UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA
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- Daniela Fontes das Neves
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1 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CCET CURSO DE ENGENHARIA CIVIL APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL RAPHAEL DE ARAÚJO OYAMA WELLEN SOUZA BANDEIRA MOTA Belém PA 2010
2 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET CURSO DE ENGENHARIA CIVIL APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL RAPHAEL DE ARAÚJO OYAMA WELLEN SOUZA BANDEIRA MOTA Orientador: ANDRÉ CLEMENTINO DE OLIVEIRA SANTOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil, submetido à banca examinadora do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade da Amazônia. Belém PA 2010
3 Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Congregação do Curso de Engenharia Civil do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade da Amazônia, como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Civil, sendo considerado satisfatório e APROVADO em sua forma final pela banca examinadora existente. APROVADO POR: ANDRÉ CLEMENTINO DE OLIVEIRA SANTOS, Mestre (UNAMA) (ORIENTADOR) EVARISTO REZENDE JUNIOR, Mestre (Unama) (EXAMINADOR INTERNO) ALVÁRO VINÍCIUS MONTEIRO DE ARAÚJO, Engenheiro Civil / Supervisor de Obras (CKOM Engenharia) (EXAMINADOR EXTERNO) DATA: BELÉM - PA, 15 de Dezembro de 2010
4 AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer a todos que nos motivaram a fazer este trabalho, especialmente aos nossos pais que sempre nos apoiaram e acreditaram na gente. Queríamos agradecer também toda a nossa equipe de trabalho que nos deu bastante suporte na coleta de dados, análises e pesquisa.
5 Dados são importantes, mas dou maior ênfase aos fatos - Taiichi Ohno
6 RESUMO A indústria da construção civil tem despertado grande interesse por novos conceitos e técnicas de construção. Desde a criação do conceito de Mentalidade enxuta no inicio da década de 90, baseada no Sistema Toyota de Produção, muitas empresas estão discutindo essa aplicação. O principal objetivo deste trabalho é introduzir uma nova filosofia de produção em uma construtora em Belém-PA para alcançar a melhoria continua nos processos construtivos. Com isso em mente, foi necessário conhecer todos os processos da empresa para localizar as falhas e suas necessidades através de um estudo de campo. Uma pesquisa sobre os princípios da construção enxuta foi realizada apresentando à gerência as condições de aplicabilidade no canteiro de obras. Após a aplicação, foi realizada a avaliação e discussão dos resultados. Pode-se destacar que a integração dos princípios da construção enxuta ao PBQP-H possibilitaram a introdução dessa nova filosofia de produção que ainda está em desenvolvimento e em fase de aprendizado.
7 ABSTRACT The construction industry has been very interested in some new concepts and techniques. Since the creation of the Lean Thinking concept in the 90 s, which is based on the Toyota s Production System, many companies are discussing its application. The main objective of this study is to introduce a new production philosophy in a construction company located in Belém-PA in order to achieve continuing improvement on its procedures. With that in mind, it was necessary to get to know all the company s process in order to identify its failures and necessities for this application. A study about the principles of Lean Construction was carried out to be presented to the company staff and discussed its application at the construction site. When this study is done, the process was evaluated and discussed its results. We have to point that with the integration of the Lean Construction principles to the Brazilian Program of Habitat Quality and Productivity (PBQP-H), provided the development to the introduction of the new production philosophy which until the end of this study, still in learning process.
8 SUMÁRIO Capítulo Página 1 - INTRODUÇÃO 1.1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS JUSTIFICATIVA OBJETIVOS Objetivo geral Objetivo específico RESUMO DOS CAPÍTULOS TOPICOS TEÓRICOS RELEVANTES 2.1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO Sistema Toyota de Produção Just-in-Time A estrutura do Sistema Toyota de Produção MENTALIDADE ENXUTA Princípios da Lean Thinking LEAN CONSTRUCTION Histórico Aplicação na Construção Civil Conceitos Básicos Princípios da Construção Enxuta ESTUDO DE CASO ANALISE PRELIMINAR Dados da empresa Dados da obra Política de Qualidade Estrutura Organizacional ARRANJO FÍSICO FASES DA IMPLANTAÇÃO PRINCIPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA: APLICABILIDADE CONCLUSÃO DISCUSSÃO DE RESULTADOS CONSIDERAÇÕES FINAIS...52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...54 ANEXOS... 56
9 LISTA DE FIGURAS Figura Página Figura 01 Estrutura do Sistema Toyota de Produção Figura 02 - Modelo de processo na filosofia gerencial tradicional Figura 03 - Modelo de processos na construção enxuta Figura 04 Estrutura Organizacional da obra Figura 05 Novo layout de canteiro Figura 06 Área do contêiner antes da intervenção Figura 07 Área do contêiner depois da intervenção Figura 08 Arrumação dos tijolos em paletes para subir no guincho Figura 09 Armazenamento de tijolos no posto de trabalho Figura 10 Exemplo de Ficha de Verificação de Serviço (FVS) Figura 11 Planejamento executado na obra Figura 12 Exemplo de Ficha de Verificação de Material (FVM) Figura 13 Inspeção de serviço controlado Figura 14 Serviço executado em lote menor de produção Figura 15 Aço cortado e dobrado pelo fornecedor Figura 16 Fabricação de vergas pré-moldadas Figura 17 Aplicação de verga pré-moldada Figura 18 Apartamento padrão Figura 19 Apartamento modificado pelo cliente Figura 20 Dispositivos visuais de comunicação Figura 21 Placas de identificação de materiais Figura 22 Seqüenciadores de argamassa Figura 23 Tapume da obra Figura 24 Walk-Talkie para comunicação com o guincheiro Figura 25 Dispositivos visuais de gerenciamento da obra Figura 26 Planilha de avaliação de fornecedor Figura 27 Treinamentos e exibição de vídeos motivacionais Figura 28 Relatório de não-conformidade Figura 29 Mapa de fluxo do processo de alvenaria Figura 30 Fluxograma do processo de confecção de argamassa... 48
10 10 1.INTRODUÇÃO 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS O mercado da construção civil está aquecido e cada vez mais as empresas investem em técnicas e novas práticas de gestão com o intuito de reduzir custos e aumentar a produtividade através de novas filosofias de produção. O termo lean, que significa enxuto, foi usado no final dos anos 80 por pesquisadores para definir um sistema de produção muito mais eficiente, flexível, ágil e inovador para enfrentar um mercado em constante mudança. Uma característica marcante do setor da construção civil é o elevado percentual de desperdício. A falta de planejamento e gerenciamento, ou a improvisação dos mesmos, gera desperdício de materiais, de mão-de-obra e baixa produtividade. Para que essas perdas sejam evitadas é necessário racionalizar a construção substituindo práticas rotineiras e convencionais por processos sistemáticos. A indústria da construção civil encontra-se em relativo atraso tecnológico comparado com outros setores produtivos do país. Por se tratar de uma indústria muito tradicional e antiga, apresenta muita resistência a mudanças dificultando a adaptação da filosofia lean nos canteiros sobre a alegação de que as características da construção são diferentes daquelas da manufatura, onde a filosofia inicialmente se aplicou. A construção enxuta é uma adaptação da produção enxuta desenvolvida pelo Sistema Toyota de Produção (STP) de Taichi Ohno que surgiu na indústria automobilística dos anos 50 no Japão. Essa época foi marcada por filosofias do Total Quality Management (TQM) e do Just-in-Time (JIT), entre outras com o objetivo da remoção de desperdícios através de uma abordagem prática. A partir do Sistema Toyota de Produção, outros conceitos surgiram baseados nele, como o Lean Thinking (mentalidade enxuta) que é considerado uma generalização deste sistema. Nos anos 90 estes conceitos foram aplicados na construção civil por Lauri Koskela através do trabalho intitulado Application of the new production phylosophy in the construction industry quer ficou conhecido como um novo referencial teórico instituído para a gestão de processos na construção e promoveu a criação do International Group for Lean Construction (IGLC).
11 11 No Brasil, a Lean Construction chegou em 1996, trazida por diversos pesquisadores e consultores da área de planejamento e gestão de produção. 1.2 JUSTIFICATIVA A produtividade na construção civil pode ser melhorada através de um conjunto de modificações estruturais, tecnológicas, organizacionais, motivações psicológicas e das condições de trabalho. A obra em estudo, busca adotar os princípios da Lean Construction e as filosofias lean para estabilizar o fluxo de material e informação, melhorar os seus processos construtivos, produzir necessário somente quando o necessário (JIT) e otimizar a mão-deobra reduzindo os tempos de ociosidade. 1.3 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Este trabalho tem como objetivo identificar as diretrizes para implantar os princípios da construção enxuta em um canteiro de obras vertical em Belém- PA para melhoria dos seus processos construtivos OBJETIVO ESPECÍFICO Conhecer as técnicas e métodos utilizados na Construção Enxuta para a sua aplicação no canteiro de obras. Estudar a empresa em estudo e conhecer os seus processos. Apresentar os princípios da Construção Enxuta para a gerência na obra em estudo e analisar a sua aplicabilidade através de casos de implantação na construção civil. Coletar informações que sobre os processos da obra em estudo para análise de melhorias. Propor práticas que evidenciem a aplicação dos princípios da Construção Enxuta no canteiro de obras
12 12 Avaliar os fatores críticos dessa implantação no estudo de caso e descrever os benefícios que ela proporcionou para a obra em estudo. 1.4 RESUMO DOS CAPÍTULOS Além deste capítulo, que promove as principais propostas deste trabalho discutidos nos objetivos gerais e nos objetivos específicos, este trabalho está composto por mais três capítulos. No segundo capitulo é abordado o referencial teórico que é constituído pelos principais conceitos que formaram a construção enxuta e a sua adaptação nos canteiros de obras. No terceiro capitulo é discutido a aplicação da construção enxuta na obra em estudo através dos onze princípios propostos pro Laury Koskela e a apresentação de práticas e evidenciam os mesmos. No quarto Capitulo são apresentadas as conclusões e os resultados da intervenção deste estudo na obra.
13 13 2. TOPICOS TEORICOS RELEVANTES 2.1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO No ano de 1973, com a crise do petróleo governos, empresas e sociedades no mundo inteiro enfrentaram pesados prejuízos. Enquanto a Toyota Motor Company, empresa japonesa continuou obtendo lucros, não com a mesma proporção, sendo uma das poucas empresas a escapar dessa crise. Este fenômeno despertou a curiosidade das organizações [GHINATO, 2000]. Desde então Eiji Toyota e Taiichi Ohno iniciaram um esforço para a mudança para desse cenário. Ohno começou a trabalhar diretamente com equipes e seus lideres que recebiam um grupo de atividades de montagem e uma área de linha de produção devendo trabalhar juntas da melhor maneira para realizar as operações necessárias, logo em seguida organizou as tarefas da área de trabalho, forneceu ferramentas e atribuiu tarefas de verificação da qualidade. Este processo contínuo de melhoria, termo japonês kaizen, ocorre em colaboração com engenheiros industriais, que ainda existiam, mas em quantidade muito menor. Segundo [WOMACK, 1990], em se tratando do retrabalho, Ohno permitiu que cada trabalhador da linha de montagem, ao contrário do sistema de produção em massa, pudesse parar a linha de produção caso algum defeito fosse detectado. De maneira sistemática os trabalhadores aprenderam a identificar a raiz do problema, e posteriormente a sugerir a correção para que este mesmo problema nunca voltasse a ocorrer. À medida que os trabalhadores obtiveram experiência em identificar e rastrear os problemas até a raiz, o número de erros foi reduzido bruscamente. Outras conseqüências foram a redução da necessidade de retrabalho e o aumento da qualidade dos carros fabricados. O objetivo do sistema Toyota era reduzir os estoques finais e intermediários trabalhando com pequenos lotes de produção e uma alta quantidade de entregas e transporte [SHINGO, 1996].
14 14 O sistema de produção adotado pela Toyota é conhecido como Sistema Toyota Produção (STP), que hoje conhecemos por Lean Prodution System que significa Sistema de Produção Enxuta. O significado da palavra enxuto do inglês (lean) foi utilizado no final dos anos 80 pelos pesquisadores do International Motor Vehicle Program (IMVP) para definir um sistema de produção eficiente, flexível e inovador do que a produção em massa, o qual é um sistema que está habituado a enfrentar mudanças constantes no mercado. O interesse nas idéias do Sistema Toyota de Produção surgiu principalmente pelo alto grau de competitividade que ele oferecia. Através da análise das atividades envolvidas no processo, era possível identificar as diferenças entre desperdício e valor, a partir da ótica de clientes e usuários convencionais [KOSKELA, 2004]. Uma das principais características do Sistema Toyota de Produção é a redução de perdas em todo o processo de produção. Perdas são vistas como qualquer ineficiência que leva ao uso de equipamentos, materiais e mão-deobra em quantidades maiores do que as necessárias para a produção de um produto. Estas perdas podem ser tanto desperdício de materiais quanto execução de tarefas desnecessárias que levam a custos adicionais e a atividades que não agregam valor. A Toyota apresenta uma busca incessante pela descoberta das causas reais dos problemas e perdas. Outro sistema utilizado para tal é o dos 5 Porquês. Ao utilizar este sistema é possível descobrir a raiz dos problemas, tendo como objetivo final a melhoria [SHINGO, 1996]. De acordo com [WOMACK, 1990], outro sistema criado pela Toyota foi uma nova maneira de coordenar o fluxo de materiais dentro do sistema de fornecimento diário de suprimentos, o just-in-time. Nesse sistema foi estabelecido que as partes fossem produzidas apenas quando a próxima etapa as requisitasse. O sistema de produção e gerenciamento desenvolvido na Toyota foi resultado de esforços de tentativas e erros para competir com a produção em massa já estabelecida nas indústrias de automóveis americanas e européias [SHINGO, 1996].
15 15 Toyota e Ohno levaram mais de vinte anos para implantar este conjunto completo de idéias dentro do Sistema Toyota de Produção. No final eles obtiveram sucesso, trazendo melhorias relevantes na produtividade, na qualidade do produto e na capacidade de resposta a mudanças do mercado [WOMACK, 1990] JUST-IN-TIME O conceito de Just-in-Time (JIT) se baseia em produzir os itens necessários na quantidade necessária e no tempo necessário. Tem por objetivo identificar, localizar e eliminar as perdas garantindo um fluxo contínuo de produção. O princípio de funcionamento do sistema de Construção Enxuta é composto pelo método do tempo propício. O Just-in-Time determina que as empresas necessitem eliminar e reduzir os estoques de produtos e devem procurar trabalhar em parcerias com os seus fornecedores com a finalidade de igualar e evitar o excesso A ESTRUTURA DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO A base do sistema Toyota de produção é sustentada por seus dois pilares, o Just-in-Time e Jidoka, e outros componentes essenciais do sistema. Com este modelo, o objetivo é atender da melhor maneira as necessidades do cliente, fornecendo produtos e serviços da mais alta qualidade, ao mais baixo custo e no menor tempo (lead time) possível. Tudo isso, enquanto assegura um ambiente de trabalho onde segurança e moral dos trabalhadores constitua-se em preocupação fundamental da gerência.
16 16 Figura 01 Estrutura do Sistema Toyota de Produção (Ghinato, 2000) Esse modelo visa adaptar os componentes do STP às peculiaridades do setor da construção de edificações residenciais verticais, com o intuito de aumentar sua competitividade, permitindo que as empresas tenham um melhor aproveitamento dos seus recursos internos. A estrutura é composta por dois pilares, pela base e no topo o cliente. 2.2 MENTALIDADE ENXUTA O conceito de mentalidade enxuta foi formulado no inicio da década de 90, baseada no sistema Toyota de produção e firmou como o novo paradigma de produtividade na manufatura existindo diversas aplicações em vários setores da indústria. Com o avanço da construção civil o interesse nos conceitos da construção cresceu tendo assim várias empresas e pesquisadores discutindo esses conceitos e práticas.
17 PRINCIPIOS DO LEAN THINKING (MENTALIDADE ENXUTA) Valor: A princípio, deve-se entender o que é valor para o cliente, pois este princípio é o ponto de partida para aplicação de todos os demais princípios da lean. Essa identificação inclui determinar exatamente quais características do produto e serviços associados ao mesmo, o cliente está disposto a pagar. Esta é a referência para a identificação de desperdícios, definidos como tudo aquilo que não agrega valor, servindo de base para a aplicação dos demais princípios. Fluxo de Valor: Deve-se identificar e eliminar desperdícios ao longo de toda a cadeia de valor, da matéria-prima ao cliente final. Para isso, faz-se necessário que se faça a gestão de fluxos físicos de pessoas, materiais e equipamentos em canteiro de obra, que deve fazer parte do processo de planejamento e controle da produção. Fluxo Continuo: Devem-se realizar todas as atividades que agregam valor sem interrupções, eliminando os desperdícios e reduzindo o lead time. Seguindo este raciocínio pode-se dizer que o conceito de fluxo é fundamental dentro da filosofia Lean. Sua implantação resulta, por exemplo, na utilização de produção celular, onde a produtividade é alta, devido ao uso de conceitos tais como: fluxo de uma peça, operadores multifuncionais, e ritmo padronizado e controlado.
18 18 Puxar: Juntamente com o princípio do fluxo, o conceito de puxar pode ser considerado como o mais característico da Lean, sendo fundamental na busca da eliminação de desperdício, pois, de acordo com o mesmo, deve-se produzir somente quando demandado pelo cliente ou processo posterior. Todas as comunicações devem ser diretas e sem ambigüidade. Perfeição: Deve-se ter uma melhoria contínua através da rápida detecção e solução de problemas na base, ou seja, o processo de melhoria e aprendizado contínuos deve ser disseminado na base da hierarquia funcional, contando com o apoio de um método científico. A adoção desta estratégia garante que problemas possam ser detectados com eficiência e resolvidos rapidamente. 2.3 LEAN CONSTRUCTION HISTÓRICO A evolução da Construção Enxuta no Brasil ocorreu desde a década de 90, um novo conceito passou a ser utilizado na gestão de processos na construção civil, essas novidades eram identificadas como Lean Prodution, ou seja, Produção Enxuta, e assim passou a se confrontar com as idéias tradicionais de Taylor e Ford. Tendo sua origem no ano de 1950 no Japão, e como principal base as filosofias do Total Quality Magagemant (TQM) e do Just-in-time (JIT), o objetivo deste novo conceito seria a remoção de desperdícios através de uma abordagem prática, e os resultados alcançados estão voltados para o aumento da confiabilidade de serviços e produtos, diminuindo assim o custo da produção e aumentando a qualidade do produto final. O ponto mais importante neste processo foi à publicação do trabalho do finlandês Laury Koskela em 1992, Application of the new prodution philosophy
19 19 in the construction industry. Esta obra representa um marco na indústria da construção civil, e promoveu a criação do International Group for Lean Construction IGLC, cuja estratégia é a disseminação do novo paradigma na construção civil em diversos países. A evolução da construção civil no Brasil está ligada ao modelo tradicional e ao modelo proposto por Koskela. O modelo de processo utilizado na filosofia gerencial tradicional, desenvolvidos por Taylor e aplicados por Ford, apresenta como características principais a subdivisão de um processo em sub-processos das atividades que transformam os insumos em produtos intermediários e conseqüentemente em produtos finais. A diminuição do custo total de um processo esta baseado principalmente nas atividades de minimização do custo de cada sub-processo, que é formado durante a execução ou realização de atividade desenvolvida no canteiro. Laury Koskela, em seu trabalho Application of the new production philosophy in the construction industry (1992), apresenta o modelo de processo na Construção Enxuta, desde a matéria prima até a obtenção do produto final. Neste modelo, um processo consiste em um fluxo de materiais, sendo constituído por atividades de transporte, espera, processamento e inspeção, sendo que nem todas as atividades agregam valor ao produto. Existem onze princípios para projeto e melhoria de fluxo de processo os quais representam a base de diversas atividades e trabalhos de aplicação prática dos princípios da mentalidade enxuta na construção. A abordagem lean na construção civil visa seqüenciar as atividades de modo integrado, planejando as atividades de forma balanceada, ou seja, atividades cadenciadas e no mesmo ritmo. A conseqüência deste tipo de solução é fazer com que haja a quebra de isolamento da seqüência de atividades na obra. ISATTO [2000] aponta as principais deficiências deste modelo, identificado como modelo de conversão, que apresenta uma parcela de atividades que compõem os fluxos físicos entre as atividades de conversão, as quais não são consideradas de forma explícita. Diferentemente das atividades de conversão, estas não agregam valor. Ainda no modelo de conversão, o controle da produção tende a ser focado nos sub-processos individuais e não no sistema de produção considerado como um todo.
20 20 Segundo ISATTO [2000], uma ênfase excessiva em melhorias nas atividades de conversão, tais como inovações tecnológicas, pode deteriorar a eficiência de fluxos de outras atividades de conversão. Outra consideração refere-se a não consideração dos requisitos dos clientes, que pode resultar na produção de produtos inadequados. Na Construção Enxuta, é importante salientar o conceito de valor, que deve estar diretamente associado ao conceito de satisfação do cliente, que se confirma com ISATTO [2000] quando afirma que a geração de valor é outro aspecto que caracteriza os processos na Construção Enxuta não sendo inerente à execução de um processo. Um processo só gera valor quando as atividades de processamento transformam as matérias primas ou os componentes requeridos pelos clientes, sejam eles internos ou externos. O modelo de processo da Construção enxuta de Koskela (1992) é aplicável não só a processos de produção de caráter físico como também os de natureza gerencial. Para PICCHI [2000], a melhoria contínua e competitiva das empresas através da eliminação de desperdícios e o constante atendimento aos requisitos dos clientes em variedade, qualidade, tempo e preço é um dos objetivos da mentalidade enxuta APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Um dos maiores problemas encontrados atualmente de gestão e planejamento da construção civil em centros urbanos no Brasil é um relativo atraso tecnológico, quando comparado a outros países, o desperdício, de materiais, mão-de-obra e a baixa produtividade, são fatores que ocorrem devido às dificuldades de contratação de mão-de-obra qualificada, planejamentos inadequados, inspeção e controle das atividades desenvolvidas dentro do canteiro, ou até mesmo a soma de mais de um desses problemas. Como possível solução do problema de baixa produtividade, estaria ligada ao gerenciamento da obra, essa atividade pretende igualar a produção em cada fase do processo, como ocorria nas indústrias. Porém devido à falta de conhecimentos bibliográficos sobre o assunto e as dificuldades de implantação devido ao tempo de adaptação, realizações de
21 21 treinamentos e altos investimentos iniciais, são fatores que acabam desestimulando a sua implantação. No Brasil, diversos núcleos, institutos e universidades vêm se destacando no estudo e desenvolvimento de métodos de aplicação da Lean Construction como uma forma de consolidação do novo paradigma CONCEITOS BASICOS: Na construção enxuta um processo é constituído de sub-processos que consiste em um fluxo de materiais, desde a matéria prima até o produto final de acordo com a filosofia gerencial proposta por Koskela ilustrada na Figura 02. Estes processos são constituídos por atividades de transporte, espera, processamento ou conversão e inspeção demonstradas na Figura 03. Dessas atividades, somente o processamento agrega valor ao produto final, por esta razão, as outras atividades são denominadas atividades de fluxo. Algumas dessas atividades como, controle dimensional, treinamento da mão-de-obra e instalação de dispositivos de segurança não agregam valor ao cliente, mas são essenciais a eficiência global dos processos. Figura 02 - Modelo de processo na filosofia gerencial tradicional (Koskela,1992)
22 22 Figura 03 - Modelo de processos na construção enxuta (Koskela, 1992) Segundo FORMOSO [2000], estima-se que dois terços (67%) do tempo gasto por trabalhadores em um canteiro de obras são em atividades que não agregam valor. Segundo SHINGO [1996], produção é um fluxo de material e/ou de informação desde a matéria prima até o produto final. Neste fluxo o material é processado (conversão), é inspecionado, está parado ou está em movimento. Estas atividades são diferentes. O processamento representa a conversão da produção, a inspeção, o movimento e o armazenamento representando aspecto de fluxo de produção. Uma característica importante da Lean Construction é a geração de valor que estar diretamente vinculada à satisfação do cliente, tanto internos como externos OS PRINCIPIOS DA LEAN CONSTRUCTION Com base nos princípios apresentados a seguir, será desenvolvido o estudo de caso que ilustra a aplicação da Construção Enxuta na obra em estudo. 1) Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor: Este princípio é considerado o mais fundamental da construção enxuta que melhora a eficiência dos processos e reduz as perdas eliminando algumas atividades de fluxo, disponibilizando equipamento, ferramentas, informações e locais adequados visando à redução de movimentos desnecessários. Segundo KOSKELA [1992], as atividades podem ser definidas como:
23 23 Atividades que agregam valor ou atividades de transformação ou conversão de material ou informação, na direção que é requerido pelo consumidor. Atividades que não agregam valor, também denominadas de desperdício. Atividades que consomem tempo, recursos e espaço, mas que não acrescentam valor ao produto. 2) Aumentar o valor do produto através da consideração das necessidades dos clientes Este princípio é baseado nas necessidades dos clientes externos e internos e na geração de valor. Considera-se os clientes internos os trabalhadores da empresa e os clientes externos os adquirentes dos imóveis. Segundo KOSKELA [1992], o valor não é uma qualidade inerente ao processo de conversão, mas é gerado como conseqüência do atendimento aos requisitos do cliente. O cliente pode ser o consumidor final ou a próxima atividade no processo de produção. 3) Reduzir a variabilidade O principal objetivo da implantação do sistema de gestão da qualidade na empresa é manter uma padronização na execução de seus serviços e na sua organização. Para isso será necessário evitar a variabilidade que pode ocorrer com bastante freqüência nos canteiros de obra. Segundo ISATTO [2000], existem diversos tipos de variabilidade, relacionados ao processo de produção, como por exemplo, a variação dimensional dos materiais entregues, a variabilidade existente na própria execução de um determinado processo e a variabilidade da demanda, que está relacionada aos desejos e ás necessidades dos clientes de um processo. Portanto, a melhor forma de reduzir a variabilidade é alcançando uma padronização, tanto na conversão quanto no fluxo do processo [SHINGO, 1996]. A variabilidade é responsável por aumentar o tempo de ciclo e as atividades que não agregam valor.
24 24 4) Reduzir o tempo de ciclo Um tempo de ciclo é composto pela soma de todos os tempos (movimento, espera, processamento e inspeção) na geração do produto. Este principio da construção enxuta tem origem na filosofia do Just-in-Time. Com o principal objetivo de minimizar o percurso do material no canteiro até o seu destino final aonde ocorrerá os processamento ou conversão, neste princípio será desenvolvido a sincronização do fluxo de materiais e mão-deobra através de programações repetitivas e padronizadas tornando o sistema de produção menos vulnerável a mudanças de demanda. Ao invés de espalhar varias frentes de serviço pela obra, deve-se focar em menores lotes de produção que facilitam a gestão dos processos e o controle da produção. Além disso, os erros são mais facilmente identificados, pois existe menos sobreposição na execução de diferentes unidades. 5) Simplificar através da redução do número de passos ou partes Este princípio consiste na redução do número de componentes em um produto ou a redução do número de partes ou estágios em um fluxo de materiais ou informações causando a redução de atividades que não agregam valor, ou seja, pela simplificação dos processos. Considera-se que quanto maior é o numero de componentes ou passos em um processo maior será a quantidade de atividades que não agregam valor [ISATTO, 2000], que também podem causar variabilidade que aumenta a possibilidade de interferência entre as equipes. As principais formas de atingir esta simplificação é com a utilização de elementos pré-fabricados, o uso de equipes polivalentes e com um planejamento eficaz dos métodos de produção. 6) Aumentar a flexibilidade na execução do produto O conceito do aumento de flexibilidade está vinculado no processo como gerador de valor que consiste em poder alterar as características de um
25 25 determinado produto sem aumentar o seu custo ou causar atividades que não agregam valor, tornando o produto mais flexível a mudanças. As maneiras de aplicar este princípio podem ser através da redução do numero de lotes causando redução do tempo de ciclo das atividades, e também com o uso de mão de obra polivalente que são capazes de se adaptar facilmente as mudanças na demanda. 7) Aumentar a transparência do processo Aumentar a transparência no canteiro de obras é importante para diminuir a quantidade de erros nos processos de produção com o aumento do fluxo de informações. Segundo KOSKELLA [1992], pode-se diminuir a ocorrência de erros na produção, proporcionando maior transparência dos processos produtivos. Isso ocorre porque à medida que o principio é utilizado, podem-se identificar problemas mais facilmente, no ambiente produtivo durante a execução dos serviços Para ISATTO [2000], algumas formas de aumentar a transparência no processo são: A remoção de obstáculos visuais, tais como divisórias e tapumes. Utilização de dispositivos visuais, tais como cartazes, sinalização e demarcação de áreas. Emprego de indicadores de desempenho, que tornam visíveis atributos do processo. Aplicação de programas de melhorias da organização e limpeza do canteiro como o 5S. Pouca transparência no processo aumenta a possibilidade de erros e pode diminuir a motivação para melhorias 8) Focar o controle no processo global Tem o objetivo de proporcionar uma visão mais ampla do percurso do produto até chegar ao seu consumidor final, pois possibilita a identificação de possíveis desperdícios que ocorrem, considerando a cadeia como um todo,
26 26 como repetidas atividades de transporte, inspeções, estoques e retrabalho (PICCHI, 2001). 9) Introduzir melhoria contínua ao processo Os esforços para a redução do desperdício e do aumento do valor do produto devem ocorrer de maneira contínua na empresa [KOSKELA. 2002]. Para ISATTO [2000], trabalho em equipe e gestão participativa constituem os requisitos essenciais para a introdução de melhoria contínua no processo. Aplica-se este princípio através de iniciativas de apoio e dignificação da mão-de-obra. Por exemplo: a utilização de caixa de sugestões, premiações pelo cumprimento de tarefas, estabelecimento de planos de carreira, certificados de desempenho, a escolha do funcionário do mês, entre outros. 10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões Segundo KOSKELA [2002], melhorias nos fluxos e na conversão estão interligadas à: Melhores fluxos requerem menor capacidade de conversão e, portanto, menores investimentos em equipamentos. Fluxos mais controlados facilitam à implementação de novas tecnologias de conversão. Novas tecnologias na conversão podem acarretar menor variabilidade e, assim, benefícios no fluxo. KOSKELLA ainda comenta quem em um processo de produção há diferenças de potencial de melhoria em conversões e fluxos. Em geral, quanto maior a complexidade do processo de produção, maior é o impacto das melhorias e quanto maiores os desperdícios inerentes no processo de produção, mais proveitosos os benefícios nas melhoras do fluxo, em comparação com as melhorias na conversão.
27 27 11) Fazer Benchmarking Este princípio também é conhecido como referenciais de ponta, que quer dizer, a busca de informações de outras fontes como dissertações de autores especialistas em um determinado assunto ou através de práticas de outras empresas no mercado da construção civil. Benchmarking é um processo de aprendizado a partir de referências de outras empresas consideradas lideres em determinados aspectos ou seguimentos [ISATTO, 2000].
28 28 3. ESTUDO DE CASO A implantação dos princípios da Construção Enxuta no processo de produção da obra vertical em estudo: Estudo de caso real A seguir será apresentada a descrição das etapas do estudo de caso na obra analisada neste trabalho: a) Análise preliminar: Esta primeira etapa da implantação tem como principal objetivo, o estudo da empresa responsável pela obra em estudo, envolvendo a coleta e dados e analise dos seus processos gerenciais. b) Arranjo Físico do canteiro Nesta etapa será discutido as mudanças no layout de canteiro seguido de implementações necessárias no canteiro de obra a partir de analises e estudos relacionados ao assunto. c) Aplicação dos onze princípios da construção enxuta no canteiro de obras Realização de estudos, coleta de dados e analises da aplicabilidade na obra vertical em estudo de cada um dos princípios da construção enxuta. d) Resultados e conclusões Esta etapa conclui o estudo de caso com a discussão dos resultados obtidos através dos novos métodos e produção aplicados no canteiro.
29 ANÁLISE PRELIMINAR Dados da Empresa A empresa em estudo atua no mercado desde 1978, demonstrando ao longo desses anos uma grande evolução, procurando sempre satisfazer os clientes ao nível que é exigido. A empresa participa do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Civil Habitacional - PBQP-H, visando a Certificação ISO-9000, estando em fase final de implantação dos sistemas necessários, aguardando auditoria para o Nível "C", conforme classificação do programa Dados da obra em estudo Consiste na execução de um edifício residencial multifamiliar composto de pavimento térreo, pavimento mezanino I, pavimento mezanino II, pavimento tipo e cobertura, onde constará de 30 pavimentos, cada um com 2 apartamentos, totalizando 60 unidades. Cada apartamento é composto por uma sala de estar/jantar com sacada, uma circulação, um lavabo, uma suíte máster com sacada, duas suítes, uma copa/cozinha, uma área de serviço, um quarto de serviço, um banheiro de serviço. Tudo totalizando uma área de 130,39 m², sendo que cada unidade terá direito a duas vagas de garagem. A área comum é formada por piscina adulta e infantil, quadra polivalente, churrasqueira, três elevadores sendo um social, emergência e outro de serviço, grupo gerador e salão de festa Política da qualidade A empresa em questão esta implantando o sistema da qualidade para aquisição do certificado de qualificação do nível C, pelo Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade habitacional - PBQP-H, com isso implantou como política de qualidade na obra:
30 30 Atender as necessidades de seus clientes internos e externos. Treinar todos os seus colaboradores. Melhorar continuamente os seus serviços, a competitividade e a qualidade de seus produtos Estrutura organizacional A estrutura organizacional e a autoridade das funções estabelecidas para esta obra estão representadas de acordo com a hierarquia, e segue o seguinte organograma: Supervisor Engenheiro SESMT Téc. de Edificações Almoxarife Estagiários Equipes Equipes Figura 04 Estrutura Organizacional da obra * SESMT Serviço Especializado na Engenharia e Medicina do Trabalho 3.2 ARRANJO FÍSICO Um layout de canteiro arranjado apropriadamente é de grande importância para a indústria da construção civil pela influência que ele exerce sobre as atividades de fluxo, como o movimento e o armazenamento de materiais e equipamentos para um melhor aproveitamento da mão-de-obra. No início da intervenção deste estudo, a obra encontrava-se em uma fase de transição das fundações da estrutura da garagem localizadas no fundo
31 31 do terreno. Por tanto, esta área se tornaria indisponível para o uso como área de vivência, conseqüentemente causando o deslocamento de algumas áreas como escritório, almoxarifado, banheiros, vestiários e bancada de serra. Essas novas implementações geraram falta de espaço para os fluxos de materiais no canteiro. Para resolver esse problema foi necessário ser realizado um estudo sobre layout de canteiro para que o novo layout atendesse essas necessidades. Esta abordagem tem objetivo de proporcionar a transparência dos processos físicos, como identificar e compreender melhor o fluxo de materiais e falhas. Estes projetos estão anexados neste trabalho. 3.3 FASES DA IMPLANTAÇÃO Deverão ser realizados estudos na obra e na empresa em estudo, buscando identificar a sua estrutura administrativa e os processos produtivos utilizados. Esta é dividida em três fases segundo o trabalho desenvolvido por KUREK [2005]. Fase I: Exploratória Com a identificação da empresa para o estudo e observação direta no canteiro de obras e para a descrição de seus processos Fase II: Apresentação Apresentação dos princípios da Lean Construction e análise in loco. Fase III: Implementação Avaliação e discussão dos resultados e uma proposta de diagnóstico para empresas construtoras.
32 Os princípios da Construção enxuta: Estudo de aplicabilidade na obra em estudo 1) Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor Para uma boa aplicação deste principio se deve haver uma organização estrutural no canteiro de obras indicando a entrada, saída, carga e descarga de materiais, vias de circulação e local para armazenamento de insumos. Foram realizadas uma série de modificações no canteiro descritas anteriormente com base em estudos de determinação de layout de canteiro de obras visando a minimização de fluxos de pessoas e materiais. Figura 05 Novo layout de canteiro O novo layout apresentado indicará os fluxos através de uma logística interna para minimizar as distâncias com o intuito de reduzir as atividades que não agregam valor conhecidas como atividades de movimentação, inspeção e espera. Um exemplo de aplicação deste princípio na obra em estudo é na melhoria da eficiência do processo de limpeza. Foi construída uma rampa de madeira com seguimento para o contêiner de armazenamento de entulho com o intuito de jogar todo o entulho dentro dos carrinhos diretamente nele,
33 33 eliminando uma boa parcela de atividades que não agregam valor neste processo. Figura 06 Área do contêiner antes da intervenção Figura 07 Área do contêiner depois da intervenção Com o objetivo de melhorar o fluxo continuo do serviço de elevação de alvenaria nos pavimentos, foram estudados os projetos arquitetônicos e projetos de elevação de alvenaria do pavimento tipo para identificar a
34 34 quantidade de tijolos assentados em cada cômodo a partir do dimensionamento das paredes. Através deste estudo os tijolos são distribuídos nos pavimentos em cima de paletes e transportados por transpaletes em quantidades equivalentes em cada cômodo. Figura 08 Arrumação dos tijolos em paletes para subir no guincho Figura 09 Armazenamento de tijolos no posto de trabalho Esta atividade de movimento vertical dos tijolos pelo guincho e a sua distribuição na laje é executada depois do horário do expediente normal sendo
35 35 pago uma produção para os funcionários envolvidos, eliminando então, uma fase do ciclo deste processo durante a sua execução. 2) Aumentar o valor do produto através da consideração das necessidades dos clientes Como a empresa passa pela implantação do sistema de gestão da qualidade do PBQP-H, são definidas tolerâncias de aceitação dos serviços através dos procedimentos executivos de serviço (PES) para que eles possam ser liberados para sua próxima fase, que será responsável por outro cliente interno. Para passar para a próxima fase é realizada uma inspeção do serviço controlado através de uma ficha de verificação de serviço (FVS), evitando as tolerâncias dimensionais para que os processos seguintes não sejam dificultados. Figura 10 Exemplo de Ficha de Verificação de Serviço (FVS) Para suprir as considerações e necessidades dos clientes externos são executados planejamentos de obra para garantir a conclusão da obra no prazo previsto. Outra maneira muito freqüente na empresa de atender as necessidades desses clientes é através de solicitações de modificação de apartamento, como a possibilidade de poder definir acabamentos no imóvel por exemplo.
36 36 Figura 11 Planejamento executado na obra 3) Reduzir a variabilidade Essa variabilidade relacionada aos materiais pode ser evitada com inspeções no momento em que estes são entregues na obra, como verificar a variabilidade das dimensões de blocos cerâmicos, a conservação dos sacos de cimento, ferragens e etc. Tais verificações são feitas através de uma ficha de verificação de material (FVM) que contém todas as informações necessárias para fiscalização de material e estocagem. Figura 12 Exemplo de Ficha de Verificação de Material (FVM) Quando se trata de variabilidade na execução dos serviços, a grande parte das incidências é voltada a problemas de planejamento. Isso acontece
37 37 quando certa atividade não cumpre os seus pré-requisitos, atrasando as tarefas seguintes. Como mencionado anteriormente, uma maneira de evitar esses problemas é com a ajuda das fichas de verificação de serviço (FVS) que facilitam a identificação de falhas no processo. Figura 13 Inspeção de serviço controlado 4) Reduzir o tempo de ciclo Com o propósito de reduzir o tempo de ciclo do serviço de reboco interno das paredes de um pavimento tipo, os serviços de colocação de caixinha elétrica e o assentamento de contra-marco das janelas agora são realizados antes do reboco. Seguindo os princípios do Just-in-Time (JIT), esses materiais são solicitados na obra de acordo com o planejamento, seguindo um cronograma de execução, evitando que uma grande quantidade destes materiais fiquem armazenados no almoxarifado por muito tempo, possibilitando a danificação dos mesmos. Para que este princípio seja atendido com mais eficiência, é vantajoso o uso de equipes polivalentes, ou seja, equipes capazes de exercer vários tipos de serviço. Assim, a própria equipe do reboco fica responsável pelo assentamento desses materiais e o arremate, eliminando a necessidade de formação de uma nova frente de serviço facilitando o controle da produção e reduzindo movimentos e esperas durante o serviço.
38 38 Figura 14 Serviço executado em lote menor de produção 5) Simplificar através da redução do número de passos ou partes Para atingir a simplificação dentro do canteiro de obras a empresa pede o aço dobrado e cortado pro fornecedor através de um romaneio, eliminando uma fase do processo de armação. Figura 15 Aço cortado e dobrado pelo fornecedor Outra forma de simplificação aplicada na obra é a produção de vergas pré-fabricadas. É reservado um espaço dentro do canteiro para esta finalidade
39 39 aonde um servente as produz e às transporta até o local de trabalho. Sendo assim, o pedreiro posiciona a verga no local sem ser preciso interromper o processo de execução do serviço resultando em atividades que não agregam valor. Figura 16 Fabricação de vergas pré-moldadas Figura 17 Aplicação de verga pré-moldada Pode-se aplicar também este principio através da concentração de trabalhadores no mesmo posto de trabalho, facilitando o controle de varias atividades em um mesmo local. Por exemplo, em um mesmo pavimento foram concentrados vários pedreiros de alvenaria reduzindo o numero de serventes
40 40 para auxiliá-los. Além de simplificar o processo, ele reduz a parcela de atividade que não agregam valor, reduzindo os movimentos e economizando energia que seria gasta pelo guincho para abastecer mais postos de trabalho. 6) Aumentar a flexibilidade na execução do produto Na empresa estudada, essas mudanças no produto são aplicadas para satisfazer as necessidades de seus clientes externo através de modificações nas plantas dos apartamentos. Neste caso a única maneira de tornar o produto mais flexível a mudanças é agendando a alteração com antecedência pelo setor técnico, de preferência antes do concreto da laje. Figura 18 e 19 Apartamento padrão e apartamento modificado pelo cliente
41 41 7) Aumentar a transparência do processo Existem diversas formas de aplicar este princípio no canteiro de obras estudado, como a utilização de cartazes e placas que indicam as áreas de deposito de materiais e instruções de como depositá-los. Além da identificação das áreas de vivência, pavimentos e Kam-Bams para controle de argamassa. Figura 20 Dispositivos visuais de comunicação Figura 21 Placas de identificação de materiais
42 42 Figura 22 Seqüenciadores de argamassa (Kam-Bam) É importante ressaltar a utilização do tapume como gerador de imagem positiva da empresa para consumidores e clientes. Figura 23 Tapume da obra
43 43 Outra forma de atender as necessidades desse princípio da construção enxuta é com a aplicação de programa de melhoria da organização e da limpeza, tais como o 5S, aonde são aplicados os cinco sensos (Utilização, Ordenação, Limpeza, Disciplina, e Asseio). Por se tratar de um edifício muito alto, nessa etapa da obra em que esse estudo está sendo aplicado, a torre já se encontra em um nível bastante elevado aumentando as distâncias entre os postos de trabalho, a administração da obra e o guincheiro. Para essa situação, é importante a implantação de dispositivos de comunicação como os walkie-talkies. Figura 24 Walk-Talkie para comunicação com o guincheiro Também é importante ressaltar a implantação de dispositivos visuais que são relevantes a disponibilização de informações à gestão da produção como planejamentos, planilhas informando o andamento da obra e indicadores de produtividade possibilitando um melhor supervisionamento e fiscalização do andamento dos serviços.
44 44 Figura 25 Dispositivos visuais de gerenciamento da obra 8) Focar o controle no processo global Este princípio é aplicado através da formação de parcerias com os fornecedores e a avaliação dos mesmos. Os fornecedores devem ser selecionados com base na sua capacidade de atender as necessidades da empresa. Quando um material é solicitado pela obra, é enviada uma ordem de compra com as especificações do material, quantidade e prazo de entrega para o setor de suprimentos. Todo mês os fornecedores de materiais são avaliados através de uma planilha de qualificação de fornecedores. Esses dados são armazenados em um banco de dados da empresa onde é exigido um percentual de conformidades que esses fornecedores devem atingir.
45 45 Figura 26 Planilha de avaliação de fornecedor 9) Introduzir melhoria contínua ao processo Na concepção da nossa equipe responsável por este estudo, nós acreditamos que a motivação do operário no canteiro é fundamental para introduzir melhoria contínua ao processo. Para alcançá-la promovemos atividades que tornam o ambiente de trabalho mais agradável, melhorando as relações interpessoais que são importantes para o crescimento da empresa e de todos os envolvidos. Essas atividades motivadoras são identificadas como confraternizações, aniversariantes do mês, eventos esportivos, treinamentos e reuniões. Figura 27 Treinamentos e exibição de vídeos motivacionais
46 46 A participação do programa de qualidade do PBQP-H na obra também pode ser importante para a implantação deste princípio com a introdução do tratamento de não-conformidades através dos procedimentos de ação corretiva e ação preventiva que possibilitam a identificação de problemas no processo e suas prováveis causas. As ocorrências de não conformidades no momento do recebimento de materiais e inspeção dos serviços são registradas e tratadas respectivamente na FVM e FVS pelo responsável definido nos procedimentos específicos. Outras não-conformidades verificadas na obra por qualquer funcionário (armazenamento de materiais, equipamentos, projetos, etc) são identificadas em uma planilha intitulada Plano de Ação de Melhoria. Deve-se decidir pela ação corretiva ou preventiva necessária para eliminar as causas do problema identificadas. A ação deve incluir o prazo previsto para implantação, responsável, previsão para avaliação de eficácia e deve ser registrada na planilha. É adotada uma ação corretiva quando a não-conformidade de mesma natureza ocorra de forma repetitiva ou quando estas sejam consideradas graves. Uma ação preventiva poderá ser providenciada para uma nãoconformidade que ainda não ocorreu, ou seja, tem grande potencial para acontecer. Após a implementação da solução proposta, deve-se retornar ao local aonde foi detectado o problema para verificar se o mesmo foi eliminado. Figura 28 Relatório de não-conformidade
47 47 10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões Este princípio está focado no estabelecimento de melhorias de fluxo no canteiro de obras através de um mapeamento dos processos e identificação de seus requisitos para cada estágio. Primeiramente se devem eliminar perdas nas atividades de transporte, inspeção e estoque de um determinado processo e apenas posteriormente, avaliar a possibilidade de produzir uma inovação tecnológica. Figura 29 Mapa de fluxo do processo de alvenaria O carregamento de tijolos entra na obra, em seguida é realizada a inspeção do material. Após a aprovação, os tijolos são descarregados em seu local de armazenamento onde ficam armazenados até serem solicitados aos postos de trabalho para a execução dos serviços de alvenaria. O transporte horizontal dos tijolos até o guincho é realizado através de transpaletes, que em seguida são transportados na vertical pelo mesmo. No pavimento, os tijolos são armazenados próximos aos locais de execução dos serviços de alvenaria, que ficam em espera até a sua utilização na etapa de processamento.
48 48 argamassas. Abaixo na figura 30, está um fluxograma do processo de confecção de Figura 30 Fluxograma do processo de confecção de argamassa 11) Fazer Benchmarking Para que este princípio seja atendido, é importante a empresa conhecer os seus próprios processos, identificando as boas práticas em outras empresas, entender os princípios por trás dessas práticas e aplicá-las.
49 49 4. CONCLUSÃO 4.1 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Após alguns meses da introdução da nova estratégia de produção desenvolvida na obra em estudo através da aplicação dos princípios da construção enxuta, a gerência se reuniu para discutir os resultados obtidos com a intervenção deste estudo e aonde que a obra e a empresa se beneficiaram com isso. A seguir, serão discutidos e analisados os resultados da aplicação de cada um dos onze princípios da construção enxuta aplicados na obra em estudo. 1) Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor Com a implementação do arranjo físico do canteiro da obra foi possível identificar as atividades de fluxo e os locais de armazenamento de materiais para minimizar as distâncias. Foram verificadas redução das atividades de fluxo (movimentação, espera e inspeção) 2) Aumentar o valor do produto através da consideração das necessidades dos clientes Este princípio identificou os clientes internos e externos e as suas necessidades. O planejamento foi reforçado com base na analise dos requisitos dos clientes internos a fim de garantir a seqüência das atividades e a eliminação de perdas para que a obra seja entregue no prazo. 3) Reduzir a variabilidade Foram desenvolvidos procedimentos executivos de serviço (PES) com o propósito do padronizar a execução das tarefas exercidas através de treinamentos das equipes. Também foram desenvolvidos procedimentos de verificação de recebimento de materiais e verificação de serviços para evitar as
50 50 variabilidades dos mesmos que conseqüentemente eliminam uma parcela de atividades que não agregam valor 4) Reduzir o tempo de ciclo Para a aplicação deste princípio houve muita resistência por partes das equipes, que com algum tempo elas foram se adaptando às novas estratégias de produção. Foram compostos lotes menores de trabalho embutindo as atividades de emestramento, contra-marco, assentamento de caixa elétrica e reboco. Com isso houve uma redução no movimento de materiais e mão-deobra, além de gerar um melhor controle da produção. 5) Simplificar através da redução do número de passos ou partes Neste princípio foram empregados o uso de elementos pré-moldados na produção de vergas e contra-vergas e foram realizados acordos com fornecedores para o fornecimento de aço cortado e dobrado. Foi observado um aumento de produtividades das equipes por causa da eliminação de etapas no processo. 6) Aumentar a flexibilidade na execução do produto Este princípio não possui uma aplicação completa neste estudo por causa da data da intervenção da obra que já estava com a etapa de revestimento avançada. 7) Aumentar a transparência do processo Foram observadas diversas formas de aumentar a transparência de processos na obra como cartazes, sinalizações e demarcações de áreas. Foram removidos todos os obstáculos visuais como divisórias tornando a obra com um aspecto mais agradável gerando uma maior satisfação dos clientes internos. Além de gerar também mais motivação com a utilização de indicadores de desempenho que tornam visíveis os atributos do processo.
51 51 Foi verificada uma maior agilidade nas atividades de fluxo com o uso dos walkie-talkies e mais organização e limpeza com a inserção do programa 5S. 8) Focar o controle no processo global Este princípio evidenciou a comunicação da obra com o fornecedor de material para que se reduzam atividades que não agregam valor no momento da entrega do material e na sua qualidade. 9) Introduzir melhoria contínua ao processo Este princípio deixou claro que os processos na obra devem ser melhorados continuamente, que para este fim foram desenvolvidas atividades motivacionais tornando o ambiente de trabalho mais agradável e o aumento da participação dos funcionários com o uso da caixa de sugestões. A diminuição de erros nos processos foi possível com o desenvolvimento de procedimentos para monitorar as ações corretivas e preventivas, enfatizando um processo de aprendizado. 10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões Foi necessário um equilíbrio entre a melhoria nos fluxos e nas conversões nas atividades através do desenvolvimento de mapas de fluxos dos processos para um melhor entendimento das etapas. 11) Fazer Benchmarking Para a aplicação deste princípio, primeiramente foi necessário que a empresa tomasse conhecimento dos seus próprios processos para adotar as práticas de outras empresas. Nesta pesquisa foram estudadas aplicações dos princípios da construção enxuta em diversas outras empresas no ramo da construção civil para a comparação com os processos da empresa em estudo.
52 CONSIDERAÇÕES FINAIS O ramo da construção civil está ficando mais competitivo a cada ano, e cabe a cada empresa utilizar as suas armas para vencer esta disputa pelo mercado. As ferramentas da construção enxuta auxiliam as construtoras que elas tenham um maior controle na produção e na gestão de suprimentos evitando retrabalhos e desperdícios que são bastante comuns na construção civil. Foram observadas algumas dificuldades de implantação das ferramentas da construção enxuta na empresa em estudo devido a diversos fatores, principalmente o fator cultural. Porém, depois de algum tempo, houve uma boa aceitação por parte da empresa e dos funcionários durantes os processos produtivos. A empresa possui integração com sistemas de melhoria como o PBQP- H com a aplicação do sistema de gestão da qualidade que utiliza algumas ferramentas da construção enxuta. Com o sistema da qualidade a obra possui um controle mais rigoroso dos materiais, serviços e processos como um todo por se tratarem de requisitos das normas da qualidade, favorecendo a aplicação de alguns dos princípios da construção enxuta. A Construção Enxuta não implanta novas tecnologias no canteiro de obras, ao invés disso, ela sugere idéias e soluções alternativas para a melhoria dos processos construtivos através da racionalização dos processos e otimização dos fluxos existentes entre diversas atividades necessárias a execução da obra. A aplicação dos princípios da construção enxuta propostos por Lauri Koskela proporcionaram melhorias perceptíveis no sistema de produção da obra em estudo. A introdução das ferramentas através das metodologias adotadas neste estudo e das boas práticas dos mesmos é uma maneira de introduzir os elementos fundamentais dessa nova filosofia de produção. Pode-se concluir que ainda é um grande desafio a utilização da nova filosofia de construção na empresa. Até o final deste trabalho, o processo de implantação ainda se encontra em discussão, aprendizado e em fase de desenvolvimento. A introdução da Construção Enxuta na obra em estudo contribuiu para a visualização de um novo paradigma de produção que
53 53 proporciona idéias para desenvolver novas pesquisas e a busca pela melhoria contínua nos processos produtivos da empresa.
54 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS FORMOSO, C. T. (2000) - Lean Construction: Princípios Básicos e Exemplos. NORIE/UFRGS. GHINATO, P. (2000) - Elementos fundamentais do Sistema Toyota de Produção. In: Produção e Competitividade: Aplicações e Inovações. Ed.: Almeida & Souza, Editora Universitária da UFPE, Recife. ISATTO, E.L. et al. (2000) - Lean Construction: diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na Construção Civil. 177p.Porto Alegre, SEBRAE/RS. KOSKELA, L. (1992) - Application of the New Production Philosophy to Construction. Tech. Report No 72, CIFE, Stanford Univ., CA. KOSKELA, L. (1999) - We need a theory of construction. Berkeley-Stanford CE&M Workshop. Defining a Research Agenda for AEC. KOSKELA, L. (2000) - An exploration Towards a production theory and its application to construction exploit Technical research center of Finland, VTT Publication. KOSKELA, L. (2004) - Moving on beyond lean thinking. Construção enxuta Jornal, Louisville, CO Volume 1. KUREK, J. (2005) - Introdução dos princípios da Filosofia de Construção Enxuta no Processo de Produção em uma Construtora em Passo Fundo-RS. Dissertação (Mestrado em Engenharia) UPF, Passo Fundo. OHNO, T. (1997) - O Sistema Toyota de Produção: Além da Produção em Larga Escala. Bookman Companhia Editora, Porto Alegre. PICCHI, F. A. (2001) - Lean Thinking (Mentalidade Enxuta): Avaliação Sistemática do Potencial de Aplicação no Setor de Construção. Simpósio
55 55 Brasileiro de Gestão da Qualidade e Organização do Trabalho no Ambiente Construído.Artigo técnico, Fortaleza CE. SHINGO, S. (1996) - O Sistema Toyota de Produção do ponto de vista da engenharia de produção; 2º edição - Porto Alegre: Bookman. WONACK,J. P; JONES, D.T; ROSS; D. (1990) - The machine that changed the world. Macmillan publishing Company, New York, USA.
56 ANEXOS 56
57 FVS - FICHA DE VERIFICAÇÃO DE SERVIÇO Obra: Identificação: Serviço: Alvenaria Local da inspeção: FVS.05/01 ETAPA VERIFICAR Data de Abertura: Local: Marcação Nivelamento e alinhamento da fiada de marcação com nível de mangueira ou laser e linha de náilon Esquadro com esquadro metálico 60x80x100 cm Tolerância Désvio máx: 5mm Désvio máx: 15mm Elevação Prumo com prumo de face e régua de alumínio Dimensões dos vãos de portas e janelas com trena metálica Désvio máx: 3mm Désvio máx: 10mm Cota de respaldo (somente estrutural) Cota do respaldo com trena metálica e nível de mangueira ou laser Désvio máx: 5mm Inspecionado por: Data de Fechamento: Legenda: Não inspecionado: Em branco Aprovado: O Reprovado: X Reinspecionado e Aprovado: OCORRÊNCIA DE NÃO CONFORMIDADE Local Descrição do problema Solução da proposta Reinspeção
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