DEFICIÊNCIA VISUAL NA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL: MAPEAMENTO DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ENTRE 2008 E
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- Vítor Candal Almeida
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1 DEFICIÊNCIA VISUAL NA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL: MAPEAMENTO DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ENTRE 2008 E 2014 Karen Regiane Soriano Marcela Silva da Luz Tainá de Oliveira Castelanelli Ana Luísa Dias Tatit Caroline de Vasconcelos Flamínio Instituição de origem dos autores: UNESP Marília/SP Eixo Temático: Pesquisa e inovação metodológica Agência Financiadora: CNPq; Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPe)/UNESP Palavras-chave: Deficiência Visual. Baixa Visão. Cegueira. 1. Introdução Os estudos sobre a temática da deficiência visual têm sido desenvolvidos por diversos autores (MASINI, 2013; OLIVEIRA, BRAGA, SILVA, 2000; PROFETA, 2007; SANTOS, ALMEIDA, 2014). E, para que mais pesquisadores debatam sobre este tema, é relevante que os estudos realizados sejam publicados em periódicos da área de educação, ampliando, assim, o aparato educacional voltado a este público-alvo. Desta forma, temos como ponto de partida deste estudo, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), que traz uma expectativa de ampliação de publicações de toda a temática relacionada à Educação Especial e, consequentemente, de pesquisas sobre deficiência visual. Já como base de dados, definimos a Revista Brasileira de Educação Especial (RBEE), por tratar-se de um dos periódicos mais procurados pelos pesquisadores da área de Educação Especial e com alto extrato de qualificação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Diante disso, tivemos como objetivo identificar as publicações da Revista Brasileira de Educação Especial (RBEE) entre os anos 2008 e 2014 acerca da temática da deficiência visual e categorizar essas publicações de acordo com: os descritores estabelecidos, o ano de publicação, a região e o estado onde o estudo foi desenvolvido e a temática abordada.
2 2. Aspectos metodológicos Trata-se de uma pesquisa bibliográfica na base de dados da RBEE, com a utilização dos seguintes descritores: a) Deficiência visual; b) Baixa visão e c) Cegueira. Estes descritores foram estabelecidos por ser possível encontrar diferença nos resultados encontrados separadamente, embora todos estejam ligados à deficiência visual em geral. O período para busca estabelecido teve como base a entrada em vigor da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) e como fim o ano de 2014, sendo considerado para este estudo, portanto, o período compreendido entre os anos de 2008 e Segundo Gil (2008) são critérios para a pesquisa bibliográfica: a) Formulação do problema; b) Elaboração do plano de trabalho; c) Identificação das fontes; d) Localização das fontes e obtenção do material; e) Leitura do material; f) Confecção de fichas; g) Construção lógica do texto; h) Redação do texto. Desta forma, o autor defende que a pesquisa bibliográfica está presente na maioria dos estudos realizados e é um facilitador para que o pesquisador consiga fazer um levantamento sobre os estudos que estão sendo realizados sobre determinada temática que pretende estudar. Após seguir as etapas propostas por Gil (2008), lançamos mão de uma análise temática segundo a abordagem de Bardin (2011) com a elaboração de uma ficha de categorização dos artigos, contemplando os seguintes itens: a) Título do artigo; b) Autor (es) do artigo; c) Volume, número e ano da publicação; d) Região e estado/localidade de desenvolvimento da pesquisa (se presente); e) Tema da pesquisa com base nos temas mais citados no decorrer do estudo e; f) Observações referentes a outras informações relevantes sobre o estudo encontrado. Por fim, destacamos as contribuições destes estudos para futuras pesquisas, a partir de uma criteriosa leitura da íntegra dos estudos selecionados. 3. Resultados e discussão Os dados encontrados serão apresentados de acordo com a distribuição dos descritores utilizados para a busca, ano de publicação, estado e região onde as pesquisas foram desenvolvidas e temáticas mais frequentes nestes estudos.
3 Na Tabela 1, a seguir, apresentamos a distribuição das publicações da RBEE no período compreendido pelo presente estudo de acordo com os descritores utilizados para busca: Tabela 1 Distribuição das publicações da RBEE no período de 2008 a 2014 de acordo com os descritores Descritores Frequência absoluta (f) Frequência relativa (%) Deficiência Visual 10 55,5% Baixa Visão 5 27,8% Cegueira 3 16,7% Total % Diante dos dados obtidos, é possível observar que, especificamente sobre cegueira, somente 3 artigos, correspondente a 16,7% do total, foram publicados no periódico em questão durante o período estabelecido para busca. Já na Tabela 2, a seguir, apresentamos os resultados segundo o ano de publicação dos artigos na RBEE: Tabela 2 Distribuição dos resultados de acordo com o ano de publicação dos artigos. Ano de publicação Deficiência Visual Cegueira Baixa Visão Total Dessa forma, podemos observar que o periódico tem mantido a frequência no número de artigos publicados anualmente sobre a temática desde Outra possibilidade de análise dos resultados por meio das fichas de categorização foi a localização na qual o estudo foi desenvolvido, ou seja, e região e o estado do país onde foi realizado. Estes dados são demonstrados na Tabela 3, a seguir: Tabela 3 Distribuição dos resultados segundo a região e o estado/localidade de desenvolvimento dos artigos Região Estado Frequência absoluta (f) Frequência relativa (%) Nordeste Bahia BA 1 5,5% Paraíba PB 1 5,5% Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS 1 5,5% Sul Paraná PR 1 5,5% Minas Gerais MG 1 5,5% Sudeste Rio de Janeiro RJ 1 5,5% São Paulo SP 10 56,0% Exterior Lisboa Portugal 1 5,5% Outro Sem localidade 1 5,5% Total de artigos % Diante da distribuição dos trabalhos segundo a região do país e o estado/localidade de desenvolvimento do estudo, vemos que a região sudeste apresenta o maior índice de
4 desenvolvimento de pesquisas voltadas para temática da deficiência visual, totalizando 12 publicações no período, enquanto a região norte não apresenta nenhuma pesquisa sobre a temática neste periódico. Uma possível causa deste resultado é a concentração de Universidades na região sudeste que impulsionam mais pesquisas relacionadas à temática. Um último item de análise, possibilitado pelo uso das fichas de categorização, foi a identificação das temáticas abordadas nos estudos, conforme a Tabela 4, a seguir: Tabela 4 Distribuição dos resultados de acordo com a temática abordada na publicação Temática Frequência absoluta (f) Frequência relativa (%) Brincar 2 11,2% Desenvolvimento 3 16,7% Educação indígena 1 5,5% Ensino itinerante 1 5,5% Escolarização 3 16,7% Música 1 5,5% Recursos 4 22,2% Rede de apoio 2 11,2% Sexualidade 1 5,5% Total % Em relação à temática abordada nas publicações, é possível observar que as pesquisas sobre recursos são as mais abordadas, seguidas por escolarização e desenvolvimento. Destacamos o estudo de Rocha e Almeida (2008) que descreveram as características profissionais, habilidades e condições de trabalho do professor itinerante de alunos com deficiência visual. Os resultados apontaram a necessidade de uma reorganização dessa modalidade de ensino, em termos de objetivos, de infraestrutura e de políticas públicas. Também no que concerne ao processo de escolarização, destacamos o estudo de Monteiro, Montilha e Gasparetto (2011) que analisaram aspectos voltados para a linguagem escrita de indivíduos com baixa visão adquirida. As autoras verificaram como era utilizada a linguagem escrita no cotidiano destes indivíduos e recomendaram maior atenção fonoaudiológica nesse processo e ênfase no trabalho com a linguagem escrita. 4. Conclusões As produções da Revista Brasileira de Educação Especial (RBEE) entre os anos 2008 e 2014 acerca da temática da deficiência visual, indicaram pontos importantes que permitiram as seguintes conclusões: a) a produção científica dessa área tem recebido mais atenção da
5 região sudeste; b) o descritor deficiência visual é o mais indicado para buscas, pois nos traz mais resultados e; c) os estudos destacados indicam os temas professor itinerante e linguagem escrita para escolares com baixa visão como temas ainda promissores. Referências BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, p. BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEEP, GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas, p. MASINI, E. A. F. S. O Perceber de quem está na escola sem dispor da visão. São Paulo: Cortez, p. MONTEIRO, M. M. B.; MONTILHA, R. C. I.; GASPARETTO, M. E. R. F. A atenção fonoaudiólogica e a linguagem escrita de pessoas com baixa visão: estudo exploratório. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 17, n. 1, p , OLIVEIRA, J. P.; BRAGA, T. M. S.; SILVA, R. K. Análise dos aspectos pragmáticos da linguagem na criança deficiente visual. In: OMOTE, S. (Org.). Boletim do COE. 5.ed. Unesp Marília Publicações, p PROFETA, M. S. A Inclusão do Aluno com Deficiência Visual no Ensino Regular. In: MASINI, E. A. F. S. (Org.). A Pessoa com deficiência visual: um livro para educadores. São Paulo: Vetor, p REVISTA Brasileira de Educação Especial. Marília: Faculdade de Filosofia e Ciências, v. 14, n. 1/ n. 2/n. 3, REVISTA Brasileira de Educação Especial. Marília: Faculdade de Filosofia e Ciências, v. 15, n. 1, REVISTA Brasileira de Educação Especial. Marília: Faculdade de Filosofia e Ciências, v. 16, n. 1, REVISTA Brasileira de Educação Especial. Marília: Faculdade de Filosofia e Ciências, v. 17, n. 1/n. 3, REVISTA Brasileira de Educação Especial. Marília: Faculdade de Filosofia e Ciências, v. 18, n. 2/ n. 4, REVISTA Brasileira de Educação Especial. Marília: Faculdade de Filosofia e Ciências, v. 19, n. 1/ n. 3/ n. 4, REVISTA Brasileira de Educação Especial. Marília: Faculdade de Filosofia e Ciências, v. 20, n. 2/ n. 3, ROCHA, M. M.; ALMEIDA, M. A. Ensino itinerante para deficientes visuais: um estudo exploratório. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 14, n. 2, p , SANTOS, A. C.; ALMEIDA, C. Reflexões sobre a atuação do professor da educação infantil frente a crianças com deficiência visual. In: COSTA, M. P. R.; RANGNI, R. A. (Orgs). Educação Especial na Educação Infantil: Reflexões, informações e sugestões para o professor. São Carlos: Pedro & João Editores, p
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