longo prazo. Este demonstrativo terá como finalidade, estabelecer um parâmetro comparativo entre os demonstrativos projetados com os realizados para poder avaliar as possíveis oscilações de seu endividamento no período.

62 Apresentação do Laudo Econômico-Financeiro no Processo de Recuperação Judicial Os pontos principais do Laudo Econômico Financeiro da Parmalat do Brasil S/A Indústria de Alimentos a seguir apresentado, foram elaborado pela empresa MS Cardim & Associados S/C Ltda, conforme estabelece o inciso III, do artigo 53 da LREF. O parecer técnico sobre Demonstrativos Financeiros Projetados visou fundamentar e analisar o conjunto de demonstrativos financeiros históricos e projetados elaborados pela direção da Parmalat Brasil S/A Indústria de Alimentos Parmalat, tendo em vista, a demonstração da viabilidade do processo de recuperação econômica da empresa. Este parecer acompanhou o Plano de Recuperação Judicial dessa empresa tendo em vista a Lei /2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência). No item I, foram apresentados aspectos introdutórios desse Parecer bem como os objetivos desse trabalho, conforme descrito abaixo: I Introdução e Objetivos do Trabalho A MS Cardim & Associados S/C Ltda MS Cardim, empresa que atua em consultoria financeira, foi contratada pela direção da Parmalat para elaborar um Parecer Técnico, com análise crítica sobre as demonstrações financeiras projetadas para o período de 2005 a 2017 (12 anos), a partir da data-base de 30/05/2005. Essas projeções foram elaboradas pela direção da Parmalat e assessores por ela contratados apara atender as disposições contidas na Lei /2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência). Essas projeções tiveram o objetivo de determinar os lucros e fluxos de caixa para o pagamento aos credores, incluindo análises e comentários sobre as premissas utilizadas para preparar projeções bem como, o fluxo de pagamento aos credores. No item II, foi proposta a metodologia utilizada pela direção da empresa na elaboração dos demonstrativos financeiros projetados, que permitirá a análise e verificação de sua viabilidade econômica, que apresenta-se a seguir: II Metodologia Utilizada A metodologia que foi utilizada pela direção da Parmalat na elaboração do Plano Orçamentário e das projeções das demonstrações financeiras é bastante conhecida e de uso comum, simulando-se o comportamento futuro da empresa expresso nos seus demonstrativos financeiros projetados, todos integrados e dentro do modelo contábil e com a utilização de um programa especial. A direção da Parmalat e seus assessores contratados tomaram por base, os demonstrativos financeiros históricos e a partir da fixação de premissas, pressupostos e dos

63 63 números contidos no seu Plano Orçamentário, realizou as projeções das demonstrações financeiras para um período de 2005 a 2017 (12 anos). O Plano Orçamentário, elaborado pela Parmalat, abrange o período entre junho de 2005 e dezembro de As projeções das demonstrações financeiras, entre o período de janeiro de 2007 a dezembro de 2017 foram embasadas em premissas conservadoras de evolução de suas vendas e custos incorporando os efeitos financeiros da reestruturação de seu passivo previsto em seu Plano de Recuperação Judicial. O fluxo de pagamento será realizado em 12 (doze) anos, de 2006 a 2017, sendo que no último ano será paga uma parcela bullet payment 9. No item III, foi mencionado a fonte de todas as informações utilizadas, conforme descrito abaixo: III Fontes de Informações Utilizadas Para efeito da projeção dos demonstrativos financeiros, a direção da Parmalat, considerou as seguintes fontes de informações. Balanços patrimoniais, demonstrativos de resultados e informações financeiras datadas de 31/12/2000, 31/12/2001, 31/12/2002, 31/12/2003 e 31/12/2004. As premissas, que foram utilizadas para realizar as projeções dos demonstrativos financeiros, que se encontram no Anexo I, fazem parte integrante deste trabalho, não devendo ser analisadas ou avaliadas separadamente. Os demonstrativos financeiros projetados elaborados pela direção da Parmalat e seus assessores encontram-se no Anexo III. No item IV, foi emitido o Parecer Técnico sobre os demonstrativos financeiros históricos e as premissas utilizadas nas simulações e projeções dos resultados futuros, conforme segue: IV Elaboração do Parecer Técnico sobre os Demonstrativos Financeiros Projetados e Indicadores Para efeito de elaboração e emissão deste Parecer Técnico, foram analisadas detidamente as informações e dados fornecidos pela Parmalat, bem como, as projeções dos demonstrativos financeiros, tendo a comentar os seguintes pontos principais: a) demonstrativos Financeiros Históricos foram analisados os demonstrativos financeiros históricos, bem como o balanço-base, utilizados nas projeções, não havendo nada a comentar. Esses demonstrativos financeiros foram elaborados de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil. As demonstrações contábeis foram preparadas 9 Pagamento do principal em uma única parcela, ao final do empréstimo.

64 64 com base nas práticas contábeis previstas na legislação societária, assumindo a continuidade normal e seus negócios. As contas do ativo e passivo foram apropriadas em obediência ao princípio da competência; b) as premissas utilizadas nas projeções a direção da Parmalat e seus assessores e consultores elaboraram as premissas e pressupostos futuros, utilizando-se da análise do comportamento histórico, dados de mercado e do Plano Orçamentário que a empresa dispõe, divididas em dois grandes grupos, ou seja, demonstrativos de resultados e balanço patrimonial. No entender da empresa responsável pelo laudo, a fixação das premissas para a projeção dos demonstrativos de resultados apresentou coerência com o comportamento histórico, não havendo grandes desvios a comentar. Conclusão do Laudo Após a análise e identificação dos números e indicadores apresentados pela Parmalat, a empresa MS Cardim & Associados S/C Ltda foi de parecer que: a) os fluxos de caixas gerados pela operação são suficientes e se destinam integralmente à quitação de fornecedores e credores; b) os demonstrativos financeiros projetados a partir do Plano Orçamentário, apresentam consistência técnica, tendo sido elaborados dentro de padrões usuais de projeções e simulações de comportamento futuros das operações da empresa; c) a elaboração das premissas e pressupostos foi realizada dentro de uma posição conservadora e com consistência com relação à performance histórica da empresa; d) os indicadores utilizados apresentam qualidade técnica e coerência, respeitando as metodologias mais adequadas para realizar projeções desta natureza, sendo que o fluxo de pagamentos aos credores obtidos com essa metodologia está dentro de uma faixa de valor que pode se inferir adequada; e) o capital de giro está sendo preservado, bem como, os investimentos em capital fixo, mantendo assim a empresa em funcionamento de forma a honrar seus compromissos; f) o plano de reestruturação proposto é viável, visto que as premissas e pressupostos se mostraram bastante conservadoras, dentro de um cenário factível. O plano prevê a amortização da dívida com os fornecedores em 5 (cinco) anos (2010) e com os bancos em 12 (doze) anos (2017). Memórias de cálculo e históricos das projeções

65 65 As premissas básicas, os dados e informações necessárias para a elaboração das projeções, bem como dados históricos foram elaborados pela diretoria financeira e seus assessores contratados. Na modelagem financeira construída, as simulações de estratégias financeiras, operacionais e administrativas podem ser realizadas com base em alguns parâmetros básicos: 1) Crescimento das vendas brutas, 2) Estrutura de custos em relação ao faturamento líquido, 3) Crescimento das despesas operacionais, 4) Depreciação e amortização dos ativos, 5) Plano de Pagamento aos fornecedores e credores Comparativo entre as Fontes de Informações Utilizadas no Laudo e os Demonstrativos Originais Para a elaboração da projeção dos demonstrativos financeiros, a Parmalat considerou como demonstrativos financeiros históricos os balanços patrimoniais e demonstrativos de resultados dos anos de 2000, 2001, 2002, 2003, O quadro abaixo demonstra os balanços patrimoniais históricos dos respectivos períodos, apresentados no laudo econômico-financeiro que serão comparados com os balanços originais apresentados nas demonstrações financeiras publicadas:

66 66 Quadro 3 - Balanços Patrimoniais históricos 2000 a 2004 Fonte: Laudo Econômico-Financeiro Valores expressos em R$ mil O quadro apresentado abaixo corresponde aos balanços patrimoniais originais publicados nos respectivos períodos:

67 67 Quadro 4 Balanços Patrimoniais originais 2000 a 2004 Fonte: Demonstrações Financeiras da PA Valores expressos em R$ mil

68 68 Ao se analisar os quadros 03 e 04 acima apresentados, verificou-se diferenças nos grupos do ativo permanente e patrimônio líquido e reclassificações nos grupos do ativo circulante, ativo realizável a longo prazo e passivo exigível a longo prazo no exercício de 2004, porém, após ter sido realizada uma pesquisa junto às notas explicativas das demonstrações financeiras dos exercícios de 2004 e 2005 se teve acesso aos motivos que levaram à desigualdade de valores, conforme relato a seguir: A comissão de Valores Mobiliários CVM, através de Ofício emitido em 24 de março de 2006, determinou que as demonstrações financeiras encerradas em 31 de dezembro de 2004 fossem refeitas e apresentadas conjuntamente com as demonstrações contábeis do exercício findo em 31 de dezembro de As determinações foram consideradas na publicação das demonstrações financeiras de 2005, na coluna referente aos saldos de A companhia entendeu que as determinações da CVM visaram ampliar o nível de informação e, consequentemente, melhorar a apresentação das demonstrações contábeis. Para melhor entendimento, apresentamos o quadro a seguir com as contas que foram objeto de alterações: Quadro 5 Refazimento das Demonstrações Financeiras em 2004 Descrição 31/12/04 Refazimento 31/12/04 Publicação original Efeitos no Ativo Circulante Outros Créditos a Receber Adiantamentos a Terceiros Adiantamentos à Bacia Leiteira Total (Apenas reclassificações) Efeitos no Realizável a Longo Prazo Outras Contas a Receber Depósitos Judiciais Bens Destinados a Venda Subtotal (Apenas reclassificações) Reclassificação do Imobilizado Ágio por Incorporação Provisão para redução ( ) -

69 69 Créditos Tributários Subtotal (Ajustes e reclassificações) Total Efeitos de ajustes e reclassificações Efeitos no Ativo Permanente Imobilizado Redução refere-se exclusivamente a reclassificação para Realizável a Longo prazo de Ágio por Incorporação no montante de R$ Efeitos no Exigível a Longo prazo Impostos diferidos sobre Reserva de Reavaliação Efeitos no Patrimônio Líquido Reservas de Capital (Ágio na Incorporação) Redução refere-se exclusivamente a constituição de provisão para redução de Ágio por Incorporação no montante de R$ Fonte: Demonstrações Financeiras PA 2005 Podemos verificar que a emissão do ofício da CVM ocorreu em 24 de Março de 2006, data essa, posterior à elaboração do Laudo Econômico-financeiro da empresa que ocorreu em agosto de 2005 e fez parte do Plano de Recuperação Judicial apresentado pela Parmalat. Assim explica-se a diferença de valores entre os demonstrativos históricos apresentados no laudo e os demonstrativos originais publicados. Com relação aos demonstrativos de resultados dos exercícios de 2000, 2001,2002,2003 e 2004, serão apresentados abaixo os respectivos relatórios históricos que serão comparados com os relatórios originais das demonstrações financeiras publicadas:

70 70 Quadro 06 - Demonstrativos de resultado históricos 2000 a 2004 Fonte: Laudo Econômico-Financeiro Valores expressos em R$ mil Abaixo apresentamos os demonstrativos originais publicados nas demonstrações financeiras da empresa nos respectivos períodos: Quadro 7 Demonstrativos de resultado originais 2000 a 2004 Fonte: Demonstrações Financeiras da PA Valores expressos em R$ mil

71 71 Os demonstrativos de resultados acima apresentados nos quadros 06 e 07, tanto no laudo econômico-financeiro como nas demonstrações financeiras da empresa, estão em igualdade de valores Análise do Desempenho Econômico e Financeiro de 2000 a 2007 A seguir, será apresentada uma análise do desempenho econômico-financeiro da Parmalat Brasil S/A, a partir do exercício 2000 até o ano de 2007, que objetiva demonstrar através da análise vertical do Balanço Patrimonial e Demonstrativo do Resultado e através de indicadores, o desempenho da Companhia, cruzando com as informações trazidas em suas notas explicativas, relatório da administração e pareceres da auditoria nesse período. Segundo o exposto em notas explicativas no exercício de 2000, depois de completado o processo de aquisições e incorporações de empresas e negócios, a administração da companhia iniciou um processo para analisar o custo benefício de manter algumas fábricas e, como resultado, algumas fábricas tiveram as atividades desativadas, paralisadas ou suspensas. Algumas das fábricas onde as operações foram descontinuadas e os ativos operacionais foram transferidos para outras unidades foram vendidas durante o segundo semestre de 2000, resultando em perda líquida no valor de aproximadamente R$ 43 milhões, que foi contabilizada como resultado não operacional. Já nas notas explicativas do exercício findo em 31 de dezembro de 2001, foram registradas perdas adicionais no valor de aproximadamente R$ 29 mil. O resultado líquido do exercício de 2002 (prejuízo) de R$ 192,0 mil (prejuízo de R$ 61,3 mil em 2001), foi conseqüência em especial dos efeitos da desvalorização cambial sobre as dívidas em moedas estrangeiras, segundo as notas explicativas publicadas. Em decorrência da continuação do processo de reestruturação da Companhia, foram efetuadas durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2003 baixas e provisão para eventuais perdas de ativos que resultaram em uma perda liquida no valor de R$ mil. Conforme mencionado em nota explicativa de 31 de dezembro de 2003, a companhia manteve saldos no passivo exigível a longo prazo referentes a diversos empréstimos e financiamentos. Alguns contratos previam cláusulas restritivas, que não foram atendidas pela Companhia, com relação aos índices de endividamento a longo prazo e cobertura da dívida. Como decorrência desses assuntos que foram abordados e outros que são apontados nas demonstrações financeiras nos exercícios de 2000, 2002, 2003 e 2004, as atividades operacionais da Companhia foram bastante afetadas nos primeiros meses de 2004, com a

72 72 redução ou paralisação de produção em diversas de suas unidades operacionais, perda de fornecedores de matéria-prima, além de outros impactos. Nesse cenário a continuidade normal das atividades da Companhia esteve diretamente condicionada aos reflexos destas situações. Em 28 de janeiro de 2004 a Parmalat protocolou pedido de concordata preventiva na 29ª Vara Cível da Capital, buscando o amparo legal para a solução do grave problema financeiro enfrentado. As demonstrações financeiras de 2005 sofreram ajustes significativos em decorrência dos efeitos da homologação do Plano de Recuperação Judicial, bem como da crise que atingiu todas as empresas do Grupo Parmalat. Conforme foi citado em seu Relatório da Administração do ano de 2005, os resultados alcançados pela companhia naquele ano, demonstraram estar no caminho certo na direção da recuperação da empresa. A receita bruta passou de R$ mil em 2004 para R$ mil em 2005, atingindo um crescimento de 44,5% em relação ao ano anterior. Prosseguindo a comparação entre 2004 e 2005, com relação ao lucro bruto, em 2005 atingiu o valor de R$ mil, obtendo uma melhora de 72,5% se comparado ao lucro bruto de 2004 que foi de R$ mil. No ano de 2006, conforme o Relatório da Administração da companhia, após a alienação do controle da Parmalat Brasil S/A à Lácteos do Brasil S/A, deu-se início a um processo de reestruturação da empresa turnaround 10, e também no curso do processo de Recuperação Judicial, a companhia conseguiu se beneficiar de uma negociação feita pelo novo acionista controlador junto aos credores financeiros quirografários o que representou a compensação de R$ mil de um prejuízo contábil acumulado. Ainda segundo o Relatório da Administração, o ano de 2007, foi marcado pela conclusão do processo de reestruturação (turnaround) da companhia, que apresentou resultados crescentes em relação ao ano anterior. Conforme demonstração do resultado de 2007, a receita bruta de vendas foi de R$ mil, superando em 27% o valor de R$ mil realizados em Com relação ao resultado líquido do exercício, a Companhia apresentou um prejuízo de R$ mil, inferior em 38% ao obtido em 2006, no valor de R$ mil. 10 Plano de reestruturação e reorganização de uma empresa em crise. A reviravolta centra-se em dois momentos, o primeiro destinado a por fim às suas causas, quando possível, o que levou à crise, o segundo destinado ao prosseguimento de um plano de recuperação da rentabilidade.

73 Análise Vertical dos Balanços Patrimoniais de 2000 a 2007 A companhia teve como perspectiva, ao final de 2007, que todos os ajustes sofridos ao longo de 2006 e 2007, deverão impactar positivamente em seus resultados nos próximos exercícios, como já impactaram nos resultados de O quadro 08 adiante, representa os balanços patrimoniais dos anos de 2000 a Analisando esses demonstrativos pode-se fazer as seguintes considerações quanto à analise vertical: Ativo a) no ativo circulante: pode-se observar que os percentuais em relação ao ativo total mantiveram-se estáveis ao longo do período entre o ano 2000 até o ano de 2005 em torno de 24%, porém, em 2006 apresentou uma queda em relação ao ano anterior originada principalmente pela redução no valor de créditos que refere-se à contas a receber de clientes, ficando em 19%, valor esse que voltou a crescer em 2007; b) no ativo realizável a longo prazo: pode-se observar que entre os anos de 2000 e 2007 os percentuais em relação ao ativo total apresentaram uma elevação nos anos de 2002, 2003 e 2004 em relação aos outros períodos, ficando em 21%, 20% e 31% respectivamente, referente ao valor de créditos com pessoas ligadas que originou-se pelo processo de reestruturação da empresa iniciado no ano de 2000, tendo parte de seus custos absorvidos por empresa do grupo no exterior e o saldo a receber dessa empresa encontra-se registrado nessa conta com os respectivos valores: R$ mil em 2002; R$ mil em 2003 e R$ mil em Também observou-se variação significativa nos anos de 2004 e 2005 referentes ao valor de ágio por incorporação, ocasionado por incorporação realizada em 2001 a qual mantinha registrado um ágio decorrente da integralização de capital que foi originalmente reconhecido no imobilizado sob o título de Mais Valia e, assim figurou nas demonstrações contábeis entre 2001 a No exercício de 2005 a companhia decidiu aplicar tratamento apropriado a esta operação, sendo reclassificados os respectivos valores retroativos a 2004: R$ mil e R$ em 2005; c) no ativo permanente: pode-se observar que entre os anos de 2000 e 2007 os percentuais em relação ao ativo total apresentaram uma redução acentuada no ano 2004 em relação aos anos anteriores ficando em 46%, originadas pela redução do imobilizado que refere-se além da aplicação das taxas anuais de depreciação, à reclassificação do ágio por incorporação para o realizável a longo prazo. Já em 2006, os valores do

74 74 imobilizado apresentam um aumento referente a uma reavaliação de seus bens efetuada pela companhia, resultando no registro de mais valia, conforme laudo de reavaliação. Nesse ano também se observa uma baixa no valor de investimentos, restando o valor de R$ 106 mil em participações em controladas, fato esse ocorrido pela venda da participação da Companhia na Batávia S/A, permitida após a homologação das alterações ao Plano de Recuperação Judicial; Passivo a) no passivo circulante: pode-se observar que entre os anos de 2000 e 2007 os percentuais em relação ao passivo total apresentam uma elevação nos anos de 2002 e 2003, alcançando 36% e 40% respectivamente, em relação aos demais períodos, referente ao aumento dos empréstimos e financiamentos contratados pela companhia mediante avais e notas promissórias vencíveis em 2004 e No ano de 2004, como conseqüência do deferimento do pedido de concordata solicitado pela companhia, as demonstrações financeiras obedeceram a critérios de apresentação e avaliação regulamentadas pela lei e pela ordem judicial tendo como conseqüência, os empréstimos, financiamentos e fornecedores reclassificados para credores quirografários passivo circulante e exigível a longo prazo, mantendo-se no passivo circulante os valores de R$ mil como a título de empréstimos e financiamentos, R$ mil em fornecedores e R$ mil de credores quirografários. No ano de 2007 a companhia emitiu debêntures simples, da espécie quirografária, através de um contrato com um fundo de investimentos tendo como saldo o valor de R$ mil, representando 7% em relação ao passivo total da companhia; b) no passivo exigível a longo prazo: pode-se observar que entre os anos de 2000 e 2007 os percentuais em relação ao passivo total apresentam-se em elevação a partir do ano 2001, atingindo seu ponto mais alto no ano de Esse crescimento ocorre, principalmente, a partir do ano de 2004, através do surgimento de credores quirografários e garantia real no valor de R$ mil, representando 37% em relação ao passivo total, e 2005 no valor de R$ mil, representando 118% em relação ao passivo total da companhia. Em 2006, conforme o Plano de Recuperação Judicial da companhia foram pagos R$ mil a titulo de refinanciamento antecipado, do total da dívida dos credores financeiros quirografários. Após a amortização da dívida de R$ mil, o saldo remanescente de R$ , foi transferido por cessão de direitos para a controladora Lácteos do Brasil S/A, e os demais pagamentos seguem o fluxo normal, conforme o Plano de Recuperação Judicial da

75 75 companhia, permanecendo o saldo de R$ mil em 2007, representando 8% em relação ao passivo total da companhia. No ano de 2007 a companhia emitiu debêntures simples, da espécie quirografária, através de um contrato com um fundo de investimentos tendo como saldo o valor de R$ mil; c) no patrimônio líquido: pode-se observar que entre os anos de 2000 e 2007 os percentuais em relação ao passivo total apresentam-se em redução a partir do ano 2001, atingindo seu ponto mais baixo em Essa redução se deve, principalmente, ao aumento de lucros e prejuízos acumulados que em 2005 atinge o valor de R$ mil como prejuízo acumulado, representando -209% em relação ao passivo total, porém, no ano de 2006, apresentou uma redução referente a utilização de créditos, cedidos por acionistas, para absorção de prejuízos acumulados. Em relação à reserva de capital, pode-se observar um aumento do valor no ano de 2001, referente ágio decorrente da integralização de capital, já no ano de 2005, foi feita uma reclassificação desse valor, retroativa a 2004, reduzindo o saldo no valor de R$ mil. No ano de 2006, observou-se uma nova redução no valor de R$ mil utilizado para absorção de prejuízos acumulados, permanecendo um saldo de R$ mil, representando 1% em relação ao passivo total da companhia. Em relação à reserva de reavaliação, observou-se maior variação no ano de 2006, quando foi feita uma reavaliação do imobilizado, aumento o valor da reserva em R$ mil em relação ao ano anterior, representando 23% em relação ao passivo total da companhia. Ainda no ano de 2007, observou-se a criação da conta adiantamento para futuro aumento de capital, representando 8% em relação ao passivo total da companhia, no valor de R$ mil, que refere-se a remessas provenientes da controladora Lácteos do Brasil S/A para manutenção do capital de giro. O quadro abaixo representa os balanços patrimoniais de 2000 a 2007, como também os índices de liquidez e estrutura de capital;

76 76 Quadro 8 Balanços Patrimoniais em R$ mil 2000 a 2007 Fonte: Demonstrações Financeiras originais, adaptadas pelo autor, 2008

77 Análise de Indicadores Econômico-Financeiros de 2000 a 2007 Os quadros 9 e 10 a seguir representam a forma de cálculo dos índices de liquidez e estrutura de capital para este período, seguidos pelas figuras gráficas dos índices. Análise gráfica dos índices de liquidez de 2000 a 2007 figura 07 A seguir apresenta-se a forma de cálculo e a interpretação do gráfico dos índices de liquidez onde observa-se, de forma geral, uma queda nos índices até o ano de 2005, ano esse que precede o pedido de recuperação judicial. Em 2007 a empresa demonstra sinal de recuperação de seus índices de liquidez nos patamares do ano de a) liquidez corrente: pode-se observar através da curva do gráfico que no ano de 2000 para cada R$ 1,00 a serem pagos no passivo circulante a empresa possuía R$ 1,10 para receber, sendo esse o ponto mais alto da curva do gráfico. Desse período em diante observa-se um forte declínio dos índices, chegando ao ponto mais baixo em 2003, quando o índice ficou R$ 0,67. Em 2005 nota-se uma elevação do índice com o valor de R$ 1,00, que se deve ao fato da reclassificação dos créditos quirografários do passivo circulante para o passivo exigível a longo prazo, fato esse que poderá ser constatado na análise da liquidez geral a seguir, sendo assim, pode-se dizer que não houve recuperação da liquidez da empresa nesse ano. A partir de 2006 nota-se o começo da recuperação do índice passando em 2007 para R$ 0,82; b) liquidez geral: com relação a esse índice pode-se observar através da curva no gráfico que permaneceu em baixa no decorrer de todo o período analisado, partindo do ano 2000 onde para cada R$ 1,00 de obrigações totais a empresa tinha R$ 0,84 para saldálas. O índice permanece estável até o ano de 2002, já a partir de 2003 observa-se um declínio chegando ao ponto mais baixo em 2005 quando ficou em R$ 0,22. A partir de 2006 nota-se o começo da recuperação do índice sendo que em 2007 passou para R$ 0,40; c) liquidez seca: seguindo a mesma tendência do índice de liquidez geral, aqui também pode-se observar através da curva no gráfico que o índice permaneceu em baixa no decorrer de todo o período analisado, partindo do ponto mais alto no ano de 2000 onde se a empresa não utilizasse o estoque para pagar o passivo circulante teria R$ 0,65 para saldar suas dívidas. Em 2001 começa a se observar um declínio na curva do gráfico chegando ao ponto mais baixo em 2003 quando ficou em R$ 0,34. Em 2005 observa-se uma elevação no índice chegando a R$ 0,57, porém, ocasionado pelo fato da reclassificação dos créditos quirografários do passivo circulante para o exigível a longo

78 78 prazo. Apenas em 2007 começa a se observar uma recuperação do índice onde passou para R$ 0,56. Quadro 9 Índices de Liquidez a 2007 Fonte: Elaborado pelo autor, 2008 Indices de Liquidez 1,20 1,10 1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 1,10 0,97 1,00 0,84 0,82 0,82 0,73 0,67 0,66 0,65 0,65 0,68 0,58 0,60 0,60 0,57 0,56 0,40 0,34 0,44 0,34 0,40 0,22 0, Liquidez corrente Liquidez Geral Liquidez Seca Figura 07 Gráfico dos Índices de Liquidez 2000 a 2007 Fonte: Elaborado pelo autor, 2008 Análise gráfica dos índices de endividamento e sua composição de 2000 a 2007 figuras 08 e 09 a) endividamento: ao se observar a curva no gráfico pode se notar o crescimento acentuado do índice desde o início do período analisado representando a responsabilidade da empresa junto a todos os credores. Em % dos recursos aplicados no ativo eram financiados por capitais de terceiros e 70% por capitais próprios. Em 2005 atingiu seu ponto mais alto ficando em 177%, significando que os recursos aplicados no ativo da empresa estavam totalmente comprometidos com

79 79 terceiros ultrapassando em 77% de sua totalidade, período esse que coincide com o pedido de Recuperação Judicial da empresa. A partir de 2006 observa-se um declínio da curva, ficando em 93% em 2006 e 90% em 2007; b) composição do endividamento: ao se observar a curva no gráfico, podemos observar que em 2000 a empresa tinha 72% de suas obrigações correspondentes à dívidas de curto prazo. Os percentuais continuam altos até o ano de 2003, quanto correspondiam a 61%, porém, a partir de 2004, através das reclassificações feitas dos fornecedores, empréstimos e financiamentos do passivo circulante para o realizável a longo prazo, os percentuais apresentam uma queda chegando a 15% em Após esse período os percentuais voltam a subir, chegando a 37% em Quadro 10 Índices de Estrutura de Capital a 2007 Fonte: Elaborado pelo autor, 2008 Endividamento 200% 180% 160% 140% 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% 177% 89% 93% 90% 66% 55% 30% 37% Participação de Capital de Terceiros (Endividamento) Figura 08 Gráfico dos Percentuais de Endividamento 2000 a 2007 Fonte: Elaborado pelo autor, 2008

80 80 Composição do Endividamento 200% 180% 160% 140% 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% 72% 59% 66% 61% 38% 30% 37% 15% Composição do Endividamento Figura 09 Gráfico dos Percentuais de Composição do Endividamento 2000 a 2007 Fonte: Elaborado pelo autor, Análise Vertical dos Demonstrativos de Resultado de 2000 a 2007 O quadro 11 adiante representa os demonstrativos de resultado dos anos de 2000 a Analisando esses demonstrativos pode-se fazer as seguintes considerações quanto a analise vertical: a) no resultado bruto: ao se observar o período entre os anos de 2000 e 2007 nota-se que os percentuais mantiveram-se estáveis de 2000 a 2003, em torno de 27% em relação à receita bruta de vendas. No ano de 2004, tiveram uma queda acentuada passando a representar 11% em relação à receita bruta de vendas, originada pelas notórias dificuldades que a companhia atravessou a partir no último trimestre de 2003 que tiveram forte influência em seu desempenho em Após esse ano, a companhia passou a apresentar uma leve ascensão, apresentando 14% em Já em 2007 a empresa recupera seu resultado bruto, ficando em 20%; b) no resultado operacional: ao se observar o período entre os anos de 2000 e 2007 notase que os índices mantiveram-se em queda acentuada desde o início do período analisado até 2005 apresentando percentuais de 3% a -58% em relação à receita bruta de vendas. Essa situação retrata a crise enfrentada pela companhia durante esse período atingindo seus pontos mais relevantes em 2004, ano em que entrou com pedido de

81 81 concordata e 2005, ano em que entrou em Recuperação Judicial. Porém, nesse ano de 2005 a empresa apresentou a soma de R$ mil como valores extraordinários referentes à provisão para perdas com empresas ligadas e provisão para perdas sobre créditos, valor esse que pode ser expurgado da análise a fim de possibilitar uma avaliação mais correta, desse modo, o percentual passaria de -58% para -13% em relação à receita bruta de vendas. Assim, pode-se notar que a partir do ano de 2005 após o trabalho de redesenho da companhia, que buscou a reconquista do mercado perdida durante a crise de maneira mais rentável, observou-se percentualmente uma melhora significativa, apresentando uma nova queda em 2006 com um percentual de -21% e voltando à recuperação em 2007, passando a representar -6% em relação à receita bruta de vendas. Destaca-se que a empresa passou a ter resultado operacional negativo no ano de 2002 e até o ano de 2007 ainda não havia se recuperado; c) no resultado líquido do exercício: seguindo a mesma tendência dos fatos citados na análise do resultado operacional, aqui também os percentuais apresentam-se de -3% a -61% nos anos de 2000 a 2005 em relação à receita bruta de vendas. A partir de 2006 os índices passaram a apresentar uma leve recuperação, passando a -11% em 2006 e -6% em 2007 em relação à receita bruta de vendas.

82 82 Quadro 11 Demonstrativos de Resultado em R$ mil 2000 a 2007 Fonte: Demonstrações Financeiras originais, adaptadas pelo autor, 2008

83 Análise Gráfica dos Índices de Lucratividade de 2000 a 2007 O quadro 12 a seguir representa a forma de cálculo dos índices de lucratividade nas vendas no período de 2000 a 2007, seguido pela figura gráfica dos índices. Análise gráfica dos índices de lucratividade nas vendas de 2000 a 2007 figura 10 a) margem bruta: ao se observar a curva do gráfico nota-se que a margem bruta atinge seu ponto mais alto em 2001 com o percentual de 35% de lucro nas vendas correspondente à receita liquida de vendas, após esse período começa uma queda chegando a 14% em 2004 e no ano seguinte começa a apresentar uma recuperação chegando ao percentual de 22% em 2007; b) margem operacional: ao se observar a curva do gráfico, pode-se verificar que em % da receita líquida foi consumido por custos e despesas operacionais, a partir de 2001 inicia-se uma queda dos percentuais com valores abaixo de zero. A maior baixa ocorre em 2005 com o percentual de -70% mantendo-se com valores negativos até 2007, pelo fato da empresa estar apresentando prejuízo operacional de 2002 a 2007; c) margem líquida: pode-se dizer que este indicador segue a mesma tendência da margem operacional, abordada anteriormente, porém, já partindo de um valor negativo a partir de 2000, mantendo-se em queda durante todo o período analisado, chegando a -74% em 2005, pelo fato da empresa apresentar prejuízo como resultado líquido de 2000 a Em 2006 inicia-se uma recuperação ficando com percentual de -7% em Quadro12 Índices de Lucratividade nas Vendas 2000 a 2007 Fonte Elaborado pelo autor, 2008

84 84 Indices de Lucratividade nas Vendas 50% 40% 30% 20% 10% 0% -10% -20% -30% -40% -50% -60% -70% -80% 32% 35% 32% 28% 22% 14% 17% 17% 4% 0% -6% -3% % % % % -7% -14% -18% -24% -34% -36% -70% -74% Margem Bruta Margem Operacional Margem Líquida Figura 10 Gráfico dos Percentuais de Lucratividade nas Vendas 2000 a 2007 Fonte: Elaborado pelo autor, Análise dos Balanços Patrimoniais e Demonstrativos do Resultado Projetados de 2005 a 2017 A seguir, são apresentados os Balanços Patrimoniais e Demonstrativos do Resultado do Exercício projetados apresentados no Plano de Recuperação Judicial da companhia. Salienta-se que o objetivo desse trabalho não é fazer uma análise crítica das premissas e resultados alcançados nos demonstrativos projetados que foram elaborados pela diretoria financeira da Parmalat Brasil S/A e seus assessores. Segundo o Laudo apresentado, de junho de 2005 a dezembro de 2006, as premissas e pressupostos das projeções foram elaborados pela empresa baseando-se em seu Plano Orçamentário. A partir de 2007 até 2017, as premissas e pressupostos foram definidos por premissas de evolução conservadora de suas receitas e despesas amparadas por dados de mercado Análise Vertical e Horizontal dos Balanços Patrimoniais Projetados de 2005 a 2017 O quadro 13 adiante representa os balanços patrimoniais projetados dos anos de 2005 a Analisando esses demonstrativos, observou-se que os percentuais de análise vertical

85 85 permaneceram estáveis durante todo o período entre 2005 a 2015, porém, entre 2016 e 2017, notou-se uma desestabilização acentuada nos percentuais. A razão principal para as variações é explicada pela previsão de pagamento final do saldo de credores. Abaixo apresenta-se a interpretação: Ativo a) no ativo circulante: pode-se observar que os percentuais em relação ao ativo total, caem de 64% em 2016 para -24% em Esse fato ocorreu devido ao aumento no desconto de duplicatas que passou de R$ mil em 2016 para R$ mil em 2017, representando um aumento de 648% de um ano para outro; b) no ativo realizável a longo prazo: pode-se notar que os índices permaneceram estáveis em relação às contas, porém, no somatório do grupo, passaram de 4% em 2016 para 14% em 2017 em relação ao ativo total referente à redução de seu valor em 74% com relação ao ano anterior, devido ao aumento do desconto de duplicatas no ativo circulante; c) no ativo permanente: seguindo a mesma tendência do ativo realizável a longo prazo, também os índices permanecem estáveis, com uma pequena variação na conta de propriedade de fábrica e equipamentos, passando de 18% em 2016 para 54% em 2017 com relação ao ativo total. Já no somatório do grupo, apresentou uma variação crescente de 33% em 2016 para 111% em 2017 em relação ao ativo total referente à redução de seu valor, devido ao aumento do desconto de duplicatas no ativo circulante. Passivo a) no passivo circulante: pode-se notar que os índices permaneceram estáveis em relação às contas, porém, no somatório do grupo, apresentou uma variação crescente de 39% em 2016 para 152% em 2017 em relação ao passivo total, devido a um evento ocorrido no passivo exigível a longo prazo que será interpretado a seguir; b) no passivo exigível a longo prazo: pode-se observar que os percentuais em relação ao passivo total, caem de 91% em 2016 para 49% em Esse fato ocorre pela baixa dos valores das contas bancos recuperação judicial e debênture, que provavelmente terão sua liquidação feita através do desconto de duplicatas já abordado na análise do ativo circulante. Em conseqüência disso, pode-se observar uma variação 86% menor de 2017 em relação ao ano de 2016; c) no patrimônio líquido: percebe-se que na conta lucros e/ou perdas acumuladas, como foi projetado prejuízo para todo o período, ocorre gradualmente uma redução no valor no decorrer do tempo indicando uma recuperação. Já em relação ao passivo total em

86 apresenta um percentual de -30% e em 2017 apresenta -102% do total ocasionada pelo evento da baixa dos credores descrito na interpretação do passivo exigível a longo prazo.

87 87 Quadro 13 Balanços Patrimoniais Projetados 2005 a 2017 Fonte: Laudo Econômico-Financeiro adaptado pelo autor, 2008

88 Análise de Indicadores Econômico-Financeiros de 2005 a 2017 Os quadros 14 e 15 a seguir representam a forma de cálculo dos índices de liquidez e estrutura de capital para este período, seguidos pelas figuras gráficas dos índices. Análise gráfica dos índices de liquidez de 2005 a 2017 figura 11 A seguir apresenta-se a forma de cálculo e a interpretação do gráfico dos índices de liquidez onde observa-se de forma geral, que os índices permanecem estáveis de 2005 a 2016, já em 2017 nota-se uma queda nos índices explicada pela previsão de pagamento final do saldo de credores. a) liquidez corrente: pode-se observar através da linha do gráfico que do ano 2005 até o ano de 2016 os índices permanecem em nível confortável, partindo em 2005 para cada R$ 1,00 a serem pagos no passivo circulante a empresa possui R$ 2,06 para receber, permanecendo na casa de R$ 1,90 até 2016 quando tem o índice de R$ 1,64. Já no ano de 2017 esse índice cai para R$ -0,16, isso se deve ao fato da diminuição de seu ativo circulante ocasionado pelo aumento de desconto de duplicatas nesse ano; b) liquidez geral: ao se observar a linha do gráfico percebe-se que o índice em 2005 era para cada R$ 1,00 de obrigações totais a empresa tinha R$ 0,18 para saldá-las, até 2016 os índices apresentam-se em elevação pelo fato da quitação de credores no decorrer do tempo, chegando em 2016 a R$ 0,45. Porém, seguindo a mesma tendência do índice de liquidez corrente abordado anteriormente em 2017 esse índice cai para R$ -0,05, ocasionada pela redução do ativo circulante; c) liquidez seca: seguindo a mesma tendência dos índices de liquidez corrente, aqui também ao se observar a linha do gráfico nota-se que os índices permanecem de maneira confortável e estável de 2005 até 2016, partindo em 2005 onde se a empresa não utilizasse o estoque para pagar o passivo circulante teria R$ 1,35 para saldar suas dívidas, permanecendo na casa de R$ 1,00 até 2016 quando tem o índice de R$ 1,03. Já em 2017 ocorre a queda para R$ -0,77 novamente devida à redução no ativo circulante.

89 89 Quadro 14 Índices de Liquidez 2005 a 2017 Fonte Elaborado pel7o autor, 2008

90 90 Indices de Liquidez 2,40 2,20 2,00 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00-0,20-0,40-0,60-0,80-1,00 2,06 2,07 2,07 2,01 1,97 1,94 1,92 1,87 1,80 1,75 1,68 1,64 1,35 1,34 1,35 1,32 1,29 1,28 1,28 1,23 1,17 1,13 1,07 1,03 0,18 0,19 0,21 0,23 0,25 0,27 0,30 0,33 0,36 0,41 0,45 0,52-0, ,16-0,77 Liquidez Corrente Liquidez Geral Liquidez Seca Figura 11 Gráfico dos Índices de Liquidez 2005 a 2017 Fonte: Elaborado pelo autor, 2008 Análise gráfica dos índices de endividamento e sua composição de 2005 a 2017 figuras 12 e 13 a) endividamento: ao se observar a curva do gráfico nota-se que os percentuais de endividamento se mantêm elevados durante todo o período analisado representando a responsabilidade da empresa junto a todos os credores, em % dos recursos aplicados no ativo eram financiados por capitais de terceiros. Os percentuais continuam em elevação chegando a 178% em 2012, no ano seguinte observa-se uma redução nos percentuais chegando a 130% em 2016 embora ainda alto. Portanto, em 2017 o percentual se eleva consideravelmente chegando a atingir 202%, percentual que foi atingido principalmente pela redução no valor do ativo causada pelo desconto de duplicatas tornando-se altamente dependente do capital de terceiros; b) composição do endividamento: ao se observar a curva do gráfico nota-se que os percentuais comportam-se em pequena elevação de 2005 a 2016, quando em 2005 a empresa tem 8% de suas obrigações correspondentes à dívidas de curto prazo, em 2011 o percentual é de 15% e em 2016 chega a 30%. Porém, no ano de 2017 novamente observa-se uma elevação acentuada chegando a 75% de obrigações a curto prazo ocasionada pela baixa de créditos quirografários do passivo a longo prazo.

91 91 Quadro 15 Índices de Estrutura de Capital 2005 a 2017 Fonte Elaborado pelo autor, 2008

92 92 Endividamento 220% 200% 180% 160% 140% 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% 202% 166% 172% 175% 176% 177% 176% 178% 168% 153% 155% 143% 130% Participação de Capital de Terceiros (Endividamento) Figura 12 Gráfico dos Percentuais de Endividamento 2005 a 2017 Fonte: Elaborado pelo autor, 2008 Composição do Endividamento 80% 75% 60% 40% 20% 0% 30% 26% 22% 19% 8% 8% 9% 10% 12% 13% 15% 17% Composição do Endividamento Figura 13 Gráfico dos Percentuais de Composição do Endividamento 2005 a 2017 Fonte: Elaborado pelo autor, 2008

93 Análise Vertical e Horizontal dos Demonstrativos de Resultado de 2005 a 2017 O quadro 16 adiante representa os demonstrativos de resultado projetados dos anos de 2005 a Analisando esses demonstrativos observou-se que os percentuais da análise vertical permaneceram estáveis durante todo o período entre 2005 a 2015, porém, entre 2016 e 2017 notou-se uma desestabilização acentuada nos percentuais. A razão principal para as variações é explicada pelo aumento das despesas financeiras ocasionada pela previsão de pagamento final do saldo de credores. Abaixo apresenta-se a interpretação: a) no resultado bruto: ao se observar o período entre os anos de 2005 e 2017 nota-se que os percentuais mantiveram-se sem maiores instabilidades, com crescimento gradual durante todo o período; b) no resultado operacional: ao se observar o período entre os anos de 2005 e 2017 notase que os índices mantiveram-se estáveis de 2005 a 2016, porém, em 2017 ocorreu uma instabilidade apresentando uma variação 406% menor em relação ao ano anterior. Esse fato ocorreu devido ao aumento do valor das despesas financeiras em 370%, que passaram de R$ mil em 2016 para R$ em 2017; c) no resultado líquido do exercício: seguindo a mesma tendência dos fatos citados na análise do resultado operacional, aqui também os percentuais apresentam-se estáveis de 2005 a Já em 2017 nota-se uma instabilidade em conseqüência do aumento das despesas financeiras já abordado anteriormente, apresentando uma variação decrescente de 502% menor como resultado líquido de 2016 para 2017.

94 94 Quadro 16 Demonstrativos de Resultado Projetados 2005 a 2017 Fonte: Laudo Econômico-Financeiro adaptado pelo autor, 2008

95 Análise Gráfica dos Índices de Lucratividade de 2005 a 2017 O quadro 17 a seguir representa a forma de cálculo dos índices de lucratividade nas vendas no período de 2005 a 2017, seguido pela figura gráfica dos índices. Análise gráfica dos índices de lucratividade nas vendas de 2005 a 2017-figura 14 a) margem bruta: ao se observar a curva do gráfico nota-se que os percentuais permanecem estáveis durante todo o período analisado, partindo de 23% de lucro bruto nas vendas correspondente à receita liquida de vendas em 2005, mantendo-se entre 26% e 27% nos demais períodos até 2017; b) margem operacional: analisando-se a curva do gráfico observa-se que os percentuais apresentam-se negativos de 2005 a 2007 pelo fato da empresa estar apresentando prejuízo operacional, de 2008 até 2016 embora a empresa apresente lucro operacional, a margem operacional apresenta-se em baixa não passando de 3% de 2013 a 2016 quando 97% da receita líquida de vendas foram consumidos por custos e despesas operacionais. Em 2017 novamente ocorre uma queda ficando com o percentual de -9%. Esse fato se deve em grande parte pelo aumento das despesas financeiras ocorridas pela baixa dos credores; c) margem líquida: pode-se dizer que este indicador segue a mesma tendência da margem operacional, abordada anteriormente, quando os percentuais apresentam-se negativos de 2005 a 2007 pelo fato da empresa estar apresentando prejuízo como resultado líquido. De 2009 até 2016 embora a empresa apresente lucro líquido a margem líquida apresenta-se em baixa não passando de 3% em 2014 quando 97% da receita líquida de vendas foram consumidos por custos operacionais, despesas e tributos. Em 2017 novamente ocorre uma queda ficando com o percentual de -9% ocasionado principalmente pelo aumento das despesas financeiras.

96 96 Quadro 17 Índices de Lucratividade nas Vendas Projetados 2005 a 2017 Fonte Elaborado pelo autor, 2008

97 97 Indices de Lucratividade nas Vendas 40% 30% 20% 23% 26% 26% 26% 26% 26% 26% 26% 26% 27% 27% 27% 27% 10% 0% -10% -20% -30% -40% 3% 3% 3% 3% -2% -1% 0% 1% 0% 0% 0% 2% 0% 1% 3% 2% -1% 0% 0% 0% 2% % -9% -9% -31% -50% -60% -70% -80% -72% Margem Bruta Margem Operacional Margem Líquida Figura 14 Gráfico dos Percentuais de Lucratividade nas Vendas 2005 a 2017 Fonte: Elaborado pelo autor, Análise do Fluxo de Caixa Projetado de 2006 a 2017 Além dos Balanços Patrimoniais e Demonstrativos do Resultado, foi feita a projeção do fluxo de caixa da companhia em 12 (doze) anos, de 2006 a 2017, sendo que no último ano está previsto o pagamento final do saldo de credores, conforme a figura 07 adiante apresentada. Os fluxos de caixas gerados pela operação foram julgados suficientes e se destinam integralmente à quitação de fornecedores e credores. Embora tenha sido elaborada a projeção do fluxo de caixa, a empresa não o apresentou em suas demonstrações financeiras publicadas. Caso houvessem publicações de seus fluxos de caixas facilitaria em muito o trabalho de análise e comparação entre o projetado em seu Laudo com o realizado. A figura abaixo demonstra o demonstrativo projetado, apresentado no Laudo Econômico-Financeiro:

98 98 Figura 15 - Demonstrativos de resultados históricos 2000 a 2004 Fonte: Laudo Econômico-Financeiro Valores expressos em R$ mil Análise da Gestão de Caixa de 2006 a 2017 figura 15 Ao analisar o fluxo de caixa conforme a figura 07, percebe-se que a empresa projeta gerar recursos para financiar suas atividades comerciais, podendo pagar suas dívidas, porém, sem a sobra de recursos líquidos. Através do desconto de duplicatas no decorrer do período, permanecerá com o caixa disponível para pagamento dos credores no valor exato da sua dívida com fornecedores e bancos no período de 2005 a Análise Comparativa entre os Balanços Patrimoniais e Demonstrativos do Resultado Projetados e Realizados de 2005 a 2007 A seguir, são apresentados os Balanços Patrimoniais e Demonstrativos do Resultado do Exercício projetados através do Laudo Econômico-Financeiro da companhia e a comparação entre os Balanços Patrimoniais e Demonstrativos do Resultado do Exercício realizados nos exercícios de 2005, 2006 e Destaca-se que a elaboração da análise foi feita somente pelo somatório dos grupos de cada demonstrativo, já que existem diferenças de apresentações entre o projetado e realizado, sendo o último elaborado de forma analítica, com abertura de contas e o projetado elaborado de forma sintética, modelo gerencial.

99 Análise Vertical e Horizontal dos Balanços Patrimoniais Projetados e Realizados Comparados de 2005 a 2017 O quadro 18 adiante representa os balanços patrimoniais, reclassificados por grupos projetado e realizado dos anos de 2005 a 2007, notando-se de maneira geral que os números realizados ficaram um pouco abaixo do que foi projetado. Analisando esses demonstrativos pode-se fazer as seguintes considerações quanto à analise vertical e horizontal: Ativo a) no ativo circulante: no ano de 2005 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 8% menor em relação ao projetado, já em relação ao ativo total o projetado representou 25% enquanto o realizado representou 26% do total. No ano de 2006 podese observar que o realizado apresentou uma variação 30% menor em relação ao projetado, já em relação ao ativo total o projetado representou 29% enquanto o realizado representou 19% do total. Em 2007 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 16% maior em relação ao projetado, já em relação ao ativo total o projetado representou 33% enquanto o realizado representou 27% do total; b) no ativo realizável a longo prazo: no ano de 2005 pode-se notar uma variação 256% maior do realizado em relação ao projetado, já em relação ao ativo total o projetado representou 3% enquanto o realizado representou 13% do total. No ano de 2006 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 69% maior em relação ao projetado, já em relação ao ativo total o projetado representou 4% enquanto o realizado representou 6% do total. Em 2007 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação de 271% maior em relação ao projetado, já em relação ao ativo total o projetado representou 3% enquanto o realizado representou 9% do total; c) no ativo permanente: no ano de 2005 pode-se observar que o realizado teve uma variação 26% menor em relação ao projetado, já em relação ao ativo total o projetado representou 72% enquanto o realizado representou 61% do total. No ano de 2006 podese observar que o realizado apresentou uma variação 18% maior em relação ao projetado, já em relação ao ativo total o projetado representou 68% enquanto o realizado representou 75% do total. Em 2007 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação de 41% maior em relação ao projetado, já em relação ao ativo total tanto o projetado como o realizado representaram 64% do total. Passivo

100 100 a) no passivo circulante: no ano de 2005 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 90% maior em relação do projetado, já em relação ao passivo total o projetado representou 12% enquanto o realizado representou 26% do total. No ano de 2006 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 113% maior em relação do projetado, já em relação ao passivo total o projetado representou 14% enquanto o realizado representou 28% do total. Em 2007 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 194% maior em relação do projetado, já em relação ao passivo total o projetado representou 16% enquanto o realizado representou 33% do total; b) no passivo exigível a longo prazo: no ano de 2005 pode-se observar uma variação 6% menor do realizado em relação ao projetado, já em relação ao passivo total o projetado representou 141% enquanto o realizado representou 152% do total. No ano de 2006 pode-se observar uma variação 55% menor do realizado em relação ao projetado, já em relação ao passivo total o projetado representou 152% enquanto o realizado representou 65% do total. Em 2007 pode-se observar uma variação 49% menor do realizado em relação ao projetado, já em relação ao passivo total o projetado representou 156% enquanto o realizado representou 57% do total; c) no patrimônio líquido: percebe-se uma variação 28% maior do realizado em relação ao projetado como prejuízo, já em relação ao passivo total o projetado representou -53% enquanto o realizado representou -77% do total. No ano de 2006 percebe-se uma variação de 112% menor no realizado em relação do projetado, porém, nota-se que realizou-se lucro no período enquanto o projetado era prejuízo, representando uma recuperação, já em relação ao passivo total o projetado representou -66% enquanto o realizado representou 7% do total. Em 2007 percebe-se uma variação 120% menor no realizado em relação do projetado, porém, seguindo a mesma tendência de 2006, nota-se que realizou-se lucro no período enquanto o projetado era prejuízo, representando uma recuperação, já em relação ao passivo total o projetado representou -72% enquanto o realizado representou 10% do total.

101 101 Quadro 18 Balanços Patrimoniais Reclassificados por grupo 2005 a 2007 Fonte: Elaborado pelo autor, Análise de Indicadores Econômico-Financeiros Projetados e Realizados Comparados de 2005 a 2007 Os quadros 19 e 20 a seguir representam a forma de cálculo dos índices de liquidez e estrutura de capital para este período, seguidos pelas figuras gráficas dos índices. Análise gráfica dos índices de liquidez de 2005 a 2007 figuras 16, 17 e 18 A seguir apresenta-se a forma de cálculo e a interpretação do gráfico dos índices de liquidez onde observamos, de forma geral, que os índices realizados de liquidez corrente e liquidez seca ficaram abaixo dos que foram projetados, já a liquidez geral obteve uma realização superior ao que foi projetado. a) liquidez corrente: ao se analisar as duas curvas do gráfico pode se observar que os índices foram projetados em níveis confortáveis para o desenvolvimento da empresa apresentando índices com valores acima de R$ 2,00 mantendo-se estáveis durante o período. Em 2005 para cada R$ 1,00 a serem pagos no passivo circulante a empresa possuía R$ 2,06 para receber, em 2006 possuía R$ 2,07 mantendo o mesmo índice em Já com relação aos índices realizados apresentam-se em valores mais baixos ficando em torno de R$ 1,00 a receber para cada R$ 1,00 que a empresa tem a pagar apenas em 2005, primeiro ano comparado, seguindo o próximo ano em 2006 o índice reduz para R$ 0,68 e em 2007 volta a apresentar recuperação chegando a R$ 0,82; b) liquidez geral: ao se analisar as duas curvas do gráfico observa-se que aqui os índices projetados apresentam-se abaixo do realizado em leve recuperação sendo em 2005 para cada R$ 1,00 de obrigações totais a empresa tinha R$ 0,18 para saldá-las,em 2006 apresenta R$ 0,19 e em 2007 apresenta R$ 0,21. Já com relação aos índices realizados

102 102 apresentam-se acima a também em recuperação, partindo de 2005 quando para cada R$ 1,00 de obrigações totais a empresa tinha R$ 0,22 para saldá-las, passando para R$ 0,27 em 2006 e chegando a R$ 0,67 em 2007 trazendo uma expectativa de recuperação no decorrer do período; c) liquidez seca: ao se analisar as duas curvas do gráfico observa-se que novamente os índices projetados ficam acima dos índices realizados partindo de 2005 quando se a empresa não utilizasse o estoque para pagar o passivo circulante teria R$ 1,35 para saldar suas dívidas permanecendo estáveis no decorrer do período, em 2006 com R$ 1,34 e em 2007 apresenta R$ 1,35. Já com relação aos índices realizados apresentam-se em valores mais baixos, em 2005 se a empresa não utilizasse o estoque para pagar o passivo circulante teria R$ 0,57 para saldar suas dívidas, em 2006 reduziu para R$ 0,34 e em 2007 recuperou-se para R$ 0,56 seguindo a mesma expectativa de recuperação. Quadro 19 Índices de Liquidez 2005 a 2007 Fonte: Elaborado pelo autor, 2008

103 103 Liquidez Corrente-Projetada X Realizada 2,20 2,00 2,06 2,07 2,07 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 1,00 0,68 0,82 0, Liquidez Corrente-Projetada Liquidez Corrente-Realizada Figura 16 - Gráfico dos Índices de Liquidez Corrente 2005 a 2007 Fonte: Laudo Econômico-Financeiro Valores expressos em R$ mil Liquidez Geral-Projetada X Realizada 0,80 0,70 0,67 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,27 0,22 0,18 0,19 0,21 0, Liquidez Geral-Projetada Liquidez Geral-Realizada Figura 17 - Gráfico dos Índices de Liquidez Geral 2005 a 2007 Fonte: Laudo Econômico-Financeiro Valores expressos em R$ mil

104 104 Liquidez Seca-Projetada X Realizada 1,60 1,40 1,35 1,34 1,35 1,20 1,00 0,80 0,60 0,57 0,56 0,40 0,20 0,00 0, Liquidez Seca-Projetada Figura 18 - Gráfico dos Índices de Liquidez Seca 2005 a 2007 Fonte: Laudo Econômico-Financeiro Valores expressos em R$ mil Liquidez Seca-Realizada Análise gráfica dos índices de endividamento e sua composição de 2005 a 2007 figuras 19 e 20 a) endividamento: ao se analisar as duas curvas do gráfico observa-se que os percentuais projetados são altos e em elevação do decorrer do período, começando em 2005 onde 153% dos recursos aplicados no ativo são financiados por capitais de terceiros, em 2006 passa a 166% e em 2007 fica em 172%. Já com relação aos percentuais realizados partiram com valores mais altos, porém, com redução no decorrer do período, em % dos recursos aplicados no ativo foram financiados por capitais de terceiros, em 2006 caiu para 93% e em 2007 novamente caiu para 90% trazendo uma expectativa de melhora para a empresa com relação à sua dependência com relação à capital de terceiros; b) composição do endividamento: ao se analisar as duas curvas do gráfico observa-se que os percentuais projetados são menores que os realizados e comportam-se estáveis no decorrer do período, em 2005 a empresa tem 8% de suas obrigações correspondentes à dívidas de curto prazo, em 2006 mantém o mesmo percentual de 8% e em 2007 passa para 9%. Já os percentuais realizados foram maiores e em elevação no período, em 2005 a empresa teve 15% de suas obrigações correspondentes à dívidas de curto prazo, em 2006 ficou em 30% e em

105 passou para 37% representando um aumento do percentual de dívidas à curto prazo da empresa. Quadro 20 Índices de Estrutura de Capital 2005 a 2007 Fonte: Elaborado pelo autor, 2008 Endividamento 200% 170% 140% 177% 153% 166% 172% 110% 80% 93% 90% 50% 20% -10% Particip. de Capital de Terceiros (Endividamento)-Projetado Terceiros (Endividamento)-Realizado Particip.de Capital de Terceiros (Endividamento)-Realizado Particip.de Capital de Figura 19 - Gráfico dos Percentuais de Endividamento 2005 a 2007 Fonte: Laudo Econômico-Financeiro Valores expressos em R$ mil

106 106 Composição do endividamento-projetado X Realizado 40% 35% 37% 30% 30% 25% 20% 15% 15% 10% 5% 8% 8% 9% 0% Composição do Endividamento-Projetado Composição do Endividamento-Realizado Figura 20 - Gráfico dos Percentuais de Composição do Endividamento 2005 a 2007 Fonte: Laudo Econômico-Financeiro Valores expressos em R$ mil Análise Vertical e Horizontal dos Demonstrativos de Resultado Projetados e Realizados Comparados de 2005 a 2007 O quadro 21 adiante, representa os demonstrativos de resultado, reclassificados por grupos projetado e realizado, dos anos de 2005 a 2007, notando-se também que, de maneira geral, os números realizados ficaram um pouco abaixo do que foi projetado. Analisando esses demonstrativos pode-se fazer as seguintes considerações quanto à analise vertical e horizontal: a) no resultado bruto: no ano de 2005 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 27% menor em relação ao projetado, já em relação à receita bruta de vendas o projetado representou 23% enquanto o realizado representou 17% do total. No ano de 2006 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 49% menor em relação ao projetado, já em relação à receita bruta de vendas o projetado representou 26% enquanto o realizado representou 17% do total. Em 2007 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 14% menor em relação ao projetado, já em relação à receita bruta de vendas o projetado representou 26% enquanto o realizado representou 22% do total;

107 107 b) no resultado operacional: no ano de 2005 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 126% maior em relação ao projetado como resultado negativo, já em relação à receita bruta de vendas o projetado representou 31% enquanto o realizado representou 70% do total. No ano de 2006, seguindo a mesma tendência do ano anterior, pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 850% maior em relação ao projetado como resultado negativo, já em relação à receita bruta de vendas o projetado representou 2% enquanto o realizado representou 24% do total. Em 2007, também seguindo a tendência nos anos anteriores analisados, pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 951% maior em relação ao projetado como resultado negativo, já em relação à receita bruta de vendas o projetado representou 1% enquanto o realizado representou 6% do total; c) no resultado líquido do exercício: no ano de 2005 pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 2% maior em relação ao projetado como resultado negativo, já em relação à receita bruta de vendas o projetado representou 72% enquanto o realizado representou 74% do total. No ano de 2006, seguindo a mesma tendência do ano anterior, pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 85% maior em relação ao projetado como resultado negativo, já em relação à receita bruta de vendas o projetado representou 5% enquanto o realizado representou 13% do total. Em 2007, também seguindo a tendência nos anos anteriores analisados, pode-se observar que o realizado apresentou uma variação 392% maior em relação ao projetado como resultado negativo, já em relação à receita bruta de vendas o projetado representou 1% enquanto o realizado representou 6% do total. Quadro 21 Demonstrativos de Resultado Reclassificado por grupos 2005 a 2007 Fonte: Elaborado pelo autor, 2008

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