ESTÁGIOS DA POSIÇÃO ORIGINAL E SUAS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS

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1 ESTÁGIOS DA POSIÇÃO ORIGINAL E SUAS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS Catarina Alves dos Santos Doutora em Filosofia pelo PPGF-UFRJ catarina_santos@terra.com.br Resumo: Podemos considerar a posição original como o procedimento fundamental para assegurar a escolha e aplicação da concepção política de justiça proposta por John Rawls. Tanto no seguimento doméstico quanto no internacional seu emprego está direcionado à viabilidade da deliberação favorável à justiça como equidade. Nosso objetivo neste artigo é o de apresentar os seus dois momentos, o primeiro nas sociedades democráticas liberais e o segundo na sociedade dos povos e suas diferenças mais significativas. Palavras-chave: Posição original. Modelo de representação. Justiça como equidade. Abstract: We can consider the original position as the basic procedure to assure the choice and application of the conception justice politics proposal for John Rawls. As much in the domestic pursuing how much in the International its job is directed to the viability of the deliberation favorable to justice as fairness. Our objective in this article is to present its two moments, the first one in the liberal democratic societies and as in the society of the peoples, and its more significant differences. Keywords: Original position. Model of representation. Justice as fairness. 61

2 1- RAZÕES PARA A UTILIZAÇÃO DA POSIÇÃO ORIGINAL A posição original é um procedimento fundamental para garantir a implantação da justiça como equidade nas sociedades democráticas liberais. Em Justiça como Equidade, 6, é apresentada a argumentação favorável à sua adoção, conforme resumidas a seguir: - (1) parte-se da ideia organizadora de uma sociedade como um sistema equitativo de cooperação entre pessoas livres e iguais; - (2) os termos equitativos de cooperação social provêm de um acordo celebrado por aqueles comprometidos com a justiça como equidade; - (3) dado o pressuposto do pluralismo razoável, os cidadãos não podem concordar com nenhuma autoridade moral; - (4) os cidadãos não podem concordar com nenhuma autoridade moral e também não podem concordar com uma ordem de valores morais ou com os ditames do que alguns consideram como lei natural; - (5) a alternativa, portanto, que se apresenta é um acordo entre os próprios cidadãos em condições justas para todos. O acordo na posição original é hipotético e a-histórico, distinto do sugerido por Rousseau. Posterior ao estabelecimento do Estado moderno e pautado por princípios que servirão de parâmetro para a avaliação das instituições sociais, não é pressuposto que o acordo tenha sido realizado ou venha a ser celebrado, tal como em toda tradição contratualista. Resulta de uma situação deliberativa equitativa na qual todos os envolvidos encontram-se sob o véu da ignorância, privados do conhecimento necessário para a escolha de princípios heterônomos. Princípios estes que estimulam ou coagem à obediência. As partes chegam às suas escolhas em conjunto, como pessoas racionais, livres e iguais, conhecedoras apenas da existência daquelas circunstâncias que originam a necessidade de princípios de justiça. Em condições equitativas, [...] as partes encontram-se simetricamente situadas na posição original. Isso formaliza nossa convicção refletida de que, em matéria de justiça política básica, os cidadãos são iguais em todos os aspectos relevantes: ou seja, têm em grau suficiente as necessárias faculdades de personalidade moral e as outras capacidades que lhes permitem serem membros normais e plenamente cooperativos da sociedade em toda a vida. Assim, em conformidade com o preceito de igualdade formal segundo o qual os que são iguais (semelhantes) em todos os seus aspectos relevantes devem ser tratados igualmente, os representantes dos cidadãos devem estar situados simetricamente na posição original. Não fosse por isso, não consideraríamos essa posição equitativa para cidadãos livres e iguais (RAWLS, 2003, p.24-25). Rawls (2000) não nega que a situação inicial imponha limite às escolhas, mas os 62

3 representantes, orientados e agindo com base nos princípios de justiça ao longo do curso diário dos acontecimentos, aceitam deliberadamente tais restrições. É claro que a escolha das partes na posição original está sujeita às limitações dessa situação. Mas quando, conscientemente, agimos com base nos princípios de justiça ao longo do curso ordinário dos acontecimentos, nós deliberadamente aceitamos as limitações da posição original (RAWLS, 2000b, p.277). Para a aplicação da sua concepção política na esfera internacional, Rawls (1993) voltará a defender a utilização da posição original: (...) un fois adopté les principes de justice pour la structure de base de la société (prise comme un système fermé de coopération), l ídée de la position originelle peut être utilisée de nouveau, mais à um plus haut niveau. (Rawls, 1993, p.350) 1. Nesse momento deliberativo os participantes serão os representantes dos Estados e seu resultado será a seleção das formulações do Direito dos Povos. 2- A POSIÇÃO ORIGINAL COMO MODELO DE REPRESENTAÇÃO A posição original com o véu de ignorância é um modelo de representação às sociedades democráticas liberais. Esta pode ter dois usos. No primeiro uso, em nível doméstico, a posição original modela tanto o que consideramos como condições justas e razoáveis para as partes, que são representantes racionais de cidadãos livres e iguais, razoáveis e racionais, para especificar os termos de cooperação regulamentar à estrutura básica da sociedade (Rawls, 2001, p.39), quanto o que consideramos como restrições adequadas às razões para adotar uma concepção de justiça para essa estrutura (idem, ibidem), selecionando, dentre os princípios de justiça existentes, aqueles que se aplicam à estrutura básica. As partes são modeladas como fazendo as seleções pelas razões adequadas (comprometimento firme com ideais e valores político e moral de uma sociedade democrática) e por razões relacionadas com os interesses fundamentais dos cidadãos como razoáveis e racionais. No entanto, as características supracitadas por si só não oferecem garantias em relação a uma escolha acertada. No nível doméstico, a concepção de justiça razoável, racional e sustentada pelas 63

4 melhores razões deverá ter os seus princípios endossados pelas partes. O véu da ignorância denso tem como função evitar que as partes tenham conhecimento de suas doutrinas abrangentes para que possam definir a mais adequada concepção política de justiça para uma sociedade democrática, concebida como um sistema cooperativo justo entre cidadãos livres e iguais. O pluralismo razoável permite aos cidadãos estabelecerem um consenso sobreposto de doutrinas abrangentes razoáveis, cuja função é oferecer os fundamentos para a justificação dos princípios de justiça e oferecer as bases para os cidadãos os endossarem. Relembram-se aqui os dois princípios: - (primeiro princípio) [...] Cada pessoa tem o mesmo direito irrevogável a um esquema plenamente adequado de liberdades básicas iguais que seja compatível com o mesmo esquema de liberdades para todos; - (segundo princípio) As desigualdades sociais e econômicas devem satisfazer duas condições: primeiro, devem estar vinculadas a cargos e posições acessíveis a todos em condições de igualdade equitativa de oportunidades; e, em segundo lugar, têm de beneficiar ao máximo os membros menos favorecidos da sociedade (o princípio da diferença). (Rawls, 2003, p.21) Para responder à questão de como especificar os princípios que orientarão as relações entre os povos liberais, Rawls (2001) vai utilizar o mesmo procedimento do qual lançou mão em nível doméstico. A segunda posição original compartilha a mesma estrutura da primeira, com a diferença de que, no nível internacional, os representantes, o véu da ignorância e o acordo são diferenciados. Tem-se neste estágio os representantes de sociedades liberais, um véu da ignorância fino e, como objeto do acordo, o Direito dos Povos. Em nível internacional, a posição original é usada para estender a concepção política liberal ao Direito dos Povos, porém, seus participantes são somente os representantes dos povos liberais. O experimento mental da segunda posição original conduz a um acordo sobre os princípios da carta magna da Sociedade dos Povos. Em seu segundo uso a posição original é utilizada para: Estender uma concepção liberal ao Direito dos Povos. Como no primeiro exemplo, trata-se de um modelo de representação, pois modela o que consideraríamos você e eu, aqui e agora como condições justas sob as quais as partes, desta vez os representantes racionais de povos liberais, devem especificar o Direito dos Povos, guiados pelas razões adequadas. Tanto as partes como representantes e os povos que representam estão situados simetricamente e, portanto, imparcialmente. Além disso, os povos são modelados como racionais, já que as partes selecionam dentre os princípios disponíveis para o Direito dos Povos guiadas pelos interesses fundamentais das sociedades democráticas, onde esses 64

5 interesses são expressos pelos princípios liberais de justiça para uma sociedade democrática. Finalmente as partes estão sujeitas a um véu da ignorância adequadamente ajustado para o caso em questão: elas não conhecem, por exemplo, o tamanho do território, a população ou a força (RAWLS, 2001, p.41-42). Nesta situação tem-se um véu da ignorância fino por oposição ao denso utilizado em nível doméstico. Na esfera interna o fato do pluralismo razoável e o consenso sobreposto de doutrinas abrangentes razoáveis compõem a razão para a aplicação de uma opacidade maior em relação ao conhecimento que as partes envolvidas devem e podem ter para deliberar. A Sociedade dos Povos está isenta da necessidade do estabelecimento de um consenso de sobreposição razoável. As sociedades democráticas liberais não são representantes de uma concepção abrangente, permitindo deste modo que as deliberações sejam orientadas pelas razões certas. A justiça como equidade não é uma doutrina abrangente e, contrariamente a esta, seu compromisso é com a neutralidade. O véu da ignorância na segunda posição original oculta das partes o tamanho de seu território, o tamanho de sua população, a força relativa dos povos cujos interesses fundamentais representam tanto o âmbito dos seus recursos naturais quanto o nível do desenvolvimento econômico ou informações similares. São conhecedores apenas da sua situação de representantes de uma sociedade democrática liberal e que sua sociedade e as demais, com as quais negocia, são igualmente democracias liberais. Submetidos a esta situação de escolha singular, os representantes dos povos liberais endossam os oito princípios que irão compor a carta básica do Direito dos Povos. Estes princípios estão baseados nos interesses fundamentais de um povo, oferecidos pela concepção liberal de justiça. Dito de outro modo: são os princípios de justiça como equidade da sociedade democrática liberal que oferecem o escopo para a elaboração do conteúdo para o Direito dos Povos (Rawls, 2001), listados a seguir: 1- Os povos são livres e independentes, como sua liberdade e independência, devem ser respeitados por outros povos. 2- Os povos devem observar tratados e compromissos. 3- Os povos são iguais e são partes em acordos que os obrigam. 4- Os povos se sujeitam ao dever de não intervenção. 5- Os povos têm o direito de autodefesa, mas nenhum direito de instigar a guerra por outras razões que não autodefesa. 6- Os povos devem honrar os Direitos Humanos. 7- Os povos devem observar certas restrições específicas na conduta da guerra. 65

6 8- Os povos têm o dever de assistir a outros povos que, vivendo em condições desfavoráveis, estejam impedidos de terem um regime político e social justo ou decente. Os princípios elencados formam o conjunto representativo da conduta entre os povos. Alguns deles não se aplicam a todas as sociedades; porém, sendo considerados como partes de um todo heterogêneo, devem abarcar o maior número de possibilidades de ordenamentos sociais. O princípio da não intervenção, por exemplo, está restrito aos Estados fora da lei e aos casos de violação dos Direitos Humanos. O que diferencia as aplicações da posição original é o modo como o modelo de representação deve ser ajustado, considerando-se os agentes e o caso. Os povos, diferentemente dos cidadãos, não podem ter uma concepção de bem, dado que uma sociedade liberal com regime constitucional não tem uma concepção abrangente de bem. Cidadãos e as associações de uma sociedade liberal podem ter concepções abrangentes, mas não a sociedade propriamente dita ou seu Estado. Para finalizar esta abordagem sobre o momento deliberativo proposto por Rawls para a esfera doméstica e internacional da justiça como equidade, faz-se mister ressaltar quais são os interesses fundamentais dos povos liberais e se estes estarão representados na segunda posição original. Neste procedimento é necessário considerar a igualdade de todos os povos e dos seus direitos. A sua concepção razoável de justiça política norteará os interesses fundamentais defendidos, os quais são assegurados nesta instância deliberativa da Sociedade dos Povos. Os interesses são: a proteção territorial; a segurança dos seus cidadãos; a preservação das instituições políticas, das liberdades e da cultura livre da sociedade civil; uma justiça razoável para todos os seus cidadãos de todos os povos; respeito adequado de um povo para consigo mesmo. Em O Direito dos Povos Rawls (2001) apresenta as três principais distinções entre o primeiro e o segundo uso da posição original: - (1) O povo de uma democracia constitucional não tem, como o povo liberal, nenhuma doutrina abrangente do bem, ao passo que cidadãos de uma sociedade nacional liberal têm tais concepções; assim, para lidar com as suas necessidades como cidadãos será usada uma ideia de bens primários; - (2) Os interesses fundamentais de um povo como povo são especificados pela sua concepção política de justiça e pelos princípios à luz dos quais concorda com o Direito dos Povos, ao passo que os interesses fundamentais dos cidadãos são dados por sua concepção de bem e pela realização, em grau adequado, dos seus dois poderes morais; (3) As partes, 66

7 na segunda posição original, selecionam entre diferentes formulações ou interpretações dos oito princípios do Direito dos Povos, como ilustrado pelas razões mencionadas para as restrições dos dois poderes de soberania (Rawls, 2001, p.51). Na posição original internacional, no momento da seleção do conteúdo do Direito dos Povos, participam apenas representantes das sociedades democráticas liberais. Os representantes dos povos decentes e dos povos onerados por condições desfavoráveis não participam deste procedimento de deliberação acerca dos princípios orientadores da Sociedade dos Povos. Os representantes dos povos decentes adotariam os oito princípios (p.36) em uma posição original adequada, posterior àquela que oferece o respaldo ao elenco dos princípios já mencionados. Esta afirmação é baseada no 8.4 do Direito dos Povos: proponho que seus representantes em uma posição original adequada adotariam os mesmos oito princípios ( 4.1) que sustentei que seriam adotados pelos representantes das sociedades liberais (Rawls, 2001, p.90). Neste mesmo parágrafo, o autor apresenta a defesa desta ideia: (...) os povos hierárquicos decentes não participam da guerra de agressão; portanto seus representantes respeitam a ordem cívica e a integridade dos outros povos e aceitam que a situação simétrica (a igualdade) da posição original é justa. Em seguida, em vista das ideias de justiça do bem comum, validas nas sociedades hierárquicas decentes, os representantes esforçam-se para proteger os Direitos Humanos e o bem do povo que representam e para manter a sua segurança e independência. Os representantes se importam com os benefícios do comércio e também aceitam a ideia de assistência entre os povos em tempo de necessidade. Portanto, podemos dizer que os representantes das sociedades hierárquicas são decentes e racionais. (...) os membros das sociedades hierárquicas decentes aceitariam como eu e você aceitaríamos a posição original como justa entre povos e endossariam o Direito dos Povos, adotado por seus representantes como especificando termos justos de cooperação política com outros povos (RAWLS, 2001, p.90). Após esta vasta explanação, é possível sintetizar três estágios da posição original citados acima e antecipar o seu terceiro uso com o Quadro 1, a seguir: 67

8 QUADRO 1 Diferenças entre as Características Essenciais P.O. Características essenciais da 1ª P.O. Âmbito Doméstico As partes são representantes dos cidadãos imparcialmente As partes são modeladas como racionais e representantes dos cidadãos Ela os modela selecionando, dentre os princípios de justiça, aqueles que se aplicam à estrutura básica. As partes são modeladas como fazendo essas seleções pelas razões adequadas. Como selecionando por razões relacionadas com os interesses fundamentais dos cidadãos como razoáveis e racionais. Características essenciais da 2ª P.O. Âmbito Internacional Os representantes dos povos democráticos liberais são: Razoáveis e justamente situados como livres e iguais. Os povos são modelados como racionais Os seus representantes estão deliberando a respeito do tema correto, neste caso o conteúdo do Direito dos Povos. As suas deliberações prosseguem em termos das razões certas A seleção dos Direitos dos Povos se baseia nos interesses fundamentais de um povo, dados, por uma concepção liberal de justiça. Características essenciais da 3ª P.O. Âmbito Internacional Os representantes dos povos hierárquicos decentes são racionais e justamente situados. Modelados como racionais Elaboração de um Direito dos Povos entre povos hierárquicos decentes. Movidos pelas razões adequadas Adotam o mesmo direito dos povos adotado pelos representantes das sociedades liberais. FONTE: Dados da pesquisa, organizados a partir de Rawls (2001) Resguardadas as diferenças das circunstâncias envolvidas nos procedimentos de escolha, cada uma das posições originais no nível doméstico ou no internacional cumpre a função de criar o ambiente adequado ao endosso isento dos princípios de justiça, quer sejam os que nortearão as instituições das sociedades democráticas liberais ou daqueles que orientarão as relações entre os povos. Deste fato se segue a aplicação da justiça como equidade nas sociedades democráticas liberais e na Sociedade dos Povos, guardadas as devidas proporções dado o fato de o conteúdo do Direto dos Povos, substancialmente, ser distinto dos princípios de justiça para a estrutura básica de sociedades democráticas liberais. Concluindo, então, alguns aspectos do conjunto da teoria rawlsiana foram alvo de críticas contundentes movidas por filósofos e pesquisadores dos temas relacionados à ética, à moral e à justiça. A mais contundente volta-se contra a ausência de uma justiça distributiva internacional no Direito dos Povos. De tal forma que somente as populações das sociedades liberais teriam acesso aos bens básicos garantidos pelos princípios de justiça. Isso implica a permanência de uma parte significativa da população mundial em condições incompatíveis com uma boa vida. 68

9 3- REFERÊNCIAS RAWLS, J. Uma Teoria da Justiça. Trad. de Almiro Pisetta; Lenita M.R. Esteves. São Paulo: M. Fontes, Justiça como Equidade: uma reformulação. Trad. de Claudia Berliner. São Paulo : Martins Fontes, O Liberalismo Político. Trad. de Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo: Ed. Ática, Collected Papers. Ed. Samuel Freeman. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1999a. O Direito dos Povos. Trad. de Luís Carlos Borges, São Paulo: Martins Fontes, Le domaine du politique et le consensus par recoupement In Justice et démocratie. Trad. de C. Audard, P. Lara, F. Piron e A. Tchoudnowsky Paris, France: Éditions du Seuil, 1993a. 69

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