Aprofundamento da crise mundial e seus impactos na economia brasileira afetam negativamente a confiança do empresário do comércio catarinense

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2 Aprofundamento da crise mundial e seus impactos na economia brasileira afetam negativamente a confiança do empresário do comércio catarinense O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) catarinense apresentou queda de 0,9% na comparação com maio, ficando na casa dos 127,8 pontos. A crise internacional e o contágio que ela trouxe para a economia brasileira estão na raiz de tal abalo na confiança empresarial. Entretanto, apesar deste abalo, a confiança continua em um patamar positivo, acima dos 100 pontos, limite que separa o pessimismo do otimismo. Síntese dos resultados Índice mai/12 jun/12 Índice de Confiança do Empresário do Comércio - ICEC Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio - ICAEC Variação Mensal (%) 129,0 127,8-0,9 110,3 108,0-2,1 Condições Atuais da Economia CAE 106,5 104,1-2,3 Condições Atuais do Comércio CAC 104,8 98,4-6,1 Condições Atuais das Empresas do Comércio - CAEC 119,5 121,5 1,7 Índice de Expectativa do Empresário do Comércio IEEC 160,4 159,8-0,4 Expectativa da Economia Brasileira EEB 155,2 153,8-0,9 Expectativa do Comércio EC 158,4 158,5 0,1 Expectativas das Empresas Comerciais EEC 167,8 167,0-0,5 Índice de Investimento do Empresário do Comércio IIEC 116,4 115,7-0,6 Indicador de Contratação de Funcionários IC 135,5 134,8-0,5 Nível de Investimento das Empresas NIE 115,6 110,9-4,1 Situação Atual dos Estoques SAE 98,1 101,4 3,4 Condições atuais Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) A principal queda dentro do ICEC foi da percepção dos comerciantes em relação às suas condições atuais. O índice regrediu 2,1% mensalmente, ficando na casa dos 108 pontos. Ao que parece, os empresários do comércio de Santa Catarina passaram a incorporar em sua análise o aprofundamento da crise internacional, já que anteriormente ela parecia não trazer impactos mais sérios para a economia brasileira. O cenário de contágio da crise aprofundou-se no final do ano passado e início deste ano. O resultado do PIB brasileiro foi muito fraco, o que reduziu as expectativas de

3 crescimento da economia. Tal fato refletiu-se na queda de 2,3% do indicador de condições atuais da economia, que caiu perigosamente para perto da fronteira dos 100 pontos, ficando em 104,1 pontos. Também o indicador de condições atuais do comércio apresentou queda mensal em virtude da mesma situação. O índice caiu 6,1% e ficou na casa dos 98,4 pontos, mostrando pessimismo dos comerciantes do estado em relação à situação do comércio. O principal responsável por tal pessimismo foi principalmente o setor de bens duráveis, já que neste o mesmo índice se estabeleceu no patamar de 90,9 pontos, refletindo as dificuldades enfrentadas pelo setor automobilístico, que parece viver um cenário de exaustão na capacidade de vendas. Completa o quadro relativo às condições atuais do empresário do comércio o indicador referente à situação atual das empresas do comércio. Este cresceu 1,7%, ficando no patamar de 121,5 pontos. Ou seja, apesar dos empresários perceberem o cenário ruim para a economia e para a atividade comercial, continuam otimistas em relação ao próprio negócio. Expectativas Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) Baseada também no contágio da economia brasileira pela crise internacional, o índice de expectativas do empresário do comércio catarinense também caiu. A queda foi de 0,4%, muito pequena para abalar a confiança dos empresários, que continuou em um patamar consideravelmente elevado, de 159,8 pontos. Mesmo com algumas quedas, todos os subíndices que compõe o IEEC permaneceram em níveis elevados, mostrando que mesmo com uma situação atual fraca, os empresários do comércio catarinense acreditam que a continuada expansão da renda das famílias, o controle da inflação e o novo ciclo de expansão do crédito ao consumidor baseado em taxas de juros mais baixas tendem a fazer do segundo semestre bastante positivo para as vendas. Desta maneira, os subíndices de expectativa da economia brasileira, do comércio e das empresas comerciais ficaram, respectivamente, nos patamares de 153,8, 158,5 e 167 pontos. Ficando em posições bastante favoráveis dentro da escala do ICEC. Investimento - Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) Em função desta pior situação das condições atuais e da pequena queda da expectativa, também o indicador de investimento apresentou retração em relação ao mês anterior. O IIEC teve queda de 0,6%, se estabelecendo no patamar de 115,7 pontos. Desta maneira, em virtude deste cenário de grande incerteza trazido pela crise internacional, os empresários do comércio catarinenses estão mais receosos em realizar novos investimentos. Tanto o índice de contratação de funcionários quanto o de investimento demonstram tal situação, já que o primeiro caiu 0,5%, chegando aos 134,8 pontos, e o segundo decresceu 4,1%, se estabelecendo na casa dos 110,9 pontos. Nota-se que, mesmo com a queda mensal,

4 os subíndices continuam em patamar positivo, indicando que mesmo que empresários do comércio tenham revisado para baixo sua perspectiva de investimentos, ela continua sendo positiva. O único subíndice que cresceu mensalmente dentro do IIEC foi a situação atual dos estoques. O crescimento foi de 3,4% e o subíndice ficou no patamar de 101,4 pontos, apenas um pouco acima da fronteira de satisfação. Conclusão O contágio da economia brasileira pela crise internacional afetou a confiança dos empresários do comércio de Santa Catarina neste mês de junho. Tal cenário refletiu-se na queda de praticamente todos indicadores, entretanto, o principal efeito foi na percepção dos empresários em relação às suas condições atuais. Mesmo com tal abalo, o ICEC continuou em patamares elevados, principalmente em virtude da alta expectativa dos comerciantes do estado de que o segundo semestre seja muito mais favorável do que o primeiro. Desta maneira, se os empresários estão corretos ao pensarem que o segundo semestre será melhor do que o primeiro para as vendas muito em virtude do aumento da renda das famílias, do controle inflacionário e da nova expansão do crédito com taxas de juros menores, o grau desta melhora está extremamente articulado aos futuros desdobramentos da crise internacional, que já impactou bastante a atividade econômica brasileira e catarinense e tende a influenciar ainda mais o destino da economia interna. Aspectos Metodológicos A pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio tem como objetivo produzir um indicador inédito com capacidade de medir, com a maior precisão possível, a percepção que os empresários do comércio têm sobre o nível atual e futuro de propensão a investir em curto e médio prazo. Em outras palavras, um indicador antecedente de vendas do comércio, a partir do ponto de vista dos empresários comerciais e não por uso de modelos econométricos, tornando-o uma ferramenta poderosa para o varejo, fabricantes, consultorias e instituições financeiras. Este indicador poderá ser largamente utilizado pelo setor no seu planejamento de estoques e investimentos. Seu uso pode ser particularmente importante para o comércio varejista. A metodologia adotada parte de um conjunto de perguntas qualitativas referentes a economia, ao setor comerciário e as empresas. Estas perguntas qualitativas serão transformadas em um indicador que antecipe os resultados das Vendas do Comércio Varejista. Por meio de uma transformação específica, cada pergunta (Pi) se transforma em um indicador quantitativo (Xi) variando entre 0 e 200 pontos, que é a variação da escala semântica. O índice 100 demarca a fronteira entre a avaliação de insatisfação e de satisfação

5 dos empresários do comércio: abaixo de 100 pontos diz respeito à situação de pessimismo enquanto acima de 100 encontra-se a situação de otimismo. População Empresas comerciais localizadas no Município de Florianópolis. Grandeza da Amostra Para fixar a precisão do tamanho da amostra, admitiu-se que 95% das estimativas poderiam diferir do valor populacional desconhecido p por no máximo 3,5%, isto é, o valor absoluto d (erro amostral) assumiria no máximo valor igual a 0,035 sob o nível de confiança de 95%, para uma população constituída de famílias em potencial. Preferiu-se adotar o valor antecipado para p igual a 0,50 com o objetivo de maximizar a variância populacional, obtendo-se maior aproximação para o valor da característica na população. Em outras palavras, fixou-se um maior tamanho da amostra para a precisão fixada. Assim, o número mínimo de empresas a serem entrevistadas foi de 189, ou seja, com uma amostra de no mínimo 189 empresas, esperou-se que 95% dos intervalos de confiança estimados, com semi-amplitude máxima igual a 0,035, contivessem as verdadeiras freqüências.