MERCADO BRASILEIRO DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS: ANÁLISE DO DESEMPENHO DE UMA SUBSIDIÁRIA DE LABORATÓRIO ESTRANGEIRO

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1 FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EM GESTÃO EMPRESARIAL MERCADO BRASILEIRO DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS: ANÁLISE DO DESEMPENHO DE UMA SUBSIDIÁRIA DE LABORATÓRIO ESTRANGEIRO DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE Rio de Janeiro, 2007 CELINA MARIA DUARTE PEREIRA PINTO

2 ii RESUMO A indústria farmacêutica é um segmento dominado por grandes empresas transnacionais, sendo que esse domínio é particularmente visível no Brasil, onde apenas três empresas nacionais figuram no ranking das dez maiores do setor. A partir de 1970, o mercado farmacêutico mundial sofreu profundas mudanças causadas pela elevação dos marcos regulatórios e pela queda das patentes, que levou à entrada dos medicamentos genéricos no mercado. Em 1999, foi publicada a lei que permitiu a introdução dos medicamentos genéricos no Brasil criando um novo mercado, que é, atualmente, liderado por laboratórios nacionais. A proposta do presente estudo é identificar os motivos que levaram uma subsidiária de um laboratório estrangeiro a não obter a liderança nesse mercado. O referencial teórico aborda a questão nos âmbitos da economia política internacional e dos negócios internacionais, ou seja, nas relações entre matriz e subsidiária, entre empresas nacionais e transnacionais, e entre ambas e o governo. A pesquisadora, com base na literatura disponível, apresenta quatro proposições cujas validades foram testadas a partir de múltiplas fontes de dados. A base da pesquisa empírica foi as entrevistas realizadas com representantes dos diversos atores envolvidos no processo, além da observação participante, que permitiu o acesso a informações que usualmente não estariam abertas à investigação científica. As conclusões indicam que as relações analisadas têm impacto direto no desempenho da subsidiária ao afetarem a sua agilidade no processo de tomada de decisão, sua competitividade em preços e a criação de um portfólio amplo de medicamentos, sendo todos esses aspectos considerados fatores críticos de sucesso pelos respondentes. Os resultados do trabalho podem ser utilizados em pesquisas futuras, visando ampliar o foco do estudo a respeito da dominância dos laboratórios nacionais no mercado de medicamentos genéricos. Além disso, é sugerido o acompanhamento da evolução dos laboratórios nacionais sob a ótica do processo de internacionalização. Palavras-chave: medicamentos genéricos, empresas transnacionais, subsidiária.

3 iii ABSTRACT The pharmaceutical industry is a segment that is dominated by transnational companies. This characteristic is visible in Brazil, where there are only three domestic laboratories in the top ten pharmaceutical companies list. From the 1970s onwards, the world pharmaceutical market went through deep changes caused mainly to the increase of regulatory control and patent expiration that led to the advent of generic medicaments. In 1999, it was published the law that allowed the introduction of generic medicaments in Brazil, creating a new market that is currently dominated by domestic laboratories. This dissertation proposes to identify the reasons for a subsidiary of foreign laboratory does not achieve the leadership of this market. The literature is based on international political economy and international business concepts that means, relations between subsidiary and head office, domestic and foreign companies and government. Four propositions are presented and tested through multiple sources of evidences. The empirical research was mainly grounded in interviews with key persons and participant observation that allowed access to information, which would be not available for scientific investigation. The results indicate that the relationships considered in this study affect the subsidiary performance in generic medicament market in regard to its ability to make decisions, price competitiveness and wide portfolio creation. The respondents considered those three aspects as success critical factors. The results can be used for future research, aiming to wide the focus of the study about domestic laboratory dominance in generic medicament markets. Another suggestion is to follow this market evolution regarding to the internationalization process of domestic laboratories. Key words: generic medicaments, transnational company, and subsidiary.

4 iv SUMÁRIO Resumo... Abstract... ii iii 1. INTRODUÇÃO Pergunta de pesquisa Objetivos Objetivo final Objetivos intermediários Delimitação do estudo Relevância do estudo REFERECIAL TEÓRICO As empresas transnacionais Modelos de expansão internacional Globalização e empresas transnacionais Expansão das empresas transnacionais e investimento externo direto Modelo da diplomacia triangular As relações governo-empresa As relações empresa-empresa Critérios de análise Dimensão empresa-empresa Dimensão governo-empresa METODOLOGIA Tipo de empresa Estratégia de estudo de caso Verificação da qualidade do estudo de caso Tipo de estudo de caso Fontes de evidência Coleta de dados Tratamento de dados Limitações do método DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO CASO O mercado farmacêutico mundial O mercado farmacêutico do Brasil O mercado brasileiro de medicamentos genéricos A subsidiária do laboratório estrangeiro O laboratório nacional Análise da dimensão empresa-empresa Análise da dimensão governo-empresa Análise final CONCLUSÕES E SUGESTÕES

5 v REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GLOSSÁRIO ANEXOS: Roteiro de entrevista Anexo 1: Instituição: Subsidiária Anexo 2: Instituição: Pró-Genéricos Anexo 3: Instituição: Laboratório nacional Anexo 4: Instituição: ANVISA

6 vi LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: O modelo de diplomacia triangular FIGURA 2: Sistemas de intermediação de interesses entre público e privado FIGURA 3: Tipologias de papéis das subsidiárias FIGURA 4: Classificação das subsidiárias conforme grau de autonomia e escopo geográfico das responsabilidades FIGURA 5: Critérios de análise adequados ao modelo da diplomacia triangular... 50

7 vii LISTA DE TABELAS E GRÁFICO TABELAS TABELA 1: Entrevistas realizadas TABELA 2: Vendas globais do mercado farmacêutico por região TABELA 3: Vendas globais do mercado farmacêutico por laboratório TABELA 4: Gastos com saúde como porcentagem do produto nacional bruto, TABELA 5: Crescimento do mercado farmacêutico brasileiro em unidades vendidas.. 76 TABELA 6: Tabela de processos e petições deferidas pela ANVISA em GRÁFICOS GRÁFICO 1: Vendas globais do mercado farmacêutico no período de 1997 a GRÁFICO 2: Evolução dos principais gastos com medicamentos pelo Ministério da Saúde GRÁFICO 3: Detalhamento do faturamento do negócio farmacêutico em GRÁFICO 4: Evolução do faturamento da subsidiária no segmento farmacêutico GRÁFICO 5: Evolução do faturamento do laboratório nacional GRÁFICO 6: Evolução do número de unidades vendidas do laboratório nacional

8 1. INTRODUÇÃO A saúde é uma necessidade básica de todo ser humano. Para mantê-la ou recuperá-la, diversos meios são utilizados, desde a realização de exercícios físicos, a adoção de hábitos de higiene, o controle da alimentação até o uso de medicamentos 1. A indústria farmacêutica é, portanto, um segmento com características únicas, seja pelo seu cunho social, ao produzir bens que estão diretamente relacionados ao bem-estar da população, seja pelo alto impacto que representa nos gastos com a saúde pública. Essa especificidade aumenta na medida em que se constata que esse mercado apresenta falhas, como, por exemplo, a existência de oligopólios e monopólios de empresas transnacionais 2 (ETNs), a proteção por patentes, a lealdade a marcas, além da assimetria de informação entre fabricante, paciente, médico e farmacêutico (Rêgo, 2000). Apesar de sua importância, o acesso aos medicamentos ainda é restrito, como mostram os dados de 2004 do Intercontinental Medical Statistics (IMS, 2005) em seu relatório Intelligence.360 Global Pharmaceutical Perspectives As regiões mais desenvolvidas do mundo, ou seja, Estados Unidos, Europa e Japão, responderam, em 2004, por 88,5% do volume de vendas da indústria farmacêutica, enquanto que a África, Ásia e Austrália responderam por 7,7% e a América Latina, por apenas 3,8%. Dentro dos países latino-americanos, existe uma grande diferença de consumo entre as camadas sociais de acordo com o poder aquisitivo que resulta em uma combinação perversa de má distribuição de renda e ausência de assistência farmacêutica por parte dos sistemas públicos de saúde (Rêgo, 2000). 1 Ver glossário. 2 As diferentes terminologias adotadas para empresas transnacionais são tratadas no item 2.1.

9 9 Trata-se de um mercado dominado por grandes empresas transnacionais que possuem meios e recursos para investir em pesquisa, desenvolvimento e marketing de seus produtos (Rêgo, 2000). Esse domínio é particularmente visível no Brasil, onde apenas três empresas nacionais, Laboratórios Aché, Medley e Eurofarma, figuram no ranking das dez maiores empresas do setor, sendo que Medley e Eurofarma são laboratórios conhecidos por sua atuação do segmento de medicamentos genéricos 3 (IMS, 2006). Esse domínio das transnacionais começou, segundo Torres (1983), a partir do final da II Guerra Mundial, quando as multinacionais adquiriram as empresas nacionais do setor até absorverem perto dos 85% do mercado. A partir dos anos 1960 e 1970, o mercado farmacêutico mundial sofreu profundas mudanças causadas, entre outros motivos, pela elevação dos marcos regulatórios, sobretudo nos Estados Unidos, e a queda das patentes, que levou à entrada dos medicamentos genéricos no mercado (Rêgo, 2000). Essas mudanças foram causadas pela ocorrência de tragédias como, por exemplo, a da talidomida aliada ao aumento dos gastos com a saúde pública. Uma das principais ações, motivada pela queda de patentes, foi a adoção de uma política de medicamentos genéricos que busca, de um lado, facilitar o acesso a medicamentos ao disponibilizar medicamentos mais baratos e, de outro lado, reduzir os gastos públicos com a saúde (Godoy, Maria e Nascimento, 2004). A indústria de genéricos nasceu nos Estados Unidos na década de 1960, mas foi somente em 1984, através de um ato legislativo, que o governo americano criou condições para a consolidação desse mercado. Por se tratarem de medicamentos que eram cópias de patentes expiradas e, conseqüentemente, não arcavam com os altos custos de desenvolvimento, os genéricos rapidamente se tornaram uma alternativa de redução de custo dos tratamentos de saúde 3 Ver glossário.

10 10 e de ampliação do acesso da população aos medicamentos. Atualmente, nos Estados Unidos, segundo dados de 2005 da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos ( Pró Genéricos, 2005), 51% das prescrições médicas são emitidas utilizando o nome genérico dos medicamentos, que já dominam 36% do mercado americano em volume. Ainda segundo a Pró Genéricos, o mercado mundial de genéricos cresce cerca de 20% ao ano enquanto que a indústria de medicamentos inovadores registra um crescimento médio de apenas 8%. A introdução dos medicamentos genéricos no Brasil ocorreu três anos após o país voltar a reconhecer o direito de patentes, a partir da publicação da Lei 9787/99, aliada à criação, no mesmo ano, da agência reguladora do setor: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ambos os fatos, a promulgação da lei e a criação da ANVISA, representaram uma mudança significativa na política governamental sobre esse segmento e causaram grande impacto na estrutura do mercado farmacêutico brasileiro. Segundo a Pró Genéricos, em quatro anos, os genéricos conquistaram quase 10% do mercado farmacêutico brasileiro, saindo de um patamar de vendas de US$ 31,653 milhões, em 2000, para atingir US$ 404,984 milhões, em Além disso, possuem preços, em média, 45% menores que os medicamentos inovadores correspondentes. Apesar disso, dados de 2005 do Seminário Internacional sobre Perspectivas para o Fortalecimento dos Mercados de Medicamentos Genéricos em Países em Desenvolvimento (Seminário Internacional, 2005) mostram que a implantação dos medicamentos genéricos causou uma reviravolta importante no mercado farmacêutico, mas não resolveu o problema do acesso a medicamentos no país. Isso é devido, principalmente, ao fato de que cerca de 60% da população brasileira ganham menos de quatro salários mínimos.

11 O outro objetivo da política de medicamentos genéricos foi criar uma nova plataforma que permitisse a transformação da indústria farmacêutica instalada no país. 11 Com efeito, constata-se que, a partir de 1999, em oposição à tradicional divisão do mercado brasileiro de medicamentos de marca, protegidos por patentes, onde as empresas transnacionais possuem um papel predominante, o mercado de genéricos nacional mostra um claro domínio da indústria nacional. Entre as cinco maiores empresas do segmento de genéricos, apenas uma, a Ranbaxy, é multinacional. Em termos de unidades vendidas, 84% do mercado são dominados pelas indústrias nacionais e, em termos de vendas, as indústrias nacionais respondem por 78% do mercado (IMS, 2006). Esse domínio ocorre apesar de todas as vantagens apresentadas pelas empresas transnacionais conforme afirma Gilpin (2001, p. 284), com base na teoria de Dunning: According to Dunning s ecletic theory, the unique nature and extraordinary economic success of the MNC are due to particular characteristics that give the MNC important advantages over purely domestic corporations. These advantages are ownership, location, and, most important, internationalization, A respeito da grande vantagem das empresas transnacionais, Gilpin (2001) cita, ainda, a teoria de Porter, segundo a qual essas empresas possuem uma grande variedade de estratégias à sua disposição que podem ser utilizadas em qualquer ponto de sua cadeia produtiva, alocando seus recursos da maneira mais eficiente em suas diversas filiais no mundo. A predominância das ETNs em relação às empresas domésticas, conforme ressaltado por Gilpin (2001), está refletida no mercado farmacêutico, conforme afirmam Rego (2000) e Torres (1983), ambos já citados anteriormente. Por serem as maiores detentoras de patentes dos medicamentos de referência, de quem os medicamentos genéricos são cópias fieis, a entrada das ETNs nesse segmento deveria ser

12 12 acompanhada de uma vantagem competitiva adicional, além daquelas que lhes atribuem a literatura. Essa vantagem adicional seria o completo domínio da tecnologia de fabricação do medicamento. Conforme será apresentando no item 3.1, no caso do laboratório estrangeiro selecionado para o presente estudo, possui mais uma vantagem que é a sua alta competitividade no segmento de medicamentos genéricos em outros mercados. No entanto, a avaliação do mercado de medicamentos genéricos mostra que essa não é a realidade no Brasil, onde existe um domínio dos laboratórios nacionais (IMS, 2006) Pergunta de pesquisa A pergunta de pesquisa é: Por que a subsidiária de uma empresa transnacional não lidera o mercado farmacêutico brasileiro de medicamentos genéricos? A resposta para essa pergunta foi obtida por meio da realização de um estudo de caso único (Yin, 2004) para o qual foi selecionada a subsidiária brasileira de um laboratório farmacêutico, tendo como unidades incorporadas de análise as suas relações com a matriz, com um laboratório nacional previamente selecionado e com a agência reguladora do setor.

13 Objetivos Objetivo final O objetivo final deste projeto foi desenvolver um estudo para identificar por que a subsidiária de uma empresa transnacional não lidera o mercado farmacêutico brasileiro de medicamentos genéricos Objetivos intermediários Os objetivos intermediários deste estudo são: analisar o papel da matriz do laboratório estrangeiro na política de genéricos desenvolvida pela sua subsidiária no Brasil; identificar a influência da relação matriz-subsidiária sobre a performance desta última no mercado doméstico de medicamentos genéricos; analisar como a relação com a agência reguladora do setor (ANVISA) interfere no desempenho tanto da subsidiária quanto do laboratório nacional selecionado; identificar as relações existentes entre a subsidiária e os laboratórios nacionais.

14 Delimitação do estudo O estudo limitou-se à análise de dois laboratórios farmacêuticos localizados no Brasil, que optaram por atuar no mercado de medicamentos genéricos, sendo que um deles é uma subsidiária de empresa transnacional e o outro, uma empresa nacional. A análise incluirá as relações da subsidiária com a sua matriz, as relações entre os laboratórios selecionados para o estudo e de ambos com a ANVISA no período de , considerando que a implantação da política de medicamentos genéricos no Brasil iniciou-se em Dessa forma, este estudo não abordará os laboratórios que trabalham somente com medicamentos de marca, as relações dos laboratórios com os demais órgãos do governo federal nem mesmo com os consumidores e a sociedade em geral. Além disso, não foi analisado o impacto das diferentes culturas, tanto nacionais quanto organizacionais, dos laboratórios selecionados. Isso porque tais aspectos fogem do escopo do presente projeto Relevância do estudo A introdução dos medicamentos genéricos no Brasil, aliada à criação da ANVISA, ambas em 1999, representaram mudanças significativas de posicionamento do governo brasileiro frente ao mercado oligopolista e monopolista das indústrias farmacêuticas. A primeira levou à disponibilização de medicamentos a custos mais baixos e em condições de competir diretamente com os medicamentos de marca. A criação da ANVISA, por outro lado, representou o aumento da regulação e, conseqüentemente, das exigências e restrições que estão elevando o padrão do

15 15 mercado brasileiro de medicamentos ao nível internacional. No entanto, esses importantes eventos ocorreram há apenas sete anos e seus reais impactos ainda estão sendo analisados pelos diversos atores envolvidos, quais sejam: comunidade acadêmica, governo federal, entidades de classe como, por exemplo, a Pró Genéricos e a Federação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Febrafarma), laboratórios nacionais e subsidiárias de laboratórios estrangeiros, e o mercado consumidor de medicamentos. Para a comunidade acadêmica, este estudo pretende contribuir para as análises feitas a respeito do impacto da política de medicamentos genéricos no mercado farmacêutico nacional. Nesse sentido, a produção acadêmica, a partir de 2000, foi intensa e abordou diversos aspectos do tema. O banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), bem como a relação dos trabalhos apresentados em Encontros da Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD), mostra um grande número de trabalhos acadêmicos, dentre eles Di Battisti (2003), Godoy (2002), Godoy, Maria e Nascimento (2004), Palmeira e Capanema (2004), Silva e Cohen (2004), Souza et al (2004) e Valentim (2003). A dissertação de Di Battisti (2003) analisou as estratégias adotadas, após o advento dos medicamentos genéricos no Brasil, por dois laboratórios estrangeiros estabelecidos, sendo que um deles optou por entrar nesse novo mercado e o outro decidiu manter-se no mercado de medicamentos de marca. A metodologia adotada foi o estudo de caso, sendo que a coleta de dados foi feita através de entrevistas semi-estruturadas realizadas com os diretores dos laboratórios. O referencial teórico foi baseado, principalmente, no modelo das cinco forças competitivas de Porter e estratégicas genéricas, para analisar as diferentes decisões estratégicas de ambos os laboratórios. As conclusões do trabalho apontam que, apesar de cada um dos laboratórios ter posicionado-se

16 16 de forma diferente diante da ameaça representada pela entrada dos genéricos, não seria possível indicar qual deles foi mais bem-sucedido. Ao contrário, a autora atesta que ambos têm obtido bons lucros e continuam a investir no Brasil. Godoy (2002) fez uma avaliação da indústria farmacêutica brasileira na década de 90 levando em consideração as diversas transformações ocorridas nesse período como: o reconhecimento de patentes, o fim da reserva de mercado, a desregulamentação dos preços e a introdução dos genéricos. A autora, através de métodos econométricos, buscou avaliar a influência do controle de preços no faturamento das indústrias farmacêuticas, concluindo que esse controle é efetivo no sentido de conter aumentos de preços e, conseqüentemente, aumentar a demanda. Dois anos depois, com o aumento da participação dos genéricos no mercado nacional, Godoy, Maria e Nascimento (2004) analisaram o efeito da entrada do medicamento genérico sobre os preços dos medicamentos de marca e concluíram que houve uma redução nos preços dos medicamentos, sugerindo, como um trabalho futuro, que se mantenha o acompanhamento da evolução dessa tendência de queda. Souza et al. (2004) fizeram uma avaliação do comportamento dos consumidores de medicamentos genéricos, abordando o aspecto de marketing social e alertando para a necessidade de uma política que disponibilize informação para a população a respeito do uso de medicamentos genéricos. Palmeira e Capanema (2004) avaliaram a cadeia produtiva da indústria farmacêutica e o impacto da nova política industrial implantada pelo governo federal a partir de Essa política visava estimular a produção nacional de medicamentos genéricos mediante uma linha de crédito com condições especiais para financiar a expansão da produção doméstica de fármacos 4 e de intermediários de síntese. 4 Ver glossário.

17 No levantamento bibliográfico, foi identificado o estudo realizado por Silva e Cohen (2004), cujos resultados podem contribuir para a resposta da pergunta de pesquisa. 17 Silva e Cohen (2004) analisam o impacto do advento dos genéricos nas estratégias da indústria farmacêutica brasileira. Os autores baseiam sua análise na teoria de Porter, segundo a qual existem três abordagens estratégicas genéricas liderança no custo total, diferenciação e enfoque que podem ser adotadas pelas empresas dentro de uma mesma indústria. Além disso, Porter cita treze dimensões que englobariam as diversas opções estratégicas das empresas, sendo que, aquelas que em um determinado segmento industrial optaram por adotar estratégias idênticas ou similares, pertenceriam ao mesmo grupo estratégico. Silva e Cohen (2004) aplicaram os conceitos de Porter à indústria farmacêutica, classificando os laboratórios em grupos estratégicos e fazendo uma análise longitudinal, comparando os posicionamentos estratégicos nos períodos de e , ou seja, antes e depois da implantação dos genéricos no Brasil. Os autores identificaram o laboratório nacional selecionado para esse estudo como pertencente ao grupo cuja estratégia é de liderança em custos. Esse grupo é composto de oito laboratórios cujas características são a forte atuação no mercado de medicamentos genéricos, a pequena participação no mercado de medicamentos éticos 5, o baixo nível de inovação e o menor preço médio praticado pelo mercado. Além disso, foi o grupo que mais lançou medicamentos desde o ano de 1999, quando foi publicada a lei que institui os medicamentos genéricos no Brasil. Em sua conclusão, os autores mostram que, dentro de um universo de trinta e oito laboratórios, apenas quatorze mantiveram uma estratégia consistente, permanecendo dentro do mesmo grupo estratégico. Ou seja, a maioria mudou a sua estratégia de negócio, refletindo a grande transformação da indústria farmacêutica brasileira. Outro ator participante e relevante é o governo, pelo importante papel que exerce de regulador, 5 Ver glossário.

18 18 investidor e, ao mesmo tempo, de cliente desse segmento da indústria. Como regulador, o governo utiliza diversos instrumentos de controle e intervenção, estimulando a prescrição de medicamentos genéricos, controlando preços e margens de lucro, atividades de marketing e condições de segurança e eficiência dos medicamentos (Queiroz 1993). Com relação ao papel de cliente, Paula (2001) ressalta a alta dependência dessa indústria em relação aos gastos do setor público com a saúde, principalmente nos Estados Unidos, onde cerca de 14% dos gastos públicos totais vão para a saúde. No papel de investidor, Paula (2001) relata que parte dos recursos aplicados em pesquisa e desenvolvimento vem do setor público como, por exemplo, no Japão, onde o governo participa com 25% e na Alemanha, onde a participação é de 33%. No caso do Brasil, um exemplo do investimento do Estado foi a política industrial implantada pelo governo federal a partir de 2004 (Palmeira e Capanema, 2004). Dentro do contexto brasileiro de população com baixo poder aquisitivo, a introdução dos medicamentos genéricos no mercado nacional visou atender duas questões importantes, segundo Valentim (2003). A primeira refere-se à necessidade de aumentar o acesso a medicamentos com redução de preços, seja diretamente, seja através da distribuição através do governo. A segunda fomentar o desenvolvimento da indústria nacional, visto que esse mercado não exige altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Dessa forma, a produção de trabalhos acadêmicos que visam entender o mercado de genéricos no Brasil é relevante para o governo, uma vez que tratam de um tema que envolve os diversos aspectos da política estratégica de gestão da saúde no Brasil. O interesse dos laboratórios farmacêuticos advém do fato de serem atores diretamente afetados pela concorrência dos medicamentos genéricos. Silva e Cohen (2004) analisaram o impacto do

19 advento dos genéricos na indústria farmacêutica brasileira e concluíram que a maior parte dos laboratórios reviu sua estratégia tendo em vista o aumento da competitividade do mercado. 19 Os medicamentos são classificados como bens credenciais, ou seja, alguns aspectos da sua qualidade podem nunca vir a ser passíveis de avaliação pelo consumidor. Neste caso, somente um profissional especializado estaria apto a atestar tais aspectos. Essa assimetria de informação na demanda por medicamentos faz com que os consumidores passem a ser uma parte integrante do público interessado na evolução desse mercado. O interesse do consumidor final torna-se mais relevante quando se considera que, no Brasil, a maior parte dos medicamentos é comprada diretamente pelo consumidor final e o consumo é concentrado nas classes A e B, que respondem por 88% do consumo total e representam apenas 47% da população (Paula, 2001). Ambos os dados acima demonstram que a maior parte da população brasileira tem dificuldades de acesso aos medicamentos necessários para garantir seu bem-estar. Finalmente, entre as entidades de classe, menciona-se a Pró Genéricos, criada em janeiro de 2001 e que reúne os principais laboratórios farmacêuticos que atuam no mercado de genéricos no país. A Pró Genéricos articula-se com diversos setores da sociedade, tanto públicos quanto privados, e pleiteia mudanças estruturais que possibilitem o acesso da população de baixa renda aos medicamentos. A meta dessa entidade é que os genéricos elevem o percentual das unidades de medicamentos comercializados no Brasil dos atuais 10% para 30% até o final de Em resumo, a relevância do presente estudo reside na importância da indústria farmacêutica para diversas audiências. A sua importância advém do fato de produzir medicamentos diretamente ligados ao bem-estar da população, pelas falhas de mercado que apresenta e da necessidade de um papel atuante do governo no sentido de manter esse mercado regulado.

20 20 Outro aspecto relevante reside no fato de que a análise dos motivos da predominância dos laboratórios nacionais no mercado de genéricos brasileiro em relação às subsidiárias de laboratórios estrangeiros ainda não foi investigada à luz de um referencial teórico baseado em Gilpin (2001), Stopford e Strange (1991) que indicam a vantagem competitiva das empresas transnacionais frente às domésticas ao mesmo tempo em que destacam a importância das relações do tipo governo-empresa. Dessa forma, o presente estudo contribui para a pesquisa acadêmica ao preencher uma lacuna na literatura.

21 21 2. REFERENCIAL TEÓRICO Para a fundamentação desta pesquisa foram usadas abordagens teóricas que estudam as empresas transnacionais, suas relações com os governos e as vantagens comparativas e competitivas em relação às empresas domésticas, nos âmbitos da economia política internacional e de negócios internacionais. As principais referências selecionadas para compor tal referencial teórico são as obras de Gilpin (2001) e Stopford e Strange (1991). A relevância das mesmas será evidenciada nos tópicos a seguir As empresas transnacionais Gilpin (2001) explica que as ETNs são empresas oligopolistas que operam em mercados imperfeitos. A falta de modelos que expliquem esses mercados de forma satisfatória levaria os economistas a adotarem atitudes ambíguas e contraditórias no que diz respeito a elas. O autor esclarece que, muitas vezes, as imperfeições do mercado são criadas pelos próprios Estados, interessados em atrair investimentos externos diretos (IED), que são a forma mais comum de atuação das ETNs. Sem tais incentivos, uma ETN poderia decidir que a operação mais eficiente seria exportar seus produtos diretamente do seu país de origem ou, ainda, licenciar a sua tecnologia para outra empresa estrangeira. Tais decisões afetam profundamente as taxas de crescimento econômico nas diversas regiões do mundo, ou seja, as atividades das ETNs têm grande impacto nos negócios internacionais. O autor esclarece, ainda, que as maiores ETNs do mundo respondem por, aproximadamente,

22 22 quatro quintos da produção mundial e empregam cerca de dois terços da sua força de trabalho dentro dos seus respectivos países de origem. Para o autor, as ETNs têm papel fundamental no fluxo de tecnologia entre as economias desenvolvidas e em desenvolvimento e, portanto, são fundamentais no processo econômico, social e de bem-estar das populações de diversos países no mundo. Pode-se, portanto, concluir que as ETNs possuem uma inegável importância para a economia mundial. Contractor (2000) discute a questão da aplicabilidade dos termos internacional, multinacional, global ou transnacional. Segundo o autor, a palavra internacional seria aplicável às empresas com uma perspectiva gerencial além das fronteiras de seu país. O termo multinacional estaria relacionado a uma federação semi-autônoma de empresas sob a direção de uma matriz e cujas ações sejam negociadas predominantemente em um país específico. Os termos global ou transnacional seriam aplicáveis àquelas empresas que buscam ativamente uma integração global. Gilpin (2001) também discute a questão das terminologias transnacional e multinacional, e aponta para um entendimento de que o termo transnacional seria mais adequado, pois se trata de empresas que adotam estratégias que alcançam diversos países. O autor esclarece que alguns estudiosos entendem que as ETNs estão desvinculadas de seu país de origem e tornaram-se forças independentes. Outros, no entanto, inclusive o próprio Gilpin, entendem que as ETNs ainda estão ligadas às suas respectivas economias nacionais e que se trata de empresas nacionais competindo entre si em diversos países do mundo. Neste sentido, as ETNs não perderam os vínculos com seus países de origem no que diz respeito à história, à cultura e ao sistema econômico. No entanto, Gilpin (2001, p. 297) não adota nenhuma dessas terminologias ao afirmar que:... I maintain that multinational, transnational, or, if you prefer, global firms,

23 23 are still nation firms conducting international business. Para Scholte (1997), ambos os termos, multinacional e transnacional, não são apropriados, uma vez que a maioria das empresas possui uma forte identidade nacional. Para o autor, os termos global ou transborder seriam mais adequados. Para Bartlett e Ghoshal (2000a), as classificações dentro das categorias internacional, multinacional, global ou transnacional variam de acordo com a evolução do papel estratégico das subsidiárias estabelecidas nos países hospedeiros. Essa evolução ocorre na medida em que ocorrem mudanças tanto no comércio internacional quanto dentro da própria empresa. O primeiro estágio seria de uma mentalidade internacional onde as subsidiárias são vistas apenas como provedoras de aumentos incrementais de vendas e um instrumento para garantir o market share no país hospedeiro. Neste caso, a empresa é reconhecida como uma empresa doméstica com alguns apêndices estrangeiros. O próximo estágio é uma mentalidade multinacional, onde a empresa, reconhecendo a importância da subsidiária como fonte de lucro, decide investir recursos na mesma. A empresa reconhece as diferenças entre os diversos mercados nacionais, é flexível com relação aos seus produtos e adapta-os de acordo com o país. Esse modelo resulta em uma grande ineficiência produtiva, visto que produtos específicos para um determinado país geram perda de eficiência em diversos aspectos operacionais, tais como: logística, design e produção. Uma empresa com mentalidade global busca enxergar o mundo como uma única unidade de análise, ou seja, seus gerentes buscam seguir o pensamento do Prof. Theodore Levitt que afirmou que as empresas devem vender a mesma coisa, da mesma forma, em todos os lugares. Finalmente, a mentalidade transnacional surge na medida em que, no final da década de 1980, as empresas passaram a enfrentar maiores demandas dos governos hospedeiros buscando maiores investimentos, transferência de tecnologia e maior compatibilidade com os requerimentos

24 24 locais.ao mesmo tempo, as empresas deveriam manter seus produtos com altos níveis de qualidade e baixo custo, ambos os aspectos viabilizados pela mentalidade global. Assim, os autores definem esse novo cenário, onde as empresas são cobradas por se adaptarem às necessidades locais e, ao mesmo tempo, por manterem a sua eficiência global, como uma mentalidade estratégica transnacional. A fim de avaliar a real abrangência das ETNs e discutir o conceito de empresa global, Rugman (2005) realizou um estudo das 380 maiores empresas mundiais e constatou que, para 320 delas, cerca de 80% do seu faturamento provêm da sua região de origem. O autor adota a terminologia multinacional e, a partir do fato de que o faturamento das grandes empresas provém, dominantemente, de mercados regionais, conclui que apenas algumas multinacionais, como, por exemplo, a IBM e a Coca-Cola, seriam realmente globais, ou seja, teriam a capacidade de vender os mesmos produtos e serviços em diferentes lugares do mundo. Segundo o autor, é necessário incluir um componente regional na estrutura das multinacionais para que as mesmas possam lidar de forma apropriada com as características específicas de cada Estado. No caso específico dos laboratórios farmacêuticos, Rugman (2005) afirma que nenhum deles pode ser considerado global, principalmente devido às diferentes legislações que regulam o setor nos diferentes países em todo o mundo. Além disso, o autor destaca que o aumento das exigências para se obter o registro 6 de um novo medicamento elevou os custos do desenvolvimento e reduziu as margens de lucro. Em resumo, trata-se de um segmento que tem, obrigatoriamente, de reconhecer os requerimentos específicos de cada país e, ao mesmo tempo, buscar a eficiência de suas operações em um mercado cada vez mais competitivo, onde os custos da inovação estão cada vez mais altos. 6 Ver glossário.

25 25 Por terem que se adaptar às exigências regulatórias locais e, ao mesmo tempo, buscar a eficiência global para se manterem competitivos em relação aos concorrentes, a pesquisadora entende que os laboratórios farmacêuticos podem ser classificados como empresas transnacionais, na terminologia de Bartlett e Goshal (2000 a), sendo essa a terminologia que será adotada no decorrer do presente estudo. No entanto, ao longo da revisão da literatura, serão respeitadas as denominações usadas pelos autores Modelos de expansão internacional Gilpin (2001) faz um resumo histórico das diversas teorias que buscam explicar os motivos que levam as ETNs a se expandirem internacionalmente, iniciando em 1960 com o trabalho de Raymond Vernon a respeito do ciclo de vida do produto. De acordo com essa teoria, todo produto teria um ciclo de vida que se inicia com o processo de inovação, passa pela sua maturidade e cai para um eventual processo de obsolescência. Em uma fase inicial, as empresas exportam seus produtos de seus países de origem, mas na medida em que o produto vai tornando-se maduro, os processos de padronização e a difusão da tecnologia estimulam outras empresas a entrarem nesse mercado. A fim de deter o avanço dos competidores, as ETNs optam por estabelecer bases produtivas em outros países. O IED, sob o ponto de vista de Vernon, seria um instrumento usado pelas ETNs para manter seu poder monopolista. Outra contribuição, segundo Gilpin (2001), foi a teoria eclética de John Dunning, cujo foco era o papel da tecnologia no desenvolvimento das ETNs. Os avanços tecnológicos nas áreas de comunicação e transportes tornaram viável a organização de negócios e produções em uma base global. Além disso, a causa do sucesso das ETNs seria as características únicas que esses tipos de

26 26 empresa possuem, tais como: as vantagens de propriedade, a localização e, o mais importante, a internacionalização. O processo de internacionalização, na grande maioria das vezes feito através e IED, está relacionado ao fato de as ETNs optarem por se estabelecer através de plantas produtivas em outros países, mesmo que essa não seja a opção economicamente mais atrativa, a fim de garantirem vantagens monopolistas como uma marca ou uma tecnologia. A vantagem relacionada à localização significa que as ETNs têm acesso a fatores de produção em diversos locais do mundo e podem optar por aqueles com menores custos de mão-de-obra, por exemplo. A terceira abordagem a respeito do tema mencionada por Gilpin (2001) é de Porter, que discute as vantagens competitivas e entende que existe uma cadeia de valor associada às atividades de negócios internacionais. As empresas podem escolher quais atividades dessa cadeia pretendem realizar e onde as mesmas serão efetivadas. Segundo essa teoria, a grande vantagem das ETNs sobre as empresas domésticas é a possibilidade de acesso a uma grande variedade de estratégias que permitem escolher o local mais eficiente para a realização de suas atividades. Essencialmente, as ETNs teriam uma maior variedade de opções estratégicas que aquelas disponíveis, mesmo para as maiores empresas domésticas. Essas estratégias incluem não somente o IED, mas, também, as alianças estratégicas, o outsourcing de produção de componentes e o licenciamento de tecnologia. Gilpin (2001) destaca, ainda, a visão dos economistas marxistas, que discutem as vantagens comparativas entre países. Para Stephen Hymer o capitalismo monopolista é dominado por duas leis. A primeira delas é de que as ETNs buscam sempre um crescimento contínuo tanto em escala de produção como em escopo. Elas se expandem dentro e além das fronteiras nacionais sendo que, no núcleo de sua estrutura, estão as economias capitalistas desenvolvidas e na periferia, os países menos desenvolvidos. A segunda lei refere-se ao desenvolvimento desigual, ou seja, as ETNs, que devido ao seu tamanho, mobilidade e poder exercem controle e exploram os países de operação em interesse próprio. As suas atividades dividem o mundo em economias capitalistas

27 desenvolvidas ao norte e economias em desenvolvimento ao sul, sendo ambas aspectos complementares do capitalismo internacional. 27 Finalmente, Gilpin (2001) cita a perspectiva estado-cêntrica das ETNs, cujos defensores (o autor cita Paul Doremus como sendo um deles), acreditam que a importância das ETNs advém do interesse dos Estados em manter e aumentar seu poder. Segundo ele, claramente como seguidor dessa perspectiva estado-cêntrica, caso não houvesse consenso e cooperação entre os países economicamente mais poderosos, as ETNs perderiam seu papel predominante na economia mundial. Rugman (2005) descreve, ainda, outro modelo de internacionalização, defendido pela Escola nórdica e que afirma que as ETNs se estabelecem em países hospedeiros de forma gradual. O modelo leva em consideração a necessidade de um período de aprendizagem no que se refere aos mercados envolvidos. É importante observar que todas as teorias apresentadas não abordam a relação das ETNs com os governos dos países hospedeiros. No caso das ETNs, está claro que a sua estratégia de se estabelecer em outros países visa atender ao interesse em manter seu poder monopolista, bem como à necessidade de busca constante da eficiência de suas operações. Os interesses dos países hospedeiros não foram discutidos, mas, como será visto nos próximos tópicos, existe uma relação de barganha entre ambos, ETNs e países hospedeiros, cujas características mudaram a partir da década de 90. Outro aspecto importante, relacionado à expansão das ETNs, é a sua crescente influência no comércio internacional que, por sua vez, se confunde com o fenômeno da globalização. Com efeito, diversos autores entendem que a importância das ETNs no comércio mundial e o fenômeno da globalização são aspectos relacionados entre si.

28 28 Rugman (2005) afirma que as empresas transnacionais são os principais atores e responsáveis pela condução do processo de globalização. Na mesma linha de entendimento, segundo Gilpin (2001), as ETNs são um aspecto fundamental dentro do processo de globalização da economia mundial. Dessa forma, a discussão a respeito das empresas transnacionais envolve, necessariamente, a abordagem do tema da globalização Globalização e empresas transnacionais Assim como as ETNs são um tema controverso no meio acadêmico, a globalização também é objeto de intensa discussão, conforme pode ser visto a seguir. Guedes (2005, p. 115) define globalização como... o processo pelo qual as atividades estatais são desagregadas em favor de uma estrutura de relações entre diferentes atores que operam em um contexto global. Refletindo a polêmica, afirma, ainda, que...todos dizem saber que a globalização existe, mas ninguém sabe dizer exatamente do que se trata. A autora discute se se trata de um... acontecimento histórico real e extremamente significativo... ou apenas uma... construção ideológica ou mítica de valor explicativo marginal... (Guedes, 2005, p. 116). Guedes (2005) apresenta dois pólos teóricos opostos que dominam a literatura sobre o assunto com base em Held e McGrew (2000). O primeiro deles, defendido pelos céticos, que reconhece a importância das fronteiras nacionais nos aspectos políticos, econômicos, sociais e legais correspondentes. O segundo pólo é representado pelos globalistas que não reconhecem a globalização como um constructo ideológico ou sinônimo de imperialismo ou colonialismo.

29 29 A visão dos céticos destaca os aspectos políticos do fenômeno e tem um caráter nacionalista bastante acentuado. Por outro lado, os globalistas procuram entender a globalização como um fenômeno que apresenta diversas facetas, não somente política, mas também social, econômica e cultural. Scholte (1997) apresenta três diferentes entendimentos a respeito do tema. O primeiro identifica globalização como um aumento das relações transfronteiriças dos países, ou seja, um fenômeno de internacionalização, representando um aumento de trocas entre países tanto no que se refere à venda de bens e serviços, quanto a investimentos, trânsito de pessoas, mensagens e idéias. Dentro do segundo entendimento, globalização seria um processo de abertura de fronteiras em larga escala, na medida em que os Estados reduzem as barreiras regulatórias para o comércio internacional. Nesse sentido, globalização é sinônimo de liberalização. O terceiro conceito aborda a globalização como uma mudança fundamental na geografia humana, onde o autor afirma que estamos em um mundo em processo de globalização e não em um mundo globalizado. Para Gilpin (2001), a globalização tem lados opostos, uma vez que, enquanto a competição econômica e os mercados financeiros estão tornando-se cada vez mais globais, a produção e os serviços têm tornado-se cada vez mais regionais. O autor baseia sua afirmação na análise dos fluxos de IED que mostram que 85% do total de investimento estrangeiro, em meados dos anos 1990, ocorreram entre os membros da chamada Tríade do Poder (Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão). Além disso, os fluxos de IED norte-americanos têm sido redirecionados para o México, os japoneses preferem subcontratar empresas na Ásia e os alemães têm voltado seus investimentos para os países da Europa Oriental como, por exemplo, a República Tcheca e a Bulgária. A única exceção a esse movimento tem sido a China, devido ao seu baixo custo de mão-de-obra e seu imenso mercado consumidor. Rugman (2005) se manifesta de forma semelhante a Gilpin (2001) afirmando que o aspecto

30 30 regional deveria ser entendido como parte do processo de globalização e que as especificidades de cada país devem ser levadas em consideração. O autor mostra que a grande maioria das multinacionais consideradas como empresas globais poderia ser considerada apenas como regionais. O autor menciona um estudo anterior, realizado em 2000, onde avaliou o perfil das maiores 500 empresas do mundo, mostrando que quatrocentos e trinta delas, ou seja, 86% do total, possuem seu centro corporativo em um dos países da chamada Tríade do Poder, ou seja, Estados Unidos, Japão e Comunidade Européia. À parte da discussão acadêmica a respeito da real dimensão das ETNs, é inegável que as mesmas exercem um papel fundamental dentro do contexto do comércio internacional, conforme será analisado a seguir Expansão das empresas transnacionais e investimento externo direto Segundo Stopford e Strange (1991), a importância das ETNs no comércio internacional começou a crescer a partir da década de 1970, quando se iniciou um processo que resultou em mudanças estruturais, ocorridas em termos mundiais, no que se refere aos aspectos de segurança, finanças e conhecimento. Os autores destacam a tecnologia como força direcionadora desse processo, flexibilizando e agilizando os processos produtivos e, ao mesmo tempo, possibilitando a oferta de novos produtos e serviços em substituição dos antigos de forma cada vez mais rápida. As ETNs passaram a ter maior flexibilidade no momento da alocação de seus recursos nos diversos países, com maior poder de decisão sobre os quatro principais fatores de produção: terra, trabalho, capital e tecnologia. Por outro lado, esse mesmo avanço gerou um aumento dos riscos para as ETNs, que se viram obrigadas a avaliar com maior critério suas opções de uso da tecnologia,

31 31 necessidades de mudanças de gerenciamento e formas de produção. O entendimento da importância do papel da tecnologia no processo de evolução das ETNs é compartilhado por diversos autores. Scholte (1997) entende que as inovações tecnológicas contribuíram para o processo de globalização. Gilpin (2001) cita a teoria eclética de John Dunning, segundo a qual a tecnologia é o fator de desenvolvimento das ETNs, sendo que a revolução nos meios de comunicação e de transportes foi o que viabilizou a produção e o gerenciamento dos negócios dentro de uma base global. Sklair (1998) esclarece que, no passado, as ETNs buscavam manter suas bases produtivas próximas ao mercado de consumo. No entanto, o avanço da tecnologia, com efeitos nas telecomunicações e nos transportes, eliminou essa necessidade, na medida em que os sistemas de informação estão conectados e a cadeia de distribuição foi expandida. Como exemplo, o autor informa que, em 1960, a grande maioria dos países europeus possuía uma fábrica de sabão da Unilever e, agora, a empresa opera de uma grande base produtiva localizada na Inglaterra, de onde abastece toda a Europa. Stopford e Strange (1991) ressaltam que outro fator de mudança foi a elevação dos custos de inovação, de tal forma que a demora na decisão a respeito dessas mudanças poderia levar ao fracasso e à perda de lucro. Os autores afirmam que as pressões de redução dos custos causadas pelos gastos cada vez mais elevados em inovação, a redução do ciclo de vida dos produtos e o aumento dos riscos do negócio tiveram um profundo impacto nas ETNs, gerando o que se chama atualmente de competição global. Diante de um cenário onde a tecnologia abriu possibilidades de as ETNs gerenciarem suas plantas e produtos de forma global, mas que, ao mesmo tempo, passaram a enfrentar uma competição cada vez mais acirrada, houve uma profunda transformação na relação entre as ETNs e os governos dos países hospedeiros, ou seja, aqueles onde as empresas decidiram instalar suas

32 32 subsidiárias. Segundo Dunning (1998), a partir de meados da década de 80, as ETNs e os Estados deixaram de se relacionar como adversários para atuarem de forma cooperativa. Esse tema será analisado no momento da abordagem do modelo da diplomacia triangular no item 2.2. A expansão das ETNs nos diversos países do mundo ocorre, principalmente, por meio de IED, através do qual as ETNs buscam estabelecer-se de forma permanente em outras economias (Gilpin, 2001). Segundo Gonçalves (2005), a ETN é o principal agente de realização de IED, não somente pela sua enorme capacidade de mobilização de recursos em escala global, como também pelas suas relações com seus respectivos países de origem. O autor afirma, ainda, que o IED...apresenta um comportamento pró-cíclico, isto é, acompanha o ciclo de evolução da economia mundial (Gonçalves, 2005, p.182). Dentro desse contexto, constata-se um crescimento do IED, alavancado pelo crescimento da economia americana, de US$ 332 bilhões em 1995 para US$ bilhão em 2000 (Gonçalves, 2005). Gilpin (2001) informa que, entre 1985 e 1990, o IED cresceu com uma taxa de 30% ao ano, mas, segundo o autor, os fluxos de IED não estão distribuídos de maneira uniforme entre os diversos países, estando concentrados nos Estados Unidos e Europa. Mesmo entre os países em desenvolvimento, essa distribuição é desigual e concentrada no Brasil, México e mercados emergentes da Ásia, sendo que a China é o país que mais recebe IED. O autor apresenta uma crítica ao processo de globalização e à distribuição desigual de IED entre os países, especialmente quando se trata da África, onde se localizam os países menos desenvolvidos do mundo:...the least developed countries in Africa and elsewhere have received a pitifully small percentage of the total amount invested in the developing world. Need it be said that this skewed distribution does not fit the image of globalization! (Gilpin, 2001, p.289).

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