Administração de Estoques e Armazenagem

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1 Administração de Estoques e Armazenagem Parte 1 Denilson Nogueira da Silva Maio / 2013

2 Sumário 1. Custos de Armazenagem e Movimentação Principais Custos de Armazenagem Aspectos Contábeis dos Custos de Estocagem Métodos de Apuração de Estoque Cadeia de Abastecimento Conceitos Cadeia de Abastecimento Integrada Operação da Cadeia de Abastecimento Localização das organizações Distribuição física Administração dos estoques Modo de transporte Fluxo de informação Estimativas Relacionamentos Estratégia do Negócio Estratégia para a cadeia de abastecimento Fornecimento Produção Distribuição Planejamento e Controle Natureza da demanda e do fornecimento O Lote econômico de compras Curva ABC e controle de estoque... 30

3 1. Custos de Armazenagem e Movimentação 1.1 Principais Custos de Armazenagem 1 O subprocesso de Armazenagem constitui um elo entre o fornecedor, a produção e o cliente, formando um sistema do abastecimento à demanda e proporcionando, assim, um serviço eficiente ao cliente. Neste subprocesso são consideradas as atividades de Movimentação dos materiais, embalagens e produtos e Acondicionamento dos estoques (estocagem), que estão intimamente ligadas ao espaço físico, ao manuseio e à movimentação dos materiais e produtos. É importante destacar, para que se tenha um raciocínio lógico do subprocesso de Armazenagem, qual o entendimento do termo estocagem e qual a correlação existente com a armazenagem. No entendimento de alguns autores, há uma segregação de armazenagem e estocagem; neste estudo, será adotado o entendimento de que a estocagem é uma atividade da Armazenagem, na qual os materiais/embalagens e produtos são acondicionados durante um determinado período, até o momento de serem utilizados no processo de produção ou de sua comercialização. Assim, destaca-se a contribuição de Moura (1989, p. 4), que diz que a estocagem: "É uma das atividades do fluxo de materiais no armazém e o ponto destinadoà locação estática dos materiais. Dentro de um armazém, podem existir vários pontos de estocagem. A estocagem é parte integrante da armazenagem." As decisões operacionais de armazenagem, no tocante ao acondicionamento dos estoques, contemplam questões relativas ao layout envolvendo as embalagens e as estruturas (porta-pallets, cantilever, roletes, drive-in, mezaninos, estantes, flowracks etc.) para acondicionamento dos estoques e movimentação dos materiais / embalagens / produtos, como por exemplo: a ocupação volumétrica e acessibilidade; volumes; pesos; tempo de permanência; condições para itens críticos; tipos e padronização de pallets; os níveis de estoque; o sistema de registro e controle. Além disso, requerem, também que sejam solucionadas questões referentes à localização, dimensionamento da área, arranjo físico, projeto de docas e configuração dos armazéns, tecnologia de movimentação interna, estocagem e sistemas. Há um grande esforço por parte das empresas para minimizar o uso dos locais de armazenagem, com o objetivo de sincronizar a produção com a demanda do consumidor, visando a evitar o acúmulo dos estoques ao longo da cadeia para que obtenham menores custos, carregamentos e descarregamentos mais freqüentes e giro mais rápido dos estoques. No que diz respeito ao manuseio (handling) e à movimentação de materiais, são incluídos todos os movimentos associados ao recebimento na aquisição de materiais e produtos 1 FARIA, Ana Cristina de. COSTA, Maria de Fátima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos. Atlas Pg 78 a 85. 3

4 até o ponto de estocagem, como também a retirada destes materiais até o local onde serão utilizados ou os produtos expedidos para distribuição, como, por exemplo, movimentar os itens necessários às submontagens de motores de um caminhão ou painéis de carros, realizadas no processo produtivo da indústria automobilística. Estabelecer o fluxo de movimentação dos materiais/produtos é o objetivo principal desta atividade. Assim, os problemas dela decorrentes implicam organizar as quantidades agregadas que devem ser produzidas, quando e onde devem ser fabricadas. As decisões operacionais de movimentação (deslocamento interno) dos materiais e produtos, de acordo com o IMAM 2 estão relacionadas às seguintes questões, entre outras: áreas, condições e equipamentos e métodos operativos; inspeção e devolução de materiais; rotas de movimentação e manuseio; tempo de ciclo; e ativos logísticos envolvidos. É imprescindível verificar se a movimentação de materiais e produtos é necessária. Se for, deve-se verificar se a distância entre as operações é mínima, se o layout existente proporciona o melhor fluxo, se os materiais são estocados no ponto de uso, entre outros fatores. Normalmente, considera-se que esta atividade não agrega valor ao produto, portanto essas operações devem ser mantidas em nível mínimo. Para itens de baixo valor unitário, a proporção dos custos de manuseio e movimentação, em relação ao custo total, pode ser significativa e deve ser minimizada, para evitar desperdícios (custos ocultos). O que ajuda a aperfeiçoar a movimentação é a redução dos movimentos normais dos materiais, a eliminação de retrocessos, a manutenção de controle visual dos materiais estocados, a localização do almoxarifado próximo à montagem, o uso de acessórios nas empilhadeiras para melhorar a produtividade etc. Segundo Ballou (1993), uma empresa que necessita de espaço físico para acondicionar seus estoques de materiais e produtos tem opções de possuir prédio próprio, alugar espaço físico, alugar um prédio para a operação ou estocar em trânsito. Nas três primeiras opções, estará realizando uma operação de armazenagem própria e, se estiver alugando espaço físico temporário, diretamente ou via operador logístico, estará realizando operação em armazém público/geral. De acordo com o Instituto dos Contadores Gerenciais - IMA (1989), há numerosos fatores que contribuem para a determinação dos custos de armazenagem, tais como: características de recebimento: contemplando volumes por grupo de produto, modo de transporte, características da carga etc.; características de acondicionamento (estocagem - quantidade por pallet, empilhamento de pallet, temperatura requerida etc.); características de seleção de pedido ou embarque - volume por grupo de produto, quantidade de lote de pedido, modo dé transporte, taxa de atendimento de pedido e tempo de atendimento; necessidades de etiquetagem; características de re-embalagern (bens danificados e especiais); necessidade de mão-de-obra direta e de equipamentos; e 2 Adaptada de Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais - IMAM 4

5 necessidade de recursos indiretos (supervisão, manutenção de equipamentos, limpeza, segurança, suprimento etc.). Todos os fatores supracitados afetam os custos de Armazenagem. Na Figura a seguir, podemos observar os referidos custos: Custos de Armazenagem Custos de Armazém Geral Custos de Armazém Próprio Taxas de Armazenagem: por unidade estocada por unidade movimentada ou área ocupada. Prédio Próprio Prédio Alugado Custo de Capital investido na construção: prédio, piso, instalações elétricas e hidráulicas Outros Custos Aluguel Manutenção, água, luz, IPTU, Seguro. Administração, Mão de Obra, Encargos, Comunicação. Material de Escritório, Manutenção, custo de capital de equipamentos Equipamentos MAM: aluguel, manutenção, depreciação e custo de capital. * MAM é Movimentação e Armazenagem de Materiais. Os custos do espaço de armazenagem, para acondicionar os estoques de materiais e 5

6 produtos, podem estar relacionados a diferentes instalações, como armazéns próprios ou armazéns públicos/gerais. Dependendo da forma como os estoques estão sendo acondicionados, esses custos podem ser fixos ou variáveis. Fixos, quando se tratar de armazenagem própria e quando ocorrer em armazéns públicos. Esses custos, geralmente, variam com o nível de estoque. No caso de armazenagem própria, é necessário considerar que existem operações que apresentam alto valor agregado e requerem um investimento significativo por parte da empresa, gerando os seguintes custos: custo de oportunidade sobre o investimento em ativos Logísticos (imóveis, equipamentos, instalações etc.). O custo de oportunidade representa o valor que a empresa deixou de ganhar em outros projetos, quando optou pela utilização do imóvel para estocagem. Representa o montante líquido que a empresa iria ganhar, se não tivesse utilizado os recursos na aquisição do imóvel para estocagem. A taxa de aplicação para o cálculo desse custo está relacionada ao tempo de investimento que seria feito, por exemplo, se o imóvel não fosse utilizado para benefícios próprios e, sim, alugado a terceiros, em que o custo de oportunidade seria o valor cobrado por este aluguel não realizado; ou a taxa de juros, se a opção da empresa fosse pela aplicação desses recursos no mercado financeiro; custos com a mão-de-obra envolvida (salários, benefícios e encargos sociais da mão-de-obra operacional e de supervisão, tais como conferentes, auxiliares, separadores e operadores de empilhadeiras); custos com gastos condominiais (aluguéis, impostos, seguros, energia elétrica, água, telecomunicações, segurança, limpeza etc.); custos com manutenção dos ativos destinados à Armazenagem / Movimentação; custos com prestação de serviços de terceiros; e custos com depreciação dos ativos destinados à armazenagem/movimentação envolvidos nas operações logísticas, que correspondem ao tempo de utilização do imóvel, das instalações e dos equipamentos de manuseio/movimentação. A depreciação é a perda de valor do bem pelo uso ou desgaste e seu cálculo depende do método a ser utilizado. Pelo método linear, por exemplo, é determinado pelo governo brasileiro um percentual sobre o valor do imóvel, 4% ao ano. Para calcular o valor mensal de depreciação deve-se dividir o valor líquido do bem (valor de aquisição - valor residual) pelo tempo (número de meses) em que o bem será utilizado. Esses custos fixos podem ser reduzidos pela eliminação de movimentos desnecessários na operação, acompanhados pelo aumento da rotatividade por meio do sistema todo, reduzindo o número de movimentos pelo aumento de quantidade movimentada (lote) em cada operação. Segundo Freese (1999), as principais reduções ocorrem, quando se tentam reduzir o número de movimentações de materiais e distâncias (questões de layout), o espaço e os custos de mão-de-obra e níveis de inventário por tipo de material. Os custos de armazenagem pública/geral, que são gerados pelas taxas de armazenagem, conforme pode ser visto na figura anterior, podem ser reduzidos por meio da redução de tarifas, de aluguel de contêineres, do planejamento de desova de contêineres e da integridade de dados de inventário, entre outros fatores. São exemplos de armazenagem pública/geral em fluxos de importação/exportação os Terminais Retroalfandegados 6

7 (TRA) (na zona portuária primária) e as Estações Aduaneiras do Interior (EADI) ou Depósitos Alfandegados Privados (DAP) (fora da zona primária), estes últimos chamados de portos secos (dry ports), que foram criados para diminuir o fluxo nas zonas primárias. Quando uma empresa utiliza os serviços de um armazém público/geral, tais como os TRA ou EADI, assim como quando decide terceirizar sua atividade de armazenagem para um operador logístico, sabe com precisão seus custos de armazenagem, bem como pode prever custos para níveis diferentes de atividade, pois os custos são conhecidos de antemão, por unidade estocada ou movimentada, dependendo da negociação. Muitas empresas estão, inclusive, terceirizando os serviços de armazenagem para operadores logísticos, visando reduzir seus custos, procurando "transformar" seus custos fixos em variáveis. Outra decisão logística que deve encontrar um trade-off ótimo entre custos de transporte e de armazenagem é a opção de manter armazenagem própria utilizando-se de Centros de Distribuição, que estão muito em voga no momento, por poder proporcionar redução nos custos de manutenção de inventário e transportes, entre outros custos. A decisão de concentrar os produtos acabados em único centro de distribuição, por exemplo, envolve a análise de alguns trade-offs: os custos condominiais são reduzidos e pode, também, ser possível reduzir inventários; o volume para distribuição é menor, mas podem ser aumentados os custos de transporte e os decorrentes do nível de serviço comprometido com o cliente. Alvarenga e Novaes (2000) ressaltam que os materiais e produtos chegam, muitas vezes, aos armazéns em pequenas quantidades, vindas de diversos fornecedores ou pontos geográficos variados. Uma vez que exista um único armazém, torna-se necessário preparar carregamentos completos para outros pontos da rede logística, que são chamados de centros de distribuição avançados. Segundo Lacerda (2000), o estoque é posicionado em vários elos de determinada cadeia de suprimentos e permite atender rapidamente às necessidades dos clientes de regiões distantes dos centros produtores. Estes poderiam ser considerados centros de distribuição regionais. Desta forma está implícito o conceito de Consolidação, que corresponde ao processo de juntar cargas de origens diversas, para formar carregamentos maiores, que também apresenta seus custos específicos. Quando esse carregamento chega ao centro de distribuição ocorre a desconsolidação da carga - o processo inverso da consolidação, em que carregamentos maiores são desmembrados em pequenos lotes para serem encaminhados a destinos diferentes pelo sistema (cross docking). Outra consideração a ser feita no que diz respeito ao trade-off com os custos de transporte e custos de manutenção de inventários está relacionada à estocagem em trânsito, que, segundo Ballou (2001), refere-se ao tempo em que os materiais/produtos permanecem em um veículo durante: a entrega e é uma forma especial de armazenagem que requer integração com algum modo de transporte. Lacerda (2000) comentou sobre novas estratégias de armazenagem, que envolvem o conceito do trânsito, no intuito de reduzir os níveis de estoques, tais como: centros de distribuição avançados, instalações do tipo transit point, cross docking emerge in transit. Nas instalações tipo transit point, que podem ser consideradas instalações de passagem, não existem estoques físicos, mas são recebidas cargas consolida- das de único fornece- 7

8 dor, que são separadas e entregues, individualmente, aos clientes locais. A diferença entre as instalações anteriores e as do tipo CTOSS docking é que esta última envolve cargas de diversos fornecedores que atendem a clientes comuns, reduzindo inclusive os custos de transporte. O merge in transit, por sua vez, conforme Lacerda (2000), é semelhante ao CTOSS docking, mas combinado com o sistema [ust in Time OIT) requer maior necessidade de coordenação e utilização de sistemas de informações para eficiência das operações. Um desafio nos custos de armazenagem é assegurar que as estratégias de armazenagem e gerenciamento de custos sejam consistentes com todas as estratégias de nível de serviço da empresa, o que inclui novas tecnologias, com alto nível de atendimento completo de pedidos e separação por clientes. Para isso, existe, também, a função de separação (picking), que é responsável pela coleta de mix correto de produtos da área de armazenagem para satisfazer às necessidades de cada cliente. Dependendo do segmento, dos tipos de produtos, do tempo de ciclo de pedido, pode ser uma das atividades mais críticas da armazenagem. Tornou-se necessário, também, que ocorram investimentos em novas tecnologias de gerenciamento, movimentação e separação de materiais/produtos, tais como Warehouse Management Systems (WMS) voltados ao gerenciamento do armazenamento, transelevadores e sistemas automáticos ou semi-automáticos de separação de pedidos (picking). Os Custos da Atividade de Armazenagem, normalmente, são tratados, contabilmente, como custos indiretos de fabricação, quando mantêm estoques de matérias-primas ou produtos em processo em empresas industriais (associados à Logística de Planta). Portanto, são contabilizados nos Estoques, aparecendo no Balanço Patrimonial enquanto não são consumidos. Quando os Estoques de Produtos Acabados são vendidos, aparecem na DRE como Custo dos Produtos Vendidos (CPV) ou como Custos de Distribuição: quando estocam produtos acabados ou peças de reposição (associados à logística de distribuição), em muitas empresas são tratados como Despesas Comerciais. Estes custos são, predominantemente, de natureza fixa, quando se trata da armazenagem própria, e variáveis, quando dizem respeito à armazenagem pública/geral. Um fator que aumenta os custos de Armazenagem é a quantidade mantida em estoque, que só poderá ser movimentada com a utilização de mais mão-de-obra ou, então, com maior uso de equipamentos, tendo como conseqüência a elevação desses custos. No caso de um menor volume em estoque, o efeito é contrário. Conforme Pagotto et alo (2000), citando um exemplo da Toyota, para a redução dos custos de armazenagem, é necessária a redução do lead time de abastecimento e produção, bem como a sincronização das entregas dos materiais com a necessidade de produção, a definição das necessidades de estoque, a maior rapidez no processamento de pedidos e melhoria no sistema de informação, a redução dos tempos de planejamento de produção e a efetívação dos planos de distribuição, a partir das bases de distribuição existentes. Os principais trade-offs de custos que ocorrem nas atividades de Armazenagem e Movimentação de Materiais estão relacionados à Estocagem dos materiais/ produtos entre os Custos de Manutenção de Inventário e Custos de Transporte, podendo ocorrer em função de decisões estratégicas e operacionais de armazenagem, inclusive sobre que 8

9 produtos manter em cada local. Há, também, os custos com Tecnologia de Informação e Custos Tributários, mas que, também, são sensíveis às alternativas possíveis de uma rede logística com muitos armazéns. Para reduzir os custos de transporte na entrega do pedido ao cliente, pode-se buscar a solução em depósitos regionais (CDs). Em contrapartida a essa decisão, os custos de manutenção de inventários e os custos de armazenagem tendem a aumentar. Percebe-se que os custos de armazenagem interagem ou são influenciados pelos custos de transporte (em função da localização e das quantidades movimentadas), pois dependem da necessidade por tipo e modo de movimento. Movimentos de transporte primários, por exemplo, são os transportes da fábrica para armazéns, aumentam com armazéns adicionais, mas podem reduzir custos de transporte de armazéns para clientes. Daí a necessidade de se conhecerem os custos de transporte, para melhor análise de custo total, focalizada na Logística Integrada, para equilibrar todos os Custos Logísticos. 1.2 Aspectos Contábeis dos Custos de Estocagem RESOLUÇÃO CFC Nº 1.170, DE 29 DE MAIO DE 2009 DOU Aprova a NBC T Estoques. Objetivo O objetivo desta Norma é estabelecer o tratamento contábil para os estoques. A questão fundamental na contabilização dos estoques é quanto ao valor do custo a ser reconhecido como ativo e mantido nos registros até que as respectivas receitas sejam reconhecidas. Esta Norma proporciona orientação sobre a determinação do valor de custo dos estoques e sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado, incluindo qualquer redução ao valor realizável líquido. Também proporciona orientação sobre o método e os critérios usados para atribuir custos aos estoques. Alcance 2. Esta Norma aplica-se a todos os estoques, com exceção dos seguintes: (a) produção em andamento proveniente de contratos de construção, incluindo contratos de serviços diretamente relacionados (ver a NBC T Contratos de Construção); (b) instrumentos financeiros (ver as NBC TS sobre Instrumentos Financeiros); e (c) ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e o produto agrícola no ponto da colheita (ver a NBC TS sobre Ativo Biológico e Produto Agrícola). 3. Esta Norma não se aplica também à mensuração dos estoques mantidos por: (a)produtores de produtos agrícolas e florestais, de produtos agrícolas após a colheita, de minerais e produtos minerais, na medida em que eles sejam mensurados pelo valor realizável líquido de acordo com as práticas já estabelecidas nesses setores. Quando tais estoques são mensurados pelo valor realizável líquido, as alterações nesse valor devem ser reconhecidas no resultado do período em que tenha sido verificada a alteração; 9

10 (b)comerciantes de commodities que mensurem seus estoques pelo valor justo deduzido dos custos de venda. Nesse caso, as alterações desse valor devem ser reconhecidas no resultado do período em que tenha sido verificada a alteração. 4. Os estoques referidos no item 3(a) devem ser mensurados pelo valor realizável líquido em determinadas fases de produção. Isso ocorre, por exemplo, quando as culturas agrícolas tenham sido colhidas ou os minerais tenham sido extraídos e a venda esteja assegurada pelos termos de um contrato futuro ou por garantia governamental ou quando exista um mercado ativo e haja um risco baixo de fracasso de venda. Esses estoques devem ser excluídos apenas dos requisitos de mensuração desta Norma. 5. Os operadores (broker-traders) de commodities são aqueles que compram ou vendem commodities para outros ou por sua própria conta. Os estoques referidos no item 3(b) são essencialmente adquiridos com a finalidade de venda no futuro próximo e de gerar lucro com base nas variações dos preços ou na margem dos operadores. Quando esses estoques são mensurados pelo valor justo menos os custos de venda, eles são excluídos apenas dos requisitos de mensuração desta Norma. Definições 6. Os seguintes termos são usados nesta Norma, com os significados especificados: Estoques são ativos: (a)mantidos para venda no curso normal dos negócios; (b)em processo de produção para venda; ou (c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda. Valor justo é aquele pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. 7. O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a entidade espera realizar com a venda do estoque no curso normal dos negócios. O valor justo reflete a quantia pela qual o mesmo estoque pode ser trocado entre compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso. O primeiro é um valor específico para a entidade, ao passo que o segundo já não é. Por isso, o valor realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao valor justo deduzido dos gastos necessários para a respectiva venda. 8. Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. Os estoques também compreendem produtos acabados e produtos em processo de produção pela entidade e incluem matérias-primas e materiais aguardando utilização no processo de produção, tais como: componentes, embalagens e material de consumo. No caso de prestador de serviços, os estoques devem incluir os custos do serviço, tal como descrito no item 19, para o qual a entidade ainda não tenha reconhecido a respectiva receita (ver a NBC TS sobre Receitas). 10

11 Mensuração de estoque 9. Os estoques objeto desta Norma devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois, o menor. Custos do estoque 10. O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. Custos de aquisição 11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos, bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. Custos de transformação 12. Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão-de-obra direta. Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e os custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão-de-obra indireta. 13. A alocação de custos fixos indiretos de fabricação às unidades produzidas deve ser baseada na capacidade normal de produção. A capacidade normal é a produção média que se espera atingir ao longo de vários períodos em circunstâncias normais; com isso, leva-se em consideração, para a determinação dessa capacidade normal, a parcela da capacidade total não-utilizada por causa de manutenção preventiva, de férias coletivas e de outros eventos semelhantes considerados normais para a entidade. O nível real de produção pode ser usado se aproximar-se da capacidade normal. Como consequência, o valor do custo fixo alocado a cada unidade produzida não pode ser aumentado por causa de um baixo volume de produção ou ociosidade. Os custos fixos não-alocados aos produtos devem ser reconhecidos diretamente como despesa no período em que são incorridos. Em períodos de anormal alto volume de produção, o montante de custo fixo alocado a cada unidade produzida deve ser diminuído, de maneira que os estoques não sejam mensurados acima do custo. Os custos indiretos de produção variáveis devem ser alocados a cada unidade produzida com base no uso real dos insumos variáveis de produção, ou seja, na capacidade real utilizada. 14. Um processo de produção pode resultar em mais de um produto fabricado simultaneamente. Este é, por exemplo, o caso quando se fabricam produtos em conjunto ou quando há um produto principal e um ou mais subprodutos. Quando os custos de transformação de cada produto não são separadamente identificáveis, eles devem ser atribuídos aos produtos em base racional e consistente. Essa alocação pode ser baseada, por exemplo, no valor relativo da receita de venda de cada produto, seja na fase do processo 11

12 de produção em que os produtos se tornam separadamente identificáveis, seja no final da produção, conforme o caso. A maior parte dos subprodutos, em razão de sua natureza, geralmente é imaterial. Quando for esse o caso, eles são muitas vezes mensurados pelo valor realizável líquido e este valor é deduzido do custo do produto principal. Como resultado, o valor contábil do produto principal não deve ser materialmente diferente do seu custo. Outros custos 15.Outros custos que não de aquisição nem de transformação devem ser incluídos nos custos dos estoques somente na medida em que sejam incorridos para colocar os estoques no seu local e na sua condição atuais. Por exemplo, pode ser apropriado incluir no custo dos estoques gastos gerais que não sejam de produção ou os custos de desenho de produtos para clientes específicos. 16. Exemplos de itens não-incluídos no custo dos estoques e reconhecidos como despesa do período em que são incorridos: (a) valor anormal de desperdício de materiais, mão-de-obra ou outros insumos de produção; (b) gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo produtivo entre uma e outra fase de produção; (c) despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e condição atuais; e (d) despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos clientes. 17. A NBC T Custos de Empréstimos identifica as circunstâncias específicas em que os encargos financeiros de empréstimos obtidos são incluídos no custo do estoque. 18. A entidade geralmente compra estoques com condição para pagamento a prazo. A negociação pode efetivamente conter um elemento de financiamento, como, por exemplo, uma diferença entre o preço de aquisição em condição normal de pagamento e o valor pago; essa diferença deve ser reconhecida como despesa de juros durante o período do financiamento. Custos de estoque de prestador de serviços 19. Na medida em que os prestadores de serviços tenham estoques de serviços em andamento, devem mensurá-los pelos custos da sua produção. Esses custos consistem principalmente em mão-de-obra e outros custos com o pessoal diretamente envolvido na prestação dos serviços, incluindo o pessoal de supervisão, o material utilizado e os custos indiretos atribuíveis. Os salários e os outros gastos relacionados com as vendas e com o pessoal geral administrativo não devem ser incluídos no custo, mas reconhecidos como despesa do período em que são incorridos. O custo dos estoques de prestador de serviços não inclui as margens de lucro nem os gastos gerais não-atribuíveis que são frequentemente incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços. Custo do produto agrícola colhido proveniente de ativo biológico 20. Segundo a NBC TS sobre Ativo Biológico e Produto Agrícola, os estoques que compreendam o produto agrícola que a entidade tenha colhido, proveniente dos seus ativos biológicos, devem ser mensurados no reconhecimento inicial pelo seu valor justo 12

13 deduzido dos gastos estimados no ponto de venda no momento da colheita. Esse é o custo dos estoques naquela data para aplicação desta Norma. Outras formas para mensuração do custo 21. Outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o custo-padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se os resultados se aproximarem do custo. O custo padrão leva em consideração os níveis normais de utilização dos materiais e bens de consumo, da mão-de-obra e da eficiência na utilização da capacidade produtiva. Ele deve ser regularmente revisto à luz das condições correntes. As variações relevantes do custo padrão em relação ao custo devem ser alocadas nas contas e nos períodos adequados de forma a se ter os estoques de volta a seu custo. 22. O método de varejo é muitas vezes usado no setor de varejo para mensurar estoques de grande quantidade de itens que mudam rapidamente, itens que têm margens semelhantes e para os quais não é praticável usar outros métodos de custeio. O custo do estoque deve ser determinado pela redução do seu preço de venda na percentagem apropriada da margem bruta. A percentagem usada deve levar em consideração o estoque que tenha tido seu preço de venda reduzido abaixo do preço de venda original. É usada muitas vezes uma percentagem média para cada departamento de varejo. Critérios de valoração de estoque 23. O custo dos estoques de itens que não são normalmente intercambiáveis e de bens ou serviços produzidos e segregados para projetos específicos deve ser atribuído pelo uso da identificação específica dos seus custos individuais. 24. A identificação específica do custo significa que são atribuídos custos específicos a itens identificados do estoque. Este é o tratamento apropriado para itens que sejam segregados para um projeto específico, independentemente de eles terem sido comprados ou produzidos. Porém, quando há grandes quantidades de itens de estoque que sejam geralmente intercambiáveis, a identificação específica de custos não é apropriada. Em tais circunstâncias, um critério de valoração dos itens que permanecem nos estoques deve ser usado. 25. O custo dos estoques, que não sejam os tratados nos itens 23 e 24, deve ser atribuído pelo uso do critério primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS) ou pelo critério do custo médio ponderado. A entidade deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes para a entidade. Para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes critérios de valoração. 26. Por exemplo, os estoques usados em um segmento de negócio podem ter um uso para a entidade diferente do mesmo tipo de estoques usados em outro segmento de negócio. Porém, uma diferença na localização geográfica dos estoques (ou nas respectivas normas fiscais), por si só, não é suficiente para justificar o uso de diferentes critérios de valoração do estoque. 27. O critério PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) pressupõe que os itens de estoque que foram comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e, consequentemente, os itens que permanecerem em estoque no fim do período sejam os 13

14 mais recentemente comprados ou produzidos. Pelo critério do custo médio ponderado, o custo de cada item é determinado a partir da média ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período e do custo dos mesmos itens comprados ou produzidos durante o período. A média pode ser determinada em base periódica ou à medida que cada lote seja recebido, dependendo das circunstâncias da entidade. Valor realizável líquido 28. O custo dos estoques pode não ser recuperável se esses estoques estiverem danificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de venda tiverem diminuído. O custo dos estoques pode também não ser recuperável se os custos estimados de acabamento ou os custos estimados a serem incorridos para realizar a venda tiverem aumentado. A prática de reduzir o valor de custo dos estoques (write down) para o valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem ser escriturados por quantias superiores àquelas que se espera que sejam realizadas com a sua venda ou uso. 29. Os estoques devem ser geralmente reduzidos para o seu valor realizável líquido item a item. Em algumas circunstâncias, porém, pode ser apropriado agrupar unidades semelhantes ou relacionadas. Pode ser o caso dos itens de estoque relacionados com a mesma linha de produtos que tenham finalidades ou usos finais semelhantes, que sejam produzidos e comercializados na mesma área geográfica e não possam ser avaliados separadamente de outros itens dessa linha de produtos. Não é apropriado reduzir o valor do estoque com base em uma classificação de estoque, como, por exemplo, bens acabados, ou em todo estoque de determinado setor ou segmento operacional. Os prestadores de serviços normalmente acumulam custos relacionados a cada serviço para o qual será cobrado um preço de venda específico. Portanto, cada um desses serviços deve ser tratado como um item em separado. 30. As estimativas do valor realizável líquido devem ser baseadas nas evidências mais confiáveis disponíveis no momento em que são feitas as estimativas do valor dos estoques que se espera realizar. Essas estimativas devem levar em consideração variações nos preços e nos custos diretamente relacionados com eventos que ocorram após o fim do período, à medida que tais eventos confirmem as condições existentes no fim do período. 31. As estimativas do valor realizável líquido também devem levar em consideração a finalidade para a qual o estoque é mantido. Por exemplo, o valor realizável líquido da quantidade de estoque mantido para atender contratos de venda ou de prestação de serviços deve ser baseado no preço do contrato. Se os contratos de venda dizem respeito a quantidades inferiores às quantidades de estoque possuídas, o valor realizável líquido do excesso deve basear-se em preços gerais de venda. Podem surgir provisões resultantes de contratos firmes de venda superiores às quantidades de estoques existentes ou de contratos firmes de compra em andamento se as aquisições adicionais a serem feitas para atender a esses contratos de venda forem previstas com base em valores estimados que levem à situação de prejuízo no atendimento desses contratos de venda. Tais provisões devem ser tratadas de acordo com a NBC TS sobre Provisão e Passivo e Ativo Contingentes. 14

15 32. Os materiais e os outros bens de consumo mantidos para uso na produção de estoques ou na prestação de serviços não serão reduzidos abaixo do custo se for previsível que os produtos acabados em que eles devem ser incorporados ou os serviços em que serão utilizados sejam vendidos pelo custo ou acima do custo. Porém, quando a diminuição no preço dos produtos acabados ou no preço dos serviços prestados indicar que o custo de elaboração desses produtos ou serviços excederá seu valor realizável líquido, os materiais e os outros bens de consumo devem ser reduzidos ao valor realizável líquido. Em tais circunstâncias, o custo de reposição dos materiais pode ser a melhor medida disponível do seu valor realizável líquido. 33. Em cada período subseqüente deve ser feita uma nova avaliação do valor realizável líquido. Quando as circunstâncias que anteriormente provocaram a redução dos estoques abaixo do custo deixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de um aumento no valor realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias econômicas, a quantia da redução deve ser revertida (a reversão é limitada à quantia da redução original) de modo a que o novo montante registrado do estoque seja o menor valor entre o custo e o valor realizável líquido revisto. Isso ocorre, por exemplo, com um item de estoque registrado pelo valor realizável líquido quando o seu preço de venda tiver sido reduzido e, enquanto ainda mantido em período posterior, tiver o seu preço de venda aumentado. Reconhecimento como despesa no resultado 34. Quando os estoques são vendidos, o custo escriturado desses itens deve ser reconhecido como despesa do período em que a respectiva receita é reconhecida. A quantia de qualquer redução dos estoques para o valor realizável líquido e todas as perdas de estoques devem ser reconhecidas como despesa do período em que a redução ou a perda ocorrerem. A quantia de toda reversão de redução de estoques, proveniente de aumento no valor realizável líquido, deve ser registrada como redução do item em que for reconhecida a despesa ou a perda, no período em que a reversão ocorrer. 35. Alguns itens de estoques podem ser transferidos para outras contas do ativo, como, por exemplo, estoques usados como componentes de ativos imobilizados de construção própria. Os estoques alocados ao custo de outro ativo devem ser reconhecidos como despesa durante a vida útil e na proporção da baixa desse ativo. Divulgação 36. As demonstrações contábeis devem divulgar: (a) as políticas contábeis adotadas na mensuração dos estoques, incluindo formas e critérios de valoração utilizados; (b) o valor total escriturado em estoques e o valor registrado em outras contas apropriadas para a entidade; (c) o valor de estoques escriturados pelo valor justo menos os custos de venda; (d) o valor de estoques reconhecido como despesa durante o período; (e) o valor de qualquer redução de estoques reconhecida no resultado do período de acordo com o item 34; (f) o valor de toda reversão de qualquer redução do valor dos estoques reconhecida no resultado do período de acordo com o item 34; 15

16 (g) as circunstâncias ou os acontecimentos que conduziram à reversão de redução de estoques de acordo com o item 34; e (h) o montante escriturado de estoques dados como penhor de garantia a passivos. 37. A informação relativa a valores contábeis registrados nas diferentes classificações de estoques e a proporção de alterações nesses ativos é útil para os usuários das demonstrações contábeis. As classificações comuns de estoques são: mercadorias, bens de consumo de produção, materiais, produto em elaboração e produtos acabados. O prestador de serviços pode ter trabalhos em andamento classificáveis como estoque em elaboração. 38. O valor do estoque baixado, reconhecido como despesa durante o período, o qual é denominado frequentemente como custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos, consiste nos custos que estavam incluídos na mensuração do estoque que agora é vendido. Os custos indiretos de produção eventualmente não-alocados aos produtos e os valores anormais de custos de produção devem ser reconhecidos como despesa do período em que ocorrem, sem transitar pelos estoques, dentro desse mesmo grupo, mas de forma identificada. As circunstâncias da entidade também podem admitir a inclusão de outros valores, tais como custos de distribuição, se eles adicionarem valor aos produtos; por exemplo, uma mercadoria tem valor de venda maior na prateleira do supermercado do que no depósito de distribuição dessa entidade; assim, o custo do transporte do centro de distribuição à loja de venda deve ser considerado como parte integrante do custo de colocar o estoque em condições de venda; consequentemente, deve afetar o custo da mercadoria. 39. Algumas entidades adotam um formato para a demonstração do resultado que resulta na divulgação de valores que não sejam os custos dos estoques reconhecidos como despesa durante o período. De acordo com esse formato, a entidade deve apresentar a demonstração do custo das vendas usando uma classificação baseada na natureza desses custos, elemento a elemento. Nesse caso, a entidade deve divulgar os custos reconhecidos como despesa item a item, por natureza: matérias-primas e outros materiais, evidenciando o valor das compras e da alteração líquida nos estoques iniciais e finais do período; mão-de-obra; outros custos de transformação, etc. 1.3 Métodos de Apuração de Estoque O maior objetivo do custeio do estoque é a determinação de custos adequados às vendas, de forma que o lucro apropriado seja calculado. Em adição ao fator lucro, existe um número de outros fatores que influenciam as decisões relativas à seleção dos métodos de custeio de estoque. A lista destes fatores, excluindo a definição de lucro, incluiria: aceitação do método pelas autoridades do Imposto de Renda; a parte prática da determinação do custo; objetividade do método; utilidade do método para decisões gerenciais. O princípio contábil de Custo de Aquisição determina que se incluam no custo dos ma- 16

17 teriais, além do preço, todos os outros custos decorrentes da compra, e que se deduzam todos os descontos e bonificações eventuais recebidas. O método de avaliação escolhido afetará o total do lucro a ser reportado para um determinado período contábil. Permanecendo inalterados outros fatores, quanto maior for o estoque final avaliado, maior será o lucro reportado, ou menor será o prejuízo. Quanto menor o estoque final, menor será o lucro reportado, ou maior será o prejuízo. Considerando que vários fatores podem fazer variar o preço de aquisição dos materiais entre duas ou mais compras (inflação, custo do transporte, procura de mercado, outro fornecedor, etc.), surge o problema de selecionar o método que se deve adotar para avaliar os estoques. Os métodos mais comuns são: Custo médio; Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS); Último a entrar, primeiro a sair (UEPS). Custo Médio: Este método, também chamado de método da média ponderada ou média móvel, baseiase na aplicação dos custos médios em lugar dos custos efetivos. O método de avaliação do estoque ao custo médio é aceito pelo Fisco e usado amplamente. Para ilustrar numericamente, suponha-se que uma empresa, no início do mês de março, possua um estoque (inicial) de 20 unidades de certa mercadoria avaliada a R$ 20 cada uma, ou seja, um total de R$ 400 de Estoque Inicial. A movimentação dessa mesma mercadoria em março é a seguinte: Dia 5 - Compra de 50 unidades a R$25 cada, conforme NF001 Dia 7 - Venda de 30 unidades, conforme NF120 Dia 9 - Compra de 60 unidades a R$30 cada conforme NF002 Dia 15 - Devolução de 10 unidades ao fornecedor da compra da NF001 Dia 18 - Venda de 80 unidades, conforme NF121 Dia 25 - Devolução de 5 unidades da venda da NF120 17

18 Dia Método PEPS Entrada Saída Saldo Quant Unit Total Quant Unit Total Quant Unit Total Total: Total: 18

19 Dia Método do Custo Médio Entrada Saída Saldo Quant Unit Total Quant Unit Total Quant Unit Total Total: Total: Exercício 1. Determine o estoque final e o custo da mercadoria vendida de um produto que teve a seguinte movimentação: Dia 1: Estoque inicial: unidades a $45,00 cada Dia 2: Compra de unidades a R$42,00 cada, mais um frete de R$9.300,00 Dia 3: Compra de unidades a R$50,00 cada, que a empresa pagou a vista com desconto de 5%. Dia 4: Venda de unidades Dia 5: Foi devolvido um lote de 500 unidades, referente à última compra. Dia 6: Compra de unidades a R$55,00 Dia 7: Devolução de 200 unidades referente à última venda. Dia 8: Venda de 1500 unidades. 19

20 Dia Método PEPS Exercício 1 Entrada Saída Saldo Quant Unit Total Quant Unit Total Quant Unit Total Total: Total: 20

21 Dia Método do Custo Médio Exercício 1 Entrada Saída Saldo Quant Unit Total Quant Unit Total Quant Unit Total Total: Total: 21

22 2. Cadeia de Abastecimento O perfeito entendimento da cadeia de abastecimento integrada tem sido reconhecidamente um fator de vantagem competitiva para as organizações que efetivamente entendem o seu papel estratégico Conceitos. A cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data (quando) que os clientes e consumidores os desejarem. Além de ser um processo bastante extenso, a cadeia apresenta modelos que variam de acordo com as características do negócio, do produto e das estratégias utilizadas pelas empresas para fazer com que o bem chegue às mãos dos clientes e consumidores. 2.2 Cadeia de Abastecimento Integrada. O perfeito entendimento da cadeia de abastecimento integrada tem sido reconhecidamente um fator de vantagem competitiva para as organizações que efetivamente entendem o seu papel estratégico. Existem vários de exemplos de comportamento relacionados às demandas que desencadeiam atividades muito parecidas com aquelas executadas dentro das organizações. A administração da cadeia de abastecimento exige o entendimento dos impactos que serão causados nas organizações, em seus processos e na sociedade. Entendê-la não se limita a saber que a demanda afeta todo o processo e que, portanto, estimativas e pedidos devem ser bem elaborados para satisfazer às necessidades de clientes e consumidores. A cadeia de abastecimento integrada está vinculada a variáveis internas e externas que afetam a organização e os diferentes modelos de negócio estabelecidos para os segmentos industriais ou para as empresas de serviços. Os impactos não se limitam apenas às organizações, mas atingem a sociedade: na educação - para a preparação de bons profissionais - na preservação do meio ambiente, na infra-estrutura de transporte - permitindo que os países possam competir em uma esfera regional e global- e no intercâmbio entre países, desenvolvendo necessidades de comunicação e entendimento de culturas. Antes de melhorar a cadeia de abastecimento, é necessário entender como a empresa está organizada e como se comporta o processo de abastecimento. Esse entendimento está relacionado aos requerimentos provenientes dos consumidores, clientes e fornecedores, às informações sobre como movimentar, manusear e armazenar os produtos, como essas informações são usadas e como fluem no processo. 3 BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2ed. São Paulo. Saraiva. 22

23 Fornecedores Estocagem Fábrica Centros de Distribuição Clientes Figura 1. Fonte: BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2ed. São Paulo. Saraiva, p.5 O conceito sofreu evoluções importantes durante os últimos anos. A cadeia de abastecimento integrada apresenta uma visão mais ampla do que conhecemos como cadeia logística, esta mais limitada à obtenção e movimentação de materiais e à distribuição física de produtos. A tecnologia da informação e a inovação tecnológica tornam possível um futuro no qual a cadeia de abastecimento possa ser realmente integrada. Conceitos importantes foram criados e empregados com êxito. A visão desenvolvida pelo ECR 4 (Efficient Consumer Response) conceito de resposta eficiente às demandas do consumidor, é uma das teorias mais ricas que o mundo dos negócios tem apresentado. Ainda que a sua lógica pareça ser simples, a sua implantação é rigorosamente complexa, uma vez que implica mudanças radicais de cultura, de relacionamentos entre organizações, de conhecimentos e da forma convencional de administrar os negócios. O ECR corresponde à execução conjunta e 4 Efficient Consumer Response ou ECR é a sigla em inglês do que pode ser traduzido como Resposta Eficiente ao Consumidor. Trata-se, segundo a Associação ECR Brasil, de uma estratégia da indústria supermercadista na qual distribuidores e fornecedores trabalham em conjunto para proporcionar maior valor ao consumidor (ECR BRASIL, 2010). O sistema funciona centrado na eficiência da cadeia de suprimento como um todo, ao invés da eficiência individual das partes, reduzem-se os custos totais do sistema, dos estoques e bens físicos ao mesmo tempo em que o consumidor tem a possibilidade de escolher produtos mais frescos e de maior qualidade (ECR BRASIL. Disponível em: < Acesso em: 26 out. 2010). 23

24 sincronizada das atividades desenvolvidas pelas organizações, cuja finalidade principal é responder eficientemente às necessidades dos consumidores. Essa integração implica a existência de atividades cooperativas entre as diferentes operações, desde a obtenção de matéria-prima e a produção na fábrica até a chegada dos produtos às prateleiras ou às gôndolas dos supermercados. A implantação total ou parcial do conceito ECR afeta sobremaneira o comportamento da cadeia de abastecimento. É nela que se vai identificar as atividades físicas e os procedimentos que agregam importância aos processos, contribuindo para a redução de custos e para o aumento da velocidade da cadeia, desde a obtenção de material até a compra do produto pelo consumidor. O gerenciamento efetivo e apropriado da cadeia de abastecimento deve considerar todos os aspectos relevantes e as peças fundamentais do processo, de tal forma que seja o mais ágil possível sem comprometer a qualidade ou a satisfação do cliente, mantendo ainda o custo total competitivo. As decisões são orientadas tanto para o curto prazo, como para o longo prazo. As decisões estratégicas envolvem principalmente as políticas corporativas da empresa ou das empresas participantes do processo, já que o conceito da cadeia de abastecimento integrada extrapola os limites de uma determinada empresa, estendendo-se aos fornecedores e aos clientes. As decisões operacionais são aquelas que lidam com o dia-a-dia da empresa, procurando soluções para os seus problemas diários. No entanto, as decisões estratégicas devem, guardadas as proporções, orientar as atividades operacionais. Ou seja, deve existir um alinhamento entre a decisão operacional e aquela que estrategicamente a organização persegue a médio e longo prazos. Embora esta afirmação pareça ser evidente, muitas organizações têm os seus resultados' estratégicos afetados em virtudes das decisões operacionais erroneamente tomadas e sem vínculo com os objetivos traçados a longo prazo. É por isso que o conceito de Planejamento Integrado de Vendas e Operações deve ser aplicado em sua essência, para certificar que as decisões tomadas pelas áreas mais operacionais sejam orientadas por um plano superior, que considere as variáveis da organização e não de um determinado setor. Deve existir um alinhamento entre as decisões operacionais e aquelas que estrategicamente a organização persegue a médio e longo prazos. A estruturação da cadeia de abastecimento exige um conhecimento profundo dos processos e de suas variáveis, tais como conhecimento dos padrões de mercado e suas respectivas demandas, modelos de distribuição, nível de serviço sua relativa importância, distâncias, modos de transporte, elementos de custos, características dos produtos, canais de distribuição, distribuição geográfica e outros fatores não menos importantes. Devemos observar ainda que os fatores mencionados são bastante variáveis e, em qualquer análise que se faça em relação ao processo, essas variações devem ser levadas em consideração. 2.3 Operação da Cadeia de Abastecimento. Principais características da cadeia de abastecimento em grãos: Localização das organizações O posicionamento geográfico dos locais tem implicações importantes nos custos e nos fluxos logísticos. Estudos para construção de novos locais devem sempre considerar a localização dos clientes e fornecedores e as facilidades de transporte Distribuição física Produtos e materiais são movimentados ao longo da cadeia de abastecimento, fluindo dos fornecedores para as plantas, delas para os centros de distribuição e daí para os clientes, dependendo do modelo estabelecido pela empresa. Esse modelo pode ser simples, contando com a recepção dos materiais, a conversão para o produto final e a distribuição. Tudo isso pode ocorrer em um único local. 24

25 Outros modelos são mais complexos, apresentando vários locais produtivos, vários centros de distribuição, intermediários, operadores logísticos e assim por diante. Existem modelos simples e complexos para se fazer a distribuição física dos produtos e materiais. É necessário, portanto, identificar como e por quem esses materiais e produtos são movimentados e a eficiência com que são realizadas as movimentações. A distribuição física tem impactos importantes não somente em custos, mas também na qualidade dos serviços prestados, principalmente no cumprimento da entrega dos produtos aos clientes Administração dos estoques A administração dos estoques deve receber atenção especial, uma vez que podem ser armazenados em diferentes etapas do processo, apresentando características diversas, como matériaprima, produto semi-acabado, produto acabado ou produto com valor agregado para o cliente e consumidor. A visão departamentalizada ou segmentada da organização pode oferecer restrições quanto à identificação do volume real de estoque existente. Dessa forma, o controle do estoque global é fundamental para a redução do nível de capital investido Modo de transporte A forma como o material ou o produto será transportado depende das vantagens e desvantagens relacionadas à infra-estrutura de transporte, ao volume a ser transportado, aos canais logísticos existentes, à confiabilidade da entrega e aos custos de movimentação, entre outras análises Fluxo de informação O fluxo de informação está extremamente ligado ao movimento físico de produtos e materiais. Todo o processo se relaciona intimamente: processamento de pedidos, estimativa de vendas, planejamento de produção, compras e aquisições, capacidades, armazenagem e manuseio. Por essa razão, a tecnologia da informação desempenha, nos dias atuais, um papel fundamental, proporcionando uma maior confiabilidade ao processo, pois informações erradas levam a movimentações erradas. O entendimento do fluxo de informação permite identificar as informações que realmente agregam valor ao processo, de modo que se possa descartar aquelas que não somam, aumentando a velocidade e a confiabilidade das transações. Além disso, outras análises devem ser feitas para se identificar os agentes geradores de informações e seus usuários, quem deve recebê-las e para que efetivamente são utilizadas. A relação custo/benefício para se obter a informação é outro aspecto relevante na análise. As organizações devem estabelecer quais informações são realmente prioritárias e fundamentais para administrar o negócio. Muitas vezes se investe demasiado tempo e/ou dinheiro na captura da informação, e sua utilização é apenas parcial. Essa decisão gera custos adicionais, muitas vezes não interpretados corretamente Estimativas As previsões são elementos fundamentais na cadeia de abastecimento integrada. As organizações investem em tecnologia avançada e melhorias de processo a fim de obter melhores resultados com suas previsões. Ferramentas de informática e atitudes de colaboração entre as organizações que compõem a cadeia são extremamente úteis na obtenção de estimativas mais bem elaboradas e com precisão mais elevada. Devemos considerar que, quanto melhor é o planejamento, melhor e mais eficazmente a cadeia de abastecimento responderá, possibilitando que se proporcione um serviço melhor ao cliente. 25

26 2.3.7 Relacionamentos A cadeia de abastecimento é composta por diferentes organizações internas e externas. Todas elas demandam forte relacionamento. Clientes, fornecedores de materiais e serviços, distribuidores, entre outros, envolvem fluxos de produtos, materiais e informações. A forma de se trabalhar com essas organizações pode representar uma vantagem competitiva em relação à concorrência, dependendo da maneira que se definem os relacionamentos. A parceria deve definir as responsabilidades das partes, e o foco final será sempre o atendimento ao cliente. Os contratos precisam ser estabelecidos para formalizar a relação de parceria existente entre as organizações. O ponto interessante da cadeia de abastecimento é que ela atua como elemento de vantagem competitiva. Para tanto, é fundamental administrá-la eficazmente, pois seus modelos variam de acordo com as características do produto, o número de organizações envolvidas, a geografia, a infra-estrutura e outros fatores. Figura 2 Fonte: NIGEL, Slack e outros; Administração da Produção ; SP; Atlas;

27 3. Estratégia do Negócio 3.1 Estratégia para a cadeia de abastecimento 3.2 Fornecimento Na cadeia de abastecimento integrada, o principal objetivo do planejamento é propiciar uma visão clara do processo como um todo, avaliando metas e restrições em compras, produção e distribuição num horizonte de tempo predeterminado. Naturalmente, nenhuma organização deseja produzir planos abaixo do seu padrão ou sem a qualidade necessária, mas, na verdade, é exatamente isso que acaba ocorrendo em muitas delas, por causa da deficiência na elaboração dos planos. A tecnologia da informação tem evoluído significativamente, possibilitando que planos bastante ricos sejam elaborados. Contudo, não é só a ferramenta que facilita o processo de planejamento. O conhecimento do mercado, as eficiências dos recursos internos e externos, as atividades de vendas são fatores que determinam a elaboração dos planos. A elaboração de um planejamento integrado da cadeia de abastecimento proporciona benefícios, entre eles a redução de custos e dos estoques, aumento da lucratividade, melhor uso da capacidade produtiva e melhor utilização dos ativos. A cadeia de abastecimento é orientada pelas previsões de vendas. Um dos problemas das estimativas é que elas são criadas para atender às várias necessidades da organização. Para o maketing, as previsões devem confirmar que os produtos estão ganhando participação de mercado. Do outro lado, o departamento de vendas pressiona para que essas previsões estejam alinhadas com os objetivos e metas específicos da área. 3.3 Produção O planejamento de produção corresponde ao desenvolvimento das ações que orientarão os recursos da produção em relação às necessidades de produção especificadas pela demanda. As principais diretrizes que podem ser utilizadas nesse contexto são: tempo de ciclo empregado na produção, flexibilidade, número de itens de estoque, aderência do plano de produção, custo relacionado aos estoques de materiais em processo, estoques de produtos obsoletos, comparações entre os ciclos teórico e real. 3.4 Distribuição Esse processo corresponde ao desenvolvimento das ações que orientarão os recursos da distribuição em relação às necessidades de distribuição especificadas pela demanda. As principais diretrizes que podem ser utilizadas no seu contexto são: tempo de ciclo empregado na distribuição, flexibilidade, custo de estoque de produto terminado, custo de administração dos pedidos, custos logísticos totais, precisão das estimativas de vendas e nível de atendimento dos pedidos considerando data, produto, quantidade e qualidade. 27

28 4. Planejamento e Controle 4.1 Natureza da demanda e do fornecimento O Lote econômico de compras O clássico modelo de lote econômico (EOQ, Economic Order Quantity) foi primeiramente apresentada por Ford Harris em 1913, um resultado de seu trabalho na Westinghouse Corporation. Este ficou também conhecido como lote de Wilson, em referência ao nome do consultor que o implementou em muitas empresas. Os principais pressupostos da formulação clássica do EOQ são: 1) A demanda é determinística, constante e contínua; 2) O lead time de ressuprimento é determinístico e constante; 3) Faltas de produtos e backorders (entregas com atraso) não são permitidas; 4) Custos de pedido e de estoque são independentes do tamanho da ordem (não existem por exemplo descontos por quantidade) e não variam no tempo; 5) O pedido chega completo em um único instante de tempo; 6) Itens diversos são pedidos de forma independente, ou seja, não são consideradas possibilidades de um pedido com vários itens; 7) Não existem restrições, como espaço de armazenagem e capacidade de transporte. Com base nestes pressupostos, os níveis de estoque podem ser representados por um gráfico dente-de-serra. Uma quantidade Q é ordenada sempre que o estoque atinge o nível de s unidades, chamado ponto de pedido. Após o lead time de ressuprimento L, o pedido chega e é consumido continuamente até que o estoque atinja novamente s unidades. Este ciclo do pedido é assim repetido indefinidamente. Já que a demanda e o lead time são parâmetros determinísticos, a decisão de quando pedir um novo ressuprimento é trivial: o ponto de pedido s é calculado como a demanda por unidade de tempo multiplicada pelo lead time. O problema é quanto pedir. Um alto Q resulta em altos níveis de estoque e poucas ordens por período, enquanto um Q pequeno resulta em baixos níveis de estoque e muitas ordens por período. Dessa forma, para um dado horizonte de tempo, o custo de estoque aumenta e o custo de pedidos diminui com o aumento de Q. Sendo: CE Custo de estoque por período T ($ / T); CP Custo de pedidos por período T ($ / T); CT Custo total referente ao ressuprimento do item por período T ($ / T); Q Tamanho do lote de ressuprimento (unidades do item); D Demanda por período T (unidades do item / T); h Custo de manutenção de estoques por unidade estocada por período T ($ / unidades do item x T); F Custo fixo incorrido por pedido realizado ($); v Custo variável por unidade pedida ($ / unidade do item)

29 + 2 = + 3 Exemplo: Quantidade demandada: sacas/ ano (D) Custo de estocagem : R$8,00 / saca (h) 20% o do preço da saca. Custo de originação e transporte: R$3.000,00 (F) Custo unitário adicional por pedido : R$0,00 / saca (v) Custo unitário: R$40,00 / saca (p) Lote de Compras: sacas (Q) CE = R$1.000,00 = h= 8,00= $80.000,00 2 = + = ,00 = = $ = + =80.000, ,00= ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 R$80.000,00 R$60.000,00 R$40.000,00 R$20.000,00 R$- O custo total mínimo será o encontro entre as duas funções: + = h + = 2 2 h 2 = + = 2 + h h = 2 + h Lote Econômico de Compras Mil Toneladas / pedido = = / = Estocagem (CE) Pedido (CP) Total (CP) =

30 4.1.2 Curva ABC e controle de estoque CLASSIFICAÇÃO ABC Analisar em profundidade milhares de itens em estoques é uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes, desnecessária. É conveniente que os itens mais importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes. Assim, economiza-se tempo e recursos. A curva ABC é um importante instrumento para o administrador porque ele permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. É considerada um método de priorização para facilitar a análise dos itens em estoque concentrando-se naqueles que trarão maiores benefício em termos de análise dos itens estocados. Ela tem sido utilizada pela administração de estoques para definir políticas de vendas, para o estabelecimento de prioridades, para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais nas empresas. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa. Verifica-se, portanto, que, uma vez obtida a seqüência dos itens e sua classificação ABC, disso resulta imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativas, conforme a importância dos itens. Após os itens serem ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras: Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção especial pela administração. Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C. Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da administração. Passo para a Elaboração do Diagrama de Pareto Passo 1: Definir a variável a ser analisada Passo 2: Coletar Dados Passo 3: Ordenar os dados Passo 4: Calcular Percentuais Passo 5: Construir o diagrama Passo 6: Analisar os resultados Exemplo: Uma empresa pretende reduzir o custo do estoque médio em seus almoxarifados e para isso pede que e faça uma análise do estoque. Passo 1: Definir a variável a ser analisada Como a análise do estoque pode ter vários objetivos, a variável deverá ser adequada a cada um deles. Aqui a variável a ser considerada para estudo será custo do estoque médio. Passo 2: coleta de Dados Para obter o custo do estoque médio, precisamos obter dados para calculá-lo Quantidade média de cada item em estoque; Custo unitário de cada item em estoque Com esses dados, calculamos o custo total multiplicando a quantidade média de cada item em 30

31 estoque pelo seu custo unitário. Passo 3: Ordenar os dados Com os dados coletados é preciso calcular o custo de estoque médio de cada item e classificálos em ordem decrescente. Passo 4: Calcular os percentuais Calcular o custo total acumulado; Calcular os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao Total. 31

32 Passo 5: Construir a curva ABC. Passo 6: Análise dos resultados Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra algumas indicações para sua elaboração. 5. Bibliografia BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2ed. São Paulo. Saraiva. CASWELL, Julie A. Universidade de Massachusetts, em Amherst. Disponível em 32

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