10. VULNERABILIDADE DO MEIO FÍSICO E CARTOGRAFIA DE RISCOS

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1 10. VULNERABILIDADE DO MEIO FÍSICO E CARTOGRAFIA DE RISCOS

2 10.1. INTRODUÇÃO À vastidão de transformações económicas, sociais e culturais observadas ao longo do último século corresponderam fortes pressões e modificações sobre o ambiente, muitas das quais se traduziram em perdas irreparáveis para alguns territórios. A pressão da sociedade sobre o Meio físico, visível nos mais diversos aspectos, desde a ocupação de espaços agrícolas nas periferias dos centros urbanos, de vertentes declivosas até à construção em áreas de leito de cheia, constitui um dos principais factores responsáveis pela degradação ambiental e pela inerente perda de qualidade de vida das populações. Verifica-se portanto que em sociedades cada vez mais artificiais e complexas e, por conseguinte, com maior domínio sobre as variadas tecnologias, incidem, de uma forma crescente, uma série de riscos naturais em virtude da referida pressão exercida sobre o Meio natural. Numa paisagem bastante humanizada, como é o caso do Parque Natural da Ria Formosa, em que a vivência humana é indissociável do Meio físico, importa pois conhecer e analisar os riscos naturais ou que aqueles que, não tendo uma origem natural, incidem sobre o ambiente. Como riscos naturais entendem-se aqueles que se encontram associados a eventos naturais, isto é, que são independentes da acção humana mas que, simultaneamente, possuem interesse para o Homem. Aqueles eventos podem resultar de fenómenos de dinâmica externa, de dinâmica interna ou da interacção entre eles. Assim, a noção de risco implica a análise de dois conjuntos de factores, os factores ligados à dinâmica natural do Meio, que desenham o conceito de hazard (cientistas de língua inglesa) ou de aléas (cientistas de língua francesa), e os factores ligados à diferente vulnerabilidade das populações, decorrentes das características demográficas, do poder económico, da forma de organização política e do estatuto social e cultural (CUNHA e CRAVIDÃO, 2001). Relacionada ainda com a questão da vulnerabilidade encontra-se a percepção do risco por parte da sociedade, na medida em que a sua capacidade de resposta face a determinado evento natural será função do grau de preparação existente. Estudos de Caracterização 560

3 O conceito de hazard traduz a probabilidade espacial e temporal de ocorrência de um fenómeno natural com consequências negativas para o Homem e para a sociedade, enquanto que o conceito de vulnerabilidade diz respeito às consequências previsíveis desse fenómeno sobre o Homem e a sociedade (CUNHA e DIMUCCIO, 2001), ou seja, encontra-se relacionado com a capacidade de resposta de cada sociedade face a determinada ocorrência. Normalmente, a noção de risco corresponde então ao produto destes dois conjuntos de factores (BACHMANN, 1998), relembrando que é a vulnerabilidade que imprime importância ao risco natural, sobretudo quando são colocadas em perigo vidas humanas e bens materiais. Neste capítulo são apresentados alguns dos riscos existentes na área do PNRF, sendo portanto apresentadas as suas principais vulnerabilidades. Estudos de Caracterização 561

4 10.2. RISCOS NATURAIS Como já vimos os riscos naturais encontram-se na dependência directa dos fenómenos naturais, sejam eles geológicos, meteorológicos ou hidrológicos, entre outros, mas é necessário que produzam efeitos sobre o ambiente antrópico RISCO DE EROSÃO COSTEIRA (FALTA INSERIR A RESPECTIVA CARTOGRAFIA) A costa é uma área em constante evolução, na medida em que constitui a zona de inter-face entre dois meios distintos, nos quais actuam um conjunto de forças construtivas e destrutivas em busca de um equilíbrio dinâmico. Tem sido ao longo dos últimos séculos um local atractivo para concentrações demográficas e para o estabelecimento de inúmeras actividades humanas. Todavia, esta costa encontra-se frequentemente sujeita a fenómenos erosivos, sejam eles resultantes de factores naturais ou antropogénicos, os quais produzem, não poucas vezes, efeitos nefastos, sobretudo para as pessoas. A erosão costeira corresponde então a uma perda de material, que se traduz num recuo da linha de costa, sendo necessário conhecer a posição passada da referida linha para efectuar o cálculo dos volumes perdidos. Este fenómeno constitui um dos mais importantes e actuais problemas que afectam as áreas litorais, com especial relevância para as áreas densamente povoadas e/ou ocupadas por equipamentos e infra-estruturas. Os mecanismos forçadores da modelação do litoral são as marés, a agitação marítima, o abastecimento sedimentar, a litologia, estrutura e morfologia, a elevação do nível médio relativo do mar e as actividades antrópicas. Apesar da erosão costeira se dever sobretudo a factores de origem natural, estando relacionada com a subida do nível médio da água do mar, os factores de origem antropogénica contribuem grandemente para a aceleração do processo e podem estar ligados à redução das fontes aluvionares, devido à construção de barragens ou à extracção de inertes, que se traduz numa deficiente alimentação de sedimentos, à construção de obras de engenharia costeira (esporões, portos) e/ou a processos destrutivos das estruturas dunares, como o pisoteio ou as construções. Estudos de Caracterização 562

5 Os principais fenómenos erosivos que afectam a Ria Formosa coincidem com episódios de tempestade (ventos fortes) normalmente associados a uma situação de baixa pressão atmosférica, contribuindo assim para a sobre-elevação do nível do mar (storm surge). Neste contexto, a capacidade de remodelação geológica das ondas (principais agentes erosivos da costa) é mais elevada, na medida em que possuem maior energia cinética, alcançando, por conseguinte, maiores distâncias. Este trabalho erosivo traduz-se muitas vezes, em galgamentos oceânicos, sobretudo nas áreas em que o cordão dunar se encontra mais frágil ou naquelas em que ele não existe. Os galgamentos consistem, portanto, num fluxo súbito e unidireccional de água costeira, que rompe o cordão arenoso, transportando para o raso de barreira uma carga sedimentar bastante elevada, a qual se deposita sob a forma de um leque de galgamento. Verifica-se portanto que este fenómeno sazonal que afecta ciclicamente a morfodinâmica das ilhas-barreira possui efeitos paradoxais, na medida em que, por um lado, destrói parte das estruturas dunares e da alta praia e, por outro, contribui para o crescimento dos segmentos mais jovens das ilhas em largura e em altura. Torna-se fulcral analisar também estes eventos sob o ponto de vista do risco em termos de ocupação da superfície, sobretudo quando se tratam de áreas em que a ocupação humana se faz sobre as estruturas dunares. Na medida em que os galgamentos oceânicos são, como aliás já tivemos oportunidade de referir, fenómenos erosivos importa conhecer a susceptibilidade da área costeira em estudo aos referidos eventos. A susceptibilidade aos galgamentos pode ser analisada em função do cruzamento das variáveis erodibilidade e erosividade. A primeira corresponde ao conjunto de características morfológicas de determinada área susceptíveis de oferecer resistência ou impedir a agressão provocada por aquele fenómeno. A erosividade, por sua vez, refere-se à capacidade agressiva das ondas sobre uma determinada área, a qual depende do regime sazonal da agitação marítima e da distribuição longilitoral do fluxo de energia. Devido a limitações de ordem temporal, mas também de recursos financeiros e humanos optou-se por apresentar na esfera deste plano, os resultados obtidos no âmbito dos Estudos de Base com vista ao Plano de Ordenamento da Orla Costeira entre Vilamoura e Vila Real de Santo António. Será, no entanto, importante lembrar Estudos de Caracterização 563

6 a dinâmica destas áreas costeiras, o que obriga à tomada de consciência que em condições distintas, os resultados serão obviamente diversos. Assim sendo, para a elaboração da Carta de Susceptibilidade ao Galgamento Oceânico (Carta 19) do POOC (ICN, 2002) foram consideradas, na avaliação da erosividade, as características típicas da rebentação num temporal de Sudoeste (T=11s) e de Sudeste (T=7s), tendo sido determinado o padrão de distribuição de energia ao longo da costa, de acordo com a distribuição espacial dos coeficientes de refracção, adaptados de CONSULMAR (1992). Na avaliação da erodibilidade foram tidos em conta os seguintes atributos morfológicos (ICN, 2002, p.31): - Altura da duna frontal ou das primeiras acumulações de areia sedeadas depois da praia, medida a partir do nível médio; - Tipologia da duna frontal, aquando da sua existência, tendo sido apreciados três tipos de morfologia: a duna primária contínua com vegetação, sem ou com raros corredores de galgamento; um terraço de galgamento típico, podendo eventualmente ter estruturas dunares, mas as quais ocupam sempre menos de 50% da superfície e um tipo intermédio em que o cordão arenoso é descontínuo mas as estruturas dunares ocupam mais de 50% da superfície; - Dimensão da plataforma de espraio das ondas; - Largura da ilha arenosa medida na batimétrica do -4m (ZH). Após a ponderação dos índices de erosividade e de erodibilidade e o seu cruzamento, os troços regulares de costa de 300 m foram classificados em três escalões de susceptibilidade ao galgamento para temporal de Sudoeste e de Sudeste baixa, média e alta, tendo sido igualmente assinaladas as áreas com elevada ou baixa probabilidade de rotura total do cordão arenoso em caso de galgamento num dado local da ilha (ICN, 2002). Da análise da referida cartografia podem retirar-se as seguintes conclusões relativamente à área abrangida pelo Parque Natural da Ria Formosa: - A actual Península do Ancão apresenta uma susceptibilidade baixa ao galgamento de Sudeste, facto facilmente explicável pela sua orientação, encontrando-se mais exposta aos galgamentos de Sudoeste. Possui em relação a estes eventos uma susceptibilidade média ou alta, em função da variação espacial das suas características morfológicas, notando-se que as áreas urbanizadas da Praia de Faro Estudos de Caracterização 564

7 possuem, de um modo geral, uma elevada susceptibilidade ao galgamento. No que concerne à hipótese de rotura total do cordão arenoso, apenas a praia da Quinta do Lago possui uma baixa probabilidade, dados os atributos morfológicos das estruturas dunares. - Na actual ilha da Barreta estão presentes os três níveis de susceptibilidade ao galgamento para temporais tanto de Sudoeste como de Sudeste. Desde o extremo poente desta ilha até sensivelmente à área da antiga barra do Ancão, a elevada susceptibilidade aos galgamentos em temporais de Sudoeste contrasta com a baixa susceptibilidade em temporais de Sudeste. Na restante ilha verifica-se que o seu sector mais central é aquele que será menos susceptível de sofrer galgamentos e há já alguns troços com elevada susceptibilidade aos galgamentos provocados pela agitação marítima de Sudeste, nomeadamente a leste. A rotura total do cordão arenoso é uma hipótese baixa no segmento oriental com curvatura díspar do restante segmento ocidental, enquanto que neste é alta. - A ilha da Culatra possui um grau de susceptibilidade aos galgamentos médio a alto nas duas orientações em análise, notando-se a sua maior fragilidade nos segmentos que correspondem aos núcleos urbanos da Ilha do Farol e dos Hangares e depois da Culatra até ao limite nascente. O segmento em frente à Culatra, juntamente com o segmento poente até aos Hangares são os que apresentam uma probabilidade menor de rotura do cordão arenoso. - O sector nascente da ilha da Armona (cerca de três quilómetros) apresenta elevada susceptibilidade aos galgamentos quer de Sudeste quer de Sudoeste. Devido à orientação desta ilha, o risco de galgamento pela agitação de SE é superior, verificando-se que na restante ilha, a uma baixa susceptibilidade à agitação de SO corresponde sempre uma média ou elevada susceptibilidade à agitação de SE. Em função dos atributos morfológicos desta ilha, é possível perceber que o seu sector nascente (cerca de quatro quilómetros) possui uma elevada probabilidade de rotura do cordão arenoso, bem como outros sectores intermédios do sector poente. - A susceptibilidade à erosão na ilha de Tavira é mais elevada face à agitação de Sudeste, dominando as classes de média e elevada susceptibilidade. O sector poente é claramente o mais frágil face aos galgamentos oceânicos. - Na ilha de Cabanas, a susceptibilidade face à agitação marítima de Sudeste é em toda a sua extensão elevada, enquanto que face à agitação de Sudoeste existe um Estudos de Caracterização 565

8 pequeno sector, quase no extremo nascente da ilha com susceptibilidade média. A probabilidade de rotura do cordão arenoso é elevada em toda esta ilha. - A susceptibilidade aos galgamentos em situação de temporal com agitação marítima de Sudeste é, ao longo de toda a Península de Cacela, elevada, enquanto que em situação de agitação de Sudoeste aquele parâmetro varia entre o médio e o elevado. Toda a península apresenta probabilidade elevada de rotura do cordão arenoso. No âmbito do POOC foi também elaborada cartografia referente à sensibilidade à erosão baseada na informação bibliográfica recolhida e complementada através da análise de fotografias aéreas e ortofotomapas, tendo recorrido ao exame do balanço sedimentar entre a década de cinquenta e a década de noventa (Carta 20). Com efeito, o litoral foi dividido em troços ou sectores, para os quais foram investigados aqueles aspectos, apresentando-se seguidamente as principais conclusões, de acordo com a referida divisão. - Sector Quarteira Ancão Apesar de apenas parte deste sector integrar a área de estudo do presente trabalho, a análise dos resultados obtidos é fulcral para a compreensão da dinâmica do sistema lagunar da Ria Formosa. Assim, de acordo com ICN (2002), este sector, que se inicia imediatamente a nascente do último esporão de Quarteira e que termina no início da Praia do Ancão, apresenta uma tendência para a erosão, o que significa que as suas praias perderam, ao longo do período em análise, areias para o sistema litoral. Para além de se ter concluído que anteriormente às intervenções antrópicas que tiveram lugar a barlamar no primeiro quinquénio da década de 70, designadamente a construção dos molhes de protecção da Marina de Vilamoura e do campo de esporões de Quarteira, este era já um sector em erosão, apresentando valores máximos de recuo de 0,5m/ano na Praia do Forte Novo, aquelas intervenções tiveram um efeito claramente redutor na carga sedimentar proveniente das arribas entre os Olhos de Água e a Praia da Falésia, em Vilamoura, e transportada ao longo deste sector, funcionando como que uma barreira à deriva litoral. Daqui resultou, portanto um défice de alimentação sedimentar responsável pelas elevadas taxas de recuo observadas na segunda metade da década de setenta, designadamente na Praia do Forte Novo (quase 8m/ano). Estudos de Caracterização 566

9 De acordo com ICN (2002), a conjuntura actual caracteriza-se por uma tendência para o retorno a comportamentos e valores do processo erosivo semelhantes a um estado natural, na medida em que após o final dos anos 70, os extremos de erosão deixaram de se localizar entre Quarteira e o Ancão, havendo uma distribuição crescente do processo erosivo, de poente para nascente, com valores médios da ordem dos 0,4m/ano e máximos de cerca de 0,5m/ano junto ao enraizamento da Península do Ancão. Este retorno às características de um processo erosivo natural é justificado pela não influência actual na deriva litoral das intervenções antrópicas a barlamar do sector em análise referidas anteriormente, na medida em que só assim se explica o não crescimento em largura da praia adjacente às arribas dos Olhos de Água a Vilamoura. - Península do Ancão Neste sector há uma elevada sensibilidade à erosão, o que significa que a informação disponível sugeriu a presença de estabilidade ou de ligeira tendência para a erosão, embora a mesma não seja quantificável através dos elementos disponíveis. Prevê-se no entanto que a instalação do processo erosivo seja bastante plausível a curto prazo, o que surtirá efeitos nefastos, sendo ainda importante lembrar que a Península do Ancão constitui o limite poente do sistema lagunar da Ria Formosa, sendo essencial à sua continuidade. No que respeita à alimentação sedimentar, trata-se de um sector bastante dependente do contributo do troço a barlamar. Por um lado, o facto de ser uma das barreiras mais estreitas e com uma morfologia mais simples, incluindo uma praia e um cordão dunar estreito e, por outro, a sua elevada susceptibilidade aos galgamentos oceânicos face à sua orientação, contribuem de maneira significativa para a sua maior sensibilidade à erosão. Em locais onde os episódios de galgamento oceânico são frequentes, é extremamente necessário que a barreira arenosa apresente uma elevada flexibilidade a este fenómeno, já que se trata de um processo destrutivo e simultaneamente construtivo, como já tivemos oportunidade de perceber. No caso da Península do Ancão, esta pertinente maleabilidade encontra-se comprometida pela densidade e rigidez da sua ocupação. Estudos de Caracterização 567

10 - Barra Nova do Ancão Esta barra apresenta uma tendência erosiva, na medida em que no ano subsequente à sua artificial abertura (Abril de 1997) foi registado o alargamento da secção da embocadura, sobretudo na sua aba poente. A sua evolução bastante rápida também se pautou pela retenção de areias sob a forma de deltas de vazante e de enchente, funcionando como que um poço à deriva litoral. Resta referir que, à data do estudo em análise (ICN, 2002), o delta de enchente ainda não possuía uma dimensão de equilíbrio e a sua capacidade de retenção afectava permanentemente o sistema costeiro. - Ilha da Barreta Neste sector existem duas situações distintas quanto à dinâmica dos processos de modelação litoral, relacionadas com a distinta orientação desta ilha. Por um lado, o troço mais a poente, em que a orientação é, grosso modo, Noroeste-Sudeste, é o mais afectado pela erosão, ainda que tenha sido considerado como possuindo uma sensibilidade à erosão baixa ou nula, enquanto que o troço a nascente, que inclui o Cabo de Santa Maria, de orientação sensivelmente Sudoeste-Nordeste, apresenta tendência para a acumulação. Deve referir-se que no troço poente da ilha da Barreta, a deposição das areias dragadas, provenientes da abertura da nova barra, na antiga barra natural do Ancão constituiu um input valioso de material no sistema e que justifica em parte a referida baixa ou nula sensibilidade à erosão. A acumulação observada no segmento nascente desta ilha deverá estar relacionada não só com a deriva litoral, mas também com a evolução dos fundos da Barra de Faro, como veremos seguidamente. - Barra de Faro De origem artificial, caracteriza-se por apresentar tendência para a erosão, uma vez que o seu aprofundamento tem sido contínuo, ao qual corresponde uma perda apreciável de areias. Este aprofundamento fracciona de um modo irreversível a plataforma subtidal costeira, obstruindo a transposição natural de areias através da barra. Parte do volume de sedimentos perdido por via do referido aprofundamento perde-se, definitivamente, para o largo, caindo pelo talude que liga o canal da barra aos fundos próximos. Outra parte, ainda que não muito significativa poderá eventualmente dirigir-se para nascente para alimentar as praias da ilha da Culatra. Estudos de Caracterização 568

11 Uma parte substancial contribuirá para a alimentação do já referido banco submarino e da praia (submarina e aérea) adjacente ao molhe poente da Barra de Faro, sendo transportada pelas ondas incidentes. Finalmente, uma pequena parte será levantada e depositada na enchente sob a forma de um leque de fraca espessura no canal de Faro e nos bancos do sapal nas imediações próximas a Norte. Por outro lado, as correntes geradas por esta barra, sobretudo as de vazante, impedem a deriva litoral, fazendo engordar o sector nascente da Ilha da Barreta. Por sua vez, esta obrigatória retenção sedimentar a barlamar originou um banco de areia subtidal, localizado no prolongamento para Sul do Cabo de Santa Maria, em forma de triângulo escaleno e com vértice apontado para Sul. O referido banco de areia deforma de um modo significativo a batimetria próxima, podendo ocasionar alterações aos rumos de aproximação das ondas junto do litoral, as quais passarão a atacar a barra de Sul ou de SSE numa situação de mar de SO de período relativamente longo. - Ilha da Culatra Barra da Armona A dinâmica deste sector está bastante relacionada com a fixação artificial da Barra de Faro, na medida em que após a sua construção verificaram-se dois fenómenos distintos. Por um lado, a duplicação da extensão da ilha da Culatra num período de 20 anos e, por outro, a erosão da Praia do Farol. Inter-ligado com aqueles processos surge o assoreamento de parte da Barra da Armona, bem como a erosão dos seus bancos exteriores (delta de vazante). A cartografia do ICN (2002) considera a existência de tendência para a erosão nesta barra atendendo ao balanço entre assoreamento e erosão. O referido assoreamento deveu-se, em parte, ao crescimento da ilha da Culatra para NE, o que contribuiu para a diminuição da secção de boca desta barra. Assim, com um prisma de maré constante, houve uma redução de cerca de 25% do contributo da Barra da Armona para esse mesmo prisma, em virtude da redução da sua secção de embocadura, tendo transitado para a Barra de Faro. Relativamente à génese dos sedimentos que alimentam o crescimento da ilha da Culatra para NE, asseguram parte do assoreamento observado na Barra da Armona e sustentam a costa arenosa para nascente até à foz do rio Guadiana, fica clara a responsabilidade da erosão da Praia do Farol, motivada pela inibição da deriva Estudos de Caracterização 569

12 litoral devido aos molhes de protecção à barra de Faro, bem como do delta de vazante da Barra da Armona. A curto prazo, prevê-se uma tendência para a estabilização, na medida em que na década de setenta houve já diminuições quer da erosão da Praia do Farol quer da acumulação a NE da ilha da Culatra. Esta tendência para o equilíbrio deverá traduzir-se numa redução ou mesmo corte da alimentação sedimentar a nascente da barra da Armona e, consequentemente incrementar o processo erosivo nas praias do sotavento. - Barra da Armona Barra de Tavira De acordo com ICN (2002) na ilha da Armona são identificáveis dois processos: tendência para acumulação nos troços inicial e final e sensibilidade à erosão baixa ou nula. Será, no entanto, importante notar que a cartografia em análise ainda não contempla a abertura da barra nova da Fuseta a poente da antiga, no Verão de 1999, face ao seu forte assoreamento, referindo que a barra da Fuseta possui reduzida interferência no balanço sedimentar das ilhas da Armona e de Tavira. A ilha de Tavira apresenta em quase toda a sua extensão uma sensibilidade à erosão baixa ou nula apenas contrariada por uma tendência para a acumulação no seu troço nascente tal como na própria barra de Tavira. - Barra de Tavira Manta Rota Ao longo de toda a ilha de Cabanas verifica-se a existência de tendência para a acumulação, tendo-se apenas registado o efeito de bloqueio da deriva litoral nos quatro anos imediatamente após a construção do prolongamento dos molhes de protecção da Barra de Tavira ( ). Não havendo impedimentos à alimentação sedimentar a nascente da barra de Tavira, associado ao assoreamento elevado dos fundos poentes da barra de Cabanas, estavam reunidas as condições para o elevado incremento em extensão da ilha de Cabanas, que ao mesmo tempo apresenta uma tendência natural para se juntar a terra. Simultaneamente a Península de Cacela apresenta uma tendência para a erosão, prevendo-se que, na ausência de intervenções que contrariem esta tendência, possa vir a desaparecer, passando a actual ilha de Cabanas a ser o enraizamento nascente da Ria Formosa (península), ainda que sensivelmente maior, juntando-se Estudos de Caracterização 570

13 a terra perto da povoação da Fábrica. Este padrão evolutivo, a verificar-se, repetiria o mecanismo observado no início do século XX quando a ilha de Tavira se soldou a terra dando lugar à actual Península de Cacela e se completou o processo de remobilização sedimentar que originou a planície costeira da Manta Rota. A determinação da sensibilidade face aos galgamentos oceânicos bem como o conhecimento do grau de sensibilidade ou da própria tendência para a erosão permitiu compreender a perigosidade associada aos processos erosivos no troço costeiro da área de estudo. Todavia, a compreensão do risco de erosão costeira implica a determinação de áreas de conflito, ou seja, áreas em que a ocupação edificada coincide com a esfera de actuação dos processos naturais activos, pois como já tivemos oportunidade de explanar, o risco implica consequências a nível antrópico e não existe sem qualquer tipo de ocupação. Seguindo esta linha de análise o POOC integra também cartografia referente às áreas de risco (Carta 21), obtida a partir do cruzamento da faixa com elevada sensibilidade aos processos costeiros com as áreas edificadas em zona sensível / de risco. Determina igualmente a largura das respectivas faixas de protecção face aos referidos processos, podendo a metodologia ser melhor conhecida em ICN (2002). Como áreas de risco foram então considerados: - Alguns troços da Península do Ancão correspondentes à localização de estacionamentos, equipamentos e apoios de praia; - A área urbanizada da Praia de Faro; - As construções na Ilha da Barreta; - As áreas edificadas da Ilha da Culatra, incluindo os núcleos do Farol, Hangares e Culatra; - Os núcleos urbanos da Ilha da Armona e da Praia da Fuseta; - As construções da Praia do Barril e da Ilha de Tavira. Como nota final do estudo elaborado sobre os riscos de erosão costeira no âmbito do POOC, consta a preconização de uma solução, com a qual concordamos, relacionada com a desocupação e renaturalização das áreas de risco identificadas. Estudos de Caracterização 571

14 RISCO DE CHEIA E DE INUNDAÇÃO Em primeiro lugar considera-se importante esclarecer os conceitos de cheia e de inundação, pois ambos não possuem idêntico significado. Uma cheia corresponde a um aumento rápido e temporário do débito de um curso de água, ultrapassando bastantes vezes o débito médio desse curso de água, caracterizando-se ainda por uma descida rápida do caudal máximo. Este aumento pode ou não originar, por sua vez, uma inundação. Este último termo designa, num sentido lato, uma invasão de água em áreas normalmente secas. Com efeito, para além de incluir os fenómenos mais comuns relacionados com o transbordo de um curso de água também inclui outros, como por exemplo, as inundações provocadas pela ruptura em obras de protecção (diques) ou as inundações em áreas estuarinas resultantes da conjugação de situações de preia-mar com a passagem de um sistema depressionário. Temos assim, dois tipos de inundações: as de origem fluvial e as de origem marítima. A chuva ou a liquefacção dos gelos são algumas das causas mais frequentes das cheias, das quais as inundações são os fenómenos com maior visibilidade, uma vez que podem afectar bens materiais e conduzir mesmo à perda de vidas humanas e animais, perturbando a organização social. Em Portugal, a precipitação intensa é a causa principal das cheias e, consequentemente das inundações de origem fluvial. As de origem marítima estão igualmente associadas a fenómenos meteorológicos, ainda que não se relacionem directamente com a precipitação. Decorrem sobretudo da combinação de situações depressionárias com situações de preia-mar, o que concorre para a elevação do nível médio das águas do mar (storm surge) e para uma maior intensidade da ondulação. A análise do risco de inundação implica a avaliação dos factores que nele intervém, ou seja, o perigo de inundação e a vulnerabilidade face a esse fenómeno. Devem, portanto, ser analisadas as características físicas do meio aquático, as características da planície de inundação e dos habitats associados e as características sócio-económicas da ocupação da planície de inundação (ROCHA, 1998). Estudos de Caracterização 572

15 Assim, a análise da tipologia das cheias e das inundações envolve, em primeiro lugar a distinção da origem da inundação (fluvial ou marítima) e, posteriormente, a consideração de quatro características fundamentais (ROCHA, 1996): - dimensão ou área da bacia hidrográfica; - tipo de ocorrência meteorológica; - tipo de vale que é inundável; - factores sócio-económicos. As cheias mais frequentes (com menor período de retorno) são as menos intensas enquanto que as menos frequentes (com maior período de retorno) são as mais intensas. A área do Parque Natural da Ria Formosa integra-se na Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Algarve, embora todas as linhas de água drenantes para o sistema lagunar façam parte da sub-bacia da Ria Formosa, a qual perfaz cerca de 854 Km 2, como aliás já tivemos oportunidade de observar em capítulo precedente. Ao contrário do que sucede nas grandes bacias, onde as cheias são relativamente lentas, sendo necessária a passagem de várias superfícies frontais com precipitação intensa, as cheias e inundações na bacia da Ria Formosa devido ao seu carácter súbito, à semelhança do que acontece nas restantes pequenas bacias, podem atingir dimensões preocupantes. Este facto decorre essencialmente de dois conjuntos de factores: as características físicas da bacia e a ocupação humana das mesmas. Com efeito, a conjugação de precipitações fortes de curta duração, de origem convectiva, mais frequentes nas regiões menos declivosas (forte instabilidade atmosférica), devidas a um sobreaquecimento da superfície terrestre, que conduz a uma subida rápida do ar e ao seu consequente arrefecimento, aproximando-se do seu ponto de saturação, com a própria morfologia da bacia hidrográfica em estudo, na qual dominam pequenas linhas de água, com um regime torrencial e efémero e com uma estrutura hierárquica pouco complexa ou inexistente, resulta na existência de perigosidade elevada, uma vez que potenciam cheias rápidas, embora de curta duração. A vulnerabilidade, por sua vez, encontra-se associada aos factores antrópicos, sendo de referir que o próprio carácter de efemeridade que as linhas de água apresentam nesta região constitui um factor potenciador da referida vulnerabilidade Estudos de Caracterização 573

16 e, consequentemente do risco de inundação, na medida em que, há, por vezes, a tendência para ignorar a sua área de leito de cheia, sendo a mesma abusivamente ocupada, donde resulta um elevado grau de vulnerabilidade a este tipo de fenómenos naturais. Destacam-se ainda as actividades agrícolas e florestais que se desenvolvem em áreas de leito de cheia, sendo curioso notar que muitas das áreas agrícolas se localizam nas planícies aluvionares, as quais tiveram, em grande parte, a sua génese nas cheias ocorridas durante os últimos séculos. A localização de actividades antrópicas em áreas de leito de cheia não só implica vulnerabilidade às inundações como constitui um factor potenciador das mesmas, quer pelas incorrectas práticas agrícolas e florestais, que fazem aumentar a quantidade de materiais transportados pelas linhas de água, constituindo, por vezes, entraves à circulação da água, quer pela impermeabilização de vastas áreas, nas quais deveria haver infiltração e não escoamento. Para além da inundação de áreas imediatamente adjacentes às linhas de água verificam-se também inundações nalguns núcleos urbanos ribeirinhos ou costeiros, devido à incapacidade ou dificuldade de drenagem das águas pluviais por parte dos colectores urbanos, sendo esta situação agravada quando a ponta de cheia coincide com a altura de preia-mar e/ou de preia-mar de águas vivas equinociais. Outra situação de possíveis inundações a tomar em conta é a decorrente da ruptura de barragens. Nesta sub-bacia, as situações de cheia mais relevantes, nos últimos tempos, remontam ao final da década de 40 e ao período de Outubro a Dezembro de As últimas motivaram aliás a elaboração de um relatório técnico acerca dos estrangulamentos verificados no DPH. O referido relatório apontou como principais causas para as cheias ocorridas em 1989, a excepcional queda pluviométrica por um lado e, por outro, as dificuldades no escoamento. Também as reduzidas dimensões das bacias hidrográficas das linhas de água desta área, que induzem a cheias repentinas e torrenciais, contribuíram para a dimensão dos fenómenos ocorridos. Referem-se seguidamente as bacias hidrográficas parcialmente integradas na área do PNRF em que os efeitos das cheias foram mais significativos, de acordo com MPAT, Estudos de Caracterização 574

17 Na bacia hidrográfica da Ribeira de Cacela houve destruições no leito e margens do Barranco da Canilha, afluente da margem direita da Ribeira de Cacela, imediatamente a jusante da EN 125, portanto já na área do PNRF. Note-se que a cerca de 40 m para jusante da estrada, o leito do barranco sofreu um grande rebaixamento, o que provocou o descalçamento das fundações de várias casas. Na bacia hidrográfica da Ribeira de Bela Mandil houve problemas na Ribeira com o mesmo nome e na drenagem pluvial de Belmonte de Baixo. No primeiro caso, as situações problemáticas ocorreram no troço entre o Pechão e a foz, tendo ocorrido inundações na parte baixa daquela localidade, o galgamento da EN 125 e graves inundações a jusante daquele eixo rodoviário, que atingiram uma área razoável de estufas e habitações. No segundo caso, as inundações no lugar de Belmonte de Baixo deveram-se sobretudo à obstrução do colector pluvial a jusante do aqueduto, devido às obras da ETAR. Na bacia hidrográfica do Rio Seco ocorreram problemas a jusante de Estoi, destacando-se as situações registadas na área do PNRF, nomeadamente, os galgamentos da EN 125 e a área a jusante da mesma, bem como os rombos na margem esquerda deste rio a Sul da linha do caminho-de-ferro. Na Bacia Hidrográfica da Ribeira das Lavadeiras as situações mais críticas verificaram-se no troço entre a EN 125 e a foz, devido à reduzida dimensão desta bacia, mas sobretudo devido ao facto de receber caudais elevados provenientes dos transbordamentos do Rio Seco, o que provocou o seu galgamento e consequente inundação da estrada e campos a jusante. Estas inundações foram agravadas pela falta de limpeza da ribeira a jusante, pela insuficiente secção de vazão da ponte férrea e pela falta de drenagem dos campos. Na Bacia Hidrográfica da Ribeira dos Mosqueiros, para além dos problemas a montante, o assoreamento e a falta de limpeza da ribeira provocaram galgamentos da margem direita, tendo resultado em inundações de casas na povoação da Arroteia de Baixo. Ocorreram inundações na parte baixa habitacional de Santa Luzia devido à insuficiência e obstrução do colector entre a estrada de ligação de Santa Luzia a Tavira e a foz da Ribeira de Santa Luzia. Na povoação de Cabanas também ocorreram inundações devido à insuficiente secção das manilhas que canalizaram o ribeiro de Cabanas. Estudos de Caracterização 575

18 Na Bacia Hidrográfica do Rio Gilão, há a destacar na área do PNRF, a inundação da zona baixa da cidade de Tavira, devido à conjugação da cheia com a preia-mar, o que provocou uma grande elevação do nível das águas do Rio Gilão. Apesar de as cheias de 1989 não terem provocado, na área do PNRF, efeitos nefastos na Bacia Hidrográfica da Ribeira do Almargem, as cheias de Dezembro de 2000 provocaram também inundações no troço daquela ribeira entre a EN 125 e a linha do caminho-de-ferro, de acordo com dados da DRAOT Algarve. Das situações reconhecidas como mais importantes por esta instituição referentes às cheias de 2000/2001, nenhuma delas se situou na área do PNRF. Não obstante, são de referir os seguintes estragos: - Deterioração do Caminho das Trindades (freguesia de Santa Luzia); - Queda de muros no caminho da Fortaleza (Cabanas) ; - Inundações da Ribeiro de Canada devido à sua obstrução (Cabanas); - Deterioração do caminho em terra batida ao Sul de Caiana, de acesso ao Lacém (Cabanas); A cartografia dos riscos de inundação é fundamental para um correcto ordenamento do território, pretendendo-se com a mesma mitigar os efeitos decorrentes de situações de inundações de áreas ocupadas pelo Homem. Na sua elaboração foram adoptados os seguintes procedimentos técnicos e metodológicos. Dada a inexistência de dados suficientes que permitissem aferir as cotas máximas alcançadas pelas cheias e inundações das diversas linhas de água e, dada também a inexistência de um levantamento topográfico detalhado da área de estudo, que permitissem definir áreas de leito de cheia, recorreu-se sobretudo ao tipo de solo da área envolvente das linhas de água drenantes para a Ria Formosa. Com efeito, extraíram-se da Carta Geológica as manchas referentes às aluviões existentes na área de estudo, por se considerar que este será o tipo de solo presente nas áreas inundáveis, dadas as suas características específicas. Por outro lado, a estas manchas sobrepôs-se a cartografia da Reserva Ecológica Nacional, tendo-se extraído as áreas classificadas como tal desde que se entendesse que a sua marcação esteve relacionada com a existência de linhas de água, incluindo, de acordo com a legislação, os leitos normais dos cursos de água, zonas de galeria e faixas amortecedoras, além das suas margens naturais, uma vez Estudos de Caracterização 576

19 que a RAN e a REN, as quais em sua grande parte são coincidentes com zonas inundáveis (ROCHA, 1998, pp. 11). Sabendo que toda a zona húmida marítima, com excepção dos bancos de areia, das pisciculturas e das salinas são áreas sujeitas a cheias, pelo menos em situações de preia-mar de águas vivas equinociais, a mesma foi acrescentada às manchas das aluviões extraídas da Carta Geológica, resultando numa área mais alargada. Importa ainda referir que nos casos em que mancha proveniente da Carta Geológica indicava a presença de aluvião ou sapal e a cartografia do uso do solo não era correspondente, apontando, por exemplo, para uma formação dunar, optou-se pelas indicações da Carta Geológica, por serem mais restritivas. A sobreposição destes níveis de informação resultou então na cartografia das áreas potencialmente sujeitas a cheias e/ou inundações (Carta 22), sendo de referir que não se considerou necessário alargar, nos casos em que não se tratavam de solos aluvionares, as faixas da REN, uma vez que a natureza dos solos adjacentes não é susceptível de ser inundada. A fim de avaliar os distintos níveis de risco procedeu-se ao cruzamento daquela informação com os diversos usos do solo existentes, tendo sido atribuído um grau de risco em função dos mesmos (Carta 23). Com efeito, foram consideradas áreas com alto risco de inundação as correspondentes ao espaço edificado, com excepção das pisciculturas intensivas e semi-intensivas activas e inactivas, na medida em que a influência antrópica é bastante elevada nestes espaços, estando sujeitos a enormes prejuízos decorrentes dos fenómenos naturais em análise. As áreas essencialmente agrícolas, as represas artificiais, as pisciculturas extensivas e as salinas activas, bem como as pisciculturas intensivas e semiintensivas activas e inactivas foram consideradas como apresentando um risco mediano face a inundações. As áreas abandonadas, de pousio, ou de pastagens, as áreas essencialmente florestais, canaviais/caniçais, juncais e matorrais, as áreas improdutivas e as lagoas apresentam um risco de inundação baixo, já que os valores humanos em causa são certamente menos importantes. Os charcos temporários, os cursos de água, o sapal e os viveiros possuem nulo risco de inundação, uma vez que já são áreas habitualmente húmidas. Por outro lado, o facto de áreas de praias e formações dunares, bem como de bancos de areia surgirem como espaços também sujeitos a risco de inundação nulo Estudos de Caracterização 577

20 justifica-se pelas opções referidas anteriormente, de modo a que a cartografia mais restritiva fosse respeitada, isto é, apesar de, segundo a Carta de Usos Actuais do Solo, determinadas áreas serem consideradas como praias e dunas ou como bancos de areia, se a Carta Geológica as indicava como áreas de aluviões e sapais, foi seguida esta indicação. Deste modo, a mesma classe de uso do solo surge tanto com risco nulo como não se encontra sequer classificada como área sujeita a risco de inundação RISCO SÍSMICO Como já tivemos oportunidade de observar, a área do PNRF encontra-se sujeita a uma elevada sismicidade, sendo importante avaliar a sua vulnerabilidade, isto é, as suas características e, por conseguinte, a capacidade de resposta face um fenómeno sísmico. De todos os aspectos expostos ao longo da caracterização sócio-económica da área de estudo depreende-se que esta Área Protegida se encontra bastante humanizada, o que a torna bastante mais vulnerável a este tipo de fenómenos naturais e, sujeita a um risco mais elevado. Com efeito, uma vez que toda a área se encontra sujeita a elevada sismicidade e se considera que a vulnerabilidade será relativamente semelhante em toda a área, não se considera pertinente elaborar cartografia específica relativa a este assunto, sendo no entanto necessário ter em consideração que o risco inerente aos fenómenos sísmicos é, nesta Área Protegida, elevado RISCO DE INCÊNDIO Apesar de serem considerados catástrofes naturais, os incêndios florestais devem poucas vezes a sua origem a factores naturais, embora sejam estes que determinam em muito as características da sua propagação, nomeadamente as condições meteorológicas, o tipo de coberto vegetal e a orografia. Considerados como os fenómenos naturais mais graves em Portugal, com forte incidência sazonal (meses de Verão) distinguem-se, entre outros aspectos, dos restantes fenómenos naturais, sobretudo pela importância da acção antrópica, Estudos de Caracterização 578

21 podendo o Homem desempenhar um papel fulcral, quer como causa, quer ao nível da resolução deste fenómeno. Os incêndios devidos a causas naturais ocupam, aliás, uma pequena porção do total de incêndios ocorridos. Todavia, neste capítulo será abordado o risco de incêndio, quer seja devido a causas naturais ou antrópicas. Para além das consequências imediatas ao nível da destruição do coberto arbóreo e arbustivo, nomeadamente no que se refere a espécies raras e em vias de extinção, e ao nível da libertação de gases para atmosfera, os incêndios florestais, quando seguidos de períodos de chuva, podem conduzir ao aumento de outros fenómenos naturais, como as cheias e aumentar a possibilidade de perigo de deslizamentos e de erosão. Posto isto, não será inoportuno, relembrar a necessidade de apostar na prevenção deste tipo de fenómenos, a qual passa necessariamente por uma aposta numa preparação efectiva dos profissionais que combatem os incêndios, especialmente no que diz respeito ao conhecimento do terreno (acessos, pontos de água, etc.), no reforço dos meios técnicos e humanos e, em proceder à limpeza, vigilância e criação de linhas de corta-fogo nas áreas mais sensíveis. A Carta de Risco de Incêndio no PNRF (Carta 24) teve como critério base à sua elaboração o tipo de coberto vegetal existente e a sua fragilidade e perigo face à ocorrência de um incêndio. Para o efeito recorreu-se à Carta de Usos Actuais do Solo do PNRF, à escala 1:25 000, tendo-se definido, em função do conhecimento existente nesta Área Protegida, que: - as áreas essencialmente agrícolas, ou seja, compostas sobretudo por culturas anuais ou permanentes, apresentam um risco de incêndio baixo; - as áreas de incultos, abandonadas ou de pastagens, em que predomina o coberto herbáceo, apresentam um risco de incêndio médio; - as áreas de canaviais, juncais e caniçais, apresentam igualmente um risco de incêndio médio; - as áreas de floresta, onde domina o coberto arbóreo, mas que na maioria dos casos apresenta um substrato arbustivo bem desenvolvido (mato), apresentam um risco de incêndio alto; - as áreas de matorrais, compostas por um coberto arbustivo e herbáceo bem desenvolvidos, apresentam também um risco de incêndio alto; Estudos de Caracterização 579

22 - as restantes áreas não apresentam qualquer risco de incêndio. Assim, as quatro classes criadas assumem, na respectiva cartografia uma gradação colorida em função do risco, a qual se apresenta no quadro seguinte. Risco de incêndio Cor Áreas essencialmente agrícolas Baixo Verde Áreas de incultos Médio Amarelo Áreas de canaviais, juncais e caniçais Médio Amarelo Áreas de floresta Alto Vermelho Áreas de matorrais Alto Vermelho Restantes áreas Nulo Transparente Desta carta podem inferir-se também quais são as áreas prioritárias de intervenção no caso de um incêndio, sendo consideradas as áreas prioritárias de conservação da natureza. A distribuição geográfica das áreas com maior risco de incêndio decorre directamente da localização de determinados usos no território, os quais potenciam grandemente a vulnerabilidade a este tipo de fenómenos. Deste modo, os maiores riscos de incêndio localizam-se nas áreas florestais e de matos, nomeadamente na zona compreendida entre o Ancão e a Quinta do Lago, na Quinta do Lago, no Pontal e noutras manchas de menor dimensão disseminadas pela área do PNRF, devidamente assinaladas na Carta 24. Embora com menor expressão no que respeita à superfície ocupada no PNRF, consideraram-se estas as áreas mais sensíveis a estes fenómenos uma vez que são compostas por maior quantidade de produtos combustíveis, são eventualmente as que possuem menor acessibilidade, algumas serão extremamente apetecíveis à expansão urbana e também poderão ser menos favoráveis em termos de relevo, o que poderá dificultar, de certa forma, o combate ao incêndio. Com um risco de incêndio médio e uma posição também mediana em termos de superfície ocupada surgem, como já vimos, as áreas de incultos, na medida em que, na maior parte dos casos, tratam-se de terrenos agrícolas abandonados já há algum tempo, facto que explica a densidade e a dimensão do coberto herbáceo. Encontram-se um pouco por toda a área do Parque, ocupando proporções significativas na área do Ludo e entre Faro e Olhão. As áreas agrícolas ocupam maior porção do território que os usos anteriormente referidos e, são as que apresentam menor risco de incêndio, devido ao tipo de Estudos de Caracterização 580

23 coberto vegetal e também à maior vigilância a que estarão sujeitas. Localizam-se por toda a extensão do PNRF, embora a nascente se encontrem menos dispersas, uma vez que as parcelas também são maiores. Verifica-se que existe uma relação directa entre o grau de prioridade na intervenção de fogos e o risco de incêndio de determinadas áreas. Desta feita, áreas com alto risco de incêndio são as que apresentam uma maior prioridade no que respeita à intervenção no caso de um incêndio, como podemos observar na referida Carta SÍNTESE DOS RISCOS NATURAIS A síntese dos riscos naturais não pôde ser elaborada devido à falta da cartografia relativa aos riscos de erosão. Estudos de Caracterização 581

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