P.º n.º R.P. 188/2010 SJC-CT Aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito. Duplicação de descrições. PARECER

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1 P.º n.º R.P. 188/2010 SJC-CT Aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito. Duplicação de descrições. PARECER A. Destacamos dos autos o seguinte quadro factual: a. No Livro... da Conservatória recorrida e sob o nº... (transcrição da descrição nº... da Conservatória do Registo Predial de...) encontrava-se descrito um prédio situado na freguesia de..., inscrito na matriz urbana sob o artigo e na matriz rústica sob os artigos... e..., com inscrição definitiva nº... do G- (transcrição de inscrição do ano de... do domínio subenfiteutico a favor de..., solteiro, maior, e com inscrição definitiva do domínio directo nº... (transcrição de inscrição do ano de 1955) a favor de... e mulher...; b. Em 7 de Maio de 2010 as ora recorrentes..., viúva, e..., divorciada, outorgaram escritura pública de justificação notarial no Cartório do ora recorrente..., onde declararam ser donas e legitimas possuidoras, com exclusão de outrem, de um prédio misto situado em..., na freguesia e concelho de..., inscrito na matriz urbana sob o artigo (que proveio do artigo... e este do artigo ) e na matriz rústica sob o artigo... da Secção ( que proveio dos artigos pré-cadastrais... e, o que os justificantes afirmaram sob sua responsabilidade), descrito na Conservatória do Registo Predial de... em livro e sob o nº..., registado a favor de..., solteiro, maior, tendo nesta escritura mais declarado inter alia que: i. a outorgante... foi casada em comunhão geral com..., este falecido em , tendo-lhe sucedido a viúva... e a filha, também outorgante,..., já no estado de divorciada, ambas devidamente habilitadas; ii. ao titular inscrito... sucederam como únicos e universais herdeiros os filhos... e..., tendo estes, após a morte do pai, continuado a posse efectiva e material, e, no ano de 1962, vendido verbalmente o indicado prédio misto àquele...; iii. desde então, este... e mulher entraram na posse do prédio, com o corpus e o animus de titulares do respectivo direito de propriedade (cujos actos materiais e características da posse concretizaram e especificaram); iv. após o óbito do marido e pai, dito..., as outorgantes, sem determinação de parte ou direito, continuaram a posse efectiva e material do prédio 1

2 objecto da justificação, e, assim, adquiriram por usucapião, com efeitos retroactivos ao ano de 1962, o direito de propriedade sobre o mesmo; c. Consta expressamente da escritura a seguinte certificação do Notário (ora recorrente): Encontram-se já arquivados no Cartório a meu cargo, no maço de notificações do ano de dois mil e dez, as notificações, elaboradas nos termos do artigo noventa e nove do Código do Notariado ; d. Em 24 de Maio de 2010 (Ap. ) foi aberta na Conservatória recorrida a ficha nº..., da freguesia de..., para descrever o prédio misto situado em..., da freguesia e concelho de..., inscrito na matriz urbana sob o artigo... e na matriz rústica sob o artigo da Secção, e para inscrever a aquisição deste prédio em comum e sem determinação de parte ou direito a favor de..., viúva,..., divorciado, e..., divorciado, por sucessão hereditária de...; e. Em 2 de Julho de 2010 (Ap.... o ora recorrente..., na qualidade de notário, veio requisitar na Conservatória recorrida o registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito a favor das também ora recorrentes... e... do prédio descrito em livro sob o nº..., com base na escritura referida em b., juntando ainda outros documentos para comprovar a situação matricial do prédio e o cumprimento das obrigações fiscais; f. Em 27 de Julho de 2010, no processo de registo anteriormente referido, o Senhor Conservador enviou para o endereço electrónico do Senhor Notário requisitante o mail do seguinte teor: Nos termos do artº 73º CRP deve, no prazo de 5 dias, suprir a seguinte deficiência do processo de registo que pediu pela ap.... de / /, no prédio nº..., sob pena de recusa por falta de título: O prédio é o mesmo do descrito sob o nº... Os herdeiros de... pediram, em / /, o registo sobre o prédio. A escritura de justificação diz que os herdeiros foram notificados e não se opuseram. Mas se foram notificados e não se opuseram, porque é que procederam ao registo a seu favor? Nestes termos, deve provar-se a notificação dos herdeiros..., e, titulares inscritos, nos termos do artº 99º do Código do Notariado, e certificar-se a não oposição dos mesmos ; g. Em 30 de Julho de 2010 o Senhor Conservador proferiu neste mesmo processo de registo o despacho de qualificação do seguinte teor: Recusado: por não terem sido notificados pessoalmente os herdeiros de...; sendo conhecidos e não se encontrando em parte incerta, a notificação deve seguir por via postal para o domicílio e não pode ser 2

3 feita por editais. É o que prescreve a lei processual civil e o próprio Código do Registo Predial na parte em que regulam as notificações, o Código de Processo Civil, as notificações em geral (art. 254º e seg.), e o Código do Registo Predial, as notificações no âmbito do processo especial de justificação (art. 116º seg.). Só não havendo oposição destes herdeiros é viável o registo, neste momento o registo tem de ser recusado por falta de título, conforme jurisprudência do IRN expressa em vários pareceres do conselho técnico (artº 68º e 69º, nº 1 al. b) CRP).; h. Na mesma data (30 de Julho de 2010), como acto oficioso de / / (Ap....?), foi anotada à descrição da ficha nº e à descrição da ficha nº esta entretanto aberta para extractar a descrição em livro nº... e a inscrição em livro nº..., a favor de..., e para anotar a recusa da Ap.... de / / a duplicação destas duas descrições. B. Da decisão de recusa do pedido de registo de aquisição apresentado sob o nº... de / / vem interposto o presente recurso hierárquico, cuja fundamentação sintetizamos nos seguintes pontos: a) A notificação prévia, no âmbito das justificações notariais, rege-se pelo disposto no art. 99º do Código do Notariado (CN), com as alterações introduzidas pelo D.L. nº 273/2001, de 13.10, e não pelas disposições legais invocadas no despacho recorrido, e de acordo com o nº 4 do citado art. 99º deve proceder-se à notificação edital do titular inscrito ou à notificação edital dos seus herdeiros, independentemente de habilitação, sempre que, respectivamente, o titular inscrito se ache ausente em parte incerta ou tenha falecido; b) No caso concreto, era do conhecimento das ora recorrentes que o titular inscrito e os seus herdeiros... e... tinham falecido, e por isso requereram junto do Senhor Notário, por escrito, a notificação edital dos herdeiros desconhecidos do titular inscrito, de que pretendiam justificar a aquisição sem determinação de parte ou direito do prédio misto acima identificado, e o Senhor Notário ordenou, e muito bem, a notificação edital do titular da última inscrição e seus herdeiros, a qual foi feita pela afixação de editais, pelo prazo de 30 dias, na Conservatória do Registo Predial de... e na sede da Junta de Freguesia de... (nº 7 do art. 99º do CN); c) A notificação prevista no art. 99º do CN é feita antes da celebração da escritura de justificação e não admite qualquer oposição, devendo desta escritura apenas constar a menção de que a notificação foi efectuada, o que no caso dos autos se verifica; 3

4 d) A criação da descrição nº conduziu à duplicação de descrições, com todos os inconvenientes e consequências legais que daí advêm, pois este prédio já se encontrava descrito em livro sob o nº..., por isso deveria ter sido recusado o registo da Ap.... de / / ; e) O Senhor Conservador violou o princípio da legalidade ínsito no art. 68º do C.R.P., porquanto socorreu-se e apoiou-se em elementos que chegaram ao seu conhecimento por via da Ap.... de.../ / C. O Senhor Conservador recorrido sustentou a decisão de recusa do pedido de registo, com base na fundamentação que resumidamente alinhamos: a) O registo efectuado pela Ap.... (por lapso escreveu-se Ap....) de / / foi lavrado em primeiro lugar sobre o mesmo prédio, por isso prevalece (art. 6º, nº 1, C.R.P.); b) No sub-procedimento de suprimento de deficiências justificado pelo registo da Ap.... de / / apurou-se que a notificação dos herdeiros levada a efeito nos termos do art. 99º do CN tinha sido uma notificação edital; c) No momento do pedido de registo da Ap.... de / / titulares inscritos eram os herdeiros de..., pessoas certas e determinadas, com residência declarada, daí que a notificação a que alude o art. 99º do Código do Notariado não possa deixar de ser pessoal ; d) O facto do titular inscrito ter falecido não desonera os justificantes de determinarem os herdeiros que são os continuadores do titular falecido ao nível pessoal e patrimonial, sob pena de, recorrendo à notificação edital com herdeiros vivos, omitirem uma formalidade essencial (a notificação do titular) à validade da escritura ; e) Neste momento tudo se apresenta como se a duplicação não tivesse ocorrido: o prédio é o mesmo, existe prioridade e existe trato sucessivo, sendo necessário saber se a notificação foi ou não efectuada de acordo com a lei: a resposta afirmativa levará ao registo definitivo a favor das justificantes; a resposta negativa implicará a repetição da formalidade preterida, seguindo-se os demais trâmites, sendo certo que a inutilização de uma das descrições só pode ocorrer após decisão do caso. Saneamento: 4

5 O processo é o próprio, as partes legítimas, o recurso tempestivo, as recorrentes estão devidamente representadas e inexistem questões prévias ou prejudiciais que obstem ao conhecimento do mérito. Pronúncia: 1- Delimitação do objecto do recurso. O presente recurso hierárquico tem por objecto a decisão de recusa do pedido de registo da Ap.... de / / Não está em causa, portanto, a requalificação, ou seja, a apreciação da qualificação do pedido de registo da Ap.... de / / Vamos, assim, partir do pressuposto de que o registo efectuado pela Ap.... de / / não enferma de qualquer vício (inexactidão e/ou nulidade). Apenas nos pronunciaremos, no momento oportuno, sobre a problemática da duplicação de descrições. 2- A notificação prévia prevista no art. 99º do CN. Como resulta do despacho de qualificação que anteriormente reproduzimos (em A. g. do Relatório), a decisão de recusa do pedido de registo assenta, aliás exclusivamente, na irregularidade da notificação dos herdeiros do titular inscrito. Importa, assim, ainda que por forma abreviada, abordar a matéria da notificação prévia a que se refere o art. 99º do CN De acordo com a versão inicial do art. 99º do actual Código do Notariado (aprovado pelo D.L. nº 207/95, de 14 de Agosto), a escritura de justificação com vista ao estabelecimento de novo trato sucessivo (ou de reatamento do trato sucessivo instalado nas tábuas, mas não é esta a hipótese dos autos), quando se verificava a falta de título em que o titular inscrito tivesse intervindo, não podia ser lavrada sem a sua prévia notificação judicial avulsa, promovida pelo interessado (nº 1). No respectivo despacho, o juiz ordenava desde logo a notificação edital do titular inscrito ou dos herdeiros, independentemente de habilitação, para o caso de se verificar a sua ausência ou falecimento (nº 2). Da escritura devia constar a menção de que a notificação foi efectuada (nº 3). 5

6 As notificações avulsas vêm reguladas na Divisão IV (criada pelo D.L. nº 329- A/95, de 12 de Dezembro) da Subsecção II da Secção II do Capítulo I do Título I do Livro III do Código de Processo Civil (art.s 261º a 263º). O actual Código do Notariado entrou em vigor em 15 de Setembro de 1995, e já nessa altura era expressa a lei (art. 261º, nº 1, do C.P.C., na redacção do D.L. nº 242/85, de 9 de Julho) quanto ao carácter pessoal da notificação avulsa, a qual tinha que ser feita «na própria pessoa do notificando», exigência esta que permaneceu e ainda hoje se mantém (cfr. a redacção do D.L. nº 329-A/95, já citado, e a redacção do D.L. nº 226/2008, de 20 de Novembro). Conjugando as duas normas (nº 1 do art. 99º do CN e nº 1 do art. 261º do C.P.C.), concluímos que o interessado (justificante), antes da celebração da escritura pública, devia requerer ao Mmo Juiz a notificação avulsa do titular inscrito, para a este transmitir a declaração de vontade do requerente em justificar o direito para os efeitos do nº 1 do art. 116º do C.R.P. Mas, naturalmente, se o titular inscrito tivesse já falecido ou se encontrasse ausente a notificação avulsa, na própria pessoa do notificando, não era possível. Prevendo estas duas hipóteses (ausência e falecimento do titular inscrito), o nº 2 do art. 99º do CN dispunha que o Mmo Juiz, no respectivo despacho i.é, no despacho proferido sobre o requerimento de notificação avulsa -, ordenava, desde logo, para o caso de qualquer das referidas hipóteses se viesse a verificar na sequência das diligências para a notificação do titular inscrito, a notificação edital deste ou dos herdeiros, independentemente de habilitação. Portanto, quem estivesse encarregado de efectuar as diligências de notificação do titular inscrito (na época, o funcionário de justiça), ao verificar a impossibilidade de efectuar a notificação na pessoa do notificando, por ausência ou por falecimento deste, diligenciava de imediato i.é, sem necessidade de novo despacho judicial pela notificação edital do titular inscrito (em caso de ausência) ou pela notificação edital dos herdeiros do titular inscrito, independentemente de habilitação (em caso de falecimento), a qual, se bem ajuizamos, teria que ser efectuada de acordo com o formalismo da citação edital por incerteza do lugar (cfr. art.s 248º a 250º, C.P.C.) ou de acordo com o formalismo da citação edital por incerteza das pessoas (cfr. art. 251º, C.P.C.) A lei ( art. 99º, nº 2, CN) previa a notificação edital dos herdeiros do titular inscrito (falecido), independentemente de habilitação. Tratando-se de notificação prévia para outorga de escritura de justificação notarial, versando o requerimento a notificação avulsa do titular inscrito, e sendo o falecimento deste conhecido em consequência das diligências para a notificação na sua própria pessoa, teríamos de concluir que, de acordo 6

7 Finalmente, o nº 3 do citado art. 99º do CN dizia que da escritura de justificação devia constar a menção de que a notificação havia sido efectuada. O enunciado desta norma afasta, a nosso ver, o entendimento de que, no âmbito do princípio da legalidade (cfr. art. 68º, C.R.P.), o conservador devia formular um juízo de regularidade sobre a modalidade e o formalismo da notificação prevista na citada disposição de direito notarial. A exigência de menção expressa na escritura de justificação, de que a notificação foi efectuada, visava precisamente responsabilizar o notário pelo controlo da regularidade da notificação, libertando o conservador desse encargo. Aliás, se a memória não nos falha, não temos conhecimento de na vigência do art. 99º do CN, na versão inicial, ter sido emitido o entendimento de que, no âmbito da qualificação registal, o conservador não deveria ficar-se pela exigência da citada menção na escritura, antes deveria vasculhar o procedimento de notificação. Os casos de que nos recordamos 2 são casos em que ou pura e simplesmente faltava a menção na escritura de que a notificação havia sido efectuada ou, constando embora da escritura uma menção, esta era equívoca sobre a efectiva notificação O art. 99º do CN foi alterado pelo D.L. nº 273/2001, de 13 de Outubro. com as regras gerais do processo civil (cfr. art.s 371º, nºs 1 e 2, e 375º, nº 1, do C.P.C., e Lebre de Freitas et ali, in Código de Processo Civil anotado, Vol. 1º, 1999, pág. 437), haveria que proceder à habilitação dos incertos (como herdeiros do titular inscrito). Ora, é precisamente esta habilitação que era dispensada pelo citado nº 2 do art. 99º do CN. 2 - Cfr. Pº nº 17/96 R.P. 4, in BRN nº 12/96, Pº R.P. 83/98 DSJ-CT, in BRN nº 2/99, Pº R.P. 41/99 DSJ-CT, in BRN nº 8/ No Pº R.P. 41/99 DSJ-CT, citado na nota anterior, constava singelamente da escritura a declaração dos justificantes de que haviam promovido a notificação judicial avulsa, prevista no art. 99º do CN, que tinha sido efectuada. No parecer emitido neste processo sustentámos que não bastava a prova de ter sido pedida a notificação edital dos herdeiros incertos do titular inscrito (conclusão VII), considerando que a declaração de que a notificação tinha efectuada era da autoria dos justificantes. Porém, em sede de recurso contencioso (Pº /, do.º Juízo Cível do Tribunal Judicial da Comarca de...), veio a entender-se que essa declaração era da autoria do Senhor Notário, afirmando-se na douta decisão: Se o Sr. Notário tomou ou não as cautelas a que acima se alude [citando José da Fonseca Silva, Justificação para Fins de Registo Predial, Algumas Questões, Revista do Notariado, 1986/2, págs. 210/211: Para dar cumprimento ao nº 3, a solução mais cautelosa ( ) será aquela em que a parte declare que a notificação foi efectuada e o notário se certifique da veracidade dessa afirmação mediante o arquivamento do respectivo documento], arquivando ou não o respectivo documento, é uma questão que transcende os ora recorrentes. Em conformidade, o recurso contencioso foi julgado procedente. 7

8 Na economia do parecer, o que importa averiguar é em que medida o regime da notificação prévia até então consagrado foi significativamente alterado. No nosso modo de ver, o conteúdo essencial da alteração operada pelo D.L. nº 273/2001 está na deslocação da notificação prévia do foro judicial para o âmbito notarial. Ou seja, as diligências destinadas a dar a conhecer ao(s) destinatário(s) a declaração de vontade do requerente em justificar o direito já não correm no âmbito dos tribunais, antes decorrem no âmbito da actividade notarial onde se insere a celebração e a publicação da própria escritura de justificação. A notificação do titular inscrito é agora requerida ao notário. O despacho que ordena as diligências de notificação passa a ser proferido pelo notário, devendo este «desde logo, ordenar igualmente a notificação edital daquele [titular inscrito] ou dos seus herdeiros, independentemente de habilitação, para o caso de se verificar a sua ausência em parte incerta ou o seu falecimento» (art. 99º, nº 4). A notificação do titular inscrito vivo e não ausente em parte incerta deverá ser sempre realizada na pessoa do notificando (cfr. art. 99º, nºs 5 e 6). A notificação edital (de titular inscrito ausente em parte incerta ou de herdeiros de titular inscrito) é feita pela simples afixação de editais, pelo prazo de 30 dias, na conservatória competente para o registo 4, na sede da junta de freguesia da situação do prédio e, quando se justifique, na sede da junta de freguesia da última residência conhecida do ausente ou falecido (cfr. art. 99º, nº 7). No art. 99º (nº 10) do CN permanece a norma que prescreve que da escritura deve constar a menção de que a notificação foi efectuada. Em face do novo regime de notificação prévia, em que as diligências da notificação são ordenadas e controladas pelo notário, reforçado se nos afigura o entendimento de que basta a menção, da autoria do notário, na escritura, de que a notificação foi efectuada, para que o conservador dê por comprovada a notificação No caso concreto dos autos, consta expressamente da escritura que se encontram já arquivadas no Cartório as notificações, elaboradas nos termos do art. 99º do CN. 4 - Com a abolição da competência territorial (cfr. art. 6º-A, nº 2, do D.L. nº 519-F2/79, de 29 de Dezembro) todos os serviços de registo passaram a ser competentes para o registo do facto. Pelo que a citada norma (art. 99º, nº 7, CN) terá que ser objecto de interpretação actualista, a nosso ver no sentido de que o edital deverá ser afixado na conservatória da área da situação do prédio. 8

9 Para nós, que defendemos o entendimento de que é o notário o responsável pelas diligências de notificação, esta expressão não pode ter outro sentido que não seja o de que foi efectuada a notificação prévia exigida pelo art. 99º do CN. É claro que poderíamos questionar a razão de ser do plural notificações que figura na menção exarada na escritura, pois em boa verdade de uma só notificação se trata (quererá dizer editais, com as respectivas certificações?). Como também parece resultar da p.r. (art.s 22º e 23º) que no requerimento as ora recorrentes pediram a notificação edital dos herdeiros desconhecidos do titular inscrito e o Senhor Notário (também ora recorrente) ordenou a notificação edital do titular da última inscrição e seus herdeiros (logo, duas notificações?). Porém sem embargo de estarmos convencidos que o requerimento versa (deve versar) sobre a notificação do titular inscrito 5 e que a verificação dos casos determinantes da notificação edital (a ausência em parte incerta ou o falecimento do titular inscrito) é oficiosa e ulterior ao despacho ordenador da notificação (cfr. art. 99º, nºs 1 e 4) -, na qualificação do pedido de registo o conservador deve limitar-se à exigência da menção na escritura de que a notificação foi efectuada. Em face do exposto, não podemos concordar com a actuação do Senhor Conservador ora recorrido, quer no sub-procedimento de suprimento de deficiências quer na qualificação do pedido de registo. Salvo o devido respeito, o Senhor Conservador questionou indevidamente, em sede de qualificação do pedido de registo do facto titulado na escritura de justificação, a regularidade da notificação prévia prevista no art. 99º do CN. Além do mais, e sobrepassando por ora a problemática da duplicação de descrições, a nosso ver,o registo de aquisição a favor dos herdeiros do titular inscrito efectuado em data posterior à outorga da escritura de justificação não é, de modo algum, fundamento para o conservador duvidar de que os herdeiros foram notificados. Ao contrário do que alega, da escritura não consta, nem tinha que constar, que os herdeiros não se opuseram. O art. 99º, nº 8, do CN, como aliás o art. 262º, nº 1, do C.P.C., dizem expressamente que a notificação aí prevista não admite qualquer oposição (oposição alguma) O que, obviamente, não quer dizer que, por dever de colaboração, o requerente não deva transmitir ao notário os factos de que tenha conhecimento sobre a ausência ou o falecimento do titular inscrito. 6 - Não ignoramos que há quem entenda que o notificando pode deduzir oposição (reagir à pretensão do requerente), e neste caso o notário deve recusar-se a celebrar a escritura. Pela nossa parte, perante a norma expressa do art. 99º, nº 8, do CN (anteriormente, art. 262º, nº 2, do C.P.C.), temos dificuldade em admitir a oposição. De jure condendo há muito que defendemos tal possibilidade (cfr. nota 14 do citado parecer emitido no Pº R.P. 41/99 DSJ-CT). 9

10 Também se nos afigura ilegítimo o aproveitamento pelo recorrido, pelos vistos na sequência do sub-procedimento de suprimento de deficiências, do conhecimento de que a notificação dos herdeiros do titular inscrito tinha sido edital. De qualquer modo, como resulta da posição que defendemos, não concordamos com o Senhor Conservador quanto à necessidade (obrigação) do requerente determinar (indicar no requerimento) quem são os herdeiros vivos do titular inscrito, nem tão pouco quanto à exigência de notificação pessoal dos herdeiros conhecidos e vivos do titular inscrito. De acordo com o entendimento que perfilhamos, ainda que os herdeiros do titular inscrito estivessem devidamente habilitados, fossem vivos e residentes em parte certa e conhecidos do requerente ou do funcionário encarregada das diligências de notificação, esta não teria que ser pessoal, antes devendo ser notificados os herdeiros (incertos) do titular inscrito. Para que os herdeiros vivos e devidamente habilitados do titular adquirissem o direito à notificação pessoal era necessário que na data da notificação eles próprios tivessem a qualidade de titulares inscritos, através do registo de aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito. 3- A duplicação de descrições prediais. O caso dos autos também suscita um problema de duplicação de descrições, pelo que importa brevitatis causa abordar a matéria A problemática das descrições duplicadas tem sido debatida neste Conselho, mormente nos Pºs R.P. 50/2003 DSJ-CT, in BRN nº 7/2003, e R.P. 67/2010 SJC-CT 7. Não vamos aqui reeditar a discussão, antes nos limitamos a remeter para as posições aí assumidas e respectiva fundamentação. Na economia do parecer, apenas pretendemos salientar os seguintes pontos 8 : i. À «duplicação originária» - ou seja, à abertura da descrição de um prédio já anteriormente descrito deve aplicar-se pura e simplesmente a norma do art. 86º do C.R.P., reproduzindo-se na ficha de uma das descrições os registos em vigor nas restantes fichas, cujas descrições se consideram inutilizadas, devendo nestas descrições e na subsistente fazer-se as respectivas anotações com remissões recíprocas; ii. Com a A questão, importa sublinhar, não está em tabela. 7 - Em ambos os processos o entendimento firmado não foi unânime, como se pode alcançar pelas declarações de voto de vencido. 8 - E sobre estes pontos, se não erramos, não existe controvérsia no seio deste Conselho. 10

11 duplicação de descrições poderão ou não surgir tratos sucessivos paralelos, com «diversas e opostas situações jurídicas» No caso dos autos, é incontroverso que, com efeitos reportados a , o prédio descrito em livro sob o nº... voltou a ser descrito na ficha nº Mas o Senhor Conservador só verificou a duplicação em , em sede da qualificação do pedido de registo objecto do presente recurso, tendo então limitado a sua actuação à anotação recíproca da duplicação. Não descortinamos explicação para o não cumprimento integral da norma do art. 86º do C.R.P. Tratava-se de «duplicação originária», pelo que a nosso ver haveria que a) reproduzir na ficha resultante do extracto da descrição em livro nº... e da inscrição aqui em vigor (ficha nº......) a inscrição da Ap.... de / /, e b) averbar à descrição da ficha nº a actualização da identificação do prédio, designadamente quanto à área e à situação matricial Ainda no caso dos autos, se bem ajuizamos, a duplicação de descrições não determinou pelo menos até à data em que foi anotada ( ) não havia determinado 11 o estabelecimento nas tábuas de tratos sucessivos paralelos. Na verdade, se bem atentarmos, na ficha nº foi registado o ingresso dos sucessores do titular inscrito da ficha nº na posição jurídica deste. De acordo com 9 - Não está aqui em tabela determinar a causa desta duplicação, mas não deixaremos de referir que se nos afiguram pertinentes as explicações do recorrido relativas à impossibilidade de localizar a descrição duplicada, dada a sua antiguidade Compreendemos a dificuldade do recorrido em actualizar a descrição do prédio na dependência de uma recusa. Mas, a nosso ver, ainda que houvesse fundamento para a recusa do registo requisitado pela Ap de / /, aquele averbamento impunha-se, mesmo a coberto desta apresentação, incluindo no averbamento a menção da duplicação e datando-o com 2010/07/30. Aliás, reproduzindo-se, como se deveria ter feito, nesta ficha a inscrição lavrada pela Ap.... de / /, a legitimidade para o averbamento estava assegurada [cfr. art. 38º, nº 1, a), do C.R.P.] Consultadas no SIRP as fichas nºs... e... em , verificámos que só naquela ficha nº ainda existe pendente a anotação de recusa de aquisição (Ap.... de / /, portanto antes da data de anotação da duplicação), devendo aliás tal pendência estar desactualizada. Não está em tabela a apreciação da validade ou regularidade de registos lavrados em fichas a cujas descrições já se encontra anotada a duplicação, mas não ainda a inutilização que permitiria determinar qual das descrições duplicadas subsistiria. O que na economia do parecer tão somente pretendemos sublinhar é que a norma do art. 86º do C.R.P. deve ser cumprida, na sua integralidade, em acto contínuo, precisamente para evitar que a situação configurada possa ocorrer. 11

12 o entendimento firmado (por maioria) no Pº C.P. 90/2008 SJC-CT, cuja fundamentação aqui damos por reproduzida, este registo representa a aquisição da posição jurídica do de cujus, e não a transmissão do prédio duplamente descrito naquelas fichas. Como sugestivamente ali foi afirmado, «( ) a nova inscrição que lhe corresponde só graficamente, digamos, formará um novo elo na cadeia do trato sucessivo». Portanto, podemos sem receio afirmar que a reprodução na ficha nº da inscrição lavrada pela Ap.... de / / na ficha nº, exigida pelo nº 1 do art. 86º do C.R.P., não implica o estabelecimento naquela ficha nº de um novo trato sucessivo, paralelo e conflituante com o trato sucessivo que naquela ficha já estava instalado Recordámos no ponto anterior o entendimento de que o registo de aquisição a favor dos sucessores (ou do sucessor único) inscreve a aquisição da posição jurídica do titular inscrito falecido e só graficamente acrescenta um elo na cadeia do trato sucessivo. Tendo os herdeiros do de cujus titular inscrito sido notificados da declaração de vontade do requerente em justificar o direito, o ulterior registo a seu favor de aquisição da posição jurídica do de cujus não pode obstar ao registo definitivo do facto titulado na escritura de justificação, aliás no caso dos autos outorgada também em momento anterior à feitura daquele registo. O meio próprio ao dispor dos herdeiros do titular inscrito que, por não terem promovido o registo a seu favor de aquisição da posição jurídica do de cujus, foram notificados editalmente nessa qualidade da declaração do justificante para reagir à justificação, projectada ou consumada, é a impugnação judicial, ou seja, a instauração de acção de simples apreciação de declaração negativa, com vista à declaração de inexistência do direito objecto da justificação [cfr. art. 4º, nº 2, a), do C.P.C.] 12. Como já anteriormente sustentámos, os herdeiros do titular inscrito não podem exigir a (sua) notificação pessoal quando, entrementes i.é, entre a data do decesso do titular inscrito e a data da notificação edital -, eles próprios não adquiriram a qualidade 12 - Como é consabido, quando a justificação já se encontra consumada, com a outorga da respectiva escritura e com o registo do facto, o Acórdão do Supremo nº 1/2008, publicado no D.R. I Série nº 63, de , uniformizou a jurisprudência sobre a questão juridicamente controvertida de saber se, tendo efectuado o registo de aquisição de prédio com base numa escritura de justificação notarial de aquisição desse prédio por usucapião, o justificante titular inscrito beneficia da presunção de titularidade do direito prevista no art. 7º do C.R.P, nos termos seguintes: «Na acção de impugnação de escritura de justificação notarial prevista nos artigos 116º, nº 1, do Código de Registo Predial e 89º e 101º do Código do Notariado, tendo sido os réus que nela afirmaram a aquisição, por usucapião, do direito de propriedade sobre um imóvel, inscrito definitivamente no registo, a seu favor, com base nessa escritura, incumbe-lhes a prova dos factos constitutivos do seu direito, sem poderem beneficiar da presunção do registo decorrente do artigo 7º do Código do Registo Predial». 12

13 de titulares inscritos, através do registo de aquisição a seu favor da posição jurídica do titular inscrito. E o princípio do trato sucessivo não pode demandar a intervenção pessoal dos herdeiros que à data do pedido de registo do facto titulado pela escritura de justificação já sejam titulares inscritos mas ainda não o eram à data da notificação edital -, antes tal princípio se deverá contentar com a intervenção postulada pela lei à data da notificação Decorre do exposto que no caso dos autos a duplicação de descrições não altera o enquadramento jurídico-registal dos factos. Ainda que a duplicação não tivesse ocorrido e o registo da Ap.... de / / fosse efectuado na ficha nº... (melhor dizendo, na ficha que então resultasse do extracto da descrição em livro nº...), o registo definitivo do facto peticionado pela Ap.... de / / não implica violação do princípio do trato sucessivo. 4- Nos termos expostos, somos de parecer que o recurso merece provimento, devendo a) ser reproduzida na ficha nº a inscrição lavrada na ficha nº..., com actualização da descrição daquela ficha, b) ser anotada a inutilização da descrição da ficha nº......, e c) ser efectuado definitivamente o registo da Ap.... de / / Em consonância, firmam-se as seguintes Conclusões 1- Perante a norma do nº 10 do art. 99º do Código do Notariado (CN) que estatui que da escritura de justificação para o estabelecimento de novo trato sucessivo ou para o reatamento do trato sucessivo deve constar a menção de que a notificação (do titular inscrito ou, em caso de falecimento deste, dos seus herdeiros, independentemente de habilitação) foi efectuada - não deve o conservador, no âmbito do princípio da legalidade consagrado no art. 68º do Código do Registo Predial (C.R.P.), ir para além da exigência da menção na escritura de que a notificação foi efectuada, menção esta que a própria lei considera bastante para a comprovação da regularidade da notificação. 13

14 2- Preenche a estatuição da citada norma (art. 99º, nº 10, CN) a menção exarada pelo notário na escritura de justificação de que se encontram já arquivadas no cartório as notificações elaboradas nos termos do art. 99º do CN. 3- A «duplicação originária», consistente na abertura de descrição de prédio já anteriormente descrito para registar a aquisição, em comum e sem determinação de parte ou direito, a favor dos herdeiros do titular inscrito da descrição assim duplicada, não implica o estabelecimento nas tábuas de um novo trato sucessivo paralelo, logo conflituante, com o trato sucessivo já instalado. 4- Logo que se reconheça a duplicação de descrições, em acto contínuo, reproduzir-se-ão na ficha de uma delas os registos em vigor nas restantes fichas, cujas descrições se consideram inutilizadas, devendo nestas e na subsistente fazer-se as respectivas anotações com remissões recíprocas (cfr. art. 86º, C.R.P.). 5- Tendo os herdeiros do titular inscrito sido notificados, nessa qualidade, da declaração de vontade do requerente em justificar o direito para os efeitos do art. 116º do C.R.P., o ulterior registo a seu favor de aquisição da posição jurídica do de cujus não pode obstar ao registo definitivo do facto titulado na escritura de justificação, devendo através daquela notificação dar-se por verificado o cumprimento do trato sucessivo na modalidade da continuidade das inscrições (cfr. art. 34º, nº 4, C.R.P.). Parecer aprovado em sessão do Conselho Técnico de 27 de Julho de João Guimarães Gomes Bastos, relator, Maria Madalena Rodrigues Teixeira (com declaração de voto em anexo), Isabel Ferreira Quelhas Geraldes (com declaração de voto em anexo), Luís Manuel Nunes Martins, António Manuel Fernandes Lopes. Este parecer foi homologado pelo Exmo. Senhor Presidente em

15 Pº R.P. 188/2010 SJC-CT Declaração de voto Voto vencida pelo seguinte: Da duplicação 1. Em face do disposto no artigo 86.º do CRP, uma vez reconhecida a duplicação de descrições, cabe reproduzir na ficha de uma delas os registos em vigor nas restantes fichas, cujas descrições se consideram inutilizadas É, assim, patente, diante desta disposição legal, que o conservador pode optar por manter a descrição mais recente, por ser a que contém dados identificativos do prédio actualizados, e reproduzir nesta (de forma organizada, se o trato sucessivo o permitir), os registos em vigor nas restantes fichas Serve isto para dizer que, no caso dos autos, caberia o cumprimento integral do disposto no artigo 86.º do CRP, mas, a meu ver, não a actualização proposta na nota 10 do parecer, porquanto os dados que permitem a correspondência entre as descrições implicadas foram carreados para o registo pelos justificantes e os titulares inscritos não tiveram, nos documentos apresentados, a intervenção activa pressuposta no artigo 38.º/1/a) do CRP Por outro lado, o averbamento de actualização, a fazer-se, pediria enquadramento no artigo 90.º/1/c) do CRP e, aqui, a oficiosidade tem sido entendida como não autónoma, ou seja, como dependente de outro acto de registo, efectuado como definitivo ou como provisório (cfr. o n.º 2 do mesmo artigo). Do título apresentado 2. Diz o artigo 99.º/1 do CN que, no caso de reatamento do trato sucessivo ou estabelecimento de novo trato, quando se verificar a falta de título em que tenha intervindo o titular inscrito, a escritura não pode ser lavrada sem a sua prévia notificação, sendo o n.º 8 deste artigo claro no sentido de que esta notificação não admite qualquer oposição No caso em apreço, verifica-se que, à data da notificação prévia prevista no dito artigo 99.º, o titular inscrito era o de cuius, pelo que não se afigura existir reparo a fazer 15

16 à tramitação notarial do acto ou vício, patenteado nos documentos apresentados, que possa ser assacado ao título com base em qualquer irregularidade ou omissão na mencionada notificação prévia Mas se por via do reconhecimento da duplicação de descrições se constata que o prédio se encontra agora registado a favor dos herdeiros do notificado, não há como negar a estes herdeiros a posição de titulares inscritos ou como deixar de reconhecer que a sua intervenção no título notarial ocorreu não nessa qualidade (de titulares inscritos) e com a tramitação que lhe é inerente 13, mas como representantes do titular inscrito falecido O problema está, assim, na circunstância de ter havido alteração da situação tabular, entre o momento da realização daquela notificação prévia e a data do pedido de registo da aquisição com base na justificação notarial respectiva, resultando que titulares inscritos são agora os herdeiros do notificado Ora, como se sabe, no âmbito da qualificação (artigo 68.º do CRP), a situação tabular que releva é a que existe à data do pedido de registo e não a que se verifica ou é 13 É evidente que a relevância da discussão assenta no facto de o formalismo da notificação e as garantias de conhecimento da pretensão do justificante serem diferentes consoante se trate de notificação pessoal ou de notificação edital. 14 Entendo que, também aqui, não se encontra conforto argumentativo no disposto no artigo 35.º do CRP, porquanto, pelas razões alinhadas na declaração de voto junta ao processo CP 90/2008 DSJ-CT, a leitura que faço desta disposição legal não permite reconduzir o registo de aquisição por sucessão hereditária a simples elo gráfico na cadeia do trato sucessivo: a dispensa a que alude o artigo 35.º do CRP é da inscrição intermédia em nome dos titulares de bens ou direitos que façam parte de herança indivisa, sugerindo, assim, a pendência de um pedido de registo a favor de terceiro com intervenção destes herdeiros e tendo por objecto um bem ou direito já pertencente (acto posterior à abertura da sucessão), ou ainda pertencente (acto anterior à partilha ou à liquidação da herança) à herança, ou que representa parte desse património ou unidade de que o herdeiro é continuador (respondendo pelos encargos da herança). Antes se afigura que da inscrição com base em sucessão hereditária se recolhe a presunção de que o direito pertence aos titulares inscritos nos precisos termos em que o extracto registal o define (artigo 7.º do CRP) e que, para o efeito, vale distinguir entre actos do autor da sucessão, actos relativos à herança e actos próprios do património dos herdeiros. Não obstante, o que, essencialmente, pretendo sublinhar é que, com o registo em comum e sem determinação de parte ou direito, com a inscrição a favor do herdeiro único, ou com o registo a favor do legatário, há uma «publicitação» ou de que o prédio ou direito pertence à herança e que esta tem como titulares aqueles sujeitos, ou de que titular do prédio ou direito é agora aquela pessoa, por sucessão hereditária ou legado, pelo que é a posição actualmente inscrita, já não a do de cuius, que concretamente se visa proteger e é a intervenção destes sujeitos, não do seu antecessor (por si ou através dos seus representantes ou continuadores), que importará exigir. 16

17 pressuposta no momento da titulação do facto, pois é isso que resulta dos princípios enformadores do sistema de registo predial, designadamente da oponibilidade a terceiros, da prioridade e da protecção conferidas pelo registo (artigos 5.º, 6.º e 7.º do CRP), e o que efectivamente demanda o seu escopo essencial, que, à luz do disposto no art. 1.º do CRP, continua a ser a segurança do comércio jurídico imobiliário É nesta protecção tabular que radica o princípio do trato sucessivo, segundo o qual se garante a quem possui um registo de aquisição ou reconhecimento de direito susceptível de ser transmitido, ou de mera posse que não possa, à sua revelia, ser lavrada uma nova inscrição definitiva sobre o prédio 15, e se obtém razão para a exigência contida no art. 99.º do CN, que determina a prévia notificação do titular inscrito, no caso de reatamento do trato sucessivo ou de estabelecimento de novo trato, como requisito essencial da escritura de justificação notarial, cujo incumprimento determina a nulidade do título (artigos 294.º e 295.º do Código Civil) Donde, na minha opinião, não há, neste caso, nulidade da justificação notarial ou outro vício do acto, mas há uma inutilidade do título apresentado, ditada pela modificação dos dados tabulares, que o torna insusceptível de suprir a falta de prova documental a que alude o art. 116.º do CRP (cfr. ainda os artigos 43.º, 68.º e 69.º, n.º 1, alínea b), do CRP), posto que arranca de pressupostos (titularidade inscrita) que já não combinam com os registos em vigor. *** Manifesto, assim, discordância com a 5.ª conclusão do parecer e a fundamentação alinhada no seu ponto 3.4., e, em conformidade, voto no sentido da improcedência do recurso. Lisboa, 27 de Julho de 2011 A vogal Maria Madalena Rodrigues Teixeira 15 Cfr. J. A. Mouteira Guerreiro, Noções de Direito Registral, págs. 75/ Cfr., entre outros, processos RP 83/98 DSJ-CT (BRN 2/99, caderno II), RP 40/99 DSJ-CT e RP 41/99 (BRN 8/99, caderno II), RP 209/2000 DSJ-CT (BRN 6/2001, caderno II) e CP 56/2002 DSJ-CT (BRN 10/2002, caderno II). 17

18 Declaração de voto Proc.º n.º R.P.188/2010 SJC-CT Não obstante, in casu, pareça não ter havido violação das regras da notificação demarco-me da tese do parecer segundo a qual o conservador, desde que da escritura de justificação conste «a menção de que a notificação foi efectuada» não deve suscitar, em caso algum, qualquer obstáculo à elaboração do correspondente registo que se relacione com essa questão. Sendo certo que o n.º 10 do artigo 99.º do Código do Notariado prescreve que «Da escritura deve constar a menção de que a notificação foi efectuada» estamos em crer que, existindo elementos no processo registal que ponham em causa a correcção da notificação efectuada, de molde a configurar uma situação de nulidade, o conservador não pode ignorar tais evidências, ficando-lhe indiferente, desde que a sua actuação fique coberta pelo manto do artigo 68.º do CRP. O legislador, ao consagrar a necessidade da aludida menção constar da escritura n.º 10 do artigo 99.º do CN, não teve em vista, por certo, o preenchimento de um mero formalismo processual que não pudesse ser posto em causa num determinado contexto concreto, vale por dizer, sendo visível a irregularidade da notificação por inobservância da forma legal, e sendo esta pela sua gravidade reconduzível a uma situação de nulidade, não pode tal acontecimento ser desprezado pelo qualificador. Estou convicta que o cumprimento do princípio da legalidade consagrado no artigo 68.º do Código do Registo Predial que demanda a apreciação do pedido em face das disposições legais aplicáveis, dos documentos apresentados e dos registos anteriores, bem como a regularidade formal dos títulos e a validade dos actos neles contidos, deve ser sempre aplicado, inclusivamente, quando a irregularidade da notificação se encontre efectuada em termos tais que evidenciem a nulidade. Nestas situações (extremas), não pode o conservador deixar de extrair as devidas consequências na qualificação do correspondente registo. Com efeito, à falta de notificação pessoal (ou feita com falta de formalidades essenciais) são aplicáveis, por força do disposto no artigo 256.º do CPC, as disposições relativas à falta de citação sem as formalidades essenciais, que conduzem à nulidade, ou seja, o disposto nos artigos 194.º, alínea a), e 195.º, n.ºs 1 e 2 do mesmo Código veja- 18

19 se, em conformidade, o Acórdão do STJ, de 5 de Dezembro de 1995, publicado no BMJ n.º 452, págs. 406 e segs. Ora, o regime aplicável a esta nulidade encontra-se previsto nos artigos 202.º, 204, n.º 2, e 206, n.º 1, do CPC, sendo de conhecimento oficioso. Também no parecer proferido no proc.º n.º R.P.129/2010 SJC-CT, recentemente aprovado por este Conselho, defendemos que «verificando-se que a notificação do titular inscrito (ou dos seus herdeiros, sendo o caso) não foi efectuada nos termos legais, a escritura de justificação enferma de irregularidade por inobservância de formalidade essencial, ficando, em consequência de tal, ferida de nulidade ( ) sendo título manifestamente insuficiente para a prova legal do facto a registar». Lisboa, 27 de Julho de 2011 A vogal Isabel Ferreira Quelhas Geraldes 19

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