O problema do conhecimento
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- Vítor Gabriel Palha Monteiro
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1 O problema do conhecimento Teoria do conhecimento na Idade Moderna e Contemporânea Aranha, M. L. de A. &, M. H. P. (1986). Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna ( ).
2 Introdução Século XVII: ápice de um processo que subverteu a imagem que o homem tinha de si mesmo e do mundo
3 . Dra. A Ciência Física surge como nova realidade cultural Então a atividade filosófica entra num novo trajeto: tornase uma reflexão que leva em consideração esta ciência.
4 . Dra. Surge a questão do método no pensamento moderno, visando reduzir a margem de erro no conhecimento da realidade
5 . A necessidade de um método centraliza as reflexões filosóficas sobre o SER(metafísica) E especialmente, a necessidade de um método se torna prioridade no problema do conhecimento (teoria do conhecimento ou epistemologia)
6 . Dra. A Idade Moderna inverte o foco do conhecimento: na Idade Média a atitude poderia ser chama de realista - não se colocava em questão a existência do objeto A Idade Moderna centraliza no sujeito a questão do conhecimento.
7 . O preceito era: se o pensamento que o sujeito tem do objeto concorda com o objeto, havia conhecimento Mas, qual o critério para se ter certeza de que o pensamento concorda com o objeto?
8 . A Teoria do Conhecimento lida com este problema: qual o critério ou o método que garante ao homem que o conhecimento é verdadeiro?
9 FILOSOFIA MODERNA A Teoria do Conhecimento lida com o seguinte problema: qual o critério ou o método que garante ao homem que o conhecimento é verdadeiro? RACIONALISMO Privilegia o SUJEITO EMPIRISMO INGLÊS Privilegia o OBJETO DESCARTES ( ) JOHN LOCKE ( )
10 RELATO PÓS MORTE DE DESCARTES: Dra. APÓS 16 ANOS DE SUA MORTE, SEUS AMIGOS DECIDIRAM QUE OS DESPOJOS DEVERIAM RETORNAR À FRANÇA. ENVIARAM A SUÉCIA UM CAIXÃO PEQUENO DEMAIS PARA CONTER SEUS RESTOS AUTORIDADES SUECAS DECIDIRAM CORTAR A CABEÇA E ENTERRA-LA ATÉ QUE OUTRAS PROVIDÊNCIAS FOSSEM TOMADAS. DURANTE OS PREPARATIVOS: EMBAIXADOR FRANCÊS NA SUÉCIA CORTOU-LHE UM DEDO: SOUVENIR O CORPO SEM CABEÇA E SEM UM DEDO FORAM SEPULTADOS EM PARIS. OFICIAL DE EXÉRCITO SUECO DESINTERROU O CÉREBRO E O GUARDOU COMO LEMBRANÇA. DURANTE 150 ANOS A CABEÇA PASSOU DE UM COLECIONADOR PARA OUTRO. FINALMENTE FOI ENTERRADO EM PARIS. SEUS MANUSCRITOS FICARAM SUBMERSOS POR TRÊS DIAS (NAVIO AFUNDOU) RESTAURAÇÃO DEMOROU 17 ANOS.
11 PENSO, LOGO EXISTO Dra. Odiava frio sentava-se nos fornos HOLANDA SENTIDOS DISTORCEM CONFIAVA NA MATEMÁTICA Apesar de derretida sua mente avisava que era vela DORMIA ATÉ TARDE RAINHA DA SUÉCIA Aulas às 5:00 manhã Pneumonia
12 I - O RACIONALISMO CARTESIANO (1ª corrente) Deriva do pensador René Descartes ( ), cujo nome latino era Cartesius. Obras principais: O Discurso do Método e Meditações Metafísicas buscava: uma verdade primeira que não possa ser posta em dúvida.
13 Criou, então, a dúvida como método Dra. a) Duvidava de tudo: das afirmações do senso comum, dos argumentos da autoridade, do testemunho dos sentidos, das informações da consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do mundo exterior e da realidade do seu próprio corpo. b) Só interrompe a cadeia de dúvidas diante do seu ser que duvida: cogito,ergo sum ( penso, logo existo )
14 Descartes duvida de tudo: do testemunho dos sentidos das verdades deduzidas pelo raciocínio
15 A intuição primeira. foi, pois, a existência do ser pensante Esta existência é indubitável O Eu cartesiano é, pois, puro pensamento (res cogitans) A realidade do corpo foi posta em questão, no caminho da dúvida (res extensa) O Racionalismo é construído priorizando o sujeito e não o objeto
16 . Estabece-se o dualismo psico-físico (ou dicotomia corpo-consciência): o homem é um ser duplo, composto de substância pensante e substância material
17 . Dra. A conciliação das duas substâncias gera antagonismos entre os pensadores. Estabelece-se dois domínios diferentes: O corpo - objeto de estudo das ciências A mente - objeto da reflexão filosófica Esta distinção marcará profundamente o início das ciências humanas
18 . Dra. c) Descartes distingue os diversos tipos de idéias: Claras e distintas Duvidosas e confusas
19 . Idéias claras e distintas: são gerais e não derivam da experiência particular. encontram-se no espírito como instrumentos de fundamentação para a apreensão de outras verdades são inatas. Não estão sujeitas a erro, pois vêm da razão
20 Num texto dirigido à princesa Elisabeth, Descartes escreve (1645): A primeira e a principal [das ideias inatas] é que há um Deus de quem todas as coisas dependem, cujas perfeições são infinitas, cujo poder é imenso, cujos decretos são infalíveis...
21 . Dra. São idéias inatas porque resultam exclusivamente da capacidade de pensar São de natureza diferente das idéias que vêm de fora, por meio dos sentidos ou da imaginação
22 Estas idéias inatas, claras e distintas, não são inventadas por nós mas produzidas pelo entendimento sem recurso à experiência. Elas subsistem no nosso ser, em algum lugar profundo da nossa mente, e somos nós que temos liberdade de as pensar ou não. Representam as essências verdadeiras, imutáveis e eternas, razão pela qual servem de fundamento a todo o saber científico.
23 . Descartes recorre à prova ontológica de Deus: O pensamento deste objeto-deus- é a idéia de um ser perfeito Se um ser é perfeito deve ter a perfeição da existência Se é perfeito, não me engana. Assim, os objetos pensados por idéias claras e distintas são reais (realidade do mundo)
24 Conseqüências do Cogito Dra. O cogito (o pensamento) é a autoevidência do sujeito pensante e o princípio de todas as evidências Assim, impõe-se o caráter absoluto e universal da razão, que partindo do cogito(pensamento), pode descobrir todas as verdades possíveis só com suas próprias forças
25 Daí, a necessidade. de um método de pensamento que garanta que as imagens mentais- ou representações da razão correspondam aos objetos a que se referem e que são exteriores à mesma razão.
26 . Dra. A partir do século XVII, passa-se a buscar o ideal matemático (mathesis universalis= matemática universal) inteiramente dominado pela razão e baseado na ordem e na medida, estabelecendo cadeias de razões.
27 . Estabece-se o dualismo psico-físico (ou dicotomia corpo-consciência): o homem é um ser duplo, composto de substância pensante e substância material
28 . A conciliação das duas substâncias gera antagonismos entre os pensadores. Estabelece-se dois domínios diferentes: O corpo - objeto de estudo das ciências A mente - objeto da reflexão filosófica Esta distinção marcará profundamente o início das ciências humanas
29 A DISTINÇÃO CARTESIANA ENTRE MENTE Dra. E CORPO FAVORECE A ANÁLISE DO CORPO COMO MÁQUINA, MINIMIZANDO OS ASPECTOS SOCIAIS, PSICOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS DO SER HUMANO.
30 O PACIENTE É VISTO COMO UM AMONTOADO DE PEÇAS DE UM QUEBRA- CABEÇAS, AS VEZES SEM UM DONO QUE O MONTE ADEQUADAMENTE.
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32 CARTESIANAMENTE FALANDO: O ALUNO APRENDE A TRATAR DOENÇAS E NÃO DOENTES, O CORPO ENFERMO E NÃO O HOMEM QUE NELE HABITA, JAMAIS AS RELAÇÕES MENTE-CORPO- AMBIENTE E ÀS SUAS EXPRESSÕES PSICOSSOMÁTICAS.
33 II O Empirismo Inglês (2ª corrente) Dra. Empirismo vem do grego (empeiria) que significa experiência. O Empirismo enfatiza o papel da experiência sensível no processo do conhecimento
34 A MENTE É UM PEDAÇO DE PAPEL EM BRANCO
35 John Locke ( ). Sua reflexão a respeito do conhecimento parte da leitura de Descartes Na obra Ensaio sobre o entendimento humano deixa o caminho lógico percorrido por Descartes e escolhe o psicológico Exemplo: a idéia de esfera a)0riginada das percepções que produziram em nós a idéia de esfera ( psicológico ) b) Originada pelo movimento de meia circunferência girando ao redor do diâmetro ( lógico ).
36 . Locke, pelo caminho da Psicologia, distingue duas fontes para as nossas idéias: a SENSAÇÃO e a REFLEXÃO Sensação: resultado da modificação feita na mente pelos sentidos Reflexão: percepção que a alma tem do que ocorre nela mesma Assim, a reflexão se reduz à experiência interna do resultado da experiência externa vinda da sensação.
37 . Há idéias simples e idéias complexas O que produz uma idéia simples é a qualidade do objeto percebido. Existem qualidades primárias (são objetivas, existem nas coisas, nos objetos):solidez, extensão.a forma, o movimento, o repouso e o número e qualidades secundárias (são subjetivas, relativas, variam de sujeito a sujeito): cor, som, odor, sabor, etc.
38 O sujeito associa. e desassocia as idéias simples, produzindo as idéias complexas. As idéias complexas não têm validade objetiva, já que são formadas pelo intelecto.são nomes para denominar e ordenar as coisas. Têm valor prático não cognitivo Enquanto Descartes enfatiza o papel do sujeito, Locke enfatiza o papel do objeto.
39 Locke afirma que. a alma é como uma Dra. tábula rasa (uma tábua onde não há nenhuma inscrição), opondo-se às idéias inatas de Descartes
40 . O Racionalismo não exclui a experiência sensível, mas esta é apenas a ocasião do conhecimento e está sujeita a enganos. A verdadeira ciência se faz no espírito
41 . O Empirismo já considera a experiência fundamental. O trabalho posterior da razão está subordinado à experiência
42 . Os Racionalistas confiam na capacidade do homem em atingir verdades universais Os Empiristas já consideram qualquer verdade como relativa ao espaço, ao tempo e ao humano.
43 Campo Psicológico Campo Geográfico Campo Comportamental
44 CONSIDERAR... TEMPO ESPAÇO DISCRIMINANDO ESTÍMULOS PENSA SENTE AGE
45 FENOMENOLOGIA - HUSSERL ( ) FENÔMENO - O QUE SE MOSTRA POR SI MESMO LOGOS - DISCURSO ESCLARECEDOR RACIONALISMO EMPIRISMO CONHECER A DOENÇA QUE O HOMEM TEM +...CONHECER O HOMEM QUE A DOENÇA TEM DOR, SOFRIMENTO E MORTE EM RELAÇÃO A UMA VIDA CORPO ENFERMO + HOMEM QUE O HABITA
46 PODE APALPA-LO, AUSCULTA-LO,...MAS SÓ VAI CURAR-LHE O CORPO SE OUVIR-LHE A ALMA, O QUE SENTE, PENSA, TEME, ESPERA, ENFIM, COMO ELE E SUA FAMÍLIA INTERPRETAM A DOENÇA. O PRÓPRIO ESTUDANTE ESQUECE-SE DO HOMEM QUE O HABITA.
47 Conclusão A questão do conhecimento, trouxe, no século XVII, duas correntes opostas: Racionalismo e Empirismo Racionalismo é o sistema que limita o homem ao âmbito da razão Empirismo é o sistema que o limita ao âmbito da experiência sensível.
48 DIMENSÕES EXISTENCIAIS DO SER HUMANO Dimensão Racional Dimensão Afetiva Dimensão Social Dimensão Física Dimensão Espiritual
49 EPOCHÉ SIGNIFICA: SUSPENSÃO DAS CRENÇAS, DO ALHEIO, DO JÁ DITO, DO JÁ FEITO,NÃO PARA NEGA-LAS, MAS COLOCA-LAS COMO TEMAS DE REFLEXÃO PARA ENCONTRAR OUTRAS POSSIBILIDADES DE COMPREENSÃO DO FENÔMENO.
50 DESAFIO DO PROFISSIONAL Dra. DE SAÚDE: CONCILIAR A SINGULARIDADE DO INDIVÍDUO (empirismo) COM A GENERALIDADE DOS CONCEITOS TEÓRICOS. (racionalismo)
Descartes. Colégio Anglo de Sete Lagoas - Professor: Ronaldo - (31)
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