Ecologia II: Ecossistemas fluviais. Manuela Abelho 2012
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- Célia Canto Teixeira
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1 Ecologia II: Ecossistemas fluviais Manuela Abelho 2012
2 5.1 Principais grupos taxonómicos 5. MACROINVERTEBRADOS 2
3 Macroinvertebrados aquáticos Invertebrados cujo tamanho máximo ao longo do ciclo de vida supera mm A sua biomassa é frequentemente o principal componente animal do ecossistema aquático Fundamentais nas cadeias alimentares, servindo de alimento a peixes, aves e anfíbios Indicadores biológicos da qualidade da água Fonte de riqueza e diversidade dos ecossistemas aquáticos Habitam tanto ecossistemas lóticos como ecossistemas lênticos A maioria é aquática durante as fases imaturas do ciclo de vida (larva ou ninfa) e terrestre no estado adulto; outros têm todas as fases do ciclo de vida aquáticas 3
4 Principais grupos taxonómicos: planárias e anelídeos Tricladida Planárias Predadores de outros macroinvertebrados Oligochaeta Minhocas Anelídeos colectores Algumas famílias toleram condições de anóxia devido à sua capacidade para regular a concentração de hemoglobina na sua hemolinfa, que lhes confere uma tonalidade avermelhada (ex. Naididae e Tubificidae) Hirudinea Sanguessugas Anelídeos predadores que se alimentam dos fluidos de outros animais; Possuem 1 ou 2 ventosas 4
5 Principais grupos taxonómicos: moluscos Gastropoda Caracóis de água doce e lapas de rio; raspadores Alguns respiram por brânquias, outros têm pulmão, podendo sobreviver em água com pouco O2 dissolvido Bivalvia Amêijoas e mexilhões de rio; habitam fundos com sedimentos finos Alimentam-se por filtração de partículas orgânicas em suspensão Mexilhões (F. Unionidae) podem viver 10 anos e atingir 20 cm de tamanho Amêijoas (F. Sphaeridae) atingem no máximo 20 mm 5
6 Principais grupos taxonómicos: crustáceos Isopoda género Asellus; Amphipoda: género Gammarus; ambos são detritívoros trituradores Decapoda camarões de água doce (F. Athyidae) e caranguejos de rio (F. Astacidae) O lagostim de rio ibérico (Austrapotamobius lusitanicus) tem actualmente a sua distribuição reduzida a pequenos núcleos isolados devido à introdução do lagostim vermelho da Louisiana (Procambarus clarkii) que se tornou invasor 6
7 Principais grupos taxonómicos: Hydracarina Aracnídeos aquáticos de pequenas dimensões Os estádios larvares são parasitas de outros invertebrados; Os adultos são predadores aracnídeos 7
8 Principais grupos taxonómicos: insectos Ordem Ephemeroptera Dois cercos e um paracerco Detritívoros e raspadores Presas de muitos predadores, sendo essenciais nas cadeias alimentares dos ecossistemas fluviais O nome reflecte o tempo de vida curto dos adultos Indicadores de boa qualidade 8
9 National Geographic, Maio 2003 Com poucas horas para viver, os machos efemerópteros procuram avidamente as fêmeas no rio Tisza, na Hungria. Texto e fotografias de József L. Szentpéteri 9
10 Principais grupos taxonómicos: insectos Ordem Odonata Libélulas libelinhas donzelinhas Predadores, capturam as suas presas com a máscara, peça bucal muito desenvolvida e extensível Vivem geralmente ocultos entre as macrófitas das margens ou entre os detritos e sedimentos acumulados nas zonas de remanso; algumas espécies vivem em zonas de rápidos com substrato pedregoso Subordem Anisoptera Subordem Zygoptera 10
11 National Geographic, Abril 2006 Talvez já as tenha visto em acção num dia de Verão: algures nas margens de um charco, um macho persegue uma fêmea. Ou uma libélula tigrada faz um voo picado, rodopiando e exibindo as asas delgadas, para depois, num piscar de olhos, encontrar um parceiro e ascenderem juntos até ao éter. Texto de Jennifer Ackerman; Fotografias de József L. Szentpéteri 11
12 Principais grupos taxonómicos: insectos Ordem Plecoptera Possuem um par de cercos Usados pelos pescadores como isco Habitam geralmente as zonas média/altas dos rios de águas frias e oxigenadas Predadores e trituradores Indicadores de boa qualidade 12
13 Principais grupos taxonómicos: insectos Ordem Heteroptera Metamorfose incompleta; aparelho bucal modificado na forma de um rostro Predadores Alguns andam sobre a superfície da água; outros são nadadores e alguns são bentónicos Alguns respiram O 2 atmosférico através de um sifão abdominal Ordem Neuroptera Subordem Megaloptera Género Sialis Predadores 13
14 Principais grupos taxonómicos: insectos Ordem Coleoptera Alguns adultos são também aquáticos; no entanto precisam de vir à superfície para respirar O 2 atmosférico Predadores, raspadores, trituradores 14
15 Principais grupos taxonómicos: insectos Ordem Trichoptera Quase todos aquáticos Componentes importantes da dieta dos peixes Predadores, filtradores, trituradores, raspadores Indicadores de boa qualidade 15
16 Principais grupos taxonómicos: insectos Ordem Diptera Uma das ordens com mais espécies Inclui várias famílias com larvas aquáticas cujos adultos picam e sugam o sangue dos mamíferos transmitindo doenças Predadores, trituradores, colectores 16
17 National Geographic, Julho 2007 Começa por uma picada indolor. O mosquito surge de noite, pousa sobre uma superfície da pele deixada a descoberto e coloca-se numa posição semelhante à dos corredores de velocidade nos blocos de partida, de cabeça baixa. Depois, mergulha as suas componentes bucais em forma de agulha na pele. Texto de Michael Finkel; Fotografias de John Stanmeyer 17
18 5.2 Avaliação da qualidade da água 5. MACROINVERTEBRADOS 18
19 Índices bióticos Combinam uma indicação da diversidade das comunidades com uma indicação da poluição em relação a grupos particulares Obtenção de uma pontuação ou índice Têm como base a consideração de dois efeitos da poluição Redução da diversidade da comunidade Perda progressiva de certos grupos de organismos das águas de boa qualidade (organismos indicadores) 19
20 % EPT (Ephemeroptera+Plecoptera+Trichoptera) Não é um índice biótico Mas como os organismos destes grupos são reconhecidamente intolerantes à perturbação, a percentagem de indivíduos EPT dá uma boa indicação do estado de perturbação dos rios A %EPT é também afectada por outros factores, como a estação do ano e o tamanho dos rios (ordem) nd/watershed_condition-ept_index_tech_note_3.pdf 20
21 IBMWP Índice biótico da família adaptado à Península Ibérica Desenvolvido por Alba-Tercedor et al., 2002, o protocolo para a sua aplicação é descrito por Jáimez- Cuéllar et al. (2002). Limnetica 21(2-3): Protocolos para determinação da qualidade ecológica de rios (índices IHF, QBR e IBMWP) Associado ao IBMWP: ASPT (Average Score Per Taxa), consiste na divisão do valor do IBMWP pelo número de famílias indicadoras 21
22 Método geral A amostragem realiza-se subindo a corrente para evitar a perturbação nos locais a amostrar Devem amostrar-se todos os microhabitats observados: zonas de rápidos e de remansos, zonas com e sem macrófitas, zonas com raízes e diferentes tipos de substrato: cascalho, areia, limo, etc. Identificação até à família Cada família indicadora tem uma pontuação de intolerância (quanto mais tolerante menor o valor atribuído) Presença/ausência (mais que 1 indivíduo) Soma de todos os valores atribuídos 22
23 23
24 Interpretação do IBMWP 24
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