primeira Revisão do Plano Diretor Municipal do Cartaxo Modelo preliminar de ordenamento [Guia Orientador para a Discussão]
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- Henrique Freire Aragão
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1 primeira Revisão do Plano Diretor Municipal do Cartaxo Modelo preliminar de ordenamento [Guia Orientador para a Discussão] março 2016
2 1 - Porque apresentamos e discutimos, nesta fase, a proposta de revisão do PDM do Cartaxo O processo de revisão do PDM do Cartaxo está na fase de desenvolvimento da proposta de ordenamento; A elaboração de um processo de revisão de PDM é um processo que envolve inúmeras entidades da Administração Central. Não se trata de um documento de responsabilidade exclusiva do município, por isso é arrastado no tempo e requer imensos processos de negociações e de estabelecimento de compromissos com essas entidades; A capacidade de decisão e de autonomia do município na construção e na decisão do processo de revisão do PDM é bastante limitada e depende essencialmente: a) Do posicionamento de cada uma das entidades que participam no processo; b) Da articulação com a Reserva Ecológica Nacional. Neste âmbito a Comissão de Coordenação e de Desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo - CCDR-LVT e a Agência Portuguesa do Ambiente - APA/ARH intervêm e condicionam significativa e decisivamente todo o processo; c) Da articulação com a Reserva Agrícola Nacional. Neste âmbito a Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo intervém e condiciona significativamente todo o processo; d) Do enquadramento no PNPOT Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território e no PROT-OVT Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo. Mais uma vez o contributo e o posicionamento da CCDR-LVT serão decisivos; e) Da articulação com o sistema de defesa e prevenção de incêndios florestais e da salvaguarda de valores ambientais em solo rústico. O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas será decisivo. 2
3 1.4 - Apesar deste quadro de incerteza, o executivo entendeu oportuno promover a discussão da proposta preliminar de revisão do PDM antes de o discutir com as Entidades. Privilegia assim, a discussão da revisão do PDM dentro do município, envolvendo os agentes e as pessoas do Cartaxo. Só então avançará para a discussão final com a Entidades E é isso que hoje se apresenta. Uma primeira versão do que poderá vir a ser o modelo de ordenamento da revisão do PDM do Cartaxo. Esta proposta foi construída tendo por base as orientações legais e reflete a visão global do município sobre o seu território. Reflete a visão do executivo na interpretação das normas e orientações da política de ordenamento nas diferentes escalas [regional e nacional] mas não integra, ainda, a visão e os condicionalismos das Entidades acima referidas Não se trata, por isso, de uma proposta fechada. Trata-se de um ponto de partida para pensarmos com critério, com sentido e com coerência a organização e a gestão do território, incorporando no modelo de ordenamento a forma que "vemos, vivemos e ambicionamos " esse nosso território. 2 - O que esteve na base ou o que foi considerado nesta proposta? Os perímetros que constam do PDM ainda em vigor; A ocupação atual do solo; A presença de infraestruturas [existentes ou programadas]; Os contributos dos participantes em todas as fases do processo; Os contributos dos Presidentes de Junta de Freguesia. que implicações daí resultam? A proposta de ordenamento procurou sustentar-se nos perímetros que integram o PDM em vigor. Quer isto dizer que procurou-se manter a classificação de "solo urbano" onde o PDM de hoje já classifica de "solo urbano". Pretende-se, assim, manter as expetativas geradas. 3
4 2.2 - O perímetro urbano já definido no PDM em vigor constitui uma primeira referência e é um elemento que garante uma fundamentação mais sustentada. No entanto a presença de infraestruturas, a proximidade aos centros e a estruturação urbana existente constituem argumentos a considerar. Também se procurou integrar, o mais possível, no perímetro urbano ou nas áreas de edificação dispersas, as áreas que apresentam uma ocupação edificada passível de virem a ser estruturadas. Na redefinição do perímetro urbano procurou-se integrar, o mais possível, os arruamentos e os troços de arruamento onde já se encontrem edificações Sempre que possível procurou-se integrar e dar enquadramento às diversas participações, quer dos particulares / proprietários quer das Juntas de Freguesia. Obviamente, que em terrenos não ocupados e sem compromisso urbanístico [licenciamento ou alvará] válidos, não infraestruturados e que distam consideravelmente das áreas urbanizadas e consolidadas, ou nos terrenos vazios que reconhecidamente colidem com as principais condicionantes [REN e RAN] foi difícil justificar a integração em perímetro urbano pelo que se optou por uma classificação de solo rústico. 3 - Que orientação de política nacional e regional foram consideradas? Programa Nacional de Políticas de Ordenamento do Território [PNPOT] Plano Regional de Ordenamento do Território - Oeste e Vale do Tejo [PROT-OVT] Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão territorial [RJIGT] Documento legislativo que determina a classificação e qualificação do solo que implicações daí resultaram? O PNPOT define e defende a concentração da edificação e o evitar da edificabilidade de uma forma dispersa pelo território. Define, ainda, a necessidade de o solo urbano ser solo devidamente estruturado e infraestruturado [necessário a presença ou a programação financeira da execução das infraestruturas urbanísticas]; O PROT-OVT define que as áreas de edificação dispersa não podem ter mais de 25 hectares e no mínimo devem apresentar 10 fogos. Por isso surgem assim definidas [áreas retalhadas]; 4
5 3.3 e O RJIGT define como "solo urbano" aquele " que está total ou parcialmente urbanizado ou edificado e, como tal, afeto em plano territorial à urbanização ou edificação". Reafirma no n.3 do mesmo artigo que "Nos termos do disposto no número anterior, a reclassificação do solo como urbano deve contribuir, de forma inequívoca, para o desenvolvimento sustentável do território, obrigando à fixação, por via contratual, dos encargos urbanísticos das operações, do respetivo prazo de execução e das condições de redistribuição de benefícios e encargos, considerando todos os custos urbanísticos envolvidos." Ora estas orientações legais implicam que a classificação de solo como "solo urbano" prossupõe já a existência de uma estrutura urbana. Por isso, apenas se pode classificar um solo como "solo urbano" aquele que já está ocupado [edificado] ou urbanizado [com infraestruturas]. Nos restantes a futura ocupação urbanística pressupõe a elaboração de planos de pormenor e a contratualização da realização das infraestruturas, identificando quem faz, quando faz e quem paga a execução das infraestruturas. O Decreto Regulamentar 15/2015 de 19 de agosto reforça esse entendimento; O solo rústico admite a instalação de inúmeros usos. Nesse ponto o PDM fica mais flexível e mais integrador de possíveis dinâmicas e vontades de intervenção, com exceção para tudo o que se refere ao uso habitacional. O PROT-OVT exige no mínimo uma parcela de 4 hectares para poder instalar uma habitação em solo rústico. 3.6 Precisamente para procurar ultrapassar estas exigências regulamentares resultantes do PROT-OVT a proposta de revisão do PDM do Cartaxo recorre à figura de áreas de edificação dispersa. Nestas áreas, apesar de manterem a classificação de solo rústico, é permitido edificar em parcela constituída, independentemente da dimensão da parcela, e mesmo para o uso habitacional. 4 - Concertação com Entidades 1_ A presente proposta não está, ainda, concertada e articulada com importantes condicionantes ao uso, ocupação e transformação do solo, nomeadamente: 5
6 1.1 - Reserva Ecológica Nacional. A Reserva Ecológica Nacional ainda está para concertação com a CCDR-LVT e APA. Trata-se de uma condicionante forte ao uso e ocupação do solo e pode introduzir significativas alterações às propostas de classificação do solo. O nível de decisão e de influência do município sobre esta condicionante é débil; O mesmo se passa com a Reserva Agrícola Nacional; Perigosidade de risco de incêndio e com as áreas ardida; 1.4 -Posicionamento das diversas entidades que se pronunciarão sobre a proposta de revisão do PDM Trata-se, por isso, de uma primeira proposta de revisão do PDM do Cartaxo ainda não submetida à apreciação e ao "crivo" das entidades. 5 - Conclusão Esta é uma primeira proposta de organização do território. É uma proposta que procura dar resposta aos anseios e ambições de desenvolvimento municipal e que responsabiliza o município para a infraestruturação e estruturação urbanística futura. Procura, também, respeitar as orientações de política nacional e regional embora faça uma interpretação das especificidades do modelo de ocupação deste território. Não será fácil defendê-la tal como é apresentada. A REN e a RAN, certamente colocarão enormes obstáculos. A CCDR-LVT exigirá fundamentação com base em dinâmicas demográficas, em dinâmicas construtivas [evolução do número de licenciamentos] e de investimento público ao nível de infraestruturação. Não será fácil mas procurar-se-á demonstrar e defender que este modelo de ocupação já hoje existe e que, por isso, deve ser reconhecido e aceite e que no futuro será o processo de qualificação urbanística o maior desafio e a maior preocupação do município. 6
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