(Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)
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- Rafaela Borba Aranha
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1 1. (Uemg 2013) O Absolutismo como forma de governo esteve presente na península Ibérica, na França e na Inglaterra, tendo impactado e influenciado as maiores economias de seu tempo. Seus pensadores mais conhecidos e suas teorias foram: a) Nicolau Maquiavel e sua teoria de que o indivíduo estava subordinado ao Estado; Thomas Hobbes, criador da teoria do Contrato; Jacques Bossuet e Jean Bodin, que defenderam que o Rei era um representante divino. b) Nicolau Maquiavel e a teoria do Contrato; Thomas Hobbes e a teoria da supremacia do Rei como representante divino; Jacques Bossuet e Jean Bodin, que defenderam a subordinação do indivíduo ao Estado. c) Maquiavel, Jacques Bossuet e Jean Bodin, cujas teorias só se diferenciaram na aplicabilidade teológica, bem como Thomas Hobbes, que preconizou o indivíduo como senhor de seus direitos. d) Maquiavel e Thomas Hobbes, que conceberam o Contrato Social, Jacques Bossuet, que estabeleceu o conceito de individualismo primordial, e Jean Bodin, que defendeu a primazia da esfera governamental. 2. (Enem PPL 2012) Assentado, portanto, que a Escritura, em muitas passagens, não apenas admite, mas necessita de exposições diferentes do significado aparente das palavras, pareceme que, nas discussões naturais, deveria ser deixada em último lugar. GALILEI, G. Carta a Benedetto Castelli. In: Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia. São Paulo: Unesp, (adaptado) O texto, extraído da carta escrita por Galileu ( ) cerca de trinta anos antes de sua condenação pelo Tribunal do Santo Oficio, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no século XVII. A declaração de Galileu defende que a) a bíblia, por registrar literalmente a palavra divina, apresenta a verdade dos fatos naturais, tornando-se guia para a ciência. b) o significado aparente daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia constitui uma referência primeira. c) as diferentes exposições quanto ao significado das palavras bíblicas devem evitar confrontos com os dogmas da Igreja. d) a bíblia deve receber uma interpretação literal porque, desse modo, não será desviada a verdade natural. e) os intérpretes precisam propor, para as passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o significado imediato das palavras. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político. (Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.) 3. (Unicamp 2012) Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que: a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a necessidade de o Estado francês substituir os impostos por contratos comerciais com os cidadãos. b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar o nascimento da sociedade pelo contrato social e pregar a soberania do povo. c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a seu estado natural, para assim garantir a sobrevivência da sociedade. Página 1 de 14
2 d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência Americana, chegou a ser proibido e queimado em solo francês. 4. (Uema 2015) De acordo com a historiadora Maria Lúcia de Arruda Aranha, a Revolução Francesa derrubou o antigo regime, ou seja, o absolutismo real fundamentado no direito divino dos reis, derivado da concepção teocrática do poder. O término do antigo regime se consuma quando a teoria política consagra a propriedade privada como direito natural dos indivíduos. Fonte: ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: Introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, Esse princípio político que substitui a antiga teoria do direito divino do rei intitula-se a) Contratualismo. b) Totalitarismo. c) Absolutismo. d) Liberalismo. e) Marxismo. 5. (Uema 2015) Para Thomas Hobbes, os seres humanos são livres em seu estado natural, competindo e lutando entre si, por terem relativamente a mesma força. Nesse estado, o conflito se perpetua através de gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanente. Para esse filósofo, a criação de uma sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos renunciem à sua liberdade original. Nessa sociedade, a liberdade individual é delegada a um só dos homens que detém o poder inquestionável, o soberano. Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora NOVA Cultural, A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental na construção dos sistemas políticos contemporâneos que consolidou a (o) a) Monarquia Paritária. b) Despotismo Soberano. c) Monarquia Republicana. d) Monarquia Absolutista. e) Despotismo Esclarecido. 6. (Enem 2015) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003 Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles a) entravam em conflito. b) recorriam aos clérigos. c) consultavam os anciãos. d) apelavam aos governantes. e) exerciam a solidariedade. Página 2 de 14
3 7. (Pucpr 2015) Leia o fragmento a seguir, extraído do Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de Rousseau: É do homem que devo falar, e a questão que examino me indica que vou falar a homens, pois não se propõem questões semelhantes quando se teme honrar a verdade. Defenderei, pois, com confiança a causa da humanidade perante os sábios que a isso me convidam e não ficarei descontente comigo mesmo se me tornar digno de meu assunto e de meus juízes. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.159. A partir da teoria contratualista de Rousseau, assinale a alternativa que representa aquilo que o filósofo de Genebra pretende defender na obra. a) Que a desigualdade social é permitida pela lei natural e, portanto, o Estado não é responsável pelo conflito social. b) Que a desigualdade social é autorizada pela lei natural, ou seja, que a natureza não se encontra submetida à lei. c) Que no estado natural existe apenas o direito de propriedade. d) Que a desigualdade moral ou política é uma continuidade daquilo que já está presente no estado natural. e) Que há, na espécie humana, duas espécies de desigualdade: a primeira, natural, e a segunda, moral ou política. 8. (Ufsm 2015) A necessidade de conviver em grupo fez o homem desenvolver estratégias adaptativas diversas. Darwin, num estudo sobre a evolução e as emoções, mostrou que o reconhecimento de emoções primárias, como raiva e medo, teve um papel central na sobrevivência. Estudos antigos e recentes têm mostrado que a moralidade ou comportamento moral está associado a outros tipos de emoções, como a vergonha, a culpa, a compaixão e a empatia. Há, no entanto, teorias éticas que afirmam que as ações boas devem ser motivadas exclusivamente pelo dever e não por impulsos ou emoções. Essa teoria é a ética a) deontológica ou kantiana. b) das virtudes. c) utilitarista. d) contratualista. e) teológica. 9. (Uel 2015) Leia o texto a seguir. As leis morais juntamente com seus princípios não só se distinguem essencialmente, em todo o conhecimento prático, de tudo o mais onde haja um elemento empírico qualquer, mas toda a Filosofia moral repousa inteiramente sobre a sua parte pura e, aplicada ao homem, não toma emprestado o mínimo que seja ao conhecimento do mesmo (Antropologia). KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. de Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial, p.73. Com base no texto e na questão da liberdade e autonomia em Immanuel Kant, assinale a alternativa correta. a) A fonte das ações morais pode ser encontrada através da análise psicológica da consciência moral, na qual se pesquisa mais o que o homem é, do que o que ele deveria ser. b) O elemento determinante do caráter moral de uma ação está na inclinação da qual se origina, sendo as inclinações serenas moralmente mais perfeitas do que as passionais. c) O sentimento é o elemento determinante para a ação moral, e a razão, por sua vez, somente pode dar uma direção à presente inclinação, na medida em que fornece o meio para alcançar o que é desejado. d) O ponto de partida dos juízos morais encontra-se nos propulsores humanos naturais, os quais se direcionam ao bem próprio e ao bem do outro. e) O princípio supremo da moralidade deve assentar-se na razão prática pura, e as leis morais devem ser independentes de qualquer condição subjetiva da natureza humana. Página 3 de 14
4 10. (Unesp 2015) Numa decisão para lá de polêmica, o juiz federal Eugênio Rosa de Araújo, da 17.ª Vara Federal do Rio, indeferiu pedido do Ministério Público para que fossem retirados da rede vídeos tidos como ofensivos à umbanda e ao candomblé. No despacho, o magistrado afirmou que esses sistemas de crenças não contêm os traços necessários de uma religião por não terem um texto-base, uma estrutura hierárquica nem um Deus a ser venerado. Para mim, esse é um belo caso de conclusão certa pelas razões erradas. Creio que o juiz agiu bem ao não censurar os filmes, mas meteu os pés pelas mãos ao justificar a decisão. Ao contrário do Ministério Público, não penso que religiões devam ser imunes à crítica. Se algum evangélico julga que o candomblé está associado ao diabo, deve ter a liberdade de dizê-lo. Como não podemos nem sequer estabelecer se Deus e o demônio existem, o mais lógico é que prevaleça a liberdade de dizer qualquer coisa. SCHWARTSMAN, Hélio. O candomblé e o tinhoso. Folha de S. Paulo, Adaptado. O núcleo filosófico da argumentação do autor do texto é de natureza a) liberal. b) marxista. c) totalitária. d) teológica. e) anarquista. 11. (Enem 2014) A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem eles, vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto. GALILEI, G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a posição de Galileu significava defender a a) continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na Idade Média. b) necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado do exame matemático. c) oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da filosofia escolástica. d) importância da independência da investigação científica pretendida pela Igreja. e) inadequação da matemática para elaborar uma explicação racional da natureza. 12. (Enem 2014) É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter positivo por contribuir para o(a) a) dissolução do saber científico. b) recuperação dos antigos juízos. c) exaltação do pensamento clássico. d) surgimento do conhecimento inabalável. e) fortalecimento dos preconceitos religiosos. 13. (Unicamp 2014) A dúvida é uma atitude que contribui para o surgimento do pensamento filosófico moderno. Neste comportamento, a verdade é atingida através da supressão provisória de todo conhecimento, que passa a ser considerado como mera opinião. A dúvida metódica aguça o espírito crítico próprio da Filosofia. (Adaptado de Gerd A. Bornheim, Introdução ao filosofar. Porto Alegre: Editora Globo, 1970, p. 11.) Página 4 de 14
5 A partir do texto, é correto afirmar que: a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade são conceitos equivalentes. b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, por ser espontânea e dispensar o rigor metodológico. c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e surge quando opiniões e verdades são coincidentes. d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito crítico são fundamentos do pensamento filosófico moderno. 14. (Uel 2014) Leia o texto a seguir. Kant, mesmo que restrito à cidade de Königsberg, acompanhou os desdobramentos das Revoluções Americana e Francesa e foi levado a refletir sobre as convulsões da história mundial. Às incertezas da Europa plebeia, individualista e provinciana, contrapôs algumas certezas da razão capazes de restabelecer, ao menos no pensamento, a sociabilidade e a paz entre as nações com vista à constituição de uma federação de povos sociedade cosmopolita. (Adaptado de: ANDRADE, R. C. Kant: a liberdade, o indivíduo e a república. In: WEFORT, F. C. (Org.). Clássicos da política. v.2. São Paulo: Ática, p ) Com base nos conhecimentos sobre a Filosofia Política de Kant, assinale a alternativa correta. a) A incapacidade dos súditos de distinguir o útil do prejudicial torna imperativo um governo paternal para indicar a felicidade. b) É chamado cidadão aquele que habita a cidade, sendo considerados cidadãos ativos também as mulheres e os empregados. c) No Estado, há uma igualdade irrestrita entre os membros da comunidade e o chefe de Estado. d) Os súditos de um Estado Civil devem possuir igualdade de ação em conformidade com a lei universal da liberdade. e) Os súditos estão autorizados a transformar em violência o descontentamento e a oposição ao poder legislativo supremo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Observe a figura a seguir e responda à(s) questão(ões) seguinte(s). 15. (Uel 2014) Leia o texto a seguir. Página 5 de 14
6 Descartes, na segunda parte do Discurso do Método, apresenta uma crítica às cidades antigas por serem caóticas. Tais cidades, por terem sido no início pequenos burgos e havendo se transformado, ao longo do tempo, em grandes centros, são comumente mal calculadas. Suas ruas curvas e desiguais foram obra do acaso e não uma disposição da vontade de alguns homens que se utilizaram da razão. (Adaptado de: DESCARTES, R. Discurso do Método. São Paulo: Nova Cultural, p (Coleção Os Pensadores.)) Com base no texto, nos conhecimentos sobre o racionalismo cartesiano e sobre uma possível relação com o tema do planejamento e da construção das cidades, assinale a alternativa correta. a) A arquitetura das cidades compreende as edificações planejadas, em que coincidem a ordem racional e a ordem da realidade objetiva. b) A experiência sensível era o princípio capaz de fundamentar as leis do conhecimento, permitindo certo ordenamento das construções nas cidades. c) A mente é como uma folha em branco, isenta de impressões, assim, o conhecimento que nos permite edificar as cidades inicia-se na execução. d) O conhecimento se constrói num processo que vai do particular para o universal, o que valoriza o caráter indutivo na construção das cidades. e) Os engenheiros e os mestres de obras se utilizam do conhecimento empírico para a edificação e o planejamento de nossas cidades. 16. (Enem 2013) TEXTO I Há já de algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável. DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado). TEXTO II É de caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se a) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. b) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. c) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. d) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados. 17. (Pucpr 2015) A preocupação sobre o futuro da natureza e a ação da civilização tecnológica apresenta-se como traços constitutivos do pensamento de Hans Jonas. Neste sentido, o princípio responsabilidade pretende superar as éticas tradicionais, as quais o autor chama de éticas da similitude. A respeito da reflexão ética de Hans Jonas, assinale a alternativa INCORRETA. a) A responsabilidade não tem nenhuma implicância e relevância com relação às futuras gerações, associando- se, assim, com a ética de Kant. b) A responsabilidade adquire uma nova dimensão pela técnica que as éticas tradicionais (por exemplo, a ética aristotélica) não comportam, uma vez que estas não apontam para as consequências futuras. Página 6 de 14
7 c) As éticas tradicionais primam pelo antropocentrismo, tornando-se, assim, um problema, pois não buscam um fim imanente também na natureza. d) A responsabilidade pelas futuras gerações e pelo todo orgânico são elementos fundamentais na proposta ética de Hans Jonas. e) A responsabilidade não pode ser uma relação recíproca, uma vez que tal relação se move incidindo numa ética futurista. 18. (Ufsm 2013) Os filósofos Ame Naess e George Sessions propuseram, em 1984, diversos princípios para uma ética ecológica profunda, entre os quais se encontra o seguinte: O bem-estar e o florescimento da vida humana e não humana na Terra têm valor em si mesmos. Esses valores são independentes da utilidade do mundo não humano para finalidades humanas. Considere as seguintes afirmações: I. A ética kantiana não se baseia no valor de utilidade das ações. II. Valor intrínseco é um sinônimo para valor em si mesmo. III. A ética utilitarista rejeita a concepção de que as ações têm valor em si mesmas. Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) apenas I e II. e) I, II e III. 19. (Ufu 2013) Autonomia da vontade é aquela sua propriedade graças à qual ela é para si mesma a sua lei (independentemente da natureza dos objetos do querer). O princípio da autonomia é, portanto: não escolher senão de modo a que as máximas da escolha estejam incluídas simultaneamente, no querer mesmo, como lei universal. KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1986, p. 85. De acordo com a doutrina ética de Kant: a) O Imperativo Categórico não se relaciona com a matéria da ação e com o que deve resultar dela, mas com a forma e o princípio de que ela mesma deriva. b) O Imperativo Categórico é um cânone que nos leva a agir por inclinação, vale dizer, tendo por objetivo a satisfação de paixões subjetivas. c) Inclinação é a independência da faculdade de apetição das sensações, que representa aspectos objetivos baseados em um julgamento universal. d) A boa vontade deve ser utilizada para satisfazer os desejos pessoais do homem. Trata-se de fundamento determinante do agir, para a satisfação das inclinações. 20. (Unioeste 2013) A necessidade prática de agir segundo este princípio, isto é, o dever, não assenta em sentimentos, impulsos e inclinações, mas, sim, somente na relação dos seres racionais entre si, relação essa em que a vontade de um ser racional tem de ser considerada sempre e simultaneamente como legisladora, porque de outra forma não podia pensar-se como fim em si mesmo. A razão relaciona, pois, cada máxima da vontade concebida como legisladora universal com todas as outras vontades e com todas as ações para conosco mesmos, e isto não em virtude de qualquer outro móbil prático ou de qualquer vantagem futura, mas em virtude da ideia da dignidade de um ser racional que não obedece à outra lei senão àquela que ele mesmo simultaneamente dá a si mesmo. [...] O que se relaciona com as inclinações e necessidades gerais do homem tem um preço venal [...], aquilo, porém, que constitui a condição só graças a qual qualquer coisa pode ser um fim em si mesma, não tem somente um valor relativo, isto é, um preço, mas um valor íntimo, isto é, dignidade. Kant. Página 7 de 14
8 Considerando o texto citado e o pensamento ético de Kant, seguem as afirmativas abaixo: I. Para Kant, existe moral porque o ser humano e, em geral, todo o ser racional, fim em si mesmo e valor absoluto, não deve ser tomado simplesmente como meio ou instrumento para o uso arbitrário de qualquer vontade. II. Fim em si mesmo e valor absoluto, o ser humano é pessoa e tem dignidade, mas uma dignidade que é, apenas, relativamente valiosa, por se encontrar em dependência das condições psicossociais e político-econômicas nas quais vive. III. A moralidade, única condição que pode fazer de um ser racional fim em si mesmo e valor absoluto, pelo princípio da autonomia da vontade, e a humanidade, enquanto capaz de moralidade, são as únicas coisas que têm dignidade. IV. As pessoas têm dignidade porque são seres livres e autônomos, isto é, seres que se submetem às leis que se dão a si mesmos, atendendo imediatamente aos apelos de suas inclinações, sentimentos, impulsos e necessidades. V. A autonomia da vontade é o fundamento da dignidade da natureza humana e de toda natureza racional e, por esta razão, a vontade não está simplesmente submetida à lei, mas submetida à lei por ser concebida como vontade legisladora universal, ou seja, se submete à lei na exata medida em que ela é a autora da lei (moral). Das afirmativas feitas acima a) somente a afirmação I está incorreta. b) somente a afirmação III está incorreta. c) as afirmações II e IV estão incorretas. d) as afirmações II e III estão incorretas. e) as afirmações II, III e V estão incorretas. Página 8 de 14
9 Gabarito: Resposta da questão 1: [A] Maquiavel e Hobbes se utilizam de argumentos racionais não religiosos em suas teorias; o primeiro defendendo a autoridade do Príncipe, ou seja, do governante sobre a sociedade, enquanto o segundo, autor do Leviatã, que parte da ideia de que o homem é o lobo do homem e para viver em sociedade os homens devem estabelecer um contrato social, no qual cada indivíduo renuncia a uma parte de sua liberdade e de seus direito a um governante, responsável por gerir o conjunto da sociedade. Importante destacar que a ideia de contrato social de Hobbes antecede ao livro de mesmo nome de Rousseau (que defenderá o fim do absolutismo). Resposta da questão 2: [E] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia] Galileu era não só um sujeito capaz da mais convincente retórica, como também um sujeito capaz das afirmações mais difíceis. Perante o forte discurso religioso forte, porém inapropriado para a ciência, Galileu cumpriu a delicada tarefa de afirmar uma ciência nova baseada puramente na matemática, distante da fé e de qualquer autoridade que não fosse a experiência. E talvez tenha ocorrido em Siena o efetivo pronunciamento do famoso Eppur si muove. Vejamos que história é essa. Segundo dois livros de meados do século XVIII, logo depois de abjurar, Galileu teria dito E, no entanto, se move, referindo-se ao movimento da Terra que acabara de renegar. Os estudiosos sempre acharam esse rompante impossível, ou porque não haveria testemunhas favoráveis para registrá-lo ou porque Galileu saberia das terríveis consequências de tal gesto, se fosse percebido por um inquisidor. Porém, o restauro em 1911 de um quadro espanhol de 1643, no qual aparece inscrita aquela frase, mostra que a história quase certamente já era divulgada com Galileu ainda vivo. E é bastante possível que ele tenha altiva e jocosamente pronunciado tal afirmação numa das recepções de Picolomini. (P. R. Mariconda & J. Vasconcelos. Galileu e a nova Física. In Coleção Imortais da ciência. São Paulo: Odysseus Editora, 2006, p. 184) [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Galileu e suas ideias desafiaram a Igreja Católica e seus dogmas na época do Renascimento, propondo uma observação do mundo baseada em caracteres matemáticos e astronômicos e não mais religiosos. A passagem da questão ressalta que, para ele, a Bíblia pode ser interpretada de diferentes maneiras e que, para a observação da natureza, ela não tem valor nenhum. Resposta da questão 3: [B] Rousseau, um dos teóricos mais importantes do Iluminismo, apresenta uma teoria baseada no contrato social entre os homens e na igualdade natural entre todos eles. Seu pensamento apresenta uma crítica ao Antigo Regime, inspirando ideais que culminaram na Revolução Francesa. Resposta da questão 4: [D] O filósofo que inaugura a o conceito de propriedade privada como direito natural é John Locke. Segundo este pensador, os princípios de sua filosofia são: a liberdade (ação por deliberação pessoal, sem nenhuma influência); a propriedade privada (iniciando a partir do próprio corpo Página 9 de 14
10 que se possui e por aquilo que se consegue pelo trabalho); e a igualdade (mesmas condições para que todos possam usufruir dos recursos e leis da natureza). Por meio destes referenciais, Locke estabelece que se vivemos em natureza e seguimos as suas leis, estas mesmas leis devem servir de modelo para a constituição do Estado. O papel do governo consiste exclusivamente em fazer respeitar o direito natural de cada indivíduo determinado em conformidade com as leis da natureza. Portanto, o governo civil é o remédio apropriado para os inconvenientes do estado de natureza que pode se tornar um estado de guerra. Ele não deve ser um ditador ou alguém que deva ser obedecido, mas alguém que administra um empreendimento social onde os interesses e liberdades individuais determinam os rumos que a sociedade deve seguir, sendo que seu poder é temporal e limitado. Daí o governo não deve estabelecer aquilo que acredita ser melhor no modo de condução, mas deve concordar em servir a um interesse maior a garantia dos direitos de igualdade, liberdade e propriedade privada. A liberdade é o fundamento da vida em sociedade, servindo como justificativa para a disposição como se aprouver da propriedade privada que os indivíduos estabelecem. Esta é garantida pela igualdade entre todos para que pela apropriação dos recursos da natureza possam adquirir condições de sobreviverem segundo a melhor maneira que lhes aprouver. Esta concepção exposta, com mínima interferência do governo nos rumos, com a valorização da liberdade e propriedade privada garantida pela igualdade é conhecida como liberal. Resposta da questão 5: [D] Segundo Hobbes uma vez que os homens encontram-se num estado de guerra de todos contra todos, a construção da sociedade somente pode ocorrer quanto todos os membros rendem sua liberdade natural para uma única figura capaz de garantir a paz e a segurança a todos. Esta figura é entendida pelo autor como um mal necessário (um leviatã) que deve possuir poder inquestionável, não estando rendido a qualquer atrelamento, seja ele partidário ou republicano. Para que esta figura possa governar de forma a cuidar dos interesses de todos sem estar ligado a nenhum condicionamento, ela deve possuir um poder e uma autoridade inquestionável. Embora Hobbes não fosse um defensor árduo do absolutismo, suas teses serviram de base para justificar a monarquia como forma mais viável de garantir a todos um estado de paz. Portanto, a monarquia absolutista é o remédio para garantir a coexistência dos homens em sociedade. O despotismo esclarecido vai no sentido contrário, sendo inspirado pela filosofia iluminista, cria uma abertura não existente na filosofia de Hobbes, na qual o monarca não é mais visto como absoluto, mas sim como alguém que ainda exerce o poder, mas sem o caráter divino e inquestionável dos seus antecessores. Resposta da questão 6: [A] Segundo Hobbes, os homens, em seu estado de natureza, permanecem em um constante conflito. É a constituição da cidade civil que irá por fim a esse estado de guerra de todos contra todos. Resposta da questão 7: [E] Rousseau no início de sua obra afirma que existem dois principais tipos de desigualdade entre os homens: a natural ou física e a moral ou política. Na desigualdade natural os homens se diferenciam pela idade, saúde e força corporal. Esta desigualdade é uma consequência natural da própria espécie perante a variedade de composições que os homens podem adotar. No caso da desigualdade moral ou política, esta se dá devido às convenções estabelecidas entre homens, para que exista a possibilidade de convivência coletiva. A convenção do conceito de propriedade somado a desigualdade natural existente entre os homens, vai firmar a desigualdade por meio dos diferentes privilégios desfrutados por alguns em prejuízo dos demais, como o de serem mais ricos, mais respeitados, mais poderosos ou mesmo mais obedecidos. A alternativa E é a única que se enquadra na teoria explicitada. Resposta da questão 8: Página 10 de 14
11 [A] A ética das virtudes é uma ética aristotélica onde a ação é guiada para um bem maior movido pela reflexão pessoal, desenvolvida pela busca da auto realização e felicidade de toda a cidade. A ética utilitarista estabelece que nossas ações são guiadas pela maior quantidade de felicidade que podemos gerar no convívio social. Assim, os homens agem devido a um interesse maior imposto exteriormente. Na ética contratualista, devido a necessidade de conviver juntos, como melhor alternativa para sobrevivência, os homens estabelecem leis que visam garantir uma não agressão mútua. Assim, suas ações são guiadas por uma conveniência, um pacto ou contrato estabelecido. Na ética teológica as ações são guiadas por princípios divinos que ultrapassam a esfera humana e se inserem no plano transcendental. Assim, as ações humanas são guiadas pelo medo em relação ao transcendente. Diferentemente, na ética Kantiana ou deontológica, os homens agem de forma deliberada na medida em que utilizam a razão para adquirirem consciência. Por meio do conhecimento obtido com o uso da razão o homem torna-se livre para agir. Assim, a ação guiada pela razão faz com que o homem tenha o dever de estender essa razão a todos os homens. Isto se dá através da criação de máximas (leis universalmente aceitas) que se convertem em imperativos para agir. Estes imperativos poder ser utilizados por todos os homens racionais e não são dados por inclinações naturais ou por meio de princípios transcendentais, mas pela consciência do dever em relação a si e aos que os cercam. Portanto, esta lei moral representa o dever de todo ser racional e se coloca como maior do que os sentimentos individuais e egoístas. Resposta da questão 9: [E] Em sua obra Crítica da Razão Pura, Immanuel Kant discorre sobre o uso da razão enquanto a consciência do indivíduo sobre o conjunto de leis morais vigentes na sociedade. Para ele não se adquire esta consciência por meio da intuição natural, pelo contrário, este conhecimento depende de uma intuição intelectual. E, outras palavras o conhecimento das leis morais se dá pelo uso deliberado da razão no reconhecimento da moralidade vigente, isto é por uma razão pura. A autonomia para o autor é a liberdade que o ser humano faz no uso positivo de sua razão, motivado apenas por sua vontade. A liberdade, o livre arbítrio, permite autonomia na medida em que a consciência do indivíduo atue, por meio da razão, sem condicionantes, apenas por sua vontade própria, na busca de um conhecimento que lhe amplie a consciência de sua condição de liberdade. Para isto, o uso da razão deve ser deliberado. Não há um impulso natural, sentimentos no ser humano que o conduza para uma ação moral em concordância com a lei moral vigente, mas sim um processo livre, autônomo e consciência no uso de sua liberdade. Resposta da questão 10: [A] O conceito de liberdade possui como princípio o ato de se expressar sem nenhuma espécie de constrangimento, determinação ou direcionamento da ação. Neste sentido, a liberdade de dizer o que se deseja, direito garantido pela constituição, esta presente na linha argumentativa utilizada pelo autor. Caracterizando assim uma argumentação liberal. A resposta teológica pode levar a uma confusão, pois o pano de fundo do debate é a questão religiosa, porém não se esta discutindo este tema na argumentação, mas sim sua natureza. Resposta da questão 11: [C] A Revolução Científica do século XVII é caracterizada por questionar certos pressupostos da filosofia que a antecedia, sobretudo a escolástica. Galileu foi um dos principais pensadores do período e uma de suas ideias era de que a Terra não é o centro do Universo. Isso significava questionar verdades religiosas, procurando abrir espaço para a constituição da ciência moderna, ancorada na linguagem matemática. Resposta da questão 12: Página 11 de 14
12 [D] A dúvida radical conduz o pensador à conclusão de que pensa, o cogito. Esta é, para Descartes, o conhecimento inabalável, princípio de todas as certezas. Sendo assim, somente a alternativa [D] está correta. Resposta da questão 13: [D] O período moderno da filosofia se caracterizou por dois movimentos, a saber, a dúvida e o método. A dúvida colocou em questão aquilo que se tinha por conhecimento vale ressaltar que a filosofia moderna tem seu início geralmente demarcado no século XVII e o método buscou reconstruir o conhecimento de modo que não se pudesse dele duvidar. Porém, esta ausência de dúvida não significa dogmatismo, mas sim o esforço da dedicação à filosofia, ao estudo da sabedoria, ao bem aplicar o espírito. Este é o método que segui, e que tu, se te aprouver, poderás utilizar. Pois não te recomendo o meu, apenas o proponho. Contudo, qualquer que seja o método que empregares, gostaria muito de recomendar-te a filosofia, isto é, o estudo da sabedoria, por falta do qual todos sofremos recentemente muitos males. (T. Hobbes. Do Corpo Cálculo ou Lógica. Campinas: Editora Unicamp, 2009, 15). O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois cada qual pensa estar tão bem provido dele, que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejar tê-lo mais do que o têm. E não é verossímil que todos se enganem a tal respeito; mas isso antes testemunha que o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; e, destarte, que a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o espírito bom, o principal é aplicá-lo bem. As maiores almas são capazes dos maiores vícios, e os que só andam muito lentamente podem avançar muito mais, se seguirem sempre o caminho reto, do que aqueles que correm e dele se distanciam. (R. Descartes. Discurso do método. In Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 29). Resposta da questão 14: [D] Kant foi um Iluminista que, influenciado por Hume, Newton e Rousseau, confiou na capacidade do homem de se aperfeiçoar e se tornar autônomo. O seu cosmopolitismo, seguindo essa confiança, observava e pensava a história universal a partir do ponto de vista universal, isto é, a partir daquilo que pudesse beneficiar a todos, sem exceção. Apesar de haver um irracionalismo estampado na nossa história, o filósofo tomava como possível desvendar os motivos fundamentais que determinavam o bem e o mal e, partindo disso, construir através do aperfeiçoamento humano uma constituição política boa. Resposta da questão 15: [A] O conhecimento em Descartes é primeiramente algo uno e construído a partir da unidade do intelecto. Isso quer dizer que apesar da variedade existente no conjunto dos conhecimentos a ciência é na verdade una. Quer dizer também que as bases fundadoras de todo o edifício desenvolvem-se de maneira uniforme em uma construção homogênea. Ou seja, a ciência é una, pois o espírito que o desenvolve é uno. O método, por conseguinte, se torna algo importantíssimo para Descartes, pois é ele quem demonstra a unidade do espírito que procede de maneira uniforme na construção dessa ciência que é total. A construção de uma ciência total se faz a partir da definição das condições sobre as quais se constrói o método através do qual se pode duvidar, sistematicamente, e seguindo a ordem das razões, assegurar a evidência do conhecimento adquirido. Conhecer para Descartes é duvidar sistematicamente Página 12 de 14
13 para de acordo com o método seguir a ordem das razões na construção de uma ciência com clareza e distinção. Desse modo, Descartes considera ser capaz de conceber uma Mathesis Universalis, isto é, uma ciência capaz de explicar tudo que diga respeito à ordem e à quantidade. Resposta da questão 16: [B] Como exemplo da radicalidade indicada pelo prof. Franklin Leopoldo e Silva, vale mencionar que Descartes inicia a segunda meditação com a metáfora de um homem submerso, ele diz: a meditação que fiz ontem encheu-me de tantas dúvidas, que doravante não está mais em meu alcance esquecê-las. E, no entanto, não vejo de que maneira poderia resolvê-las; e, como se de súbito tivesse caído em águas muito profundas, estou de tal modo surpreso que não posso nem firmar meus pés no fundo, nem nadar para me manter à tona. Essa metáfora expõe um homem de mãos atadas; voltar para a situação anterior é impossível, porém manter-se no meio do caminho também. A única opção é manter-se trilhando o caminho da dúvida sistemática e generalizada, esperando desse modo alcançar algum ponto firme o suficiente para ser possível apoiar os pés, e nadar de volta para a superfície. Mantendo-se nesse caminho, o filósofo busca o ponto que irá inaugurar uma cadeia de razões da qual ele não poderá duvidar. O chão desse mar no qual o filósofo está submerso é esta única coisa da qual ele não pode duvidar, mesmo se o gênio maligno estiver operando. Tal certeza radical é a certeza sobre o fato de que se o gênio maligno perverte meus pensamentos, ele nunca poderia perverter o próprio fato de que eu devo estar pensando para que ele me engane. Penso, existo é a nova raiz que nutre a modernidade. Resposta da questão 17: [A] Hans Jonas ao formular sua reflexão ética preocupa-se com a o resultado da desconstrução e reconstrução da tecnologia e o modo como esta afeta o homem e o meio ambiente. Jonas coloca que a nova ciência produz um conhecimento anônimo, que não é feito mais para despertar a consciência do ser humano na busca de uma melhor qualidade da vida. Este conhecimento desenvolvido pela tecnologia acaba determinando o homem, fragmentando e fazendo com que este perca sua aquilo que lhe identifica sua capacidade de construir o melhor para si. Neste sentido os homens são responsáveis não só por si próprios, mas também pelos outros e pela natureza, sendo que esta lhes permite alcançar a realização. Portanto, todos os homens possuem responsabilidade para com sigo e com os demais. Para que exista esta responsabilidade deve existir um sujeito consciente na busca de um desenvolvimento futuro em prol de toda a humanidade. Desta forma, como cada ser humano possui responsabilidade indissociável com todos os demais, este ser possui uma solidariedade que o liga aos outros e a natureza. Assim sendo, o futuro, por meio do desenvolvimento tecnológico não pode criar um determinismo para o ser humano, mas abrir possibilidades para a construção de consciências individuais que atuem na busca de uma permanência humana genuína. A alternativa [A] é a única que não se encaixa na descrição da teoria explicitada. Resposta da questão 18: [E] A ética kantiana não é utilitarista, a ética kantiana é usualmente classificada como deontológica, isto é, a ética kantiana propõe que as ações dos homens precisam ser guiadas por um senso de dever, elas precisam de um caráter necessário para serem boas e corretas. Já a ética utilitarista propõe que uma ação boa e correta é aquela que maximiza a felicidade geral; Jeremy Bentham e John Stuart Mill são seus maiores teóricos. Resposta da questão 19: [A] Em terminologia kantiana, a boa vontade é aquela cujo voluntarismo é totalmente determinado por demandas morais ou, como o filósofo normalmente se refere a isso, pela Lei Moral. Kant Página 13 de 14
14 distingue dois tipos de lei produzidos pela razão. Dado certo fim que nós gostaríamos de alcançar, a razão pode proporcionar um imperativo hipotético uma regra contingente e circunstancial como fundamento da ação ou um imperativo categórico uma regra necessária e universal como fundamento da ação. Como uma Lei Moral não pode ser meramente hipotética, pois uma ação moral não pode ser fundada sobre um propósito circunstancial, a moralidade exige uma afirmação incondicional do dever de um indivíduo, ou seja, a moralidade exige uma regra para ação que seja necessária e universal, ela exige um imperativo categórico. Resposta da questão 20: [C] Devemos entender inicialmente que a reflexão kantiana a respeito da liberdade está organizada em torno da noção de autonomia. Isso significa que o homem livre será, para Kant, o homem capaz de guiar moralmente sua vida servindo-se do seu próprio intelecto, das suas próprias faculdades, dos seus próprios esforços. Ou seja, livre será o homem capaz de viver sem a tutela do outro, de usar publicamente sua razão, e de se responsabilizar por suas palavras sem propaga-las através do uso da autoridade de outrem. Se livre é o homem que vive uma vida regrada pelas suas próprias faculdades, isso significa que livre será o homem capaz de definir para si mesmo uma Moral universalizável. Quer dizer, a vontade do homem livre precisa ser a boa vontade. Em terminologia kantiana, a boa vontade é aquela vontade cujas decisões são totalmente determinadas por demandas morais ou, como ele normalmente se refere a isso, pela Lei Moral. Os seres humanos veem essa Lei como restrição dos seus desejos, por conseguinte uma vontade decidida por seguir a Lei Moral só pode ser motivada pela ideia de Dever. E Kant distingue dois tipos de lei produzidos pela razão. Dado certo fim que nós gostaríamos de alcançar a razão pode proporcionar um imperativo hipotético uma regra contingente para a ação alcançar este fim. Um imperativo hipotético diz, por exemplo: se alguém deseja comprar um carro novo, então se deve previamente considerar quais tipos de carros estão disponíveis para compra. Mas Kant objeta que a concepção de uma Lei Moral não pode ser meramente hipotética, pois uma ação moral não pode ser fundada sobre um propósito circunstancial. A moralidade exige uma afirmação incondicional do Dever de um indivíduo, a moralidade exige uma regra para ação que seja necessária, a moralidade exige um imperativo categórico. Página 14 de 14
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