PODE O LEITE REFLETIR O METABOLISMO DA VACA? F.H.D.González 1. Porto Alegre (RS). felixgon@orion.ufrgs.br. Introdução

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1 PODE O LEITE REFLETIR O METABOLISMO DA VACA? F.H.D.González 1 1 Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (RS). felixgon@orion.ufrgs.br Introdução A produção dos componentes do leite deriva de duas fontes: (1) um processo de filtração de precursores provenientes do sangue, que reflete não só o metabolismo endógeno onde há uma dinâmica de mobilização de nutrientes, como também a incorporação de nutrientes derivados da alimentação, e (2) um processo de síntese interna da glândula mamária onde são utilizados precursores filtrados e que implica processos de expressão gênica e de saúde deste órgão e do animal como um todo. Os componentes do leite incluem água, glicídeos (basicamente lactose), gordura, proteína (principalmente caseína e albumina), minerais e vitaminas. A proporção de cada componente no leite está influenciada, em diferentes graus, pela nutrição e pelo status metabólico da vaca. Este último envolve a adaptação do animal ao desafio da lactação que invariavelmente impõe desequilíbrios energéticos, protéicos e minerais, simples ou mistos, de forma particularmente dramática nas primeiras semanas da lactação. O leite, sendo o fluido mais fácil de coletar na vaca lactante, torna-se uma ferramenta diagnóstica, pois sua composição pode refletir situações presentes no sangue e, portanto, nos tecidos animais. Os fatores nutricionais que afetam a composição do leite têm sido amplamente abordados em diferentes trabalhos (1, 7, 12, 19). O presente artigo propõe abordar de que forma variações detectáveis na composição químico-física do leite poderiam expressar diferentes situações na vaca leiteira que indiquem o potencial deste fluido no diagnóstico clínico de desordens metabólicas. Transtornos metabólicos nas vacas leiteiras A vaca leiteira de hoje é uma máquina de produzir leite em níveis que demandam um complexo controle metabólico com altas exigências de nutrientes para seu ótimo funcionamento. A tendência dos sistemas de produção atual parece encaminhar-se para animais de alta produção (>20 L/dia), que são os que apresentam maiores problemas metabólicos. Em 20 L de leite são sintetizados cerca de 3 kg de sólidos totais. Para efeitos de comparação, um ótimo ganho de peso de um novilho de corte está em torno 1 kg/dia. Nas vacas leiteiras, os transtornos digestivos no rúmen e as doenças metabólicas se apresentam com muita freqüência. A maioria das alterações metabólicas ocorre de forma subclínica sem que o animal manifeste sintomatologia, a não ser uma diminuição de 10 30% de sua produção. Na maioria dos transtornos ruminais e metabólicos, as alterações bioquímicas iniciais podem ser detectadas no leite, de forma que este fluido pode ser usado como ferramenta no que se conhece como perfil bioquímico do leite (12). No entanto, apesar de existirem técnicas de análise dos componentes do leite, não existe suficiente informação dos fatores envolvidos na mudança da composição do leite, principalmente aqueles fatores relacionados com o estresse metabólico. Na Tabela 1 apresentam-se tipos de desordens 1

2 metabólicas associadas com alta produção do leite e seu potencial indicador no leite com os níveis considerados de alerta. Os principais transtornos metabólicos nas vacas leiteiras incluem os relacionados com o manejo alimentar, tais como a acidose ruminal, desequilíbrios energéticos e protéicos e deslocamento de abomaso, além de transtornos que envolvem ruptura do equilíbrio metabólico em função de balanços negativos energéticos (cetose) ou minerais (hipocalcemia). Tabela 1. Doenças metabólicas e seu possível indicador metabólico no leite (12). Transtorno metabólico Indicador (unidade) Nível normal Nível de alerta acetona (µmol/l) > 300 beta-hidroxibutirato (µmol/l) 25 > 75 Deficiência de energia fosfoenolpiruvato (µmol/l) 115 < 23 relação gordura/proteína 1,2 > 1,5 alantoína (µmol/l) 198 > 792 citrato (mmol/l) 7,8 < 4,7 Deficiência de proteína uréia (mmol/l) 2,5-5,0 < 1,25 Excesso de proteína uréia (mmol/l) 2,5-5,0 > 6,5 Deficiência de Ca/P sódio (mmol/l) 26,5 > 45 fósforo (mmol/l) 38,7 > 68 Alcalose potássio (mmol/l) 44,1 < 29 sódio (mmol/l) 30 > 78,3 Acidose potássio (mmol/l) 44,1 < 11 Estresse por calor e composição do leite Diferentemente dos transtornos metabólicos que envolvem uma dificuldade do organismo para superar o desafio da alta produção de leite, o estresse térmico por calor atinge animais com qualquer nível de produção, sendo a raça mais suscetível a Holandesa, cujo conforto térmico se situa em temperaturas ambientais entre 5 a 23 C. Sendo o Brasil um país tropical, o calor torna-se um fator limitante para a produção. No estresse calórico aumenta a freqüência respiratória na tentativa de perder calor pelo pulmão, levando a uma moderada alcalose respiratória. Como mecanismo compensatório, ocorre perda de bicarbonato pelo rim, diminuindo a quantidade deste tampão no sangue e, portanto, na saliva. Assim, o ph ruminal sofre uma queda (acidose) levando a uma menor proporção na produção de acetato ruminal. O calor também provoca diminuição no consumo de alimento e portanto de fibra, principal estimulador da ruminação e da produção de saliva, fato que aumenta o efeito diminuidor de ph ruminal. As vacas de alta produção são mais afetadas devido a que o mecanismo de termorregulação nesses animais está afetado pelo aumento de calor metabólico. Assim, o estresse térmico ocasiona diminuição do volume total de leite e dos teores de sólidos totais, proteína e gordura (17). 2

3 Acidose Ruminal A acidose ruminal é uma indigestão dos ruminantes provocada por um erro no manejo alimentar devido ao consumo excessivo de carboidratos facilmente fermentescíveis e caracterizada por um desvio da fermentação para a acidez, cursando com um quadro clínico agudo de desidratação e morte. Suas manifestações clínicas agudas se apresentam poucas horas após a ingestão de alimentos com alta proporção de carboidratos simples e baixos em fibra. Os casos que se apresentam com mais freqüência são as formas subclínicas. Os casos crônicos podem não ser tão dramáticos e têm mais importância econômica que patológica porque provocam a diminuição da produção láctea e alterações na composição do leite. Os alimentos mais perigosos para induzir uma acidose ruminal são os grãos, as frutas e as farinhas. A diminuição relativa de fibra estimula o crescimento de microorganismos que degradam os carboidratos simples diminuindo aqueles com atividade celulolítica. Uma proporção de concentrado superior a 60% com relação a forragem é de alto risco para os ruminantes, particularmente para aqueles que não se encontram acostumados com essa dieta. Os acidentes de manejo alimentar, tais como animais soltos com livre acesso a depósitos de alimento ou silos, bem como a falta de água para animais em confinamento (feed-lot) são os fatores mais freqüentes de acidose ruminal aguda. Entre os alimentos, os grãos, particularmente, trigo, cevada e milho estão entre os mais perigosos por seu alto conteúdo de amido. Com o desvio do ph ruminal a acidez, favorece-se o crescimento de bactérias Gram-positivas, desaparecendo os protozoários e aparecendo primeiro Streptococcus bovis e depois Lactobacillus sp. os quais tendem a manter o meio cada vez mais ácido. As fermentações ruminais vão modificando produzindo mudança nas concentrações dos ácidos graxos voláteis, aumentando o ácido propiônico inicialmente e depois o ácido láctico, diminuindo o acetato e o beta-hidroxibutirato. A variação diferencial dos ácidos graxos voláteis e, sobretudo, o acúmulo de ácido láctico no rúmen, provoca um aumento na pressão osmótica intrarruminal forçando a passagem de água do compartimento vascular para o pré-estômago, levando o animal a uma desidratação e, conseqüentemente, a um hidro-rúmen. O ácido láctico acumulado no rúmen tende a manter-se como substrato estável que passa ao intestino, onde é absorvido provocando aumento da lactacidemia e uma acidose sangüínea que deve ser compensada pelo organismo. Nos casos graves, a variação do equilíbrio ácido-básico do sangue, leva à morte do animal por acidose metabólica. As mudanças na concentração dos subproductos terminais do metabolismo do rúmen, trazem como conseqüência o aumento de uma absorção diferencial dos ácidos graxos que chegam na glândula mamária por via circulatória e induzem mudanças no metabolismo do animal. No organismo se produz uma deposição maior de gordura de reserva, por efeito da insulina que responde ao aumento no aporte de precursores de glicose (ácido propiônico) favorecendo a lipogênese no tecido adiposo. O insuficiente aporte de ácido acético ruminal e a menor disponibilidade de ácidos graxos livres por efeito da insulina, causa uma diminuição na quantidade de precursores para gordura na glândula mamária. A conseqüência destas mudanças da acidose ruminal é uma diminuição do teor butirométrico do leite (2). O controle da acidose ruminal pode realizar-se utilizando substâncias tamponantes (bicarbonato de sódio e de magnésio) na ração ou mediante utilização de niacina (que aumenta a taxa butiromética no início da lactação), colina ou metionina não protegida para melhorar a utilização dos aminoácidos glicoformadores. 3

4 Cetose A cetose é uma doença relativamente comum em vacas de alta produção, com apresentação mais freqüente em vacas multíparas que em primíparas. Em geral, sua apresentação ocorre entre 8 a 60 dias pós-parto, período quando o animal exibe balanço energético negativo. A cetose afeta significativamente a produção do leite e a reprodução, causa queda na imunidade e está associada com o aumento na freqüência de deslocamento de abomaso (5). A cetose se deve ao acúmulo anormalmente elevado de corpos cetônicos no sangue devido a anormalidades do metabolismo energético. Basicamente ocorre pela mobilização de tecido adiposo como fonte de energia acompanhado de uma depleção do ciclo de Krebs, em que se acumula acetoacetato e beta-hidroxibutirato. A doença caracteriza-se por hipoglicemia e cetoacidose. Os corpos cetônicos são solúveis no plasma e não requerem proteínas transportadoras, ultrapassam facilmente a glândula mamária e sua dosagem pode ser feita no leite. Os valores médios de corpos cetônicos no leite têm alta correlação com os corpos cetônicos circulantes no plasma (8). O leite tem sido ultimamente usado para o diagnóstico de cetose nas vacas. A dosagem de beta-hidroxibutirato no leite mostrou sensibilidade e especificidade na detecção de cetose em vacas de leite, recomendado-se seu uso rotineiro. O uso de tiras diagnósticas que usam o nitroprussiato de sódio para detectar acetoacetato e acetato também são amplamente usadas, embora com menor sensibilidade que a detecção de beta-hidroxibutirato. Alguns autores recomendam usar estas tiras na urina ao invés do leite por considerá-lo um fluido de excreção mais adequado em função da sua densidade e coloração. Os corpos cetônicos (beta-hidroxibutirato, acetoacetato e acetona) podem atingir níveis de até 40 mg/dl (4 mmol/l) no leite e de 80 mg/dl (8 mmol/l) no sangue. O balanço energético negativo, fator de desencadeamento da cetose, provoca uma série de atividades metabólicas nos diferentes tecidos que trazem como conseqüência a glicogenólise, a gliconeogênese e a lipomobilização. O balanço energético negativo utiliza os mesmos mecanismos de compensação sem importar se o desequilíbrio provêm do déficit entre ingestão e gasto energético no início de lactação ou de um jejum forçado dos animais. Em qualquer caso, a lipomobilização vai contribuir a aumentar os ácidos graxos circulantes, precursores da gordura láctea e a elevar o teor butirométrico do leite. Em todos esses casos, a conseqüência sobre a quantidade e o tipo de gordura do leite tem uma resposta similar, dependendo da sua intensidade, da duração ou da gravidade dos processos patológicos. O efeito sobre a gordura do leite será de um aumento de ácidos graxos de cadeia longa provenientes da lipomobilização e, simultaneamente, de uma diminuição na síntese dos ácidos graxos de cadeia curta pelo menor aporte de precursores à glândula mamária. Em casos de lipomobilização severa, a percentagem de gordura no leite pode aumentar em até 1%. Todavia, para uma correta apreciação desta variação devem considerarse entre outros, os seguintes elementos de decisão: (a) conhecer o valor de gordura no leite do rebanho, conforme o tipo racial e as condições sazonais; (b) conferir o conteúdo de gordura na ração, no possível vendo qual a proporção de gordura protegida; (c) medir a condição corporal no período seco e em cada um dos períodos de lactação; (d) conhecer as variações na composição de sólidos totais do leite com relação à fase de lactação. O déficit de energia, com a conseqüente lipomobilização no início da lactação, pode originar confusões na interpretação dos efeitos do uso de gordura sobre o consumo de matéria seca, a quantidade de leite produzido e a composição da gordura do leite (18). Quanto mais intensa a lipomobilização (maior tamanho das reservas), maior o valor de gordura no leite e maior o risco de distúrbios 4

5 metabólicos severos no animal (cetose clínica). A única forma relativamente aceitável de prevenir a situação é controlando a alimentação durante o período seco, para não aumentar a condição corporal a escores superiores a 4,0 (escala 1-5). É evidente que a determinação do percentual de gordura no leite deverá ser uma medição individualizada em casos clínicos e se considera de maior utilidade nas primeiras seis a oito semanas de lactação, período de maior predisposição para a apresentação do transtorno. Sempre que o leite apresente aumentos na gordura nos casos de cetose, poderá haver redução percentual da proteína nos sólidos totais ocasionando menor valor do produto (2). Desequilíbrios relacionados com a proteína Nas vacas leiteiras é freqüente o desequilíbrio protéico e/ou energético. Desordens em relação à proteína podem ser expressadas com modificações na composição do leite em termos de conteúdo de proteína e de uréia. A composição protéica específica do leite é de interesse da indústria láctea. O consumo de queijo no mundo duplicou na última década e a produção do derivado lácteo depende totalmente da presença de caseína no leite. As caseínas constituem entre 76 a 86% do total de proteína no leite. Existem atualmente métodos precisos de identificação das frações de caseína, assim como técnicas de engenheira genética para induzir a síntese direcionada de κ-caseínas de maior rendimento na industrialização de queijos (3). Uréia no leite A uréia é o maior produto final do metabolismo nitrogenado nos mamíferos. Embora a maior parte da uréia seja excretada na urina, uma parte se difunde livremente do sangue e sai no leite. Na literatura internacional recebe freqüentemente o nome de MUN (Milk Urea Nitrogen). Atualmente, a dosagem de uréia tem tomado muita força devido a duas razões: (1) a proposta de usar a concentração de uréia no leite como indicador do status nutricional protéico e da eficiência da utilização do nitrogênio em vacas do leite, e (2) a possibilidade da sua dosagem rápida através de método enzimático-colorimétrico, que permite dosar um grande número de amostras em pouco tempo, critério usado pelos serviços de controle leiteiro no mundo (17). A concentração de uréia no sangue tem sido empregada como indicador do metabolismo protéico e do aporte protéico da ração, em uso rotineiro nos perfis metabólicos (9). A uréia é sintetizada no fígado em quantidades proporcionais à concentração de amônia produzida no rúmen. Daí sua importância no controle nutricional nos ruminantes (3). A concentração de uréia no leite está diretamente relacionada com a concentração de uréia no sangue, estando afetada por múltiplos fatores como nível de proteína crua na dieta, relação energia/proteína da dieta, e momento da coleta das amostras em relação aos processos digestivos. A concentração de uréia no leite não está ligada a regulação de mecanismos homeostásicos e está menos afetada por variações pós-prandiais que a uréia no sangue, de forma que a sua dosagem pode ser melhor indicador do balanço protéico que a própria uréia sangüínea. Em forma prática, para coletar um grande número de amostras, é preferível o leite ao sangue. Os níveis normalmente aceitos de uréia estão entre 21,4 a 34,2 mg/dl (17). Quando a uréia está elevada no leite, é evidente que a proteína esta sendo utilizada de forma ineficiente. Valores baixos (<19 mg/dl de uréia) permite reconhecer que os níveis de proteína na dieta são inadequados (Tabela 2). 5

6 Frente à qualidade do leite, a maior valor de uréia, menor a concentração de caseína, com a respectiva queda do potencial de industrialização do leite no processamento de queijos. O excesso de proteína na dieta, especialmente nas formas degradável e solúvel, quando não completamente utilizada pelos microorganismos do rúmen (convertida a proteína microbiana), é absorvida pela parede ruminal para a corrente sangüínea. Este nitrogênio, na forma de amônia, é convertido em uréia no fígado. A quantidade de amônia produzida e a quantidade que escapa para conversão a uréia reflete diretamente tanto o nível de proteína degradável no rúmen quanto a disponibilidade de carboidratos fermentecíveis para suportar o crescimento microbiano e a síntese protéica. Tabela 2: Interpretação de diferentes níveis de uréia e proteína no leite em vacas (13). Proteína do leite (%) < 3,0 > 3,2 Uréia < 25 mg/dl deficiência de proteína adequação em aminoácidos, deficiência de proteína, excesso de glicídeos solúveis Uréia > 25,7 e < 36 mg/dl deficiência de proteína, energia (glicídeos solúveis) ou aminoácidos adequação em aminoácidos, equilíbrio de glicídeos Uréia > 38,5 mg/dl excesso de proteína, deficiência de glicídeos solúveis ou inadequação de aminoácidos excesso de proteína, deficiência de glicídeos solúveis Vários estudos demonstram que o excesso de proteína na dieta está relacionado a problemas de fertilidade em rebanhos leiteiros. O excesso de uréia parece atuar basicamente de duas formas: um efeito tóxico no útero, influenciando seu ph e criando um ambiente impróprio para o desenvolvimento embrionário e um efeito negativo no balanço energético do animal, já que a excreção de cada grama de nitrogênio em excesso requer cerca de 7,4 kcal de energia metabolizável. Diversos trabalhos (14, 15, 17) associam redução nas taxas de gestação com valores superiores a 40,7 mg/dl de uréia. No Brasil, não existem estudos dessa dimensão que possam ser referência no tema. Outro forte argumento para monitoramento do metabolismo protéico é o alto custo associado ao desperdício deste nutriente. Jonker e Kohm (14) estimam que cada unidade de nitrogênio uréico no leite representa a necessidade de excreção de quase 90 gramas de proteína (equivalente a 180 gramas de farelo de soja). Os valores individuais de uréia no leite podem variar tremendamente. A recomendação portanto é que se trabalhe com médias de pelo menos 10 animais, o que deve refletir o valor médio do grupo com eventuais erros de 1 ou 2 unidades. Valores médios de uréia no leite para o rebanho abaixo de 25 mg/dl refletem deficiências protéicas ou excessos de carboidratos na dieta. Isto pode limitar a fermentação ruminal, a produção de proteína microbiana e o desempenho do animal. Por outro lado, se a média de uréia do rebanho estiver acima de 38 mg/dl perdas severas devem estar ocorrendo (perda energética para eliminação da uréia, menor taxa de concepção, deficiência imunológica, desperdício de proteína, contaminação ambiental). A avaliação de uréia no leite pode ser feita trimestralmente para que se estabeleçam valores básicos, e/ou quando ocorrerem grandes mudanças na dieta, ou ainda quando se suspeitar de problemas relacionados ao excesso de proteína (baixa taxa de concepção). 6

7 Recomenda-se medir a uréia do leite cada vez que sejam introduzidas mudanças em termos de: pastagem, degradabilidade e/ou solubilidade da proteína da dieta, tamanho das partículas ou umidade dos grãos, taxa de concepção do rebanho, teor de proteína do leite e consistência ou odor das fezes. Finalmente, quando os valores são baixos (menos de 19 mg/dl de uréia), a informação permite reconhecer que os níveis de proteína na dieta são inadequados, devendo portanto aumentar a oferta protéica. Nos controles leiteiros existentes no (Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul), atualmente não se determina uréia de forma rotineira, embora tendo o equipamento para a realização das provas. É necessário argumentar a importância de sua dosagem para contar com esta informação e ter uma ferramenta de utilidade no manejo da nutrição e na otimização do manejo reprodutivo. As alterações na secreção de proteínas ocorrem em carências alimentares severas, em afecções graves da integridade hepática, em parasitismos ou nas afecções inflamatórias da glândula mamária onde diminuem as caseínas e aumentam as proteínas do soro. A influência da mastite subclínica também é de importância por sua prevalência e pela secreção diferencial de proteínas que resulta, por uma parte da reação das células mamárias e, por outra, da atividade proteolítica das enzimas (plasmina) de origem bacteriana que atuam diretamente desde a cisterna da úbere. Síndromes específicas de alteração do leite Síndrome do Leite Anormal (SILA) SILA é uma definição criada por pesquisadores cubanos do Centro Nacional de Sanidade Animal (CENSA) para descrever uma série de alterações nas propriedades físicoquímicas do leite (acidez positiva, prova do álcool positiva), causadas por transtornos fisiológicos, metabólicos e/ou nutricionais com implicações nos mecanismos de síntese e secreção láctea em nível da glândula mamaria, e que levam a perda do valor do leite para o tratamento industrial. A situação é observada em especial durante a época da seca, com duas situações que ocorrem concomitantemente, estresse calórico e suplementação com subprodutos de cana (18). A SILA se caracteriza por diminuição nos sólidos do leite, diminuição na sua estabilidade térmica e na sua capacidade tamponante, e alterações na aptidão para o processamento industrial. A síndrome é considerada como sendo um fenômeno de causa multifatorial e ainda não muito bem identificado em todos os casos. Os desbalanços em energia e proteína associados às características da ração, com implicações no ambiente ruminal e comprometimento do metabolismo geral (acidose), são os fatores de maior consideração no caso de Cuba. A síndrome aumenta em gado de alto potencial genético e em épocas de estresse nutricional e/ou calórico. Nos quadros de SILA, as limitações de energia disponível no tecido epitelial mamário afetam a síntese e secreção dos componentes lácteos, fundamentalmente de caseína, lactose e os principais macrominerais implicados nestes processos, basicamente fósforo e magnésio. É provável que este fenômeno possa ser potencializado por causas genéticas, associadas aos tipos de K-caseínas e outras proteínas lácteas. No caso mais geral de Cuba, a diminuição no consumo de carboidratos facilmente fermentáveis, o aumento de forragem verde, o aumento de proteína verdadeira, de preferência 7

8 by- pass, e o uso de substâncias reguladoras do ambiente ruminal, produzem uma recuperação entre 7-21 dias após as mudanças na alimentação (18). Síndrome de depressão gordurosa Essa diminuição da gordura do leite tem sido denominada síndrome de baixo conteúdo gorduroso do leite (low milk fat syndrome) (4). Esta síndrome é reconhecida desde a década dos A denominação MDF (Milk Depression Fat) foi originariamente atribuída ao efeito do excesso de ácido acético. Embora essa seja uma possibilidade, a final de 1980 surgiu a teoria dos ácidos graxos conjugados, em especial a teoria do CLA (ácido linolênico conjugado) (10). Todos os ácidos graxos de cadeia longa que fazem parte da gordura do leite provêm da biohidrogenação no rúmen. A identificação da bactéria Butyvibrio fabrisolvens a qual altera a síntese de alguns isômeros do CLA, é na atualidade a teoria mais aceita como responsável pela depressão gordurosa. A enzima 9 -desaturase presente na glândula mamária não consegue mudar o isômero trans-10, cis-12, que altera o isômero biologicamente ativo cis-9, trans-11, afetando a síntese de gordura na glândula mamaria e ocasionando um valor diminuído na porcentagem de gordura no leite. Conclusão O leite pode ser usado como um fluido com potencial diagnóstico em transtornos nutricionais e metabólicos das vacas leiteiras. As modificações na composição físico-química do leite nesses casos podem comprometer a qualidade industrial do produto. Apesar da importância do leite implícita nessas duas razões, é necessária pesquisa para ampliar os conhecimentos sobre as variações dos mais de 300 componentes do leite. Referências 1. Bachman K.C. (1992) Managing Milk Composition. In:. Large Dairy Herd Management. Champaign: Van Horn & Wilcox Editors. p Barros L.. (2001) Transtornos metabólicos que afetam a qualidade do leite. In: Uso do leite para monitorar a nutrição e o metabolismo de vacas leiteiras. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 3. Depeters E.J., Cant J. (1992) Nutritional factors influencing the nitrogen composition of bovine milk: A Review. J.Dairy Sci. 75, Engvall A. (1980) Low milk fat syndrome in Swedish dairy cows. Acta vet. Scan., Suppl. 72, Enjalbert F., Nicot M.C., Bayourthe C., Moncoulon R. (2001) Ketone bodies in milk and blood of dairy cows: Relationship between concentrations and utilization for detection of subclinical ketosis. J.Dairy Sci. 84, Erdman R. (1996). Milk Fat Depression: Some New Insights. In: Tri-State Dairy Nutrition Conference, Fort Wayne, IN, p Fredeen A.H. (1996) Considerations in the nutritional modification of milk composition. Anim. Feed Sci. Technol. 59,

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