PRODUÇÃO DE ALGODÃO E QUALIDADE DE FIBRA EM RESPOSTA À APLICAÇÃO STIMULATE 10X.
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- Sebastião Covalski Mendonça
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1 PRODUÇÃO DE ALGODÃO E QUALIDADE DE FIBRA EM RESPOSTA À APLICAÇÃO STIMULATE 10X. Leandro Paiola Albrecht (Universidade Estadual de Maringá UEM / lpalbrecht@yahoo.com.br), Alessandro de Lucca e Braccini (UEM), Marizangela Rizzatti Ávila (UEM), Gustavo Pinto Silva (Stoller do Brasil Ltda.), Mauro Cezar Barbosa (UEM), Aguinaldo Freitas Leal (UEM), Rafael Merotti Aragão (UEM), Tiago Brambilla (UEM). RESUMO O objetivo do trabalho foi avaliar a produção de algodão e a qualidade de fibra do algodoeiro, em resposta a diferentes doses do biorregulador Stimulate 10X via tratamento de sementes e aplicação foliar nos estádios vegetativos e reprodutivos da cultivar CD 410. Os tratamentos foram compostos por duas formas de aplicação (via tratamento de sementes e pulverização foliar) em diferentes estádios fenológicos da cultura (V3 e R1) e três doses do produto Stimulate 10X (100, 150 e 200 ml 100 kg -1 de sementes e 25, 37,5 e 50 ml ha -1, respectivamente), mais a testemunha. Foi avaliada a produtividade de algodão, rendimento de fibra, peso médio do capulho e qualidade de fibra. O tratamento das sementes com o Stimulate 10X aumentou o comprimento de fibra. A maior produtividade de algodão em caroço foi obtida na aplicação foliar do produto nos estádios V3 e R1, utilizando as menores doses. Os incrementos na produtividade promovidos pelo produto foram 96 a 118% superiores ao controle. Todas as doses e formas de aplicação do Stimulate 10X aumentaram significativamente o rendimento de fibra, peso médio do capulho e uniformidade das fibras. Palavras-chave: Gossypium hirsutum L., biorregulador, produtividade, qualidade de fibra. INTRODUÇÃO A cadeia produtiva do algodão é um dos principais agronegócios do Brasil e do mundo, empregando mais de um milhão de pessoas diretamente, apenas nos setores industriais, e gerando, somente na indústria brasileira, mais de US$ 1,5 bilhões por ano. A utilização pelos produtores, de técnicas de produção adequadas, desde a escolha da semente, até o momento da colheita, resulta em fibras com qualidade e expressão internacional, conquistando importantes mercados. Na busca de melhorias nos atuais níveis de produtividade e redução nos custos de produção do algodoeiro no Brasil, novas tecnologias vêm sendo incorporadas ao sistema de produção. Entre as novas tecnologias em estudo, a manipulação da arquitetura das plantas do algodoeiro com biorreguladores é uma das estratégias agronômicas para o incremento da produtividade (HODGES et al., 1991). Reguladores vegetais, usualmente são definidos como compostos orgânicos não nutrientes, que afetam os processos fisiológicos do crescimento e do desenvolvimento quando aplicados em baixas concentrações. Segundo McConnell et al. (1992), os efeitos potenciais dos reguladores vegetais, na cultura do algodoeiro são a redução do crescimento vegetativo, a melhoria da arquitetura da planta, o aumento da retenção de frutos nas primeiras posições dos ramos frutíferos, o aumento da precocidade, e as melhorias na eficiência da colheita e na qualidade dos frutos colhidos. Stimulate é um exemplo de biorregulador, que possui a capacidade de estimular o desenvolvimento radicular, aumentando a absorção de água e nutrientes pelas raízes, podendo favorecer também o equilíbrio hormonal da planta (STOLLER DO BRASIL, 1998).
2 Esta cultura quando cultivada com níveis tecnológicos adequados possibilita a obtenção de altas produtividades (4.350 kg ha -1 ) e altas lucratividades (R$ 2.192,13 ha -1 ), como demonstrado por Tomquelski et al. (2003), em cultivo comercial em região de cerrado, constituindo assim, uma importante alternativa de rotação de culturas. Para obtenção desses rendimentos com a cultura do algodoeiro é fundamental implantação correta da cultura, sempre buscando densidade de plantas que possibilite a máxima expressão genética do material a ser cultivado. Como uso de sementes e o principal meio de propagação do algodoeiro, a utilização de sementes de boa qualidade é uma das primeiras estratégias para garantir a obtenção de lavouras de alto padrão produtivo. Assim, alternativas que possibilitem o estabelecimento de um estande uniforme das plantas de algodão é um dos pontos fundamentais quando se almeja altos rendimentos. Uma alternativa para se obter um bom estande de plantas é a utilização de reguladores vegetais, em tratamento de sementes no pré-plantio, como demonstrado por Andreoli e Khan (1999) em sementes de pimentão e tomateiro. Belmont et al. (2003), avaliando o efeito do Stimulate (10, 15, 20 e 25,0 ml 0,5 kg -1 de sementes) sobre a germinação de sementes de três cultivares de algodão (CNPA 7H, BRS Verde e Aroeira do Sertão) registraram resposta positiva na germinação de sementes. Diante do exposto, a utilização de produtos a base de reguladores vegetais podem influenciar na germinação e no desenvolvimento das plântulas de algodão, bem como apresentar efeitos positivos no rendimento da cultura. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção de algodão e a qualidade de fibra, em resposta a diferentes doses do biorregulador Stimulate 10X via tratamento de sementes e aplicação foliar nos estádios vegetativos e reprodutivos do algodoeiro. MATERIAL E MÉTODOS O experimento de campo foi instalado na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e localizada na região noroeste do Estado do Paraná, situada a de longitude oeste de Greenwich e de latitude sul, com altitude média de 430 metros. As avaliações de produtividade de algodão em caroço foram conduzidas no Laboratório de Tecnologia de Sementes do Núcleo de Pesquisa Aplicada à Agricultura (NUPAGRI) da UEM, em Maringá PR, e as determinações de rendimento e qualidade de fibra realizadas na Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (COODETEC), em Cascavel - PR. Na adubação de semeadura foi utilizado 90 kg ha -1 de P2O5 na forma de superfosfato simples, 40 kg ha -1 de nitrogênio (N) na forma de uréia e 40 kg ha -1 K2O na forma de cloreto de potássio. Foi realizada uma adubação de cobertura com 20 kg ha -1 de N na forma uréia, aplicados aos trinta dias após a emergência da cultura. O sistema de preparo do solo empregado foi o direto, na palhada da aveia, semeada no período de inverno e dessecada com Roundup (Glyphosate), na dosagem de 5 L.ha -1, trinta dias antes da semeadura da soja. As sementes de algodão da cultivar CD 410 foram semeadas manualmente em sulcos espaçados de 0,90 m, na profundidade aproximada de 5 cm. As parcelas foram constituídas por oito linhas de sete metros de comprimento. Para as avaliações, foram consideradas apenas as quatro fileiras centrais, descartando-se 1,0 m de cada extremidade, totalizando, assim, uma área útil de 18,0 m 2. A semeadura foi realizada no dia 13/10/2005 e os tratamentos foram compostos por duas formas de aplicação em diferentes estádios fenológicos da cultura e três doses do produto Stimulate 10X, mais a testemunha sem aplicação. As formas de aplicação do produto, bem como as respectivas dosagens utilizadas, foram as seguintes: via tratamento de sementes (100, 150 e 200 ml 100 kg -1 de
3 sementes) e pulverização foliar nos estádios V3 e R1 (25, 37,5 e 50 ml ha -1 ). O Stimulate 10X é um biorregulador líquido da Stoller do Brasil Ltda., composto de 0,9 g L -1 de cinetina (citocinina), 0,5 g L -1 de ácido giberélico (giberelina) e 0,5 g L -1 de ácido indol-butírico (auxina) (STOLLER DO BRASIL,, 1998). O tratamento de sementes com o Stimulate 10X foi realizado por ocasião da semeadura, juntamente com aplicação do fungicida Vitavax-Thiram 200 SC (Carboxin + Thiram) na dosagem de 250 ml 100 kg -1 de sementes + 50 ml de água, promovendo-se, por meio da agitação manual, um maior contato entre as sementes e o produto. As pulverizações foliares foram efetuadas em dois estádios de desenvolvimento da cultura, ou seja, V3 e R1. Na aplicação foliar foi utilizado pulverizador costal propelido a CO2, com pressão constante de 280 kpa, equipado com lança contendo 1 bico leque da série Teejet tipo XR 110:02, que, trabalhando a uma altura de 40 cm do alvo e a uma velocidade de 1 m segundo -1, atingiu uma faixa aplicada de 65 cm de largura e propiciou um volume de calda de 200 L.ha -1. Os tratos culturais foram os mesmos preconizados pelo sistema de produção da região. As plantas daninhas foram controladas por meio de capinas manuais. O controle das principais pragas foi realizado sempre que necessário, com pulverizações sistemáticas dos inseticidas Thiodan CE (Endossulfam) e Tamaron BR (Metamidofós), além do acaricida Vertimec, até o final do ciclo da cultura. Por ocasião da maturação plena foram efetuadas as seguintes determinações: produtividade de algodão em caroço, rendimento de fibra, peso médio do capulho e as características de qualidade de fibra. A colheita foi realizada manualmente, por meio da coleta de todos os capulhos abertos presentes na área útil de cada unidade experimental. Partindo-se do rendimento de algodão em caroço nas parcelas, foram calculadas as produtividades em kg ha -1 ha -1. Para o cálculo da produtividade, o grau de umidade das sementes, determinado por meio do método de estufa a 105±3 o C (BRASIL, 1992), foi corrigido para 13% base úmida. Foram determinados, ainda, o rendimento de fibra e o peso médio do capulho. Para avaliação dessas duas características, foram coletados 15 capulhos do terço médio das plantas da área útil de cada parcela. Os 15 capulhos foram pesados, obtendo-se o peso total e, em seguida, descaroçados, obtendo-se o peso de fibra e o peso de caroço. O peso médio do capulho foi obtido subtraindo-se o peso total pelo número de capulhos coletados, sendo os resultados expressos em gramas. O rendimento de fibra foi obtido pela seguinte equação: PF RF(%) = x100, em que: PT RF = rendimento de fibra; PF = peso de fibra; PT = peso total dos capulhos. A qualidade de fibra foi avaliada por meio das seguintes características: comprimento, uniformidade, resistência, elongação e microner. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas por meio do método de agrupamento de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. Não foi necessária a transformação dos dados, pois todas as pressuposições básicas para análise de variância foram atendidas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 estão apresentados os dados obtidos na produtividade de algodão em caroço (kg ha -1 e arrobas ha -1 ), rendimento de fibra e peso médio do capulho. A produtividade de algodão em caroço foi a característica avaliada que apresentou maior influência das doses e formas de aplicação do produto Stimulate 10X (ST-10X), permitindo discriminar os melhores tratamentos. Observa-se que a maior produtividade média foi obtida pelos tratamentos 5
4 e 6 (2.842 e kg ha -1, respectivamente) e pelos tratamentos 8 e 9 (2.667 e kg ha -1, respectivamente), ou seja, nas menores doses do produto aplicado via foliar (25 e 37,5 ml ha -1 ) nos estádios V3 e R1, respectivamente, não havendo diferença significativa entre eles (p<0,05). Estes tratamentos promoveram incrementos bastante satisfatórios na produtividade de algodão em caroço, ou seja, de aproximadamente 118, 109, 99 e 96% superiores em relação à testemunha não tratada, respectivamente para os tratamentos 6, 5, 9 e 8. Na testemunha (controle) a produtividade de algodão em caroço foi de apenas kg ha -1, o equivalente a pouco mais de -1. A baixa produtividade média obtida pela testemunha pode ter ocorrido em virtude das condições climáticas desfavoráveis observadas no decorrer do desenvolvimento da cultura, que se caracterizaram por período de estiagem, principalmente no terceiro decêndio do mês de dezembro de 2005 e segundo decêndio de janeiro de Tabela 1. Médias da produtividade de algodão em caroço, do rendimento de fibra e do peso médio do capulho da cultivar CD 410, em resposta a diferentes doses e formas de aplicação, em estádios de maturação distintos, do produto Stimulate 10X. Características avaliadas 2 Tratamento 1 /Dose Produtividade Produtividade Rendimento de fibra Peso médio do capulho --- kg ha ha % g Controle 1359,84 d 90,66 d 44,86 b 4,13 b 2. TS (100 ml 100 kg -1 ) 1836,12 c 122,41 c 46,88 a 5,28 a 3. TS (150 ml 100 kg -1 ) 2200,60 b 146,71 b 47,05 a 5,97 a 4. TS (200 ml 100 kg -1 ) 2341,09 b 156,07 b 47,00 a 5,80 a 5. FL (25 ml ha -1 V3) 2842,41 a 189,49 a 46,90 a 6,03 a 6. FL (37,5 ml ha -1 V3) 2967,83 a 197,86 a 47,43 a 5,27 a 7. FL (50 ml ha -1 V3) 2279,63 b 151,98 b 47,51 a 6,13 a 8. FL (25 ml ha -1 R1) 2667,37 a 177,82 a 46,77 a 5,88 a 9. FL (37,5 ml ha -1 R1) 2705,84 a 180,39 a 47,76 a 5,64 a 10. FL (50 ml ha -1 R1) 2283,82 b 152,25 b 46,76 a 5,53 a Média 2348,46 156,56 46,89 5,57 C.V.(%) 13,08 13,08 1,39 11,80 1 TS = tratamento de sementes (semeadura); FL = pulverização foliar (nos estádios V3 e R1). 2 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo método de agrupamento de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade. De acordo com Castro e Vieira (2001) o Stimulate, produto que contém os mesmos ingredientes ativos do Stimulate 10X (ST-10X), porém, em concentrações 10 vezes menores, promoveu, na cultura da soja, plantas com sistemas radiculares mais desenvolvidos, apresentando raízes mais vigorosas com valores de massa seca, crescimento e comprimento total superiores aos encontrados nas plantas não tratadas. Essa condição possibilita uma melhor e maior exploração dos recursos disponíveis no solo, como água e nutrientes minerais, aspecto que certamente influi positivamente na produtividade da cultura. Resultados semelhantes aos obtidos no presente trabalho foram reportados por outros autores (VIEIRA e CASTRO, 2001), porém trabalhando com a cultura da soja, além de Alleoni et al. (2000) com a cultura do feijoeiro. De acordo com Braccini et al. (2005), trabalhando com a cultivar de soja CD 202, a maior produtividade média (3.175 kg ha -1 ) foi obtida pelo tratamento com a maior dose do produto Stimulate 10X aplicado via foliar (75 ml ha -1 ), promovendo um incremento no rendimento da cultura superior a 92%, em relação à testemunha não tratada, na qual a produtividade foi de apenas kg ha -1. Os resultados obtidos no rendimento de fibra e peso médio do capulho revelaram efeito significativo de todos os tratamentos avaliados com o ST-10X (formas de aplicação e doses), em comparação com a testemunha não tratada. O incremento no rendimento de fibra proporcionado pelos
5 diferentes tratamentos foi da ordem de 4,24 (tratamento 10) a 6,46% (tratamento 9), em comparação com o controle (tratamento 1). Os ganhos no peso médio do capulho promovidos pelos tratamentos com o produto ST-10X foram ainda mais significativos que aqueles observados para o rendimento de fibra. Os tratamentos proporcionaram aumentos no peso médio do capulho que variaram entre 27,60 (tratamento 6) a 48,43% (tratamento 7), quando comparados com a testemunha não tratada (controle). Na Tabela 2 estão apresentados os resultados obtidos nas diferentes características de qualidade de fibra, em resposta aos tratamentos com doses e formas de aplicação do Stimulate 10X (ST-10X) na cultura do algodoeiro. Observa-se que apenas as características de comprimento e uniformidade de fibra apresentaram resultados significativos pela análise de variância dos dados, muito embora os coeficientes de variação tenham sido relativamente baixos para todos os parâmetros avaliados nas fibras. Tabela 2. Médias das características de qualidade de fibra de algodão da cultivar CD 410, em resposta a diferentes doses e formas de aplicação, em estádios de maturação distintos, do produto Stimulate 10X. Características avaliadas 2 Tratamento 1 /Dose Comprimento Uniformidade Resistência Elongação Microner --- mm % g tex % Controle 27,850 b 81,300 b 26,250 a 5,200 a 4,250 a 2. TS (100 ml 100 kg -1 ) 29,325 a 83,275 a 29,100 a 5,575 a 4,850 a 3. TS (150 ml 100 kg -1 ) 29,425 a 83,725 a 29,700 a 5,650 a 4,675 a 4. TS (200 ml 100 kg -1 ) 30,075 a 83,800 a 30,625 a 5,725 a 4,725 a 5. FL (25 ml ha -1 V3) 29,425 a 83,050 a 29,825 a 5,600 a 4,700 a 6. FL (37,5 ml ha -1 V3) 28,950 b 83,475 a 28,375 a 5,625 a 4,775 a 7. FL (50 ml ha -1 V3) 29,500 a 83,750 a 29,525 a 5,775 a 4,750 a 8. FL (25 ml ha -1 R1) 28,700 b 83,800 a 28,675 a 5,575 a 4,675 a 9. FL (37,5 ml ha -1 R1) 28,650 b 83,100 a 29,350 a 5,500 a 4,550 a 10. FL (50 ml ha -1 R1) 28,775 b 82,850 a 27,700 a 5,475 a 4,650 a Média 29,068 83,213 28,913 5,570 4,660 C.V.(%) 2,36 1,17 6,49 3,86 5,33 1 TS = tratamento de sementes (semeadura); FL = pulverização foliar (nos estádios V3 e R1). 2 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo método de agrupamento de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade. O tratamento das sementes com o ST-10X, em todas as dosagens avaliadas, aumentou significativamente o comprimento das fibras, promovendo aumentos da ordem de 1,48 (5,30%), 1,58 (5,66%) e 2,23 mm (7,99%), respectivamente para as doses de 100, 150 e 200 ml.100 kg -1 do produto aplicado via sementes, em relação a testemunha não tratada, cujo comprimento das fibras foi de 27,85 mm. A aplicação foliar do produto ST-10X no estádio V3 também promoveu acréscimo significativo no comprimento das fibras, em relação ao controle, contudo, apenas nas doses de 25 e 50 ml ha -1. Os demais tratamentos não diferiram significativamente do controle (tratamento 1) na referida característica. No tocante à uniformidade das fibras, todos os tratamentos avaliados no presente trabalho apresentaram diferenças significativas, quando comparados com o controle; ou seja, tanto o tratamento de sementes, quanto a pulverização foliar do produto ST-10X nos estádios de desenvolvimento V3 e R1, independente da dose aplicada, melhoraram significativamente a uniformidade das fibras. CONCLUSÕES O tratamento das sementes com o Stimulate 10X aumentou a qualidade das fibras, avaliado por intermédio do comprimento de fibra.
6 A maior produtividade de algodão em caroço foi obtida através da aplicação foliar do produto nos estádios V3 e R1, utilizando as menores doses. Os incrementos promovidos pelos tratamentos 5, 6, 8 e 9 na produtividade de algodão em caroço foram da ordem de 96 a 118% superiores à testemunha não tratada. Todas as doses e formas de aplicação do Stimulate 10X aumentaram significativamente as variáveis rendimento de fibra, peso médio do capulho e uniformidade das fibras. O Stimulate 10X não foi fitotóxico à cultura do algodoeiro, quando aplicado por meio do tratamento de sementes ou por pulverização foliar nos estádios V3 e R1, independente da dose utilizada. CONTRIBUIÇÃO PRÁTICA E CIENTÍFICA DO TRABALHO O experimento tem grande contribuição prática no sentido de incrementar a produtividade do algodoeiro utilizando técnicas mais refinadas, como a utilização de biorreguladores. Quanto à contribuição científica, o presente trabalho procurou elucidar de maneira detalhada a eficiência agronômica da utilização de biorreguladores na cultura do algodoeiro, procurando identificar o momento e a forma mais adequados para sua aplicação, bem como a dosagem de melhor resposta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLEONI, B.; BOSQUEIRO, M.; ROSSI, M. Efeito de reguladores vegetais de Stimulate no desenvolvimento e produtividade do feijoeiro. Publicatio UEPG, Ponta Grossa, v.1, n.6, p.23-35, ANDREOLI, C.; KHAN, A.A. Improving seedling emergence of papaya, Carica papaya L., by combining matriconditioning and gibberellin treatment. HortScience, Alexandria, v.28, n.7, p , BELMONT, K. P. DE C.; BRUNO, R. de L. A.; BELTRÃO, N. E. de M.; COELHO, R. R. P.; SILVA, M. T. C. Ação de fitorregulador de crescimento na germinação de sementes de algodoeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 4., Goiânia, Anais... Campina Grande: Embrapa Algodão,, 2003, 4p. (CD-ROM). BRACCINI, A. L.; MONFERDINI, M.A.; ÁVILA, M.R.; SCAPIM, C.A.; BRAMBILLA, D.; ARAGÃO, R.M.; BRAMBILLA, T. Emergência das plântulas e componentes da produção de sementes em resposta a diferentes doses e formas de aplicação do bioestimulante Stimulate 10X na cultura da soja. In: REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO CENTRAL DO BRASIL, 27., 2005, Cornélio Procópio, Resumos expandidos... Londrina: Embrapa Soja, p b. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, p. CASTRO, P.R.C.; VIEIRA, E.L. Aplicações de reguladores vegetais na agricultura tropical. Guaíba: Agropecuária, p. HODGES, H.F.; REDDY, V.R.; REDDY, K.R. Mepiquat chloride and temperature effects on photosynthesis and respiration of fruiting cotton. Crop Science, Madison, v.31, n.5, p , McCONNELL, J.S.; BAKER, W.H.; FRIZZEL, B.S.; VARVIL, J.J. Response of cotton to nitrogen fertilization and early multiple aplications of mepiquat chloride. Journal of Plant Nutrition, Monticello, v. 15, n. 4, p , STOLLER DO BRASIL. Stimulate Mo em hortaliças: informativo técnico. Cosmópolis, v. TOMQUELSKI, G.V.; LEAL, A.J.F.; SILVA, A.L. Custo e lucratividade do algodão cultivado no cerrado central, na safra 2002/03, Chapadão do Sul MS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 4., 2003, Goiânia. Resumos... Campina Grande: Embrapa Algodão, 2004.(CD-ROM).
7 VIEIRA, E.L.; CASTRO, P.R.C. Ação de bioestimulante na germinação de sementes, vigor de plântulas, crescimento radicular e produtividade de soja. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v.23, n.2, p , 2001.
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