Curso: Integração Metabólica
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- Maria Luiza Aranha Ramalho
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1 Curso: Integração Metabólica Aula 6: Diabetes e hiperinsulinemia Prof. Carlos Castilho de Barros
2 O Que é insulina? Hormônio hipoglicemiante proteico produzido pelo pâncreas.
3 Pré-pró-insulina
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5 O Peptídeo C é secretado pelas células pancreáticas na mesma quantidade que a insulina. Ainda não tem nenhuma atividade importante associada. Como a insulina tem vida média muito curta na circulação e o peptídeo C é mais estável, durando mais tempo no sangue, ele é usado para medir a quantidade de insulina secretada pelo pâncreas.
6 Pâncreas Endócrino
7 Paul Langerhans ( ) Nasceu em Berlin em 1847 Foram caracterizadas como linfonodos pancreáticos. Datam de 1868, quando ainda era estudante. Langerhans não atribuiu qualquer função e a denominação de ilhotas de Langerhans foi dada por Laguèsse em 1893.
8 Célula Delta Célula Alfa α glucagon β insulina δ somatostatina Capilares Célula Beta PP polipeptídeo pancreático
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10 Quando a insulina é liberada? A insulina fica armazenada em grânulos e é liberada principalmente quando há um aumento da concentração de glicose.
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17 Além dos estímulos químicos, o sistema nervoso autônomo também pode provocar a liberação de insulina através do estímulo pelo parassimpático, cujos neurônios pós glanglionares liberam acetilcolina.
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19 Onde vai agir a insulina? Quais são os efeitos nas células alvo?
20 Receptor de insulina nas células alvo.
21 Glicose
22 A insulina estimula a síntese proteica e a síntese de DNA, regula o metabolismo e promove a translocação de transportador de glicose 4 (GLUT4) nas células alvos.
23 Ação da insulina nos tecidos
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27 Ácidos graxos
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29 DIABETES Insulino-dependente (IDDM) Tipo I Não insulino-dependente (NIDDM) Tipo II -Normalmente acomete pessoas < 20 anos -Peso Normal -Produção de anticorpos contra as ilhotas - Inicia-se com uma insulite - Presença de atrofia e destruição das células beta -Normalmente acomete pessoas >30 anos -Obesos -Não apresentam insulite -Pequena diminuição das células beta - Diminuição dos receptores de insulina e de sua sinalização
30 O que provoca a hiperglicemia no paciente de T2DM?
31 Glicose
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33 Mecanismos de Modulação da Sinalização do IR 1- Nível de expressão do IR na célula 1.1-mais transcrição ou degradação (KO IR) 2- Capacidade de autofosforilação 3- Capacidade de fosforilar os 2ºs mensageiros
34 Mecanismos de Modulação da Sinalização do IR 1- Nível de expressão do IR na célula FOXO1 - inibe a transcrição na presença de insulina (fosforilação) em jejum é defosforilada e se liga ao promotor ativando-o APS (adaptadoras) c-cbl ubiquitinação e internalização (degradação)
35 Domínio Transmembrana Domínio Justamenbrana Domínio Tirosina Kinase Região C-Terminal IRS-2 não depende de py972
36 2 Mecanismos de inibição da autofosforilação do IR a) ENPP1/PC-1 Ectonucleotide pyrophosphatase phosphodiesterase 1 ou Plasma cell membrane glycoprotein 1 Polimorfismo no exon 4 K121Q (lisina p/ glutamina) RI genética 25% de aumento do risco para DMT2 PC-1 [ ] não altera em rápidas variações de sensibilidade a insulina
37 2 Mecanismos de inibição da auto-fosforilação do IR b) Tirosina fosfatases (PTPs) LAR leukocyte common antigen-related phosphatases (inibe + IRS-2 ativação) e PTP-1B (py 1158, 1162 e 1163)
38 2 Mecanismos de inibição da autofosforilação do IR c) Modificações pós-traducionais Serina/treonina fosforilação (c-jun N- terminal kinase JNK; proteina knase C PKC; p38 MAPK Fatores circulantes: TNF-α e IL-6
39 2 Mecanismos de inibição da autofosforilação do IR c) Modificações pós-traducionais O-linked glycosylation UDP-GlcNAc
40 3- Inibidores de atividade tirosina kinase do IR3- Família Grb (receptor bound)
41 3- Inibidores de atividade tirosina kinase do IR Supressor of cytokine signaling - SOCS SOCS3 SOCS1 IRS-1 IRS-2 Geis Western\AKT\Análise.xls
42 O Que provoca a resistência à insulina?
43 Condições que dificultam a autofosforilação e a atividade tirosina-kinase do IR: - Obesidade (dose dependente) - PCOS síndrome do ovário policístico - Sedentarismo - Dietas: hiperlipídicas, alta frutose e HFS (antes de ocorrer a obesidade) - Hiperglicemia persistente - Obs: a RI é hereditária e ao mesmo tempo adaptável - Filhos de indivíduos que adquiriram RI possuem maior resistência a insulina
44 ARMAZENAMENTO DE GORDURA TAG LLP AG AG AG AG LLP = lipase lipoproteica TAG
45 LHS (lipase hormônio sensível )
46 LIPÓLISE NO TECIDO ADIPOSO AG alb CATECOLAMINAS AG alb β AG ATP (+) Adenil ciclase AMP c (+) TAG LHS ativa Proteína quinase A LHS inativa
47 Tecido Adiposo INSULINA + LLP enzima lipase lipoprotéica AGL AGL AGL INSULINA CATECOLAMINAS + LHS TG
48 Fatores endócrinos do Tec. Adiposo TNF-α IL-6 Resistina FFA- AGL Estes fatores são responsáveis pelo aumento da resistência a insulina na obesidade.
49 2 Mecanismos de inibição da autofosforilação do IR c) Modificações pós-traducionais Serina/treonina fosforilação (c-jun N- terminal kinase JNK; proteina knase C PKC; p38 MAPK Fatores circulantes: TNF-α e IL-6
50 Efeito do acúmulo de FFA No músculo No fígado Na célula β pancreática
51 Tecido adiposo unilocular (imagem ampliada em 330%)
52 O TA será discutido sobre 3 pontos de vista 1) TA como um órgão de armazenamento; 2) TA na regulação sistêmica e do balanço energético; 3) TA e lipólise.
53 TA como Órgão de Armazenamento
54 Armazenamento de Ácidos Graxos Maior fonte de Triacilglicerol para o TA são os quilomicrons e as VLDL (Very low density lipoprotein). Os ácidos graxos são captados por transporte ativo pelos adipócitos. com (peso normal) sintetiza cerca de g de TAG a cada 24 horas. Quando o TAG é quebrado parte do AG pode ser reesterificada e o glicerol é utilizado na gliconeogênese hepática (o tecido adiposo tem pouca glicerol quinase).
55 LIPOPROTEÍNA
56 Lipoproteínas % DE MASSA TOTAL Col-E Col TG FL ApoLP Funções QM Transporte de TG Intestino TA, músculo e fígado VLDL Transporte de Col e TG Fígado tecidos IDL LDL HDL Transporte de Col fígado e tecidos Transporte de Col Tecido fígado Adaptado de QUINTÃO, 1992.
57 Lipoproteínas - 1 Intestino QM Fígado LDL VLDL IDL = "Lipoproteína de Densidade Intermediária" IDL LLP LDL Tecidos
58 ARMAZENAMENTO DE GORDURA TAG LLP AG AG AG AG TAG
59 TAG
60 TA e Lipólise
61 LHS (lipase hormônio sensível )
62 LIPÓLISE NO TECIDO ADIPOSO AG alb CATECOLAMINAS AG alb β AG ATP (+) Adenil ciclase AMP c (+) TAG LHS ativa Proteína quinase A LHS inativa
63 Tecido Adiposo INSULINA + LLP enzima lipase lipoprotéica AGL AGL AGL INSULINA CATECOLAMINAS + LHS TG
64 TA e Lipólise Em seres humanos o efeito lipolítico das catecolaminas é dependente do balanço entre receptores a e b adrenérgicos. O receptor α2 inibe a lipólise enquanto que os receptores β2 estimula a lipólise. Normalmente há um predomínio lipolítico dos receptores b. A lipólise basal dos grandes adipócitos oriundos de obesos é maior que do que a dos adipócitos pequenos de indivíduos não portadores de obesidade.
65 Hormônios (produzidos pelo TA)
66 Estômago e Intestino delgado Pâncreas Localização Tecido adiposo Glândula ou célula? Célula Rins Pele Gônodas Córtex da Adrenal Medula da Adrenal Classe química Peptídeo, Proteína Hormônios Vários Alvo Hipotálamo e outros tecidos Efeito principal Ingestão alimentar, metabolismo e reprodução
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68 Fatores endócrinos do Tecido Adiposo +
69 Fatores endócrinos do Tecido Adiposo
70 A. PROTEÍNAS SECRETADAS E METABOLISMO DOS TRIGLICERÍDEOS 1. Lipase lipoprotéica (LPL) A LPL é o regulador mais importante para a deposição dos triglicerídeos. A LPL hidrolisa os triglicerídeos das lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) e quilomicra, liberando os ácidos graxos que são captados pelo adipócito. Os genes codificando a LDL não são expressos diferencialmente nos adipócitos omentais quando comparados aos subcutâneos, mas nos obesos mórbidos o tecido gorduroso do omento (visceral) expressa o mrna e a correspondente proteína em nível menor do que no subcutâneo. Quanto à regulação hormonal da LPL, a insulina e glicocorticóides são os estimuladores fisiológicos da atividade da LPL e a sua associação tem um papel importante na regulação da topografia da gordura corporal, sendo a LPL central para o desenvolvimento da obesidade visceral abdominal. Por outro lado, as catecolaminas, hormônio de crescimento e testosterona (no homem) reduzem a atividade da LPL do tecido adiposo.
71 A. PROTEÍNAS SECRETADAS E METABOLISMO DOS TRIGLICERÍDEOS 2. Estimuladora da acilação (ASP) A ASP é o estimulador mais potente da síntese de triglicerídeos no adipócito humano. O adipócito humano secreta 3 proteínas da via alternativa do complemento: C 3,B e fator D (adipsina) que interagem extracelularmente para produzir um peptídeo de 77 aminoácidos, a ASP. A medida em que os ácidos graxos são liberados das lipoproteínas ricas em triglicerídios e quilomicra, pela ação da LPL, a ASP é também produzida, a síntese de triglicerídeos aumentando conforme as necessidades. A via da ASP evitaria o excesso de formação dos ácidos graxos no lume capilar, os quilomicra sendo os determinantes da geração da ASP. A insulina aumenta a secreção da ASP, o que seria de se esperar pela ação concomitante da LPL e ASP. A expressão da ASP sendo maior no tecido subcutâneo do que no visceral, o tecido adiposo do omento teria uma capacidade limitada para impedir que os ácidos graxos cheguem ao fígado, o que poderia contribuir para as anormalidade metabólicas observadas na obesidade visceral.
72 B. PROTEÍNAS SECRETADAS E METABOLISMO DO COLESTEROL E RETINOL 1. Proteína de transferência do éster de colesterol (CETP) A CETP é um modulador importante do transporte reverso do colesterol por facilitar a transferência dos esteres de colesterol das lipoproteínas de elevada densidade (HDL) para as lipoproteínas aceptoras [contendo apob, ricas em triglicerídios, particularmente as lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL)] e de triglicerídeos destas para as HDL. Em conseqüência, há um aumento da captação e degradação das HDL enriquecidas em triacilglicerol, por atividade da lipase protéica ao tempo que ocorre a captação pelo fígado das lipoproteínas contendo apob enriquecidas em colesterol esterificado. Desta maneira, o tecido adiposo, sendo um órgão de depósito do colesterol, o colesterol periférico captado pelas HDL, que agem como aceptoras do efluxo do colesterol, retorna ao fígado para ser excretado. A síntese ou também a secreção da CETP no tecido adiposo está aumentada no jejum, dietas ricas em colesterol/gorduras saturadas, após o estimulo pela insulina e na obesidade. A correlação positiva da CETP circulante com a insulinemia e glicemia basais sugere uma relação com a resistência à insulina. Finalmente, a expressão da CETP na gordura do omento é maior do que na do tecido subcutâneo.
73 B. PROTEÍNAS SECRETADAS E METABOLISMO DO COLESTEROL E RETINOL 2. Ligante do retinol (RBP) A RBP é sintetizada e secretada pelo adipócito, sendo que a transcrição do gene correspondente induzida pelo ácido retinóico, considerando que o tecido adiposo está envolvido no depósito e metabolismo do retinol (vit. A). O mrna codificando a RBP é expresso em nível relativamente elevado nos adipócitos sem haver diferença entre as células gordurosas do omento e subcutâneas. A mobilização do retinol dos depósitos gordurosos não parece estar relacionada com um aumento da secreção da RBP, mas à hidrólise de éster de retinol por uma lipase AMPc-dependente hormônio sensível.
74 C. PROTEÍNA RELACIONADA COM A COAGULAÇÃO: INIBIDOR-1 DO ATIVADOR DO PLASMINOGÊNIO (PAI-1) O PAI-1 é uma protease, sendo um regulador muito importante do sistema fibrinolítico, uma defesa natural contra a trombose. Se liga e rapidamente inibe os ativadores do plasminogênio que modulam a fibrinólise endógena. Embora as fontes mais importantes do PAI-1 sejam os hepatócitos e células endoteliais, os adipócitos também contribuem para os níveis circulantes desta proteína, que estão elevados na obesidade, apresentando uma correlação elevada com os parâmetros que definem a resistência à insulina, particularmente a insulinemia e trigliceridemia basais, além do índice de massa corpórea e o acúmulo de gordura visceral, que explica 28% da variância da atividade do PAI-1. Entretanto, o aumento do PAI-1 na obesidade visceral é independente dos níveis de insulina, triglicerídeos e glicose circulantes. Estudos prospectivos mostraram a associação entre o aumento dos níveis de PAI-1 e a correspondente fibrinólise defeituosa com o risco de ateroesclerose e trombose, particularmente em relação a eventos coronarianos, assim ligando o acúmulo de gordura visceral à moléstia macrovascular. A síntese de PAI-1 tecido adiposo é estimulada pelos corticosteróides e significativamente relacionada com a do fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), enfatizando a possível contribuição local desta citocina na regulação da produção de PAI-1 pelo tecido adiposo.
75 D. FATORES SECRETADOS COM FUNÇÃO ENDÓCRINA 1. Estrogênios A presença de estrogênios em mulheres após a menopausa levou à descoberta de que o T.A. é ativo em termos extraglandulares na produção de certos esteróides. Precursores C19 (adrenal), principalmente androstenediona são convertidos a estrona e estradiol via P450 do TA. Essa produção está positivamente correlacionada com a idade, peso corporal e quantidade de gordura corporal. A aromatase pode ser aumentada in vitro por glicocorticóides.
76 Leptina
77 D. FATORES SECRETADOS COM FUNÇÃO ENDÓCRINA 2. Leptina A leptina é o produto do gene da obesidade (ob) que é expresso nos adipócitos. A leptina age como um fator de sinalização do tecido adiposo para o sistema nervoso central, regulando a ingestão alimentar e o gasto energético e, assim, fazendo a homeostase do peso corporal e mantendo constante a quantidade de gordura. No homem, como nos roedores, se observa uma correlação fortemente positiva entre os níveis circulantes de leptina e a quantidade de gordura corpórea, indicando a secreção de leptina ser um reflexo de hipertrofia gordurosa. A leptina apresenta um ritmo circadiano, com valores noturnos mais elevados. O adipócito é a única fonte conhecida do produto do gene (ob), leptina, os préadipócitos não apresentando esta capacidade. A secreção de leptina é 2 a 3 vezes maior no tecido subcutâneo do que na gordura do omento particularmente em mulheres do que nos homens, pelo fato dos adipócitos subcutâneos serem maiores do que os do omento, especialmente no sexo feminino, e daí maior expressão do gene da leptina.
78 D. FATORES SECRETADOS COM FUNÇÃO ENDÓCRINA 2. Leptina A leptina é também regulada por outros fatores nutricionais e hormonais. Alterações agudas no balanço energético, aumento na ingestão de hidrates de carbono induz uma elevação da leptina (secundária a hiperinsulinemia) em aproximadamente 40%. Por outro lado, a ingestão isocalórica de gordura induz uma redução da leptina. O jejum prolongado induz uma queda na leptinemia. Quanto a regulação hormonal, a insulina, glicocorticóides os estrogênios e TNFalfa têm efeito estimulador nas concentrações circulantes de leptina. Por outro lado, as catecolaminas e androgênios reduzem os níveis de leptina. A leptina circulante exibe um dimorfismo sexual, com valores mais elevados na mulher, pela predominância do tecido gorduroso subcutâneo sobre o visceral e as condições hormonais prevalentes na mulher, estrogênios elevados e androgênios baixos.
79 D. FATORES SECRETADOS COM FUNÇÃO ENDÓCRINA Ø O SNC é o sítio principal de ação da leptina, atuando em áreas específicas do hipotálamo e tronco cerebral, importantes na regulação da adiposidade corporal. Ø Redução da expressão e liberação de peptídios orexigênicos:, Ø neuropeptídeo Y, melanocortina e galanina, Ø Ativação do sistema nervoso simpático e aumento do gasto energético. Ø Aumento dos peptídeos anorexigênicos hipotalâmicos: Ø hormônio de liberação da corticotrofina (CRH), peptídio glucagon-simile-1 (GLP-1) proópiomelanocortina (POMC) e o transcrito regulado pela cocaína e anfetamina (CART). Ø Além disso, a leptina afeta outros mecanismos neuroendócrinos que não a regulação da ingesta alimentar, como a atividade hipotálamo-pituitária, tal como no desencadeamento da puberdade em meninos. Ø A leptina também age nos tecidos periféricos. Assim, demonstrou-se em roedores, que a hiperleptinemia reduz a síntese de triglicerídeos e aumenta a oxidação dos ácidos graxos em ilhotas pancreáticas normais, levando a uma disfunção das células beta, deprivando-as do sinal lipídico necessário para a resposta insulínica aos secretagogos. Ø Este achado, em conjunto com a observação de que a insulina estimula a secreção de leptina, sugeriu a possível existência de uma regulação retrógrada negativa entre a insulina e a leptina.
80 D. FATORES SECRETADOS COM FUNÇÃO ENDÓCRINA 3. Angiotensinogênio O angiotensinogênio, sintetizado primariamente no fígado, é também secretado em abundância pelo tecido adiposo, onde a expressão gênica é regulada pelos glicocorticóides. A expressão do angiotensinogênio é similar na massa visceral e subcutânea. O angiotensinogênio é clivado pela renhia à angiotensina I e esta convertida a angiotensina II pela enzima de conversão da angiotensina, ambas as enzimas também expressas no tecido adiposo. Assim, a angiotensina II, produzida localmente no tecido adiposo, estimulando a produção de prostaciclina pelos adipócitos pode induzir a diferenciação dos préadipocitos a adipocitos. Além do efeito no desenvolvimento do tecido adiposo, o aumento da secreção do angiotensinogênio, via angiotensina II, poderia induzir um aumento da tensão arterial observado com freqüência na obesidade.
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82 D. FATORES SECRETADOS COM FUNÇÃO ENDÓCRINA 4. Adiponectina A adiponectina, uma proteína secretante colágenosímile, é especifica e abundantemente expressa no tecido adiposo, com predominância na gordura visceral, sendo detectada no plasma humano, correlacionando-se negativamente com o índice de massa corporal e área da gordura visceral abdominal, porém não com a gordura subcutânea abdominal. Correlação negativa com resistencia à insulina Correlação negativa com a Resistina (que está ligada à resistência à insulina)
83 E. Fatores com atividade autócrina/parácrina regulando a celularidade do tecido adiposo 1. Fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa) O TNF-alfa é expresso nos adipocitos e estando ausente nos pré-adipócitos, havendo uma correlação significativa com o nível de insulina (medida indireta da resistência à insulina) e o índice de massa corpórea. Expresso diferencialmente no tecido adiposo subcutâneo e omental, se correlaciona negativamente com a atividade da lipase lipoprotéica no tecido gorduroso, efeito local, regulando o tamanho do adipócito, ou seja, representando uma forma de "adipostato". Reduz a expressão do transportador de glicose GLUT lnterleucina-6 (IL-6) Tem a sua concentração plasmática proporcional à massa de gordura. O TNF-alfa induz a produção de IL-6 pelos adipócitos, maior pela gordura omental do que pela subcutânea. Entre as ações da IL-6 está a redução da atividade da lipase lipoprotéica, assim mostrando uma ação local na regulação da captação dos ácidos graxos pelo tecido adiposo, em conjunto com o TNF-alfa ("adipostato"), resultando em maior afluxo de ácidos graxos para o fígado, no caso da gordura visceral abdominal. Assim, esta citocina contribuiria para a hipertrigliceridemia associada com a obesidade visceral. A IL-6, além de ser um regulador autócrino e parácrino da função do adipócito, tem efeitos em outros tecidos.
84 3. Fator de crescimento insulino-símile-1 (IGF-1) e proteína 3 ligante do IGF (IGFBP 3) Demonstrou-se que a diferenciação de pré-adipócitos está associada com um aumento no IGF-1 e na proteína 3 ligante do IGF (IGFBP-3), independente da presença do hormônio de crescimento. Em adipócitos diferenciados, o hormônio de crescimento humano estimula a expressão e produção da IGFBP-3, mas não do IGF-1. Existem, portanto, evidências da ação autócrina/parácrina do IGF-1 e IGFBP-3 no tecido adiposo humano com modulação pelo hormônio de crescimento e cortisol (que reduz a expressão e produção da IGFBP-3 em adipócitos). Portanto, em préadipócitos, a produção de IGF-1 atuando de maneira autócrina/parácrina induz a proliferação dos pré-adipócitos e sua diferenciação em adipócitos. 4. Monobutirina A monobutirina (1-butiril-glicerol) é um produto de secreção do adipócito, favorecendo a vascularização do tecido adiposo no seu desenvolvimento e vasodilatação dos microvasos.
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