RENDA FIXA TESOURO DIRETO 13/08/2013
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- Sophia Castanho Fontes
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1 DESTAQUES DO RELATÓRIO: Carteira Recomendada Nossa estratégia de investimento para a Carteira Recomendada do Tesouro Direto neste mês de Agosto reflete o atual cenário de alta na taxa de juros ao longo de Continuamos estruturando a carteira considerando o momento atual de manutenção da pressão inflacionária no curto prazo (apesar do recente arrefecimento), sendo que a nossa estimativa da taxa básica de juros permanece em 9,5% no final de 2013, com duas altas adicionais de 50bps. Entendemos que aplicações adicionais em títulos públicos devem considerar o investimento em LFTs (60%) até que o cenário com relação à intensidade da alta nos juros se torne mais claro. Consideramos também na carteira deste mês a aplicação de 20% dos novos recursos em NTN-Bs (vencimento em 2019), e 20% em LTNs (vencimento em 2017), dado os prêmios que acreditamos estarem contidos nesses títulos. Cenário Macroeconômico No cenário externo, dados econômicos melhores do que os esperados na China reforçam a percepção do mercado de que a taxa de crescimento esteja se aproximando de um piso, conforme anunciado pelo governo há algumas semanas. Nos EUA, o Fed continua sinalizando redução de estímulos (tapering) já na reunião de Setembro. Se o movimento de fato ocorrer, provavelmente não sinalizará o fim dos estímulos. No mercado interno, o IPCA do mês de Julho, próximo de zero, não deixa de ser um alívio e nem algo inesperado. Porém, recomendamos aos investidores se aterem bem pouco no processo inflacionário corrente e ponderarem mais nas pressões inflacionárias que ainda se mostram visíveis. 2
2 CARTEIRA RECOMENDADA Nossa estratégia de investimento para a Carteira Recomendada do Tesouro Direto neste mês de Agosto reflete o atual cenário de alta na taxa de juros ao longo de Continuamos estruturando a carteira considerando o momento atual de manutenção da pressão inflacionária no curto prazo (apesar do recente arrefecimento), sendo que a nossa estimativa da taxa básica de juros permanece em 9,5% no final de 2013, com duas altas adicionais de 50bps. Entendemos que a estratégia para alocação de ativos do Tesouro Direto neste mês deve continuar refletindo o novo contexto de instabilidade nas taxas de juros, vinda principalmente do mercado externo (Estados Unidos). Neste contexto, acreditamos que aplicações adicionais em títulos públicos devem considerar o investimento em LFTs (60%) até que o cenário se torne mais claro com relação à intensidade da alta nos juros. Consideramos também na carteira deste mês a aplicação de 20% dos novos recursos em NTN-Bs (vencimento em 2019), e 20% em LTNs (vencimento em 2017), considerando o prêmio que acreditamos estar contido nestes títulos. MACRO-OVERVIEW No cenário externo, dados econômicos melhores do que os esperados na China reforçam a percepção do mercado de que a taxa de crescimento esteja se aproximando de um piso, conforme anunciado pelo governo há algumas semanas. Os dados chineses de exportação e importação surpreenderam positivamente, assim como a inflação, que se manteve estável. Se por um lado até faz sentido argumentar que o governo chinês ainda possui alavancas para impulsionar a economia, por outro não se pode esquecer que tais alavancas crédito, sobretudo funcionam se intensificarem o modelo atual, baseado em investimentos. Nos EUA, o Fed continua sinalizando redução de estímulos (tapering) já na reunião de Setembro. Se o movimento de fato ocorrer, provavelmente não sinalizará o fim dos estímulos. O mais provável é que o Fed faça uma parada técnica para observar como a economia se comporta com juros (futuros) mais elevados antes de novas iniciativas. Na Europa, sobretudo Alemanha, indicadores de atividade têm melhorado. No entanto, desequilíbrios intra-europeus continuam (PIIGS não estão se tornando mais competitivos frente à Alemanha), de modo que parece cedo para se esperar crescimento suficiente para diluir os problemas de dívida nos países mais fragilizados. No mercado interno, a inflação de julho (IPCA) próxima de zero não deixa de ser um alívio e nem algo inesperado. Porém, recomendamos aos investidores se aterem bem pouco no processo inflacionário corrente e ponderarem mais nas pressões que ainda se mostram visíveis. Os preços, em um comportamento interanual, continuam bem acima de 6%, o que mostra que, por definição, não se está falando em convergência mais forte da taxa de inflação para as metas (4,5%). Sem uma mudança mais abrupta nos juros, na política fiscal ou nos desembolsos de bancos públicos fica difícil apostar numa reversão na trajetória de inflação. O outro ponto, e esse mais favorável ao cenário de inflação é a trajetória do crédito privado, que não decola, continua a melhorar em qualidade quando vemos os níveis de inadimplência, mas não ao ponto de estarmos perto de uma forte recuperação do crédito privado. Sem isso, mesmo com uma forte desvalorização cambial a pressionar vários preços nos próximos meses, não estamos muito propensos a aceitar uma aceleração da inflação nos próximos seis meses. De fato, a inflação que roda a 6,3% em termos anuais, deve reduzir 0,2% a 0,3% ao longo do próximo ano. Ademais, é possível que indicadores de atividade voltem a reagir após os ajustes decorrentes dos protestos em junho. Assim, seguimos esperando mais duas elevações de 50bps na Selic, que levaria a taxa ao patamar de 9,5% ao final do ano 3
3 Renda Fixa Títulos Públicos No mês de junho (último mês com relatório publicado pelo Tesouro Nacional), o montante financeiro emitido por meio do Tesouro Direto somou R$ 362,6 milhões, enquanto os resgates corresponderam a R$ 234,3 milhões, resultando em uma emissão líquida de R$ 128,27 milhões. No mês de junho o destaque foi a elevada demanda por títulos indexados a inflação (NTN-B e NTN-B Principal), cuja participação nas vendas atingiu 55,8% do total. Os títulos prefixados (LTN e NTN-F) ficaram em segundo lugar entre os mais vendidos, com participação de 28,9%. Os títulos indexados à taxa Selic (LFT) apresentaram participação de 15,94% nas vendas no mês. Títulos públicos disponíveis para compra Posição em Título Indexados ao IPCA Taxa(a.a.) Compra NTNB Principal /05/2019 5,39% NTNB Principal /08/2024 5,58% NTNB /05/2035 5,58% NTNB Principal /05/2035 5,64% Prefixados LTN /01/ ,83% LTN /01/ ,26% NTNF /01/ ,38% Indexados à Taxa Selic LFT /03/2017-0,04% Atualizado em: :09:23 Vencimento Fonte: Tesouro Nacional 4
4 Evolução dos Principais Indicadores do Mês de Julho/2013 A curva de juros no mês de julho e início de agosto sinalizou estabilidades nos vencimentos curtos e queda nos vencimentos mais longos. A queda no IPCA de julho, alinhado a decisão do Copom em aumentar a Selic em mais 0,5p.p vieram em linha com o esperado pelo mercado, levando a uma estabilidade dos juros mais curtos. Por outro lado, as taxas mais longas oscilaram junto com o mercado externo. O presidente do Fed sinalizou que o início da redução de compra de títulos no mercado americano depende de indicadores econômicos favoráveis, o que acabou acalmando o mercado e reduzindo os juros mais longos. Curva DI Futuro (em %) BM&F 11,00 10,50 10,00 9,50 9,00 8,50 8,00 out-13 mar-14 ago-14 jan-15 jun-15 nov-15 07/08/ /07/ /06/ /05/2013 Fonte: Bloomberg Ativos Financeiros R$ Milhões Jun. Jul. Var. Entre os destaques no quadro de ativos ao lado, nota-se uma queda no volume de títulos pós-fixados (LFTs com R$ 11,9 bilhões) e o aumento de títulos pré-fixados e indexados a inflação (LTNs e NTN-Bs) leiloados no mês de julho pelo Tesouro Nacional. Esse movimento se deu tendo em vista o contexto de variações mais brandas nas taxas de juros futuros. Vale destacar o 17º mês consecutivo de captação líquida da poupança, sinalizando que o cenário econômico cheio de incertezas e volatilidade está afastando o investidor de aplicação mais arriscada. Títulos Públicos * Leilão Tradicional LTN LFT NTN-F NTN-B Ativos CETIP Estoque CDB CDI Cotas de Fundos Debêntures Letra Financeira Poupança SBPE Captação Líquida Jun. Jul. BM&F Vol. Negociado # DI Futuro FRA Câmbio Futuro Ibovespa Futuro # Principais Ativos * Dados dos Leilões Diários (Relatório Final não Divulgado) 5
5 Taxas Em relação ao quadro de taxas ao lado, o destaque foi a divulgação do IPCA do mês de julho em 0,3%, moderadamente acima das expectativas de mercado. Em 12 meses a taxa acumulada atingiu 6,27%, abaixo do teto da meta de inflação perseguida pelo governo. O recuo em relação ao acumulado em Junho foi de 43bps. O impacto da alta do dólar é percebido em alguns itens dentro do IPCA de julho. Os itens mais impactados foram os artigos de residência que apresentaram aceleração nos preços, e os produtos derivados de importados como o trigo. Mesmo com a alta de 3,0% do dólar em julho, o impacto dessa variação cambial no IPCA não foi relevante. Proj (1) Nacional Jul. Ano Ano SELIC 0,60% 4,23% 9,50% Inflação IGP-M 0,26% 2,01% 4,20% Inflação IPCA 0,03% 3,14% 6,10% BRL/USD (BACEN) 2,19% 12,19% R$ 2,25 CDB - Custo Captação % R$ Milhões 180 dias 180 dias 360 dias Pequenos ,0 a 116,0 - - Médios ,0 a 112,0 - Grandes c/ liquidez ,0 a 95,0 Grandes s/ liquidez ,75 a 101,50 Outros 30/06/ /07/2013 Var. Bovespa (pontos) ,6% Poupança (Retorno Acumulado) 3,04% 3,55% 0,5% SWAP PRE x DI 9,37% 9,23% -13 ¹ Projeção Bradesco Corretora Research - Final do Ano Fonte: STN, Bloomberg, BACEN, BM&F, Cetip Mercado Secundário Taxas Indicativas 11,5 LTN (em %) O rendimento aceito pelos investidores em LTNs, no mês de julho e início de agosto, nos vencimentos curtos, apesar da volatilidade se manteve no mesmo patamar do início do mês. Nos vencimentos mais longos (a partir de julho/2014) a curva caiu. Assim como a curva de juros, os rendimentos das LTNs tiveram viés de queda nos primeiros 20 dias do mês, acompanhando o cenário externo e voltaram a subir após dados melhores da economia norte-americana. Entre os dias 01/07 e 18/07 a queda média da curva foi de 43bps; de 19/07 até 07/08 a alta média dos vencimentos foi de 34bps. 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0 out-13 fev-14 jun-14 out-14 fev-15 jun-15 out-15 fev-16 jun-16 out-16 01/07/ /07/ /08/2013 6
6 5,5 NTN-B (em %) A curva de juros das NTN-Bs no mês de julho/2013 e início de agosto apresentou queda até o dia 19/07 e se recuperou até o dia 07/08. Assim como a curva de juros futuros, os juros pagos pelas NTN-Bs recuaram nos 20 primeiros dias do mês e voltaram a subir até o início de agosto. No contexto geral, a curva fechou com variação média de +18bps em seus vencimentos. 5,0 4,5 4,0 3,5 ago-14 ago-18 ago-22 ago-26 ago-30 ago-34 ago-38 ago-42 ago-46 ago-50 01/07/ /07/ /08/ ,5 NTN-F (em %) O comportamento dos juros das NTN-Fs durante o mês de julho e início de agosto acompanhou as quedas das LTNs. Na totalidade dos vencimentos a queda média foi de 9 pontos base, refletindo a desaceleração da inflação (ver comentário de inflação) e as incertezas da política econômica norte americana, conforme explicitamos ao longo do relatório. 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 jan-14 jan-15 jan-16 jan-17 jan-18 jan-19 jan-20 jan-21 jan-22 jan-23 01/07/ /07/ /08/2013 Fonte: Andima 7
7 Rentabilidade dos Títulos Públicos Posição em Rentabilidade Bruta Títulos Vencimento Últ. 30 dias Mês Anterior No Ano 12 Meses Prefixados LTN 01/01/2014 0,65% 0,78% 3,59% 7,32% LTN 01/01/2015 0,67% 1,05% 2,01% 6,46% LTN 01/01/2016 0,82% 0,97% -0,19% 4,97% LTN 01/01/2017 0,0081 0, NTN-F 01/01/2014 0,66% 0,79% 3,64% 7,33% NTN-F 01/01/2017 0,58% 0,77% -1,27% 4,54% NTN-F 01/01/2021 0,82% 0,26% -3,79% 2,79% NTN-F 01/01/2023 0,38% -0,29% -4,81% 0,0201 Indexados à Taxa Selic LFT 07/03/2014 0,67% 0,72% 4,53% 7,36% LFT 07/03/2015 0,62% 0,69% 4,52% 7,31% LFT 07/03/2017 0,49% 0,57% 4,49% 7,23% Indexados ao IGP-M NTN-C 01/07/2017 1,47% 0,45% -3,64% 4,13% NTN-C 01/04/2021 1,25% -0,53% -7,00% 1,75% NTN-C 01/01/2031 2,08% -1,53% -9,94% -1,41% Indexados ao IPCA NTN-B 15/05/2015 1,17% 0,30% 1,60% 7,77% NTN-B 15/05/2017 1,38% 0,33% -2,01% 5,82% NTN-B 15/08/2020 1,22% -0,44% -5,11% 3,75% NTN-B 15/08/2024 1,00% -1,75% -7,53% 1,06% NTN-B 15/05/2035 2,54% -2,42% -10,95% -2,30% NTN-B 15/05/2045 4,11% -3,94% -14,72% -3,84% NTN-B 15/08/2050 3,79% -4,26% -16,21% -4,89% NTN-B Principal 15/05/2015 1,21% 0,31% 1,44% 7,75% NTN-B Principal 15/05/2019 1,22% -0,33% - - NTN-B Principal 15/08/2024 0,99% -2,85% -11,08% -2,20% NTN-B Principal 15/05/2035 4,92% -4,27% -18,02% -9,55% Fonte: Tesouro Nacional 8
8 DISCLAIMER Este relatório foi preparado pela equipe de análise de investimentos da Bradesco S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários ( Bradesco Corretora ), que é uma sociedade controlada pelo Banco Bradesco BBI S.A. ( BBI ), mesmo controlador da Ágora Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. ( Ágora ). O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, fotocopiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Ágora ou da Bradesco Corretora. Este relatório é distribuído somente com o objetivo de prover informações e não representa uma oferta de compra e venda ou solicitação de compra e venda de qualquer instrumento financeiro. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data em que este relatório foi publicado. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte da Ágora ou da Bradesco Corretora garantia de exatidão dos dados factuais utilizados. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento, envolvido(s) na elaboração deste relatório ( analistas de investimento ) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre os títulos públicos e seus emissores e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Ágora, à Bradesco Corretora, ao BBI e demais empresas do Grupo Bradesco. A remuneração do(s) analista(s) de investimento está, direta ou indiretamente, influenciada pelo resultado proveniente dos negócios e operações financeiras realizadas pela Ágora, Bradesco Corretora e BBI. Analistas Renda Fixa Altair Maurílio Pereira Caio Lombardi André Sonnervig Economista Chefe Dalton Gardimam Economista Sênior Denis Blum 9
Renda Fixa 09/09/2014
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