Trabalho, cooperação e condições de vida em assentamentos rurais 1

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1 Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo, 2ª Época, Nº 21, 1er Semestre 2009, Trabalho, cooperação e condições de vida em assentamentos rurais 1 Rosemeire Aparecida Scopinho Introdução No Bra sil, o tra bal ho ru ral não está al heio às mu dan ças que, atual - mente, se processam na sociedade brasileira. Mesmo tendo sido crescen - te men te sub or di na da à ati vi da de in dus trial e fi nan cei ra, é in dis cu tí vel a im portância da pro duç ão agrí co la para o de sen vol vi men to do país, o que tem tor na do o mun do ru ral lu gar pri vi le gia do de inú me ras e ace le ra das transformações econômicas e sociais. Nos anos setenta, intensificou-se a ex pans ão dos com ple xos agroin dus triais com o uso do tra bal ho as sa la ria - do e, a par tir dos anos no ven ta, coe xis ti ram pro ces sos como a in ter na cio - nalização do agronegócio, a valorização da pequena agricultura familiar e o acirramento da luta social organizada em favor da reforma agrária. Essas transformações tornaram o espaço rural brasileiro cada vez mais heterogêneo, em termos de organização econômica e social, das caracte - rísticas, necessidades e interesses dos trabalhadores nele envolvidos. Na re gi ão de Ri beir ão Pre to, Esta do de São Pau lo-sp, uma das re - giões agrícolas mais importantes do país, esses processos são dinâmicos, mas nem sempre resultam em transformações que beneficiam a maioria a população. A reestruturação do setor sucroalcooleiro, desencadeada nos Re cep ción: Acep ta ción: Pro gra ma de Pós-Gra duaç ão em So cio lo gia - Uni ver si da de Fe de ral de São Car los - Ro do via Wa shing ton Luís, km SP São Car los - São Pau lo - Bra sil - CEP São Car los-sp, Bra sil - Ala me da dos Cra vos, 545, apto 45 - Ci da de Jar dim - São Car los - SP - CEP (16) (16) scopinho@ufscar.br 1 Apoio FAPESP Fun daç ão de Ampa ro à Pes qui sa do Esta do de São Pau lo.

2 120 Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo anos de 1990 pelas mudanças introduzidas na política econômica do governo federal, gerou descontinuidades e rupturas na ordem social regional. Na mes ma me di da da im portância des te se tor para a eco no mia re gio nal e nacional 2 e na mes ma ve lo ci da de em que oco rre ram as mu dan ças, o modo da or ga ni zaç ão e gest ão da pro duç ão ge rou um con jun to de im pac tos só - cio-am bien tais ne ga ti vos. É bas tan te ex pres si vo o nú me ro de tra bal ha do - res que não têm seus di rei tos tra bal his tas e de ci da da nia res pei ta dos e, dia - ria men te, mui tos se aci den tam, adoe cem e até mes mo mo rrem em de - corrência do exercício das atividades laborais, caracterizando situações análogas ao trabalho escravo. Para os trabalhadores, a conseqüência mais nociva é o desemprego estrutural e a precarização do trabalho resultante do pro ces so de ino vaç ões tec no ló gi cas e or ga ni za cio nais em cur so, es pe - cialmente a mecanização das lavouras de cana, a flexibilização dos compro mis sos fir ma dos en tre o ca pi tal e o tra bal ho e o des mon te do es ta do de bem-estar social. Os mecanismos de vigilância e controle social desses pro ble mas são frá geis e in su fi cien tes, pois o Esta do de sen vol ve aç ões fragmentadas e desarticuladas e o movimento sindical encontra-se politi - ca men te fra gi li za do (Sco pin ho, 2003). Pro cu ran do en fren tar es ses pro - ces sos, não é de hoje que os mo vi men tos so ciais vêm pro pon do e en saian - do alternativas de organização econômica e social. Destaca-se, entre elas, a retomada da discussão e a ação organizada em favor da reforma agrária, como for ma de ga ran tir as con diç ões de existência dos tra bal ha do res ru - rais (Fe rran te et al, 1998). Os assentamentos rurais têm sido considerados como ex press ão da luta dos tra bal ha do res do cam po pela mel ho ria das con - dições de vida, comunidades de resistência e superação (Martins, 2004), espaços onde se desenrolam múltiplas relações sociais e trocas de saberes (Mar tins, 2003; Lei te et al, 2004). Dian te da bus ca de al ter na ti vas para a crise de emprego, a problemática da organização e gestão de assentamen - tos rurais com base no associativismo tem sido objeto de investimento das políticas públicas e, sobretudo, campo de disputa de projetos de desenvolvimento econômico-social (Brasil, 2000; Leite et al 2004). Nos assentamentos rurais cuja base social é organizada pelo MST-Mo vi men to dos Tra bal ha do res Ru rais Sem Te rra, as di fe ren tes modalidades de cooperação, de cooperativas e de outras formas de trabalho as so cia do que ali se cons ti tuem têm sido ob je to de preo cu paç ão e de acom pan ha men to sis te má ti co pela Con crab - Con fe de raç ão das Coo pe - rativas de Reforma Agrária do Brasil Ltda 3, no sen ti do de não re pro du zir 2 Nes ta re gi ão lo ca li zam-se as prin ci pais usi nas-des ti la rias bra si lei ras, res pon sá veis por45% da pro duç ão na cio nal de cana-de-açú car www. fenasucro.com.br / new / br/op_regiao. asp. [Con sul ta do em 20 de se tem bro de 2005]. 3 A Con crab con gre ga coo pe ra ti vas de as sen ta dos de reforma agrária em nove estados bra si lei ros e nú cleos de coo pe raç ão nos de mais abar cando diferentes modalidades de coo pe raç ão, des de as mais sim ples do pon to de vis ta jurídico formal (grupos infor - mais, mu tirões, tro ca de dias) até as mais com ple xas (as so ciações e coo pe ra ti vas). A sua prin ci pal funç ão é orien tar a or ga ni zaç ão dos as sen ta men tos ru rais, es ti mu lar e di fun dir as di fe ren tes pos si bi li da des de de sen vol ver a cooperação autogestionária, mo bi li zar e or ga ni zar os as sen ta dos para pro du zir com acesso ao crédito, às ino -

3 Trabalho, cooperação e condições de vida 121 o modelo agropecuário tecnicista e especializado tradicionalmente vi - gen te no Bra sil, con cen tra dor de te rra e de ren da, ge ra dor de êxo dos po - pu la cio nais, de sem pre go e toda sor te de de si gual da des so ciais, além de impactos ambientais negativos. Para a Concrab, o acompanhamento (téc - ni co e po lí ti co) dos pro je tos de as sen ta men tos é im por tan te por que, em pri mei ro lu gar, a luta so cial em fa vor da re for ma agrá ria não se en ce rra com o assentamento das famílias, pois aí se coloca o desafio fundamental de ga ran tir a so bre vivê ncia e a per manê ncia na te rra. Em se gun do lu gar, para que a re for ma agrá ria tor ne-se, de fato, uma pers pec ti va con cre ta de mel ho ria das con diç ões de tra bal ho e de vida no cam po, é im por tan te pen - sar o processo de ocupação da terra a partir de uma lógica organizativa fundamentada na cooperação e na autogestão. A re laç ão tra bal ho-con diç ões de vida vem sen do in ves ti ga da, pre - do mi nan te men te, em or ga ni zaç ões de tra bal ho ur ba nas, pú bli cas e/ou pri va das, or ga ni za das sob o prin cí pio da he te ro gest ão. Com a re cen te pro li fe raç ão das or ga ni zaç ões de tra bal ho coo pe ra do no cam po tor na-se im por tan te ava liar o po ten cial que elas pos suem para con tri buir na so luç - ão dos problemas relacionados ao desemprego, à miséria e ao desenraiza - mento social que afetam a saúde e a integridade bio-psicossocial dos tra - bal ha do res ru rais. Estu dan do as sen ta men tos ru rais, cujo pro ces so or ga ni za ti vo orien - ta-se pe los prin cí pios da coo pe raç ão au to ges tio ná ria, pro cu ro com preen - der que ti pos de mu dan ças oco rrem nas con diç ões de tra bal ho e de vida dos tra bal ha do res ru rais as sen ta dos. A in ves ti gaç ão fun da men ta-se na idéia da centralidade do trabalho na transformação social e na construção do su jei to que tra bal ha, en ten den do que con diç ão de vida re fe re-se não só à pos si bi li da de de aces so aos bens de con su mo in di vi dual e/ou co le ti vo, mas, so bre tu do, ao con tro le das re laç ões so ciais e po lí ti cas no tra bal ho, ao po der de de cis ão e au to gest ão, pos si bi li ta do pelo modo como os tra bal ha - do res or ga ni zam não só o tra bal ho, mas tam bém as ou tras di mens ões da vida co ti dia na e se cons troem como su jei tos so ciais (Te lles, 1992). Este ar ti go é de ri va do de um pro gra ma de in ves ti gaç ão cujo ob je ti vo é compreender as implicações da organização do trabalho e da vida coti - dia na sob os prin cí pios da coo pe raç ão au to ges tio ná ria nas con diç ões de vida e na sub je ti vi da de de tra bal ha do res ru rais as sen ta dos 4. Estu dan do o caso do Assen ta men to Sepé Tia ra jú-sp a par tir de uma pers pec ti va me to - do ló gi ca et no grá fi ca (L Estoi le & Si gaud, 2006), uti li zei aná li se do cu - mental, entrevistas semi-estruturadas e observações do cotidiano de tra - bal ho e vida para com preen der os sig ni fi ca dos da existência dos as sen ta - vações tec no ló gi cas e ao mer ca do po pu lar, de sen volvendo programas específicos tais como: ex pe ri men taç ão de no vas pro pos tas de as sentamentos, acompanhamento econô mi co e or ga ni za ti vo das coo pe ra ti vas de pro dução, crédito ou comercialização, ca pa ci taç ão téc ni ca de li de ran ças e jo vens agri cul to res e es tu dos de mer ca do. 4 Pro je to de Pes qui sa Re lações de tra bal ho, con diç ões de vida e subjetividade: entre tra bal ho di vi di do e o tra bal ho em coo pe raç ão, com apoio da FAPESP Fun daç ão de Ampa ro à Pes qui sa do Esta do de São Pau lo (Bra sil), Programa Jovem Pesquisador.

4 122 Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo men tos no con tex to re gio nal, as ca rac te rís ti cas só cio-cul tu rais dos tra bal - ha do res as sen ta dos e os sig ni fi ca dos por eles atri buí dos a este ou tro modo de or ga ni zar e rea li zar o tra bal ho e a vida co ti dia na, as sim como os li mi tes e as pos si bi li da des de mu dan ças nas con diç ões de vida, par ti cu lar men te no per fil epi de mio ló gi co e de for mação. As in for maç ões ana li sa das nes te ar ti go fo ram ob ti das en tre 2003 e 2005, pe río do de tran sição da condi ção de acampamento (ocupação irregular) para assentamento (ocupação re - conhecida e legalizada pelo Estado). Sepé Tia ra jú: a re for ma agrá ria abrin do outras picadas no ca na vial O Assentamento Sepé Tiarajú localiza-se entre os municípios de Se rra Azul e Se rra na-sp, na re gi ão de Ri beir ão Pre to-sp. Em abril de 2000, 100 fa mí lias ocu pa ram uma área de, apro xi ma da men te, 790 hec - ta res da Usi na Nova Uni ão de Açú car e Álcool, te rras que fo ram to ma - das pelo go ver no do Esta do de São Pau lo dos usi nei ros, a tí tu lo de pa ga - men to de dí vi das e tri bu tos so ciais. Em agos to de 2003 o Incra -Insti tu to Na cio nal de Co lo ni zaç ão e Re for ma Agrá ria- com prou a área e em 20 de se tem bro de 2004 a Por ta ria no. 46 Incra/SP ofi cia li zou o iní cio do pro - ces so de as sen ta men to de 80 fa mí lias, dis tri buí das em qua tro agro vi las, na for ma de um PDS- Pro je to de De sen vol vi men to Sus ten tá vel 5. O Sepé Tia ra jú não foi o pri mei ro as sen ta men to im plan ta do em te rras de usi nei - ros nesta região. Desde a década de oitenta, a Feraesp -Federação de Empre ga dos Assa la ria dos na Agri cul tu ra do Esta do de São Pau lo vem organizando acampamentos e assentamentos nestes espaços (Ferrante et al, 1998)-. Na ver da de, este as sen ta men to é o re sul ta do de uma su cess ão de ocu paç ões ini cia das em 1999 nos mu ni cí pios de Mat ão e Ba rre tos. Tais ocu paç ões fo ram rea li za das em te rras do go ver no do Esta do de São Paulo, antes pertencentes a usineiros que, além de acumular dívidas tra - bal his tas e ou tras com o Esta do, eram acu sa dos de uti li zar for ça de tra - balho em regime de escravidão e de provocar danos ambientais irrepará - veis. Mes mo trans fe ri das para o Esta do, as te rras da Fa zen da San ta Cla - ra permaneciam irregularmente ocupadas pela usina, com plantação de cana-de-açúcar e os acampados enfrentaram duas tentativas de reintegraç ão e pos se. A pre sen ça das fa mí lias nes ta área foi ob je to de polê mi - ca no en tor no. De um lado, apoia das por um gru po de no mi na do Ami gos do MST que, além de con tri buiç ões na for ma de ali men tos, re mé dios, as sistência à saú de, edu caç ão e ou tros, ga ran tia o apoio po lí ti co e até ju - rídico necessário à resistência e permanência das famílias na área; por ou tro lado, ví ti mas do pre con cei to e es tig ma ti za das por ou tros seg men - tos so ciais, prin ci pal men te, so fre ram a press ão e pa ga ram o ônus de te - 5 O PDS é uma mo da li da de de pro je to de as sen ta mento de interesse sócio-econômi - co-am bien tal, que se des ti na a aten der a de man da so cial pela te rra de sen vol ven do ati vi da des pro du ti vas de bai xo im pac to am bien tal, em sistema produtivo agroecoló - gi co e em modo de pro duç ão as so cia ti vo (Bra sil, 2000).

5 Trabalho, cooperação e condições de vida 123 rem ocu pa do um te rri tó rio que, tra di cio nal men te, sem pre per ten ceu aos gran des pro prie tá rios de te rra, pos sui do res não ape nas um gran de po der econô mi co, mas tam bém po lí ti co. A pre sen ça do MST na re gi ão co lo cou em de ba te ou tros mo de los organizativos para os assentamentos rurais, uma vez que eles: (...) não são ape nas uma uni da de de pro duç ão. Mas aci ma de tudo são um nú - cleo so cial onde as pes soas con vi vem e de sen vol vem um con jun to de ati vi da des co mu ni tá rias na es fe ra da cul tu ra, la zer, edu caç ão, re li gi ão, etc (...) (Con crab, 1998, p. 26). Para o MST, um as sen ta men to tor na-se um es pa ço para a cons truç ão de no vas re laç ões so ciais na me di da em que se es tru tu ra a par tir de um pro ces so or ga ni za ti vo que leva em con ta tanto a dimensão econômica e as estratégias de sobrevivência das famílias quanto as dimensões relacionadas ao convívio social e a participaç - ão política e comunitária. Isto é importante para não reproduzir as relaç - ões so ciais vi gen tes no mun do ru ral bra si lei ro que, de acor do com os di - ri gen tes, oco rrem por que o tra bal ha dor, por for ça das cir cunstâncias, or - ga ni za o seu tem po e a sua vida em tor no de es tra té gias de so bre vivê ncia imediata da família limitando a sua participação política à reivindicação de sa lá rios e/ou mel ho res pre ços para os seus pro du tos (Con crab, 2001). Assim, uma das preo cu paç ões do MST é pro por for mas or ga ni za ti - vas, cuja discussão e ensaio são desencadeadas ainda durante o período de acam pa men to. Ao or ga ni zar os as sen ta men tos, pro cu ra-se ob ter o con tro le po lí ti co so bre o pro je to e a de mar caç ão da área, dada a im - portância do te rri tó rio no ima gi ná rio do tra bal ha dor ru ral; cons truir agro vi las que com por tem nú cleos de, no má xi mo, 20 fa mí lias agru pa das por critérios de afinidade dados pelas relações de parentesco e de vi - zinhança, que se constituem na instância básica da estrutura organizati - va e da gest ão do as sen ta men to; con fe rir a pos se e a não pro prie da de da te rra, para evi tar a ven da ou arren da men to dos lo tes e co lo car a mul her no mes mo pa ta mar de igual da de de di rei tos que pos suem os ho mens; de - sen vol ver a for maç ão con ti nua da, com preen di da como mé to do de acom pan ha men to do pro ces so or ga ni za ti vo, que ar ti cu la as di mens ões técnicas e políticas e culturais. Porém, a orientação fundamental é orga - ni zar a pro duç ão e as ou tras di mens ões da vida co ti dia na com base nos prin cí pios da coo pe raç ão au to ges tio ná ria e da agroe co lo gia, por que se con si de ra que é ne ces sá rio im pri mir um ou tro sig ni fi ca do à pro duç ão ru ral, re-pen san do o sis te ma e o modo de pro du zir, para não re pro du zir o mo de lo agro pe cuá rio tra di cio nal men te vi gen te, res pon sá vel pelo êxo do rural, pela concentração de riquezas e depredação de recursos naturais e hu ma nos. No que se refere ao sistema produtivo, a orientação é utilizar uma ma triz tec no ló gi ca que co lo que a tec no lo gia a ser vi ço do ho mem e não o con trá rio, ou seja, que pro te ja e per pe tue os re cur sos na tu rais e di mi nua os cus tos de pro duç ão atra vés da uti li zaç ão de in su mos, mé to dos e tec -

6 124 Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo no lo gias agroe co ló gi cas. Quan to ao modo de pro du zir, a coo pe raç ão tem sido vis ta como uma saí da para en fren tar e su pe rar as di fi cul da des e a escassez de recursos decorrentes da ausência de políticas públicas que fa vo re çam a pe que na pro duç ão e o de sen vol vi men to só cio-cul tu ral e político dos assentamentos. Agroecologia e cooperação referem-se ao modo de or ga ni zar e ad mi nis trar a pro duç ão e a re pro duç ão da vida, que no mun do ru ral não são instâncias se pa ra das. Além des sas orien taç ões, outros elementos destacam-se como sendo facilitadores da participação co mu ni tá ria na or ga ni zaç ão da in fra-es tru tu ra e dos ser vi ços in ter nos no as sen ta men to, tais como a es co la, os cui da dos com a saú de, o trans por te, o comércio, a religiosidade, praças e parques infantis, embelezamento e arborização, espaços de manifestação artística e cultural e de preservação me mó ria co mu ni tá ria (Con crab, 2001). A par tir des sas orien taç ões ge rais, fo ram for mu la das pro pos tas es - pecíficas para a organização dos assentamentos nas diferentes regiões do país, de acor do com a rea li da de lo cal. No es ta do de São Pau lo, a pro - posta denominada Comuna da Terra está fundamentada na constatação empírica dos dirigentes de que os acampamentos rurais mais recentes caracterizam-se pela localização em áreas de terra relativamente pequenas e pró xi mas aos gran des cen tros ur ba nos. O acam pa do é, ge ral men te, o as sa la ria do ru ral que per deu em pre go de vi do à in ten si fi caç ão da me - ca ni zaç ão agrí co la nos anos de O pro je to de as sen ta men to pro pos - to pelo MST bus ca rom per com mo de lo agro pe cuá rio tec ni cis ta e es pe - cializado e promover a re-campesinação, ou seja, o retorno do traba - lhador ru ral ao cam po para pro du zir com base nos prin cí pios da agroe - co lo gia, uti li zan do tra bal ho fa mi liar e des ti nan do a pro duç ão para o mer ca do in ter no e po pu lar. Apro vei tan do as ca rac te rís ti cas da po pu laç - ão que de man da te rra, a pro pos ta visa con ci liar o de sen vol vi men to de ati vi da des agrí co las com ati vi da des não agrí co las para so lu cio nar pro - ble mas de em pre go no cam po e na ci da de. Visa ain da criar con diç ões para o de sen vol vi men to só cio-cul tu ral pro cu ran do rom per com a di co - to mia cam po-ci da de e su pe rar os es te reó ti pos que iden ti fi cam o ho mem do cam po com o ar caís mo e a ig norâ ncia. Em suma, do pon to de vis ta do MST, os as sen ta men tos as sim or ga ni za dos po dem se cons ti tuir em es pa - ços de resistência econômica e política para os trabalhadores rurais. Quan do o Incra com prou a Fa zen da San ta Cla ra e ini ciou o pro - cesso de as sen ta men to das fa mí lias no Sepé Tia ra jú, propôs uma adap - taç ão do mo de lo PDS, que foi ori gi nal men te pen sa do para ser im plan ta - do na Amazônia, à realidade regional. As condições essenciais colocadas pelo Incra fo ram: a con cess ão de uso e não de pos se da te rra, para evi tar a ven da e o arren da men to; o de sen vol vi men to da pro duç ão coo pe - rada e agroecológica e o compromisso de recuperação da área degrada - da pela monocultura da cana; a criação de uma entidade coletiva para ad mi nis trar os re cur sos fi nan cei ros con ce di dos pelo Esta do; a for maç ão

7 Trabalho, cooperação e condições de vida 125 de um co mitê ges tor do as sen ta men to, com pos to por re pre sen tan tes dos po de res pú bli cos es ta duais e mu ni ci pais, re pre sen tan tes dos as sen ta dos, ONG s lo cais e Incra. Essas con diç ões, em lin has ge rais, não eram mui to di fe ren tes do que já vin ha sen do pro pos to pelo MST des de a dé ca da de oi ten ta. A pro pó si to, a pro pos ta do Esta do foi cons truí da com base nas ex pe riên cias or ga ni za ti vas de sen vol vi das pe los mo vi men tos so ciais ao lon go des ses anos, en tre eles o MST. Quem são os tra bal ha do res as sen ta dos? A di ver si da de de cos tu mes, tra diç ões e mo dos di fe ren tes de or ga ni - zar a vida exis ten te en tre os as sen ta dos cha ma va a atenç ão e anun cia va que o prin ci pal de sa fio do pro ces so or ga ni za ti vo era o de como con ver - gir a di ver si da de só cio-cul tu ral no sen ti do de rea li zar um pro je to de as - sen ta men to, co le ti va men te cons truí do com base na coo pe raç ão e na agroecologia, com viabilidade sócio-econômica e ambiental, sem negar as tradições, costumes, necessidades e interesses dos assentados. Por en - ten der que o pro ces so or ga ni za ti vo coo pe ra do e au to ges tio ná rio so men - te se realiza, efetivamente, se as características sócio-culturais dos sujei - tos fo rem con si de ra das, um dos ob je ti vos es pe cí fi cos da pes qui sa foi o de con he cer os tra bal ha do res quan to às suas ori gens, tra je tó rias e ex pec - ta ti vas de vida, ex pe riên cias pro fis sio nais e sen ti dos atri buí dos à coo pe - raç ão como for ma e or ga ni zaç ão da vida econô mi ca e so cial. A con vivê - ncia e o diálogo foram estratégias importantes para compreender as carac te rís ti cas, o pen sa men to e o co ti dia no de tra bal ho e de vida das fa mí lias. Pre do mi na va no Sepé Tia ra jú uma po pu laç ão adul ta e fa mí lias que pos suíam en tre duas e cin co pes soas sen do sig ni fi ca ti vo o nú me ro de pes soas so zin has. Os so zin hos eram, na maio ria, do sexo mas cu li no e, ge ral men te, tin ham se se pa ra do ou per di do seus pa ren tes no pro ces so de migração e nas andanças empreendidas em busca de terra e emprego. Alguns eram mui to jo vens, ado les cen tes que ex pe ri men ta ram a condi - ção de se rem mo ra do res de rua, que man ti ve ram li gaç ões com o trá fi co or ga ni za do de dro gas como es tra té gia de so bre vivê ncia e pro cu ra vam li - dar com as con se qüên cias e agra vos da de pendência de dro gas à saú de; ou tros eram adul tos de meia ida de, que a de pendência crôni ca do uso de ál cool ha via se pa ra do do con ví vio fa mi liar e ex cluí do do tra bal ho. As mulheres, geralmente, estavam sozinhas por viuvez ou separação do ma ri do. Po rém, nem to dos os so zin hos tin ham per di do a fa mí lia. Os mi - gran tes nor des ti nos pre ten diam tra zer os pa ren tes -fil hos, gen ros, no ras, netos e agregados- depois da oficialização do assentamento. A migração oco rreu, em gran de par te, em bus ca de mel ho res con diç ões de tra balho e de vida. Em ge ral, os nor des ti nos vie ram para São Pau lo en tre os anos de 1970 e 1990 para cor tar cana ou col her la ran ja e mi gra ram para e pelo

8 126 Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo in te rior do es ta do de São Pau lo tra bal han do tem po ra ria men te nas agroin dús trias de mo no cul tu ra. Os as sen ta dos eram ori gi ná rios de pe - que nas ci da des do Sud este e do Nord es te, re gi ões de onde, fre qüen te - mente, vêm os migrantes para trabalhar na agricultura paulista, especial - men te nos se to res ca na viei ro e ci trí co la (Sil va, 2003; Sco pin ho, 2003). Em busca de trabalho, realizaram um traçado de trajetórias de migração interestadual que tanto coincide com as áreas de expansão de fronteiras agrí co las nas re gi ões Cen tro-oes te e Nor te do país quan to se cir cuns cre - ve nas re gi ões Sul, Sud este e Nord es te onde se de sen vol ve, prin ci pal - mente, a monocultura canavieira. Os iti ne rá rios de mi graç ão oco rre ram não só do cam po para a ci da - de, mas igual men te de ci da de para ci da de, do cam po para o cam po, da ci da de para o cam po. A maio ria das fa mí lias mi grou mais do que três ve - zes, uma de las mi grou mais de 11 ve zes em um mes mo ano. Algu mas de sis ti ram de ten tar a vida fora da ci da de de ori gem, re tor na ram a ela, mas por fal ta de al ter na ti va tor na ram a mi grar. Na dé ca da de 1990, in - tensas transformações espaciais, culturais, econômicas e sociais atingi - ram tan to o cam po quan to as ci da des bra si lei ras. As mu dan ças ad vin das com a internacionalização da economia aceleraram a reestruturação da base pro du ti va pro vo can do for te im pac to na ofer ta de em pre gos no es ta - do, especialmente na região metropolitana. Nas regiões de economia agroindustrial como a de Ribeirão Preto, a intensificação da mecanização agrícola através do uso de colheitadeiras mecânicas provocou desemprego estrutural na agricultura, especialmente a canavieira. O desempre go, tan to ur ba no quan to ru ral, alia do à ausê ncia de al ter na ti vas de ge - raç ão de ren da e à omiss ão do Esta do no que se re fe re à si tuaç ão dos de - sem pre ga dos, obri gou esta po pu laç ão a so bre vi ver pre ca ria men te do trabalho informal nas periferias das chamadas cidades-dormitório de bóias-frias ou a mi grar sa zo nal men te para as re gi ões de mo no cul tu ra. A modernização não só levou à destruição da história objetiva e material e na for ma de es tru tu raç ão da re laç ão cam po-ci da de, como tam bém trou xe con se qüên cias de or dem sim bó li ca para os mo ra do res des tas re - gi ões, pro mo ven do um efei to de sa gre ga dor nas suas lem bran ças e iden ti da des. A fuga da po bre za e da violê ncia exis ten te nas pe ri fe rias ur ba nas es ta va en tre os prin ci pais mo ti vos que le vou a maio ria das fa mí lias do Sepé Tiarajú a participar de um movimento social em favor da reforma agrá ria e pro cu rar rom per com a fa ta li da de de ser e mo rrer po bre. Sil va (s/d, p. 290), re fu tan do a tese de que es sas pes soas mi gram por que que - rem, as sim se re fe riu a esta po pu laç ão, con he ci da por reu nir os ex cluí - dos da mo der ni zaç ão : São vi das de fi ni das por um vai vém pe re ne, por uma eter na mi graç ão for ça da que lhes im pin ge a mar ca de um des ti no so cial. Na luta pelo di rei to à so bre vivê ncia, re sis tem à con diç ão de pa - rias, de men di gos. Os tra je tos de suas an dan ças re fle tem a bus ca de um

9 Trabalho, cooperação e condições de vida 127 pon to fixo na es ca la so cial. Re sis tem ao pro ces so des cen den te im pos to pela es tru tu ra so cial e in de pen den te de suas von ta des (gri fos meus). Sil va ar gu men tou que há um pro ces so de ex clus ão-in clus ão pre cá - ria, ou seja, a ex clus ão é re la ti va e pro ces sual, se faz aos pou cos atra - vés de um per cur so que tam bém en con tra pos si bi li da des de in clus ão. Entre essas possibilidades, tanto estão a adesão à economia do tráfico de dro gas quan to a men dicâ ncia, a in serç ão em tra bal hos pre cá rios e a par - ticipação organizada em movimentos sociais e políticos. A migração é como (...) uma aber tu ra, como ca min ho para no vos ci clos que se abrem e se fe cham cons tan te men te. (Idem, p. 290). As rotas migratórias e trajetórias sociais das famílias do Sepé Tia - rajú retratam o vaivém perene e a ten ta ti va de re-in serç ão, ou de en - con trar o pon to fixo como dis se Sil va (idem, p. 290), atra vés da par ti - cipação social e política, embora nem sempre esta opção estivesse orienta da pela cla re za do que isto sig ni fi ca em ter mos de pro je to de vida de lon go pra zo. Por isto, pre mi das pelo ime dia tis mo, al gu mas fa mí lias de - sistiram desta alternativa e retornaram para o vaivém, a exem plo dos que de sis ti ram de ocu par a área, pro cu ran do ou tras for mas de per ten ci - men to que pro por cio nas sem re sul ta dos ime dia tos, por que a al ter na ti va da luta pela terra encontra obstáculos técnicos, políticos e burocráticos, cuja su pe raç ão nem sem pre está sob con tro le dos tra bal ha do res assentados. Sem pre foi no tá vel não só a di ver si da de de ori gens e de tra je tó rias de migração, mas também de experiências profissionais existentes entre os as sen ta dos. Ao lon go do iti ne rá rio, as pes soas nem sem pre con se gui - ram man ter a rota pro fis sio nal e se trans for ma ram em vá rios ou tros ti pos de tra bal ha do res para so bre vi ver. As ex pe riên cias pro fis sio nais eram mar ca das pelo de sen vol vi men to de ati vi da des em di ver sos se to res e ra - mos da eco no mia for mal e in for mal que não re que rem qua li fi caç ão, in - dicando a inserção dos assentados em relações e condições de trabalho que, tipicamente, se caracterizam pela precariedade, ou seja, são realiza - das sem o mí ni mo de ga ran tia do cum pri men to da le gis laç ão tra bal his ta e so cial. Os assentados eram, tipicamente, prestadores de serviços, na cida - de ou no campo. Na cidade prestaram serviços, geralmente, no âmbito do més ti co tais como: acom pan han te de ido sos, babá, co zin hei ra, cos tu - reira, dama de companhia, diarista, dona de casa, eletricista, empregada doméstica, encanador, faxineira, lavadeira e passadeira de roupas, tra - bal hos do més ti cos em ge ral, en tre ou tros. Na in dús tria, exer ce ram, prin - ci pal men te, a ati vi da de de no mi na da au xi liar de pro duç ão em di ver sos setores da economia (desde indústrias alimentícias até de chapéu); fo - ram também mecanógrafos e metalúrgicos, profissões cujo exercício supõe uma certa especialização e qualificação. No comércio, trabalha - ram como ven de do res, fi xos ou am bu lan tes, em di fe ren tes con tex tos.

10 128 Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo No campo, exerceram atividades ligadas à prestação de serviços espe - cia li za do, como, por exem plo, cor ta dor de cana, boia dei ro, tra to ris ta, ga rim pei ro. So bre tu do, fo ram con tra ta dos para rea li za rem ser vi ços ge - rais, em 34 diferentes tipos de culturas, desde hortaliças e frutas até grãos. Apa ren te men te pre do mi na vam as ati vi da des la bo rais ur ba nas. Oco rre que as ati vi da des ru rais fo ram, ge ne ri ca men te, de no mi na das como agri cul tu ra fa mi liar, ser vi ços ge rais na la vou ra, la vou ra de sub - sistência, pro fiss ões que in cluem uma gran de va rie da de de ati vi da des, desde os mais diferentes tipos de agricultura e pecuária, até as diferentes funç ões que um tra bal ha dor pode exer cer nas pro prie da des ru rais. E ain - da, aparentemente, pode causar estranhamento o fato de pessoas com este tipo de trajetória profissional demandarem terra, pois a experiência e os víncu los de tra bal ho ru ral são cri té rios ób vios para jus ti fi car a de - man da. Oco rre que es ses tra bal ha do res pos suí ram víncu los com a te rra, na con diç ão de fil hos de tra bal ha do res ru rais que vi ve ram até a ado - lescência em fa zen das ou sí tios. Na ida de adul ta, fil hos do êxo do, mi - graram para as cidades para trabalhar como assalariados. Além disso, atualmente, há processos de transformação sócio-espaciais complexos em an da men to no in te rior do es ta do de São Pau lo, como o cres ci men to da co nur baç ão e da in te graç ão pro du ti va en tre ati vi da des agrí co las com - bi na das com as não agrí co las no es pa ço ru ral. O tipo de re laç ão que os tra bal ha do res ru rais as sen ta dos no Sepé Tia ra jú pos suíam com a te rra era um mis to do que tra ziam na me mó ria da infância e da ju ven tu de com a experiência do assalariamento, ora no campo ora na cidade. Eles eram artífices de várias formas de relacionamento entre natureza, terra, migraç ão e tra bal ho. Her dei ros de uma cul tu ra do tra bal ho pre cá rio, di vi di - do e heterogerido, traziam as marcas da submissão e da exploração, ex - pe riên cias de tra bal ho e vida orien ta das pelo ime dia tis mo na luta pela so bre vivê ncia. A propósito, a partir deste breve retrato das trajetórias de migração e das ex pe riên cias pro fis sio nais dos as sen ta dos no Sepé Tia ra jú, é pos sí - vel pen sar que eles so friam da doen ça do de sen rai za men to que é im - pos ta aos tra bal ha do res, como re fe riu Weil (1996). Si mo ne Weil ar gu - mentou que a necessidade mais importante e desconhecida da alma hu - mana é o enraizamento, que ocorre através da participação real, ativa e na tu ral na existência de uma co le ti vi da de, con ser van do viva a me mó ria do passado e as expectativas em relação ao futuro. A capacidade de par - ticipação vem automaticamente da origem, do nascimento, da profissão e do lu gar onde o ho mem se in se re. As in fluên cias ex ter nas, as mu dan - ças são im por tan tes como es tí mu los que tor nem a vida mais in ten sa, mas se elas forem coercitivamente impostas promovem a doença do desen - rai za men to. Weil re fe re-se a um pro ces so não so men te geo grá fi co, mas, so bre tu do mo ral, pro vo ca do por um de ter mi na do modo como se

11 Trabalho, cooperação e condições de vida 129 desenvolvem as relações sociais e a dominação econômica, típicas da sociedade capitalista. A população do Sepé Tiarajú era desenraizada, porque estava sem em pre go ou qual quer ou tra pos si bi li da de de ga ran tir as con diç ões de sua re pro duç ão e sem aces so às suas raí zes cul tu rais. Embo ra a mi graç ão seja em si uma for ma de violê ncia que aca rre ta, en tre ou tras coi sas, a perda das relações que constituem a identidade social, ressalta-se que esses trabalhadores, mesmo antes da partida ou das várias partidas, já eram vítimas do desenraizamento, que se fazia presente nos lugares de origem. Esta condição de desenraizamento crônico pode trazer impli - caç ões para o pro ces so or ga ni za ti vo do Sepé Tia ra jú. Se o pro je to co mu - nitário não for condizente com as expectativas e interesses dos assenta - dos, po dem oco rrer no vas mi graç ões, a exem plo da de sistência de al gu - mas fa mí lias ao lon go da ocu paç ão. No en tan to, a di ver si da de só cio-cul - tural existente também indica, flexibilidade, capacidade inventiva e de adap taç ão na bus ca por mel ho res con diç ões de vida. Nes te sen ti do, pode ser gran de a pos si bi li da de de vin gar a pro pos ta de di ver si fi car a eco no - mia e de sen vol ver ati vi da des pro du ti vas ru rais e ur ba nas no Assen ta - men to Sepé Tia ra jú, por que es ses tra bal ha do res en con tra ram na luta pela re for ma agrá ria e na ades ão ao MST uma pos si bi li da de de enraizamento. O que pen sam os tra bal ha do res as sen ta dos Existia entre os assentados uma expectativa geral de que, junto com a posse da terra, viria a libertação entendida, principalmente, como o opos to da con diç ão de es tar sub or di na do a um patr ão e ter que so bre vi - ver de um sa lá rio que está sem pre aquém do ne ces sá rio, ou pior, de ter in cer te za da existência de tra bal ho ten do em vis ta o que ele sig ni fi ca para a sobrevivência. Aparentemente tratava-se da expectativa da liberda de idí li ca de vol tar ao cam po e ser dono de si, de rea li zar o son ho de ter a te rra. No en tan to, o as sen ta men to era vis to como um lu gar para sa - tisfazer necessidades sociais básicas, para se fixar, enraizar, onde a fa - mí lia po de ria en con trar con diç ões para su pe rar as di fi cul da des de re pro - dução social, principalmente no que se refere à alimentação, moradia, aglutinação dos membros, educação, saúde e segurança. Era também um lugar para trabalhar e produzir e os assentados sempre referiram uma gran de di ver si da de de pro je tos e de ati vi da des pro du ti vas, des de as ti pi - camente agropecuárias até as agroindustriais e de comercialização. O desejo de participação social e política revelou as mais inequívo - cas evidências da possibilidade de enraizamento, porque dizia respeito à vontade de participar, real e ativamente, não só daquela coletividade, mas tam bém de aju dar na cons truç ão de ou tras. Ou seja, mais do que um lugar para trabalhar e viver, o assentamento representava tanto uma pos - sibilidade de inserção social e política, de construção de uma sociedade

12 130 Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo pau ta da em no vos va lo res quan to a ne ces si da de de de mons trar para esta mesma sociedade, especialmente ao poder público, do que seriam capa - zes de fazer sob determinadas condições. Este desejo aparecia clara - men te as so cia do à von ta de de con ti nuar in se ri do e mi li tan do no MST para contribuir com a organização de outros acampamentos e assenta - men tos. Os as sen ta dos tam bém de mons tra vam sen ti men tos de gra tid ão e de pertencimento e esperavam retribuir ao MST e à sociedade o que obtiveram através da inserção no assentamento. Destacam-se ainda as expectativas relacionadas a organizar a economia e a vida sob os princí - pios da cooperação, de criar estruturas organizativas para viabilizar a vida co mu ni tá ria e con tri buir no de sen vol vi men to de va lo res co le ti vis - tas e cí vi cos. O de poi men to é re ve la dor des te sen ti men to, por que faz uma cla ra re ferê ncia à to ta li da de da vida hu ma na, ao que deve ser va lo - ri za do e ao que deve ser mu da do na or ga ni zaç ão da vida so cie tá ria: (...) a gen te pen sa em pro du zir por que a gen te tem bas tan te fome. O que va - mos pro du zir? Uma de las é cul tu ra. Alguém vai ter que dar aula. Ele vai se afun dar lá na te rra e dei xar as nos sas crian ças sem es tu dar, os de - mais com pan hei ros que não sa bem ler? Por exem plo, a mú si ca, en fim... é o pla ne ja men to: quem en cai xa no que. Por que está tudo pre ci san do... quia bo, pos tes, mo to ris tas, es tu dar. A expectativa de recuperar o meio ambiente, demonstrava tanto o reviver de uma antiga relação de amor a terra quanto à incorporação das orien taç ões e preo cu paç ões do MST e do Incra para de sen vol ver uma pro duç ão agroe co ló gi ca e de po si cio nar-se de modo crí ti co em re laç ão à monocultura extensiva e intensiva. Juntamente com uma certa consciên - cia da im portância da pre ser vaç ão am bien tal, ha via tam bém uma preo - cu paç ão prag má ti ca com a re cu pe raç ão do solo e das águas como con - dição fundamental para produzir e manter a família no assentamento. Lu tar con tra a mo no cul tu ra, mais do que dis cur so am bien ta lis ta, é con - diç ão im por tan te para via bi li zar os pro je tos pro du ti vos nes ta área, que se lo ca li za no co raç ão da maior área de cul ti vo de cana-de-açú car do país. Também se revelaram as expectativas assistencialistas, pessimistas e negativistas. Alguns esperavam passivamente pelos recursos financei - ros a que tin ham di rei to por lei; ou tros es pe ra vam a ofi cia li zaç ão do as - sentamento e o repasse dos créditos governamentais para se isolarem ou co lo ca rem as pro pos tas co le ti vis tas em se gun do pla no ao or ga ni za rem as suas vi das. Pen sar e de sen vol ver o pro je to do Assen ta men to Sepé Tia ra jú de modo coletivo, necessariamente, passava pelo reconhecimento e pela com preens ão dos sen ti dos atri buí dos pe los as sen ta dos à coo pe raç ão, já que esta forma organizativa era preconizada pelo MST e estava entre as con diç ões im pos tas pelo Esta do para a existência do as sen ta men to. No Sepé Tia ra jú, des de os tem pos de acam pa men to, a pro duç ão sempre foi agroecológica. Por falta de recursos para comprar insu-

13 Trabalho, cooperação e condições de vida 131 mos, se men tes e má qui nas de gran de por te e por orien taç ão do MST, os acampados tiveram que resgatar antigas técnicas ou inventar um jeito de produzir que prescindisse de tecnologia avançada. A falta de capital de giro é uma característica desta população que, geralmente, ocupa terra por falta de alternativa de trabalho. Sem capacidade de financiamento e munidos de uma base técnica artesanal (enxada, podão, foice, arado de traç ão ani mal), de se men tes e de in su mos doa dos, de má qui nas agrí co las em pres ta das e/ou alu ga das e orien ta dos pe los cur sos de pro duç ão agroe - co ló gi ca mi nis tra dos pelo MST atra vés do Cen tro de For maç ão Só - cio-agrí co la Don Hel der Câma ra, os acam pa dos de sen vol viam uma produção diversificada e voltada para a subsistência das famílias. Sempre cha mou a atenç ão dos vi si tan tes a bio di ver si da de de plan tas e de ani - mais exis ten te nos po ma res e jar dins im pro vi sa dos no en tor no dos ba - rra cos que, aos pou cos, trou xe ram de vol ta para a Fa zen da San ta Cla ra algumas espécies de pássaros e de pequenos animais. Em de ter mi na dos pe río dos hou ve al guns en saios de pro duç ão co - le ti va, mas nem to dos es ta vam en vol vi dos e/ou de acor do com este modo de tra bal har. Esses en saios, os pro ces sos de for maç ão e capacita - ção pro por cio na dos pelo MST, as ex pe riên cias de tra bal ho an te rio res, as inú me ras ex pe riên cias de coo pe raç ão de sen vol vi das no co ti dia no para re sis tir no acam pa men to, en tre ou tras, con tri buí ram para que os as sen ta - dos cons truís sem um con jun to de sen ti dos so bre coo pe raç ão. Quan do in te rro ga dos so bre o que é coo pe raç ão os as sen ta dos de mons tra vam di - fi cul da des para ex pres sar opi ni ão so bre o as sun to: coo pe raç ão é bom, é im por tan te ou tem que ter. O que se ou via soa va como re pro duç ão de conceitos decorados, decorrência da participação nas palestras, cur - sos e ou tras ati vi da des de for maç ão tí pi cas pro mo vi das pelo MST. Mui - tos as sen ta dos viam a coo pe raç ão como uma im po siç ão do MST e do Incra e as suas res pos tas eram con tro la das pelo medo de per der a opor tu - ni da de de ser as sen ta do. Por este mo ti vo, pro cu rou-se apreen der que sen ti dos eram atri buí dos pe los as sen ta dos à coo pe raç ão em ter mos de van ta gens e des van ta gens per ce bi das ao ex pe ri men tá-la no co ti dia no do as sen ta men to, prin ci pal men te, a par tir da ex pe riên cia de tra bal har coletivamente. Entre as principais vantagens econômicas apontadas, destacam-se as relacionadas às melhorias na organização, no sistema de planejamento e na gest ão da pro duç ão. Os as sen ta dos per ce biam que a coo pe raç ão am plia a ca pa ci da de de in ves ti men to ao so mar pe que nas quan ti da des de te rra e ca pi tal para pos si bi li tar a com pra de má qui nas e ou tros bens de pro duç ão que, in di vi dual men te, não te riam como com prar por que os re - cur sos fi nan cei ros a que te riam aces so são, no mí ni mo, in su fi cien tes. Percebiam ainda que a utilização racional dos parcos recursos diminuía os cus tos de pro duç ão por que jun tos po de riam com prar in su mos e pro - videnciar a logística necessária para produzir. Mencionaram que pode-

14 132 Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo ria ocorrer a melhoria da capacidade de negociação e a ampliação da capacidade de comercialização, pois, ao eliminar o atravessador, facili - ta ria a in serç ão e a so bre vivê ncia dos pro du to res no mer ca do, pro por - cio nan do mais se gu ran ça. No âmbi to da or ga ni zaç ão do tra bal ho, per ce - biam as van ta gens no au men to da pro du ti vi da de e, con se qüen te men te, da ren da atra vés da di mi nuiç ão do tem po de pro duç ão e do es for ço hu - ma no pos si bi li ta do pela di vis ão de ta re fas. Os as sen ta dos en ten diam que por meio da cooperação reúnem-se as diferentes especialidades e ha bi li da des hu ma nas ne ces sá rias para o de sen vol vi men to do tra bal ho, o que diminui a necessidade de buscar força de trabalho especializada fora do as sen ta men to. Fo ram men cio na das tam bém as van ta gens econô mi - cas in di re tas como maior dis po ni bi li da de de ali men tos e re mé dios. Os assentados também percebiam as vantagens de natureza social trazidas pela cooperação, no sentido de facilitar as relações sociais, polí - ticas e culturais e melhorar as condições de vida. Revelaram-se tanto os sen ti dos idea li za dos e abs tra tos, do tipo a uni ão faz a for ça, tí pi co do ima gi ná rio po pu lar, quan to a ênfa se co lo ca da na pos si bi li da de con cre ta de ampliar e dinamizar as redes de relacionamento e de convivência so - cial, o ânimo e a segurança decorrentes disto. A cooperação era vista como for ma de evi tar o iso la men to ti pi ca men te ex pe ri men ta do por quem mora no cam po por que, ge ral men te, as re sidê ncias si tuam-se dis - tan tes umas das ou tras. Eles en ten diam que a or ga ni zaç ão da mo ra dia em agro vi las pos si bi li ta um es pa ço de con vivê ncia e de di vers ão que po - deria fazer o tempo passar mais rapidamente, motivar, aumentar a espe - rança, a segurança e a auto-estima. Para os que não tin ham ex pe riên cia com o tra bal ho ru ral, a coo pe - ração significava ainda um espaço de convivência que favorecia a for - maç ão para o tra bal ho por meio do apren di za do de for mas coo pe ra das e agroecológicas de trabalhar a terra, que criava a possibilidade de melhor con he cer as pes soas que con vi vem na co mu ni da de, de dis cu tir pro ble - mas co muns e de pla ne jar a pro duç ão e a vida com me nor mar gem de erro, de mel ho rar as con diç ões de vida, de ter mais dig ni da de e pro teç ão so cial a par tir da in serç ão e da con vivê ncia em um gru po or ga ni za do, de pos si bi li tar a dis cuss ão so bre as quest ões po lí ti cas e so ciais que in te res - sam aos as sen ta dos tais como a con jun tu ra po lí ti ca na cio nal e os ru mos da re for ma agrá ria, as cau sas do êxo do ru ral, a ausê ncia ou a inadequa - ção das po lí ti cas pú bli cas para o ho mem do cam po. Este apren di za do aumentaria as chances de participação e de interferência nas decisões políticas no âmbito local, regional e nacional e ajudaria na criação e manutenção de estruturas organizativas para viabilizar a cooperação e a formação. As vá rias di mens ões do sen ti do so cial atri buí do à coo pe raç ão est ão sin te ti za das no se guin te de poi men to: Acre di to que coo pe raç ão é um jei to de agir que é di fe ren te por que nin guém é es cra vo. É a mes ma coi -

15 Trabalho, cooperação e condições de vida 133 sa, nós va mos pre ci sar de to das es sas pes soas, mas é um jei to di fe ren te, é um jei to que não per ten ce a este ne gó cio de es cra vo, não fala nem em patr ão, es sas coi sas... eu acre di to que vai ser bem gos to so o lu gar que nós va mos vi ver. A ex pe riên cia que um tem já pas sa para aque le ou tro que não tem. A maio ria aqui tem a prá ti ca tam bém, não é? No as sen ta - men to é qua se todo mun do ma du ro, prin ci pal men te o nos so gru po que so mos gen te de ida de, nas ceu na roça, tem ex pe riên cia. A gen te gos ta da aula por que a gen te vive apren den do. A gen te nun ca ter mi na a es co - la da gen te, en si nan do e apren den do. É mui to bom isso aí. A cooperação também representava uma forma de facilitar o aces - so aos bens de con su mo co le ti vo, à in fra-es tru tu ra bá si ca e de ser vi ços, tais como energia elétrica, água, pavimentação, construção de moradias, es co las, pos tos de saú de, etc, e ao con tro le co le ti vo na des ti naç ão dos re - cur sos con ce di dos pelo Esta do, ten do em vis ta que eles são es cas sos e as necessidades são muitas. Em suma, para os assentados a cooperação po - de ria ser um ca min ho para o en rai za men to ao con tri buir para criar con - dições para a sobrevivência econômica, social e política da comunidade. Entre as desvantagens apontadas destacam-se as que se referiam à im pos si bi li da de de de fi nir, liv re e ex clu si va men te em funç ão da pró pria von ta de ou das ne ces si da des da fa mí lia, o ho rá rio e a ex tens ão da jor na - da de tra bal ho, a for ma de aces so ao seu re sul ta do ou pro du to. O con tex - to de tra bal ho coo pe ra do cria va de man das de re la cio na men to que ne ces - sitavam respostas imediatas e adequadas. Os assentados tinham essas res pos tas, mas eles se sen tiam sob o con tro le de ou tros, prin ci pal men te dos coor de na do res dos nú cleos. Par ti ci par do co le ti vo tam bém tin ha o sen ti do de uma obri gaç ão im pos ta, con diç ão para per ma ne cer no as sen - ta men to e ter di rei to ao aces so a te rra, o que con tra ria o prin cí pio da adesão voluntária, fundamental para realizar a cooperação. O tre cho de de poi men to ex pres sa esta idéia, ao mes mo tem po em que apon ta para a di fi cul da de de cons truir con sen sos por fal ta de en ten - di men to do que se ria a von ta de co le ti va: (...) com ba ter o in di vi dua lis - mo sim, mas a gen te pen sa as sim que a as so ciaç ão não vai ti rar tam bém a li ber da de de uma pes soa. Aí que tem que pen sar a as so ciaç ão e ver a li ber da de da pes soa. A gen te ouve fa lar no in di vi dua lis mo, mas tem mui tos pon tos que ver. As pes soas quan do vêm acam par, no caso, elas vêm bus car a li ber da de e, mui tas ve zes, tem um mé to do aí que a pes soa fica pre sa. Eu sou à fa vor de uma as so ciaç ão, mas tem que ser mui to bem ex pli ca do, pre pa ra do, uma idéia que saia do povo, por que nada que é fei to de cima dá cer to. O pro je to, ge ral men te, tem que sair do povo. Ago ra, para en ten der o povo (...) Os que tin ham ex pe ri men ta do o tra bal ho as sa la ria do su pun ham que o tra bal ho coo pe ra do de ve ria ser liv re e en ten diam que as re gras es - tabelecidas pelo coletivo em nada se diferenciavam do controle e da su - per vis ão des pó ti ca ex pe ri men ta das na con diç ão an te rior. Eles en ten -

16 134 Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo diam que, ape sar da ideo lo gia e do dis cur so de mo crá ti co tí pi co da dou - trina cooperativista, na prática, o controle mantinha-se centralizado e a gestão não era transparente: Não es tou di zen do que o pes soal não tem in te res se de tra bal har no co le ti vo, mas é que fi cou o po der de uma pes - soa e uma pes soa que não en ten de. Quer do mi nar uma pes soa que não tem ca be ça para tra bal har o todo. Ele quer uma coi sa, do mi nar uma coi sa, mas não tem o aval do todo, não é? Foram mencionadas desvantagens em relação à hierarquia, à assi - metria de poder e de experiências que hierarquizavam as relações entre os membros do coletivo de trabalho. Destacam-se as referências feitas à divisão entre trabalho intelectual e manual (a coordenação não entende do trabalho), as que faziam alusão à diferenciação ideológica entre campo e ci da de, o en ten di men to de que o MST era como se fos se um em pre - gador e o sentimento de injustiça e de desconfiança presente nas relaç - ões. Tam bém fo ram men cio na das como des van ta gens as di fe ren ças exis ten tes en tre os in di ví duos em re laç ão ao rit mo, ob je ti vos, me tas, idéias e ex pe riên cias, que in fluen cia vam na qua li da de do tra bal ho e no cum pri men to das obri gaç ões co le ti vas: (...) se fi zer as so ciaç ão, eu vou tra bal har e o ou tro não vai; ou tro dia eu vou de novo e ele está doen te; no ou tro dia fu la no foi le var a mul her no mé di co e não pôde vir. Eu vou fi car tra bal han do para os ou tros? A maior preo cu paç ão aqui, tal vez as pes soas não fa lem, mas a maior preo cu paç ão aqui no nos so as sen ta - men to é isso. Por que se todo mun do fi zes se (...) se for uma as so ciaç ão, que ela seja or ga ni za da de acor do com as ho ras tra bal ha das para a par til ha... o acor do tem que ser de dis cu tir... trans parê ncia. A percepção dessas diferenças individuais remete para uma questão cru cial no ideá rio de coo pe raç ão, que é a noç ão de jus ti ça na dis tri - buiç ão do tra bal ho e seus re sul ta dos. Duas quest ões im por tan tes est ão envolvidas. A primeira diz respeito à idéia da falta de padronização da tarefa e do comportamento dos trabalhadores, que é uma exigência característica da heterogestão para garantir a diminuição dos custos de pro duç ão, o au men to da pro du ti vi da de do tra bal ho e da qua li da de do pro du to. O prin cí pio de igual da de ine ren te ao ideá rio coo pe ra ti vis ta te - ria a des van ta gem de não pa dro ni zar e não ho mo ge nei zar. Con se qüen te - mente, a segunda questão remete à percepção de que faltavam mecanis - mos de dis tri buiç ão eqüi ta ti va dos re sul ta dos do tra bal ho que, de acor do com os assentados, estariam relacionados à falta ou não cumprimento dessas regras. A pre do minâ ncia de va lo res in di vi dua lis tas e com pe ti ti vos e de cren ças, opi ni ões, pre con cei tos e es te reó ti pos dis cri mi na tó rios tam bém foi apontada como desvantagem. Destacam-se as referências ao indivi - dua lis mo, à fal ta de mo ti vaç ão, de hu mil da de e de en ten di men to, a des - crença da capacidade organizativa das pessoas, a discriminação em re - lação à mulher, entre outras questões. Os assentados percebiam a im-

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