Alternativas Introduzem uma ideia de opção, alternância. As conjunções mais comuns são OU...OU, ORA...ORA, QUER...QUER, SEJA...SEJA. Ex.
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- Cecília Santarém Cortês
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1 Alternativas Introduzem uma ideia de opção, alternância. As conjunções mais comuns são OU...OU, ORA...ORA, QUER...QUER, SEJA...SEJA. Ex.: "Ou paga ou eu mando sangrá-lo devagarinho" (Graciliano Ramos). -> Observe que a conjunção OU estabelece uma opção, escolha. Se a pessoa pagar, o outro não mandará sangrá-lo; caso não pague, o outro mandará sangrá-lo.
2 Ex.:Ora estudo ora trabalho. -» Observe que, nesta frase, o sujeito EU possui duas atividades: estudar e trabalhar. Contudo é interessante perceber que os fatos não acontecem simultaneamente, ou seja, eles se alternam.
3 Conclusivas Introduzem uma ideia de conclusão, dedução. As conjunções mais comuns são LOGO, PORTANTO, ENTÃO, POR CONSEGUINTE. Ex.: "Penso, logo existo" (Descartes). -> Observe que, nesta frase, a conjunção LOGO introduz uma ideia de conclusão, pois o que está dito nesta frase é uma dedução.
4 Ex.: Estudei muito, portanto vou passar no concurso. -> Observe que a conjunção PORTANTO introduz uma dedução, algo que só estará comprovado quando da publicação da lista dos aprovados.
5 Explicativas Introduzem uma ideia de EXPLICAÇÃO relacionada normalmente a uma ordem, advertência, sugestão ou solicitação. Assim, para que haja uma oração explicativa, há a necessidade quase sempre de um verbo no imperativo. As conjunções mais comuns são: QUE, PORQUE, POIS, JÁ QUE, VISTO QUE, UMA VEZ QUE, DADO QUE, PORQUANTO, COMO. Ex: Corra, que a polícia vem aí. -> Observe que a conjunção QUE inicia uma explicação para a ordem indicada na oração anterior.
6 Ex: Tenho a certeza de que aquela criança chorou, porque seus olhos estavam muito vermelhos. -> A conjunção PORQUE justifica um ato linguístico anterior, ou seja, a oração anterior.
7 Obs.: É muito comum haver a confusão entre as conjunções coordenativas explicativas e as conjunções subordinativas adverbiais causais. Em resumo, ocorre confusão entre os conceitos de explicação e causa. Na explicação, não pode haver relação de causa-efeito. Só é admissível uma conjunção ser explicativa, mesmo sem verbo no imperativo, se o fato por ela introduzido não gerar um efeito.
8 Ex: Choveu, porque as ruas estão alagadas. -> Não se pode analisar o "porque" como causal, porquanto haveria a indicação de que "as ruas estarem alagadas" seria causa e "chover", consequência. Esta interpretação não faz sentido. Cabe aí apenas a ideia de explicação.
9 CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS ADVERBIAIS Causais Introduzem uma ideia de CAUSA. É fundamental relatar que aqui se inicia a relação causa-efeito. Toda causa representa o fato anterior. Já o efeito, o fato posterior. Aí é onde se difere da ideia de explicação. Lá não há relação causaefeito, e sim apenas uma justificativa para uma declaração, uma ordem, solicitação ou conselho. Também se torna importante frisar que os conectores são os mesmos, daí a dificuldade de observar a diferença.
10 Ex.: "Alegres vinham todos, porque crêem..." (Camões). -> A conjunção PORQUE confere à oração em que ocorre uma ideia de causa, já a outra oração encerra valor de consequência.
11 Concessivas Introduzem uma oração cujo fato ocorrente não altera o fato da outra oração. As conjunções são: EMBORA, MESMO QUE, AINDA QUE, CONQUANTO, MALGRADO, SE BEM QUE, POR MAIS QUE, POR MENOS QUE, POSTO QUE. Ex.: Embora fosse tarde, ainda saí de casa. -> Observe que a conjunção EMBORA introduz uma oração que não muda o fato da outra oração. O fato de ser tarde não impede o fato de eu sair.
12 Obs.: É importante também chamar a atenção do candidato para o fato de que as conjunções concessivas podem indicar um fato concreto ou hipotético. Ex: Ainda que eu volte cansado do trabalho, irei à boate. -> A primeira oração indica um fato hipotético (não sei se estarei cansado ou não) que não altera o desfecho. Ex.:Embora eu esteja cansado, irei à boate. -> A primeira oração indica um fato concreto (eu estou cansado) que não altera o desfecho.
13 Condicionais Introduzem uma ideia de condição. Esta ideia é exatamente oposta à da concessão. Um fato sempre vai depender do outro. As conjunções são SE, CASO, A NÃO SER QUE, A MENOS QUE, DESDE QUE, CONTANTO QUE. Ex.: Contanto que não chova, vou à praia. -> Observe que a conjunção CONTANTO QUE introduz uma condição (não chover) para eu ir à praia.
14 Ex.: Caso haja uma solução, tentarei até o fim. -> A conjunção CASO sugere a condição que poderá gerar o efeito de eu tentar até o fim: se não houver solução, não tentarei até o fim.
15 Obs.: Várias organizadoras de concursos têm elaborado questões em que é solicitada a relação causa-efeito. E, em muitas dessas situações, a causa é representada por conectores condicionais. Tal é possível, pois há uma proximidade significativa entre as duas ideias. Ambas representam os fatos anteriores e geram uma consequência, distinguindo-se apenas pelo fato de a causa ser fato prévio concreto, e a condição, fato prévio hipotético.
16 Temporais Indicam uma marcação de tempo. As conjunções mais comuns são: QUANDO, MAL, LOGO QUE, APENAS (sinônimo de quando), DESDE QUE, NO MOMENTO QUE, ENQUANTO. Ex.: "Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver..." (Milton Nascimento). -> A conjunção QUANDO indica o momento em que o fato da segunda oração teve início.
17 Ex.:Apenas ele chegou, todos saíram. -> A conjunção APENAS designa somente a hora em que todos saíram. Ex.:"Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala". (Fernando Sabino). -> A conjunção MAL explicita que, logo após a ação do pai, ocorreu a ação do menino.
18 Obs.: Vale a pena analisar a conjunção DESDE QUE nas frases a seguir. Ex.: Desde que economizemos, compraremos tudo. -> A locução conjuncional DESDE QUE introduz uma condição para que possamos comprar tudo, portanto a locução conjuncional é subordinativa condicional. Desde que voltou, nossos problemas começaram. -> A locução conjuncional DESDE QUE indica apenas o momento em que se iniciaram os problemas, não sendo a volta da pessoa necessariamente a causa.
19 Consecutivas Introduzem uma ideia de consequência. Normalmente na oração principal aparecerá um elemento de intensificação (tão, tal, tamanho, tanto). A conjunção mais comum é QUE. Ex.: "Abraçou-me com tal ímpeto, que não pude evitá-lo" (Machado de Assis). Ex.: "... e era tão linda, morena e dourada pelo sol, que eu ia, no silêncio do ar, atirarlhe um beijo..." (Eça de Queirós).
20 -> Observe, nas duas frases, que apareceu a expressão de intensidade (TAL, TÃO) na oração principal e a conjunção QUE introduzindo valor de consequência, na primeira frase (não pude evitá-lo) e na segunda (eu ia, no silêncio do ar, atirar-lhe um beijo...).
21 Finais Introduzem uma ideia de finalidade, objetivo. É interessante citar que a conjunção PORQUE pode significar PARA QUE, A FIM DE QUE, COM OBJETIVO DE QUE, DE TAL SORTE QUE... Ex.: Vim aqui para que (com o objetivo de que) pudesse analisar o problema. Ex.: João deve estudar a fim de que (com o objetivo de que) tenha a sua vaga assegurada no concurso.
22 Obs.: Você deve ficar atento ao fato de que as bancas têm relacionado, principalmente em questões de interpretação de textos, a ideia de finalidade à de consequência. Tal é efetivamente cabível visto que ambas representam fatos posteriores.
23 Proporcionais Introduzem uma ideia de proporção. As conjunções mais comuns são: À MEDIDA QUE, À PROPORÇÃO QUE, AO PASSO QUE, QUANTO. Ex.: Quanto mais como, mais engordo. -> A conjunção QUANTO introduz a proporção entre comer e engordar. Se comer pouco, engorda-se pouco; se comer muito, engorda-se muito.
24 Ex.: "À medida, porém, que as horas se passavam, sentiam-me cair num estado de perplexidade e covardia" (Graciliano Ramos). -> A conjunção À MEDIDA QUE introduz a proporção entre as horas se passarem e a pessoa sentir-se cair num estado de perplexidade e covardia. Quanto mais as horas foram se passando, mais ele se sentia perplexo.
25 Conformativas Introduzem uma ideia de conformidade, de estar de acordo. As conjunções mais comuns são: DE ACORDO COM QUE, CONFORME, COMO, SEGUNDO, CONSOANTE, EM CONSONÂNCIA COM QUE. Ex.: Agi conforme me foi ordenado. -> A conjunção CONFORME introduz a conformidade da ação com o que foi ordenado. Ex.: Fez a obra como manda a lei. -> A conjunção COMO introduz a conformidade da realização da obra com o que manda a lei.
26 Comparativas Introduzem uma ideia de comparação. Esta comparação pode ser de superioridade, igualdade ou inferioridade. As conjunções mais comuns são (DO) QUE, COMO, CONFORME. Ex.: Agi conforme você agiu. -> A conjunção CONFORME estabelece uma comparação de igualdade entre a ação do sujeito da primeira oração (eu) e o sujeito da segunda (você).
27 Ex: João bebe menos do que Maria. -> A conjunção DO QUE indica que João bebe uma quantidade inferior à Maria.
28 Observe as conjunções destacadas nos períodos abaixo: Como choveu muito, as ruas ficaram alagadas. Farei tudo como determina a lei. Nada pesa tanto como um segredo.
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