Sociologia Brasileir asileir Os In t In é t rpr rpr t e e t s e do Brasil Prof Pr. Breno
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- Mônica Moreira Tuschinski
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1 Sociologia Brasileira: Os Intérpretes do Brasil Prof. Breno
2 Gilberto Freyre ( ) 1987) Nasceu em Recife, fez seus estudos universitários nos EUA, inicialmente na Universidade de Baylor e depois na Universidade de Columbia onde defendeu df d em 1922, sob a orientação de Franz Boas, a tese Vida Social no Brasil em meados do século XIX. Foi o pioneiro da abordagem cultural na formação da sociedade brasileira
3 Em um período ainda anterior à institucionalização das ciências sociais no contexto brasileiro, Gilberto Freyre publica seu primeiro livro de expressão, Casa grande & Senzala (1933), adotando uma perspectiva interdisciplinar e elevando a mestiçagem ao patamar de característica positivada brasilidade.
4 Casa grande & Senzala é considerada sua obra máxima, pois nela a teoria social renovou se, apresentando idéias que se contrapunham ao racismo então vigente ; até então atribuía se o atraso da sociedade brasileira i à presença de negros e índios na formação de nosso povo e à sua mistura com os europeus, gerando o mestiço.
5 Freyre defendia que a riqueza e a força cultural dos brasileiros eram conseqüências justamente da mistura de raças (miscigenação), pois ele valorizava o mestiço.
6 Freyre defendia a tese de que a escravidão doméstica com a ama de leite e a mucama reiterava o caráter carinhoso, doce e alegre do negro amenizando as relações senhor e escravo
7 Mestiçagem A invasão, escravização e estupro de índias e negras pelos portugueses não foi seca : foram lubrificadas pela doçura africana, pela forte presença e excitação da mulher indígena, pelos presentes e novidades dos brancos, pela adaptabilidade, aclimatabilidade, miscibilidade, plasticidade e falta de orgulho da raça do português.
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11 Assista ao vídeo : Os Inclassificáveis (Arnaldo Antunes) Diversidade Cultural no Brasil.wmv YouTube
12 Sérgio Buarque de Holanda oa ( ) Juntamentecom Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda, nascido em São Paulo em 11 de julho de 1902, foi um dos explicadores do Brasil, isto é, alguém que,,por meio de um respeitável obra, procurou tornar o país mais inteligível aos próprios brasileiros. i Seu interesse oscilou entre a literatura e a história, sempre abordadas pelo viés da sociologia, especialmente a da escola alemã, mais precisamente a de Max Weber.
13 Em 1936, ele publicou "Raízes do Brasil", uma obra de orientação weberiana que enfatiza os aspectos culturais do Brasil para a compreensão do nosso desenvolvimento social e político e econômico. É dele o conceito de "homem cordial" para caracterizar o brasileiro.
14 Na realidade, ao referir se à cordialidade, Sérgio Buarque busca enfatizar uma característica marcante do modo de ser do brasileiro, segundo sua lupa: "a dificuldade de cumprir os ritos sociais que sejam rigidamente formais e não pessoais e afetivos e de não separar, a partir de uma racionalização destes espaços, o público e o privado".
15 "A cordialidade, a lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam com efeito um traço definitivo do caráter brasileiro..." Sérgio Buarque de Holanda Raízes do Brasil, 1936
16 Raízes do Brasil Recorre e à sociologia o og weberiana, a, em identificar entre e os ocupantes do Novo Mundo os tipos ideais i, cunhando então as figuras do semeador e do ladrilhador, para melhor distinguir a colonização lusitana da espanhola. Sérgio Buarque queixou se, veemente, da má vontade deles (portugueses) para com as letras, para com a imprensa e a educação, deixando o Brasil colônia mergulhado por três séculos numa ignorância estratégica.
17 Formado nos quadros da estrutura familiar, o brasileiro recebeu o peso das relações de simpatia, que dificultam a incorporação normal a outros agrupamentos. Por isso, não acha agradáveis as relações impessoais, características do Estado, procurando reduzi las ao padrão pessoal e afetivo. Onde pesa a família, sobretudo em seu molde tradicional, dificilmente se forma a sociedade urbana de tipo moderno. CANDIDO, Antônio. Prefácio. In: HOLANDA, Sérgio B. Raízes do Brasil. 10. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, p. XVIII. De acordo com o texto, a sociedade brasileira, apoiada nas relações de simpatia, encontra dificuldades de constituir relações próprias do Estado moderno. Assinale a alternativa que indica corretamente uma das características que fundamentam o Estado moderno a que se refere o autor. a)ênfase naafetividadeafetividade b) Uso do favor nas relações políticas c) Servilismo d) Procedimento universal e)recorrência ao expediente do jeitinho
18 Caio Prado Júnior ( ) 1990) Caio Prado Junior nasceu em 11 de fevereiro de 1907, é oriundo de uma das famílias mais influentes e ricas de SãoPaulo. Em 23 de novembro de 1990, aos 83 anos, o referido autor faleceu na capital paulista. Caio Prado foi o grande Cientista Social, que entendeu o Brasil, e as suas obras formaram gerações de Grandes Cientistas t conhecedores do Brasil.
19 Em 1933, Caio Prado Júnior publicou o livro Evolução Política do Brasil, uma obra cuja percepção acerca da evolução política e social do Brasil se dava pelo viés econômico. Em 1942, Caio Prado publicou "Formação do Brasil Contemporâneo" e em 1945, "História i Econômica do Brasil".
20 As suas obras inauguraram, no país, uma tradição historiográfica identificada com o marxismo, buscando uma explicação diferenciada da sociedade colonial brasileira. i
21 Embora numa forma mais complexa, o sistema colonial brasileiro continua, em essência, o mesmo do passado, isto é, uma organização fundada na produção de matérias primas e gêneros alimentares demandados nos mercados internacionais.
22 Via como solução dos problemas de pobreza e desigualdades sociais, na concentração das riquezas, um sistema injusto pós Escravidão, que mantinha uma quantidade d pequena de pessoas dona da totalidade das riquezas, onde a maioria da população passa necessidade e despreparo total, t tornando um inferno e caos à vida de toda a nação. A multidão utdãosofrendo porque não tem, e a minoria sofrendo com medo porque tem.
23 A falta de coesão em nossa vida social não representa, assim, um fenômeno moderno. E é por isso que erram profundamente aqueles que imaginam i na volta à tradição, a certa tradição, a única df defesa possível contra nossa desordem. Os mandamentos e as ordenações que elaboraram esses eruditos são, em verdade, criações engenhosas de espírito, destacadas do mundo e contrárias a ele. Nossa anarquia, nossa incapacidade de organização sólida não representam, a seu ver, mais do que uma ausência da única ordem que lhes parece necessária e eficaz. Se a considerarmos bem, a hierarquia que exaltam é que precisa de tal anarquia para se justificar e ganhar prestígio. HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, p. 33 Caio Prado Júnior, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda são intelectuais t i da chamada Geração de 30, primeiro i momento da sociologia no Brasil como atividade autônoma, voltada para o conhecimento sistemáticoee metódicoda da sociedade. Sobre as preocupações características dessa geração, considere as afirmativas a seguir.
24 I Critica o processo de modernização e defende a preservação das raízes rurais como o caminho mais desejável para a ordem e o progresso da sociedade brasileira. II Promove a desmistificação da retórica liberal vigente e a denúncia da visão hierárquica e autoritária das elites brasileiras. III Exalta a produção intelectual t lerudita e escolástica dos bacharéis como instrumento de transformação social. IV Faz a defesa do cientificismo como instrumento de compreensão e explicação da sociedade brasileira. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e III. b) I e IV c) II e IV d) I, II e III e) II, III e IV
25 É o fundador e principal ( ) 1995) representante da Sociologia Crítica no Brasil. Em todo o seu trabalho ele procura refletir as desigualdades sociais desvendando as contradições da sociedade de classes e também o papel da Sociologia diante dessa realidade. Florestan Fernandes
26 "Eu nunca teria sido o sociólogo em queme converti sem o meu passado e sem a socialização pré e extra escolar que recebi, através das duras lições da vida (...) Iniciei a minha aprendizagem 'sociológica' aos 6 anos, quando precisei ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei, pelas viasda experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana ".
27 É sem dúvida o mais importante intelectual orgânico do século XX. Bebeu na fonte dos clássicos e estudou com mais profundidade as classes sociais na sociedade brasileira. Defendeu com coragem a necessidade de uma verdadeira revolução social, que pudesse construir uma sociedade justa e igualitária em nosso país.
28 Mais do que o pai da sociologia brasileira, com 56 livros publicados, o intelectual Florestan Fernandes foi um grande educador, não só pelos 24 anos de exercício íi prestados à atividade iidd na Universidade id d de São Paulo (USP), como pela capacidade de hipnotizar platéias nas conferências em quedefendiaas as suas teses. Entre elas, Mestre Florestan foi um defensor intransigente da escola pública.
29 Devotou seu trabalho político filiado à esquerda socialista a ressaltara a importância do ensino gratuito, de qualidade, ld d acessível a todos os brasileiros como única forma capaz de promover a democracia.
30 Florestan afirmava que era necessário entender e Florestan afirmava que era necessário entender e agir sobre a realidade social.
31 O sociólogo Florestan Fernandes, o principal representante do grupo de intelectuaisresponsáveis pela desmistificação da democracia racial brasileira, foi uma figura central no processo ao procurar fazer as esquerdas brasileiras entenderem que lutar contra as diversas formas de opressão racial no país seria a forma mais eficaz de combate contra os mecanismos mais perversos do capitalismo brasileiro. Racismo e discriminação são produtores eficazes de privilégios para o grupo racial dominante, com forte impacto naestrutura social como um todo.
32 Deste modo, a "democracia só será uma realidade quando houver, de fato, igualdade racial no Brasil e o negro não sofrer nenhuma espécie de discriminação, de preconceito, de estigmatização e de segregação, seja em termos de classe, seja em termos de raça" (Florestan Fernandes)
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34 Principais Obras : A organização social dos Tupinambás (1949) A Sociologia numa Era de Revolução Social (1963) A Integração do Negro na Sociedade de Classes (1965) Capitalismo Dependente e Classes Sociais naamérica Latina (1973) Revolução Burguesa no Brasil (1975)
35 Darcy Ribeiro, mineiro de Montes Claros, morreu de câncer, aos 74 anos, em Ele se definia com um educador. Formado em antropologia pela Universidade de São Paulo (USP), dizia se ignorado pelos pares e seguido por filósofos e historiadores, pronto para desafiar as convenções da moderna ciência i do estudo do homem, em que a visão do branco dominante para todo o resto seria invertida.
36 Foi ministro chefe da Casa Civil no período em que João Goulart foi presidente da República, vice governador do Rio de Janeiro ( ) durante o governo de Leonel Brizola, quando idealizou os Centros Integrados de Ensino Público (Cieps), e senador ( ).
37 Darcy Ribeiro teve a capacidade d de sintetizar, i numa perspectiva quase eufórica, alguns aspectos que muitas vezes são considerados negativos, como a mestiçagem, çg a alegria dionisíaca, a mistura de culturas e outros, que ele sabia fundir numa visão construtiva e sem ufanismo.
38 Darcy é um dos MAIORES intelectuais que o Brasil já teve. Não apenas pela alta qualidade de seu trabalho e da sua produção de antropólogo, de educador e de escritor, mas também pela incrível capacidade d de viver muitas vidas numa só, enquanto a maioria de nós mal consegue viver uma" (Antônio Cândido)
39 "A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas como variantes da versão lusitana datradição civilizatória européia ocidental, diferenciadas por coloridos herdados dos índios americanos e dos negros africanos. O Brasil emerge, assim, como um renovo mutante, remarcado de características próprias, mas atado genesicamente à matriz portuguesa, cujas potencialidades insuspeitadas de ser e de crescer só aqui se realizaram plenamente.
40 A confluência de tantas e tão variadas matrizes formadoras poderia ter resultado numa sociedade idd multiétnica, i dilacerada d pela oposição de componentes diferenciados e imiscíveis. Ocorreu justamente o contrário, uma vez que, apesar de sobreviverem na fisionomia somática e no espírito dos brasileiros os signos de sua múltipla l ancestralidade, d não se diferenciaram em antagônicas minorias raciais, culturaisou regionais, vinculadas a lealdades étnicas próprias e disputantes da autonomia frente à nação".
41 "Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. Como descendentes de escravos e de senhores de escravos seremos sempre servos da malignidade destilada e instilada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças convertidas em pasto de nossa fúria." "A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista."
42 Miscigenação
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45 A Invenção do Brasil
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