CONSILIUM. Schengen. A porta para a sua liberdade de circulação na Europa JUNHO DE 2011
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- Yago Cássio Padilha de Santarém
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1 PT CONSILIUM Schengen A porta para a sua liberdade de circulação na Europa JUNHO DE 2011
2 Índice INTRODUÇÃO 1 LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS 2 COOPERAÇÃO POLICIAL E ADUANEIRA 2 Fronteiras internas 2 Fronteiras externas 3 SIS (Sistema de Informação Schengen) 4 COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA 5 VISTOS 6 ASILO 7 MAPA DE SCHENGEN 8 A presente brochura é publicada pelo Secretariado-Geral do Conselho a título meramente informativo. Para qualquer informação sobre o Conselho Europeu e o Conselho, consulte o sítio União Europeia, 2011 Reprodução autorizada mediante indicação da fonte.
3 Schengen, uma pequena localidade situada no sul do Luxemburgo, junto do rio Mosela, tornou-se sinónimo de abolição dos controlos nas fronteiras internas e de liberdade de circulação na Europa. O espaço Schengen foi evoluindo gradualmente: * Foi criado em 14 de Junho de 1985, com a assinatura do Acordo de Schengen entre cinco países (Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo e Países Baixos). * Cinco anos mais tarde, a Convenção de Schengen definiu a forma como a abolição dos controlos nas fronteiras internas seria aplicada na prática. Estabeleceu também uma série de medidas compensatórias necessárias para reforçar os controlos nas fronteiras externas, definir procedimentos de emissão de vistos uniformes, lutar contra o tráfico de droga e instituir um sistema comum de partilha de informações, o Sistema de Informação Schengen (SIS). * Na prática, a abolição dos controlos nas fronteiras começou em 26 de Março de 1995, altura em que sete países (os cinco iniciais, a que se juntaram Portugal e Espanha) aboliram os controlos nas suas fronteiras internas. * Desde então, o espaço Schengen expandiu-se a um ritmo constante e, no futuro, com a adesão da Bulgária, da Roménia e do Listenstaine, passará a contar com 28 países europeus. Alguns deles (Islândia, Noruega, Suíça e o Listenstaine) não são membros da União Europeia. * Três dos Estados-Membros (Chipre, Irlanda e Reino Unido) não fazem parte do espaço Schengen, embora participem em algumas das regras que lhe são aplicáveis. * Cada um dos países do espaço Schengen é objecto de uma avaliação periódica, que tem por objectivo verificar se as regras acordadas são por todos devidamente aplicadas. A abolição dos controlos nas fronteiras internas tem consequências noutros domínios de acção, como sejam a luta contra a criminalidade transfronteiras, as deslocações transfronteiras, o comércio e a justiça transfronteiras. Como tal, as regras aplicáveis ao espaço Schengen dizem respeito não só à livre circulação de pessoas, mas também à política de vistos, asilo e cooperação nos domínios policial, aduaneiro e judiciário. EU 1
4 LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS * A liberdade de circulação no espaço Schengen constitui um direito, não só para mais de 500 milhões de cidadãos europeus, mas também para todos os nacionais de países terceiros que se encontrem legalmente no espaço Schengen. Os cidadãos estrangeiros que nele residam gozam desse direito, sem precisarem de vistos, desde que possuam um título de residência válido. Os cidadãos estrangeiros que viajem dentro do espaço Schengen têm a liberdade de o fazer por períodos máximos de 90 dias em cada seis meses. * Liberdade de circulação significa: acabar com as filas nos aeroportos, fronteiras marítimas ou terrestres e com os controlos de passaportes. Foram também suprimidas as infra-estruturas de controlo, como as guaritas dos guardas de fronteiras e outras barreiras físicas. * Todos os países participantes têm, no entanto, o direito de, no âmbito do trabalho de rotina da polícia, das alfândegas ou dos serviços de controlo da imigração, efectuar controlos de pessoas e controlos aduaneiros em qualquer ponto do seu território nacional. Da circulação rodoviária à luta contra o crime organizado, não faltam exemplos desse tipo de operações. 2 COOPERAÇÃO POLICIAL E ADUANEIRA Fronteiras internas * Os países vizinhos, que estabeleceram entre si uma estreita cooperação, podem efectuar controlos e operações conjuntas de ambos os lados da fronteira comum. São disso exemplo as entregas vigiadas de droga e os patrulhamentos policiais conjuntos. * Os agentes responsáveis pela aplicação da lei podem também efectuar operações de vigilância e perseguição transfronteiras no território dos Estados-Membros vizinhos, nomeadamente quando um criminoso suspeito tente evadir-se de um país atravessando a fronteira com o país vizinho. * Em caso de ameaça grave à ordem pública ou à segurança interna, um Estado-Membro pode, a título excepcional e durante um período máximo de 30 dias, reintroduzir controlos em todas ou em algumas das suas fronteiras internas. Esses casos abrangem, por exemplo, as manifestações desportivas importantes susceptíveis de representar um risco para a segurança.
5 Frontex Fronteiras externas * A fronteira externa do espaço Schengen, com mais de km de comprimento (aproximadamente 80% dos quais de fronteira marítima e 20% de fronteira terrestre), inclui centenas de aeroportos e portos marítimos, bem como de pontos de passagem das fronteiras terrestres. * Cada um dos Estados Schengen é responsável pelo controlo das suas fronteiras externas. As normas e o nível de controlo aplicados dentro do espaço Schengen são idênticos em todos os pontos de passagem das fronteiras externas, independentemente da sua localização. O «Código das Fronteiras Schengen» estabelece as regras comuns a aplicar. * Em 2005, foi criada a Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas (Frontex) ( 1 ), que começou a funcionar no mesmo ano. Compete-lhe essencialmente complementar os sistemas de gestão das fronteiras dos Estados-Membros pertencentes ao espaço Schengen promovendo a gestão integrada das fronteiras externas e coordenando a cooperação operacional a nível da União Europeia, com o objectivo de reforçar a segurança na fronteira externa do espaço Schengen. * Podem ser destacados guardas de fronteiras de um país para outro a fim de participarem em operações conjuntas e prestarem apoio aos Estados-Membros que se vejam confrontados com situações de especial pressão. * De acordo com as regras da União Europeia em matéria de pequeno tráfego fronteiriço nas fronteiras externas, vários foram os Estados Schengen que celebraram acordos bilaterais com países terceiros vizinhos, nomeadamente com vista à obtenção de uma autorização de pequeno tráfego fronteiriço, de molde a facilitar, nas zonas fronteiriças, o tráfego, o comércio, o intercâmbio social e cultural e a cooperação regional. ORIS-MULTIMEDIA DPTO AUDIOVISUALES 1 3
6 ORIS-MULTIMEDIA DPTO AUDIOVISUALES Sistema de Informação Schengen (SIS) * A criação do SIS constitui uma das principais medidas adoptadas para compensar a abolição dos controlos nas fronteiras internas ( 1 ). Trata-se de uma base de dados comum de que dispõem, nos países participantes, as autoridades responsáveis pelas fronteiras, pela migração e pela aplicação da lei. A ela têm acesso as autoridades presentes nas fronteiras, dentro do território nacional e nos consulados no estrangeiro. São aplicáveis ao SIS rigorosas regras específicas de protecção de dados. * Em Maio de 2011, o SIS continha mais de 38 milhões de entradas respeitantes a: pessoas (mais de 1 milhão): não autorizadas a entrar e permanecer no espaço Schengen (77%), a deter (mandado de detenção europeu) (4%), desaparecidas (6%), notificadas para comparecer perante uma autoridade judiciária (9%), a submeter a controlos discretos ou específicos (4%); objectos perdidos ou roubados (quase 37 milhões) destinados a serem apreendidos ou a servirem de prova em processos penais: documentos em branco ou já emitidos (86%), nomeadamente passaportes, bilhetes de identidade, cartas de condução, títulos de residência, documentos de viagem, documentos de registo de veículos, veículos e chapas de matrícula (12%), armas de fogo (1%), notas de banco (menos de 1%). * Em 2010, verificaram-se mais de «respostas positivas», tendo sido detectados cerca de pessoas e objectos, incluindo mais de veículos roubados. Significa isto que todos os dias se obtêm aproximadamente 250 respostas positivas (incluindo, em média, 35 veículos roubados por dia)
7 Europol EU COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA * Os países do espaço Schengen aplicam uma série de regras específicas para facilitar os procedimentos de cooperação judiciária. Entre elas conta-se o princípio ne bis in idem, que impede que uma pessoa seja julgada e sancionada mais de uma vez pelos mesmos factos em diferentes países do espaço Schengen. A grande maioria das disposições de Schengen inicialmente adoptadas em matéria de cooperação policial e judiciária foi, entretanto, integrada em actos da União Europeia aplicáveis a todos os seus Estados-Membros. EU 5
8 VISTOS * Aos cidadãos estrangeiros que visitam o espaço Schengen é concedido um visto comum que lhes permite circular livremente no território Schengen durante o seu período de validade. Esse período não pode ultrapassar 90 dias. As estadias de duração superior a 90 dias e as condições de residência nos países Schengen são regidas pela legislação nacional. * Alguns números respeitantes a 2009 no espaço Schengen: foram emitidos quase 10 milhões de vistos Schengen no mundo inteiro. O número de vistos de longa duração (para estadias superiores a 90 dias) emitidos por países Schengen ascendeu a mais de 1 milhão. * Os Estados Schengen cooperam no sentido de facilitar aos requerentes a apresentação dos pedidos de visto Schengen nos seus próprios países ou regiões. * Todos os consulados de países Schengen existentes a nível mundial aplicam as mesmas regras de emissão de vistos. Dentro em breve estará operacional uma base de dados comum, o Sistema de Informação sobre Vistos (VIS). 6
9 ORIS-MULTIMEDIA DPTO AUDIOVISUALES ASILO * Em 2010, os 27 Estados-Membros da União Europeia proferiram, no seu conjunto, mais de decisões em primeira instância sobre pedidos de asilo. Cerca de um quarto dessas decisões foi favorável, o que significa que três quartos dos pedidos foram rejeitados. * Foi criado um mecanismo (o Regulamento de Dublim) para determinar qual o Estado responsável pelo tratamento dos pedidos de asilo, a fim de impedir que a mesma pessoa apresente múltiplos pedidos de asilo em diferentes países Schengen e evitar que se corra o risco de nenhum desses países se ocupar dos pedidos. Para isso, foi criada uma base de dados destinada a transmitir e comparar impressões digitais (a Eurodac). * Os Estados-Membros da União Europeia estão também a trabalhar no sentido de, até 2012, ser instituído um Sistema Europeu Comum de Asilo (SECA), o que, para além da necessidade de actualizar uma série de medidas legislativas já em vigor por forma a garantir a aplicação de normas de protecção exigentes e de procedimentos objectivos e eficazes, implica também que se reforce a cooperação prática através do recém-criado Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo (GEAA). 7
10 ESTADOS-MEMBROS DA UNIÃO EUROPEIA QUE PARTICIPAM NO ESPAÇO SCHENGEN (*) 1995: Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal 1997: Áustria, Itália 2000: Grécia 2001: Dinamarca, Finlândia, Suécia 2007: Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, República Checa ESTADOS NÃO MEMBROS DA UNIÃO EUROPEIA QUE PARTICIPAM NO ESPAÇO SCHENGEN (*) 2001: Islândia, Noruega 2008: Suíça ESTADOS-MEMBROS DA UNIÃO EUROPEIA EM VIAS DE ADESÃO AO ESPAÇO SCHENGEN (*) Bulgária, Roménia ESTADOS NÃO MEMBROS DA UNIÃO EUROPEIA EM VIAS DE ADESÃO AO ESPAÇO SCHENGEN (*) Liechtenstein ESTADOS-MEMBROS DA UNIÃO EUROPEIA QUE NÃO PARTICIPAM NO ESPAÇO SCHENGEN (*) Chipre, Irlanda, Reino Unido (*) Em Junho de
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