Pobreza multidimensional: Um proposta instrumental para desenho e avaliação de políticas para sua superação

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1 Pobreza multidimensional: Um proposta instrumental para desenho e avaliação de políticas para sua superação Paulo Jannuzzi Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação SAGI/MDS

2 Referências

3 Para o Ministério, Pobreza é entendida como um fenômeno Multideterminado, Multifacefato e Mutidimensional, requerendo soluções programáticas Multissetoriais para sua superação

4 O Ministério usa, pois, diversos Indicadores para monitorar e avaliar a efetividade de seus vários programas

5 Plan Brasil Sin Miseria: Una propuesta instrumental para la pobreza En una sociedad democrática y solidaria, en un mundo rico y urbanizado, nadie debe ser privado de los medios para asegurar su supervivencia, privado de los medios para acceder a los derechos y servicios sociales, y privado de los medios de acceso a la información y oportunidades para el mejoramiento de sí mismo Garantía de Ingreso Inclusión Productiva Urbana y Rural Acceso a los servicios públicos Mejora de los ingresos Aumento de las condiciones de bienestar

6 As estratégias de maior efetividade na superação da pobreza na América Latina partem do suposto de que pobreza é a situação de privação de meios de subsistência e de acesso a direitos sociais, requerendo abordagem integrada de políticas econômicas e sociais Assim um Indicador de Pobreza Multidimensional deve ser a combinação da medição da Pobreza Monetária com a abordagem da Vulnerabilidade Social

7 Há muitas decisões metodológicas não triviais para construção de indicadores de pobreza multidimensional, tais como: Foco em Pobreza Multidimensional, Vulnerabilidade Social, Progresso Social, Tamanho da Classe Média etc Dimensões consideradas Quantidade e natureza dos Indicadores propostos Grupos populacionais considerados nos indicadores Pesos para cada dimensão e indicador Linhas de pobreza usadas Metodologia de combinação das dimensões e privações Número de privações a considerar (K) Técnica de agregação dos indicadores Fonte de dados usadas

8 Comparação de Indicadores Multidimensionais

9 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 MPI CEPAL é um indicador de Vulnerabilidade Social, não de Pobreza Multidimensional 46,1 44,9 39,8 37,3 36,6 34,3 33,9 32,9 31,7 30,8 29,7 28,2 25,2 23,1 21,1 20,1 16,6 14,9 14,2 10,0 5,0 0, Percentual da população em situação de pobreza (MPI Cepal - Original*)

10 Dimensões e Indicadores para dimensionamento e caracterização da Pobreza Multidimensional da Cepal Dimensão/Indicador Peso Dimensão/Indicador Peso Habitação 22,2 Educação 22,2 Precariedade dos materiais do domicílio 7,4 Frequência Escolar entre 6 a 17 anos 7,4 Superlotação 7,4 Defasagem Escolar entre 6 a 17 anos 7,4 Domicílios com posse insegura 7,4 Nível Educacional Insuficiente para adultos 7,4 Serviços Básicos 22,2 Padrão de Vida 22,2 Carência de Abastecimento de água 7,4 Insuficiência de Renda (Linha da Pobreza) 14,8 Carência de Saneamento 7,4 Carência de bens duráveis 7,4 Carência de Energia 7,4 Emprego e Proteção Social 11,1 Desocupação entre 15 e 65 anos 7,4 Precariedade da Proteção Social (Não contribui ou recebe da Previdência) 3,7

11 Rendimento domiciliar per capita Pobreza Multidimensional como situação de privação de meios econômicos e privação de acesso a direitos sociais Vulneráveis Não pobres com privações Não pobres R$ 140 Pobreza crônica Pobres Carentes Pobres Transitórios X privações (K) 0 privações Número/Combinação de privações de acesso a direitos, serviços e bens

12 R2 Parâmetro de Cronicidade (K) precisa estar baseada em algum critério empírico, por exemplo, situação de Insegurança Alimentar Grave (fome) 0, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,81904 Correlação ajustada entre percentual de Insegurança alimentar grave acumulada por MPI e índice mul dimensional de pobreza (CEPAL) - PNAD 2004, 2009 E ,95 0,9 0,85 0,8 0,75 0,7 K entre 0,34 e 0,40 torna máxima a correlação entre Privação de acesso a direitos sociais e Insegurança alimentar Grave 0,65 0,6 0,09 0,15 0,17 0,23 0,26 0,32 0,34 0,40 0,43 0,49 0,51 0,57 0,60 0,66 0,68 0,74 0,77 0,83 0,85 0,91 1,

13 Aprimoramento da proposta de MPI da CEPAL para o Brasil Resultados finais Pobreza crônica (%) Pobreza transitória com privações (%) Pobreza transitória sem privações (%) 25,0 20,0 1,0 20,0 15,0 10,0 5,0 19,6 18,9 14,6 13,6 13,6 12,2 11,8 11,1 10,3 10,0 9,3 8,5 7,0 6,0 5,0 4,5 3,2 2,7 2,4 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 11,3 11,7 8,3 9,6 9,3 9,6 11,2 12,2 12,8 13,3 11,9 11,5 9,1 8,9 8,0 7,5 6,7 5,2 5,2 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,3 0,3 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3 0,3 0,4 0,3 0,3 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0, , , ,0 9,0 8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 8,8 8,2 9,5 7,6 7,2 6,3 5,6 Vulneráveis (%) 4,9 4,5 4,1 4,5 4,4 4,6 4,1 3,9 3,8 3,1 2,9 2,7 70,0 65,0 60,0 55,0 50,0 48,2 48,7 54,3 55,2 55,1 56,4 Não pobres com privações (%) 55,1 54,8 54,4 53,9 54,9 55,7 58,0 58,4 59,2 60,3 60,0 60,9 61,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 11,9 12,4 13,2 13,9 14,7 15,3 16,1 Não pobres (%) 16,8 17,6 18,4 19,1 19,7 21,1 22,5 23,7 23,8 26,8 28,3 28,5 2,0 45,0 5,0 1,0 0, , ,

14 A proposta de Pobreza Multidimensional explicita quatro tipos de Pobres, que são afetados de forma diferente pela conjuntura econômica e políticas sociais 30,000,000 Crônicos : famílias pobres com filhos na zona rural 25,000,000 20,000,000 Carentes : pobres urbanos com inserção laboral precária 15,000,000 10,000,000 5,000,000 0 Vulneráveis: pessoas idosas na zona rural Transitórios: pobres urbanos sem proteção laboral

15 A queda do contingente de Pobres Crônicos, aqueles com baixa renda e baixo acesso a programas sociais, caiu mais intensamente a partir de 2004 e ainda mais rápido nos anos 2010 (-13 % ao ano, contra -11% aa em 2004 e 2009) Pobres crônicos 30,000,000 25,000,000 20,000,000 15,000,000 10,000,000 Queda dos preços relativo de Alimentos - 6,9 % aa - 2,9 % aa Inclusão escolar Bolsa Família + Sal Mínimo + Redução Desemprego - 11,1 % aa - 13,4 % aa 5,000,000 0 Busca Ativa + Ações Plano BSM

16 A evolução dos Pobres Carentes segue a conjuntura econômica, com aumento entre 1996 a 2003, caindo desde então, a mais de 7 % aa, pelos efeitos das políticas de combate à pobreza e recuperação da economia Pobres carentes 25,000,000 20,000,000 15,000,000-2,6 % aa + 7,0 % aa Aumento do Desemprego Bolsa Família + Sal Mínimo + Redução Desemprego - 7,6 % aa - 7,8 % aa 10,000,000 5,000,000 Queda dos preços relativos de alimentos Pronatec + Ações Benefícios do Plano BSM

17 O contingente de Vulneráveis à Pobreza vem caindo sistematicamente desde 1992, com migração rural/urbana e acesso à aposentadoria rural e Benefício de Prestação Continuada (deficientes e pessoas 65 anos+) Vulneráveis à Pobreza 16,000,000 14,000,000 12,000,000 10,000,000 8,000,000 6,000,000-1,8 % aa Criação do BPC - 6,6 % aa Luz para todos 0,2 % aa Busca Ativa para BPC 4,000,000-6,7 % aa 2,000,000 0

18 Indicador de Pobreza Multidimensional Princípios para sua construção Deve ser sensível às políticas de Inclusão Econômica (Mercado de Trabalho, Qualificação Profissional, Salário Mínimo) e aos Programas de Transferência de Renda Deve ser sensível às políticas de acesso a direitos sociais Indicadores mais sensíveis aos efeitos dos programas: indicadores de fluxo (taxas de escolarização) vs indicadores de estoque (escolaridade média) Indicadores mais precisos, comparáveis e robustos no tempo Deve permitir a construção de Tipologia de Pobreza, que ajudem o entendimento dos efeitos das políticas

19 Obrigado!