Frédéric Bastiat. Frédéric Bastiat. 2ª Edição

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1 Frédéric Bastiat

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3 Frédéric Bastiat Frédéric Bastiat 2ª Edição

4 Copyright Instituto Liberal e Instituto Ludwig von Mises Brasil Editado por: Instituto Ludwig von Mises Brasil R. Iguatemi, 448, cj. 405 Itaim Bibi CEP: , São Paulo SP Tel.: contato@mises.org.br Printed in Brazil / Impresso no Brasil ISBN ª Edição Traduzido para a lingual portuguesa por: Ronaldo da Silva Legey Revisão para a nova ortografia: Roberto Fiori Chiocca Imagens da capa: Ludwig von Mises Institute Projeto gráfico e Capa: André Martins Ficha Catalográfica elaborada pelo bibliotecário Sandro Brito CRB Revisor: Pedro Anizio B326f Bastiat, Frédéric Frédéric Bastiat / Frédéric Bastiat São Paulo : Instituto Ludwig von Mises Brasil, p. Tradução de: Ronaldo da Silva Legey 1. Estado 2. Economia 3. Imposto 4. Justiça 5. Direito I. Título. CDU 100

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7 Sumário Frédéric Bastiat Depoimentos O Que se Vê e o Que Não se Vê 1. A vidraça quebrada A dispensa O imposto Teatro, belas artes Obras públicas Os intermediários Restrição As máquinas O crédito A Argélia Poupança e luxo Direito ao trabalho, direito ao lucro O Estado Abundância, Miséria Imensa Descoberta Sofismas Eleitorais Não voto em Fulano de Tal, porque ele não pediu meu voto Voto no Senhor A, porque ele me prestou um serviço Voto no Senhor A, porque ele prestou grandes serviços à nação Os Dois Machados Petição de Jacques Bonhomme, carpinteiro Ao senhor Cunin-Gridaine, ministro do comércio Baratária Dom Quixote a Sancho Resposta de Sancho Petição Petição dos fabricantes de velas, círios, lamparinas, castiçais, postes de luz, espevitadores, apagadores de vela e produtos feitos com sebo, óleo, resina, álcool e tudo o que, de um modo geral, se refere a material de iluminação O Indiscreto 12 de dezembro de de dezembro de

8 Posfácio Textos que não se encontram O crescimento do estado Bastiat e Hayek A ética da liberdade

9 Frédéric Bastiat Economista perspicaz, jornalista ousado, panfletário sutil, enfim, filósofo corajoso, este homem aplicou toda a sua energia o que o esgotou e lhe valeu uma doença implacável procurando fazer compreender o que há de bem fundamentado no conceito liberal. Foi o primeiro a explicitá-lo de modo claro, agradável e quase definitivo. Os políticos franceses apressaram-se, evidentemente, em desacreditar esse autêntico deputado federal, eleito em 1848, liberal solitário, sem dúvida o primeiro e, em todo caso, pioneiro. A sua lembrança foi-se esfumando mais ainda porque homens de negócio pouco escrupulosos, construtivistas, intervencionistas, gente de todos os lados, uniram-se para ocultá-lo. Foi com amargor que BASTIAT viu desmoronar-se a grande esperança que a Revolução de 24 de fevereiro de 1848 deixou por um momento entrever. Ao evocá-la, ele lamentava o fato de não ter ela definido seu objetivo conforme a seguinte noção peremptória: Não esperar senão duas coisas do estado: Liberdade e Segurança, e ter bem claro que não se poderia pedir mais uma terceira coisa, sob o risco de perder as outras duas. Os franceses solicitaram mais que uma terceira coisa. Seduzidos ou confundidos pela vaga de propostas demagógicas da época, penderam rapidamente para a insidiosa deriva, ao mesmo tempo construtivista e protecionista. No calor do engajamento, essa deriva lhes aparecia como inevitável. Mas, em nossos dias, eles partilham com outros povos o desagradável final a que ela conduziu. Sabendo-se com os dias contatos, nosso lúcido pensador apressou- -se em escrever. Sua mensagem é fecunda. Ela é fruto de suas reflexões em sua terra natal (Landes, no extremo sudoeste da França), com o concurso durante uns vinte anos de um grupo de amigos devotados, de opiniões por vezes divergentes, que lhe traziam a controvérsia. Embora inacabada, sua obra é prodigiosa se levarmos em conta o curto lapso de tempo de seus 56 anos.

10 10 Frédéric Bastiat Traduzidos ainda durante sua vida, seus escritos, tiveram sucesso retumbante no estrangeiro, principalmente nos Estados Unidos... que, hoje, fazem os franceses descobri-los 1. Reimprimindo, em 1893, em francês, trechos escolhidos de BAS- TIAT, Florin Aftalion precisa que não se trata somente de reparar uma injustiça, mas, sobretudo, de mostrar que as ideias de um dos mais ferrenhos, defensores do liberalismo conservaram até hoje sua atualidade e sua pertinência. Que o autor se tenha, por vezes, enganado ao se aventurar na teoria pura, que seu estilo pareça bem marcado por sua época e que seu tom traia a ingenuidade de um espírito por demais íntegro, pouco importa. Por ocasião de seu desaparecimento, os amigos reuniram seus escritos em seis e depois em sete volumes. Quando da reedificação de seu monumento, em 1950, algumas personalidades de sua região relembraram sua vida numa placa. Evocaremos então nosso ilustre compatriota, utilizando como fontes sejam as anotações dos primeiros, sejam as observações dos demais. Frédéric BASTIAT nasceu em 30 de junho de 1801, em Bayonne, cidade portuária no oceano Atlântico, perto da fronteira franco- -espanhola. As aventuras econômicas dessa cidade que conserva a lembrança de porto livre outorgado em 1748 e a onda de ouro que disso resultou, enquanto, ao mesmo tempo, sofria um brutal marasmo causado pela Revolução de 89, pela guerra sob Napoleão e pelo bloqueio inglês impressionaram sem dúvida duramente o menino BASTIAT, provocando suas primeiras reflexões. Órfão aos sete anos de idade, BASTIAT é confiado a seu avô, proprietário de terras de Mugron, e à sua tia Justine, que se ocupa de sua educação. Inscrito inicialmente no colégio de Saint-Sever, transfere- -se sem seguida para o de Sorèze, no departamento de Tarn, a 300km de Mugron. Nesse colégio, BASTIAT recebe a base de sua formação. Além das letras (grego, latim, italiano, espanhol e inglês) e da matemática e ciências naturais, com seções de trabalhos práticos bem conduzidos, o aluno tomou gosto pelas ideias gerais, a filosofia e a economia política. Foi também em Sorèze que BASTIAT aprendeu a tocar violoncelo, instrumento que o descansava de seu trabalho intelectual e entrecortava, ao longo de sua vida, suas horas de reflexão. Ao sair de Sorèze, em 1818, aos 17 anos, seu avô decidiu que ele iria para Bayonne, para casa do seu tio, antigo sócio de seu pai, a fim de com ele iniciar sua vida de trabalho no comércio. 1 Cf. depoimentos em seguida a esta introdução, assim como o posfácio de Henri Lepage.

11 Frédéric Bastiat 11 Ao mesmo tempo sonhador lúcido e ávido de conhecimentos, o jovem BASTIAT se dedica à leitura de tudo o que pode, lendo Adam Smith, aos 19 anos, e mergulhando depois em Jean-Baptiste Say. Após seis anos trabalhando no comércio, volta para junto de seu avô, que vem a falecer no ano seguinte, em Ei-lo então, aos 24 anos, herdeiro de uma vasta propriedade, que passa a ter de administrar. Leva para essa propriedade o maior número possível de livros e, acompanhado de seu amigo de infância Félix Coudroy, que se torna seu colaborador e conselheiro, dedica-se à leitura e ao estudo de autores como Smith, Say, Franklin, Ricardo, Destutt de Tracy, Charles Comte, bem como de filósofos, de Jean-Jacques Rousseau e Joseph de Maistre. Essa vida exploratória e meditativa em Mugron valeu-lhe a erudição que, mais tarde, viria a encantar os salões parisienses. Mas BASTIAT também se revela bom administrador de terras, embora fosse acusado de se preocupar mais com suas reflexões do que com seu patrimônio. Assim, busca conhecer melhores meios de cultivar suas terras, valendo-se para tal da orientação de agrônomos de renome. E ia então aumentando esse patrimônio. Esbarrava, contudo, nas desvantagens do sistema de arrendamento e no espírito de rotina dominante à época. Isso, porém, não deixou de se constituir para ele numa experiência altamente gratificante e que os burocratas não conseguem conhecer. Por ironia do destino, BASTIAT torna-se recebedor de impostos, sendo alvo de brincadeiras dos habitantes de Mugron que não entendem como alguém que considera o imposto uma arrecadação desestabilizadora, desordenada, contrária à ordem natural, uma resposta ao que se vê em detrimento do que não se vê, se torne um arrecadador de impostos. Em julho de 1830, quando Paris derrubou o rei Carlos X, BAS- TIAT parte para a guerra, revoltado que está com as restrições reais à liberdade. Lutam em Bayonne e só retorna a casa depois de colocada a salvo a liberdade. Retoma sua pena e escreve sua primeira mensagem pública, um manifesto intitulado Aos eleitores de Landes, no qual mostra e explica a esperança que a troca de regime lhe inspira. Daí por diante, não mais deixará de escrever. É nomeado juiz de paz de seu cantão. Faz justiça meio displicentemente, sentado numa cadeira, com os cotovelos sobre o espaldar, batendo à mesa com um corta papéis e desenhando bonecos à maneira dos estudantes. Pronuncia suas sentenças julgando pelo bom senso e pela equidade, o que é bastante para os litigantes.

12 12 Frédéric Bastiat Em 1832, é eleito para o Conselho Geral do departamento de Landes. Aí batalha por um melhor equacionamento do imposto territorial. Em 1848, é eleito deputado constituinte e, em seguida, é conduzido à Assembleia Legislativa, onde se torna inclassificável, pois se revela republicano demais para os conservadores e conservador demais para os republicanos. BASTIAT consegue isolar-se, graças à independência de seu espírito. Não é necessário, diz ele, olhar com quem, mas por quem se vota. Sim, eu votei com a Esquerda, quando as legítimas reivindicações da classe pobre e o seu sofrimento foram desconhecidos. Sim, votei com a Direita, quando se tratou de resistir aos exageros das falsas ideias populares. Embora não dotado de força oratória, sobe várias vezes à tribuna, sobretudo para defender o direito da associação de patrões e operários, em virtude de uma questão envolvendo a expropriação, e para reiterar sua hostilidade a todo e qualquer monopólio. Escolhido para integrar a Comissão de Finanças da Assembleia, foi eleito seu vice-presidente por oito vezes consecutivas. Mas sua atividade principal à qual se atem com perseverança é escrever. Revoltado contra o protecionismo cego que domina, na França, a política econômica e que resulta num encarecimento excessivo da vida, desproporcional aos salários, e priva a indústria e o comércio da estimulante concorrência estrangeira; entusiasmado com as ideias de Cobdén, Fox, Bright e outros, que na Inglaterra, levam avante o bom combate em prol da livre iniciativa; influenciado ainda pelo apego dos espanhóis à independência individual BASTIAT escreve Influência das tarifas francesas e inglesas no futuros desses dois povos. Aí compara as duas políticas econômicas: a inglesa, que se abre pouco para a liberdade, e a francesa, que afunda um pouco mais no obscurantismo do protecionismo. Tal artigo, encaminhado ao Journal des Economistes, sem qualquer recomendação, é colocado no fundo da gaveta. Um dia, porém, descoberto pelo redator chefe, é publicado e consagra BASTIAT como economista. Logo é convidado a Paris, onde desembarca em Lá conhece Horace Say, presidente da Câmara de Comércio. E começa a publicar sem parar. Em 1845, aparecem os seus primeiros Sofismas. Após nova viagem à Inglaterra, nos brinda com Cobden e a Liga.

13 Frédéric Bastiat 13 Em 1846, funda a primeira associação pró-livre iniciativa na França. Posteriormente, uma outra em Paris. BASTIAT compreende que, num país centralizador como a França, o impulso dessa luta liberal deve partir do centro. Fixa-se então em Paris e inicia grande correspondência e escreve em grande quantidade de jornais e revistas. Em 1847, apesar de doente, percorre a França fazendo conferências e chega mesmo a lecionar economia política. Em 1848, começa uma das lutas mais úteis e mais gloriosas contra Pierre-Joseph Proudhon, o chefe de uma das facções utopistas e autor da frase popular : a propriedade é roubo. Entre novembro de 1849 e março de 1850, Proudhon e BASTIAT trocam correspondência intensa e inúmeras publicações, nas quais, no dizer de Molinari, BASTIAT recolhe um a um os argumentos de Proudhon e os quebra em mil pedaços. Ao final dessa polêmica, BASTIAT sente que sua vida se esvai. Destruído pela tuberculose, ele sabe que o trabalho ao qual se dedicou lhe será mortal e que necessita de repouso para prolongar sua vida. Não consegue, contudo, parar. Publica Harmonias econômicas e, depois, Harmonias sociais, um hino à paz social que ele dirige à juventude e no qual busca refutar a ideia de que o lucro de uns é prejuízo de outros. No outono de 1850, fugindo ao rigor do inverno parisiense que se aproxima, parte para Roma, em busca do céu clemente da Itália. No dia 24 de dezembro de 1850, ao cair da tarde, BASTIAT expira. Dentre seus biógrafos, destaca-se Madame Cheuvreux, que diz ser urgente que BASTIAT volte para explicar como a mecânica liberal é a única a poder acionar convenientemente o mundo. Ele saberia ainda, diz ela, mostrar os planejadores empedernidos, aos tecnocratas, por que parte se deve pegar a máquina econômica, a única que pode dispensar esse social decantado por todos os demagogos. De resto, a virtude de BASTIAT está no fato de que ele não se limita a mostrar: ele demonstra. Demonstra com inesgotável abundância de argumentos, fundamentalmente, trazendo novas luzes sobre as questões da atualidade. Obviamente, ninguém deve pretender resolver os problemas de nosso tempo com preceitos do século passado. O que se precisa

14 14 Frédéric Bastiat observar, porém, é que, ao contrário do que proclamam seus detratores, o caminho liberal não encerra a vida numa coletânea de receitas econômicas. Ele é possível porque está baseado na observação das leis naturais que regulam os processos da vida e, consequentemente, os encadeamentos econômicos e sociais. Tais leis são, evidentemente, as mesmas que regem, em outra escala, o cosmos. Ora, não viria ao espírito de ninguém (salvo ao dos construtivistas arrebatados) querer transgredir essas leis. Elas são imutáveis, mesmo se transformam, a cada segundo e perpetuamente, o mundo. O que BASTIAT põe em evidência é que os comportamentos e os atos humanos no que toca o econômico e o social não escapam a essa regra, contrariamente à versão ingenuamente capciosa de Jean- -Jacques Rousseau. O que ele preconiza está, por conseguinte, em harmonia com as formas que movem o universo. Assim como elas não envelhecerão jamais, o conceito liberal em estado puro será sempre verdadeiro. Eis porque ler BASTIAT é ler a atualidade. Se ele não teve seu lugar nem em seu século e nem no nosso, observemos que aqueles que já possuem um pé no século XXI se apressam em celebrá-lo. Se esse mensageiro clarividente pôde predizer, 15 anos de seu início, a Guerra da Secessão nos Estados Unidos, ou, com uma distância de 150 anos, o impasse atual da França no que concerne a seu organismo de proteção social denominado Previdência Social caro ao coração e ao... bolso dos franceses é porque ele tinha uma visão global e coerente do que é a ciência econômica. Tirava sua presciência da mensuração exata da ética liberal. Em nossos dias, a preocupação urgente de todos deveria ser a de tomar consciência do verdadeiro fundamento e do alcance exato do liberalismo. E é nesse sentido que o Instituto Liberal e o Instituto Ludwig von Mises Brasil vem trabalhando no Brasil. Gilbert FOURNIER Fundador do Cercle Bastiat Echirolles, França

15 Depoimentos Léonard LIGGIO Diretor do Instituto de Estudos Humanos, FAIRFAX (Virgínia) Conferência em Paris, 1982 No fundo, Bastiat é o mais claro dos teóricos em economia. Suas obras foram publicadas em 1945 pela Registred Company que possui jornais em cerca de trinta cidades e, principalmente, a mais importante de suas lojas na Califórnia. Após essa publicação, a Foundation for Economic Education retomou o mesmo trabalho e publicou novos textos de Bastiat. Seu livro A lei conheceu mais de um milhão de exemplares. Jacques GARELLO Economista, professor na Universidade de AIX-MARSELLE O sucesso intelectual que conhece Bastiat nas universidade americanas e nas várias correntes de pesquisa filosófica e econômica se faz acompanhar igualmente de um sucesso do domínio político. Uma das pessoas que participaram ativamente da campanha do presidente Reagan nos dizia, faz pouco tempo, que sua carreira começava de forma bastante curiosa. A General Electric preocupava-se em dar cursos de formação econômica a seus funcionários superiores saudemos, de passagem, a lúcida empresa e os dirigentes dessa firma tinham concebido um programa que exaltava os bons efeitos da liberdade de empreender, da livre troca, da liberdade econômica, que mostrava os maus efeitos da intervenção. Tais programas inspiravam-se muito na obra e no pensamento de Bastiat, pois a publicação de A lei havia saído alguns anos antes. Procurava- -se alguém para ler esse programa e um ator, um pouco idoso, chamado Ronald Reagan, se apresentou. Lendo esses textos, ele absorveu a mensagem e achou que aquele francês tinha muito bom senso. Leu os textos com tanta convicção que, ao final, ultrapassou de muito a expressão simples da mensagem cuja leitura lhe havia sido confiada. Florin AFTALION Economista, professor na ESSEC Meu único desejo é partilhar meu entusiasmo por Frédéric Bastiat, o qual, infelizmente, só pude descobrir, como tantos amigos meus, muito tarde e através dos Estados Unidos. Com efeito, Frédéric Bastiat, que é sem dúvida um dos maiores pensadores do século XIX, é totalmente

16 16 Frédéric Bastiat desconhecido na França, onde não mais foi editado após o final do século XIX. O personagem em si é extraordinário. Raoul AUDION Tradutor de Ludwig von Mises e Friedrich A. Hayek Institut Economique de Paris As grandes inspirações filosóficas que animaram Bastiat parecem ter-se perpetuado e desabrochado sem hiato em um homem: trata-se de Leonard E. Read, criador, em 1946, da Foundation for Economic Education, em Irvington-on-Hudson (perto de Nova Iorque) Eu o vejo ainda, no início dos anos 50, acolhendo-me em seu escritório e, após alguns minutos, me dizendo: Venham ver quem eu encontrei perto de Bordeaux no último mês de julho: fiz dele o padrinho da Fundação... Tratava-se de um pequeno busto de bronze de Frédéric Bastiat, instalado sobre uma mesa console bem em frente a porta de entrada. Alguns meses antes, a Fundação tinha publicado A lei, elegante tradução feita por Dean Russel do panfleto, Propriété et loi, considerado como o mais perfeito que Bastiat escreveu. A publicação alcançou logo um milhão de exemplares e sua difusão continua. Quantos estudantes e jovens professores nossos, acolhidos como eu nessa dependência da F.E.E., ficariam incomodados ao escutar: Ah, vocês são franceses, então conhecem Bastiat...

17 O que se vê e o que não se vê

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19 Na esfera econômica, um ato, um hábito, uma instituição, uma lei não geram somente um efeito, mas uma série de efeitos. Dentre esses, só o primeiro é imediato. Manifesta-se simultaneamente com a sua causa. É visível. Os outros só aparecem depois e não são visíveis. Podemo-nos dar por felizes se conseguirmos prevê-los. Entre um bom e um mau economista existe uma diferença: um se detém no efeito que se vê; o outro leva em conta tanto o efeito que se vê quanto aqueles que se devem prever. E essa diferença é enorme, pois o que acontece quase sempre é que, quando a consequência imediata é favorável, as consequências posteriores são funestas e vice-versa. Daí se conclui que o mau economista, ao perseguir um pequeno benefício no presente, está gerando um grande mal no futuro. Já o verdadeiro bom economista, ao perseguir um grande benefício no futuro, corre o risco de provocar um pequeno mal no presente. De resto, o mesmo acontece no campo da saúde e da moral. Frequentemente, quanto mais doce for o primeiro fruto de um hábito, tanto mais amargos serão os outros. Testemunham isso, por exemplo, o vício, a preguiça, a prodigalidade. Assim, quando um homem é atingido pelo efeito do que se vê e ainda não aprendeu a discernir os efeitos que não se veem, ele se entrega a hábitos maus, não somente por inclinação, mas por uma atitude deliberada. Isso explica a evolução fatalmente dolorosa da humanidade. A humanidade se caracteriza, em seus primórdios, pela presença da ignorância. Logo, está limitada às consequências imediatas de seus primeiros atos, as únicas que, originalmente, consegue enxergar. Só com o passar do tempo é que aprende a levar em conta as outras consequências. Dois mestres bem diferentes lhe ensinam esta lição: a experiência e a previsão. A experiência atua eficazmente, mas de modo brutal. Mostra-nos todos os efeitos de um ato, fazendo-nos senti-los: por nos queimarmos, aprendemos que o fogo queima. Seria bom se nos fosse possível substituir esse rude mestre por um mais delicado: a previdência. Por isso, buscarei a seguir as consequências de alguns fenômenos econômicos, opondo às que são visíveis àquelas que não se veem.

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21 1 A Vidraça Quebrada Será que alguém presenciou o ataque de raiva que acometeu o bom burguês Jacques Bonhomme 2, quando seu terrível filho quebrou uma vidraça? Quem assistiu a esse espetáculo seguramente constatou que todos os presentes, e eram para mais de trinta, foram unânimes em hipotecar solidariedade ao infeliz proprietário da vidraça quebrada: Há males que vêm para o bem. São acidentes desse tipo que ajudam a indústria a progredir. É preciso que todos possam ganhar a vida. O que seria dos vidraceiros, se os vidros nunca se quebrassem? Ora, há nessas fórmulas de condolência toda uma teoria que é importante captar-se flagrante delito, pois é exatamente igual àquela teoria que, infelizmente, rege a maior parte de nossas instituições econômicas. Supondo-se que seja necessário gastar seis francos para reparar os danos feitos, pode-se dizer, com toda justeza, e estou de acordo com isso, que o incidente faz chegar seis francos à indústria de vidros, ocasionando o seu desenvolvimento na proporção de seis francos. O vidraceiro virá, fará o seu serviço, ganhará seis francos, esfregará as mãos de contente e abençoará no fundo de seu coração o garotão levado que quebrou a vidraça. É o que se vê. Mas se, por dedução, chegamos à conclusão, como pode acontecer, de que é bom que se quebrem vidraças, de que isto faz o dinheiro circular, de que daí resulta um efeito propulsor do desenvolvimento da indústria em geral, então eu serei obrigado a exclamar: Alto lá! Essa teoria para naquilo que se vê, mas não leva em consideração aquilo que não se vê. Não se vê que, se o nosso burguês gastou seis francos numa determinada coisa, não vai poder gastá-los noutra! Não se vê que, se ele não tivesse nenhuma vidraça para substituir, ele teria trocado, por exemplo, seus sapatos velhos ou posto um livro a mais em sua biblioteca. Enfim, ele teria aplicado seus seis francos em alguma outra coisa que, agora, não poderá mais comprar. Façamos, pois, as contas da indústria em geral. 2 N. do T.- Jacques Bonhomme, em francês, nome usado como João da Silva em português, representa o homem comum do povo, probo, responsável.

22 22 Frédéric Bastiat Tendo sido quebrada a vidraça, a fabricação de vidros foi estimulada em seis francos; é o que se vê. Se a vidraça não tivesse sido quebrada, a fabricação de sapatos (ou de qualquer outra coisa) teria sido estimulada na proporção de seis francos; é o que não se vê. E se levássemos em consideração o que não se vê por ser um fato negativo, como também o que se vê, por ser um fato positivo, compreenderíamos que não há nenhum interesse para a indústria em geral, ou para o conjunto do trabalho nacional, o fato de vidraças serem quebradas ou não. Façamos agora as contas de Jacques Bonhomme Na primeira hipótese, a da vidraça quebrada, ele gasta seis francos e tem, nada mais nada menos que antes o prazer de possuir uma vidraça. Na segunda hipótese, aquela na qual o incidente não ocorreu, ele teria gastado seis francos em sapatos e teria tido ao mesmo tempo o prazer de possuir um par de sapatos e também uma vidraça. Ora, como Jacques Bonhomme faz parte da sociedade, deve-se concluir que, considerada no seu conjunto, e fazendo-se o balanço de seus trabalhos e de seus prazeres, a sociedade perdeu o valor relativo à vidraça quebrada. Daí, generalizando-se, chega-se a esta conclusão inesperada: A sociedade perde o valor dos objetos inutilmente destruídos e se chega também a este aforismo que vai arrepiar os cabelos dos protecionistas: Quebrar, estragar, dissipar não é estimular o trabalho nacional, ou mais sucintamente: Destruição não é lucro. Que dirão vocês, pessoal do Moniteur Industrieil 3? E vocês, adeptos deste bom Senhor Saint-Chamans 4, que calculou com tanta precisão o que a indústria ganharia com o incêndio de Paris, levando em conta as casas que seria necessário reconstruir? Lamento ter que desmoralizar esses cálculos engenhosos, tanto mais porque estão influenciando o espírito de nossos legisladores. E 3 N. do T.- Jornal da Comissão de Defesa da Indústria Doméstica, organização protecionista da época. 4 N. do T.- Auguste, visconde de Saint - Chamans ( ), deputado e conselheiro de estado na época da Restauração, protecionista e partidário da balança comercial. O fato citado por Bastiat tem origem no conto publicado por Saint-Chamans intitulado Novo tratado sobre a riqueza das nações, de Este trabalho foi posteriormente incorporado (1852) ao seu Tratado de economia política.

23 O que se vê e o que não se vê 23 insisto para que tais cálculos sejam considerados levando-se em conta o que não se vê e o que se vê. É preciso que o leitor aprenda a constatar que não há somente dois, mas três personagens no pequeno drama que acabei de apresentar. Um deles, Jacques Bonhomme, representa o consumidor reduzido a ter, por causa da destruição, um só prazer em vez de dois. O outro, sob a figura do vidraceiro, nos mostra o produtor para quem o incidente estimula a indústria. O terceiro é o sapateiro (ou outro industrial qualquer) cujo trabalho é desestimulado também pelas mesmas razões. É esse terceiro personagem que sempre se mantém na penumbra e que, personificando aquilo que não se vê, é peça fundamental do problema. É ele que nos faz compreender o quanto é absurdo afirmar- -se que existe lucro na destruição. É ele que logo nos ensinará que não é menos absurdo procurar-se lucro numa restrição, já que esta é também, no final das contas, uma destruição parcial. Por isso, indo-se à raiz de todos esses argumentos favoráveis às medidas restricionistas, não se encontrará outra coisa senão a paráfrase deste velho dito popular: O que seria dos vidraceiros, se os vidros nunca se quebrassem?.

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25 2 A Dispensa O mesmo que acontece a um povo acontece a um homem. Quando ele deseja obter alguma satisfação, cabe-lhe, antes de mais nada, verificar quanto ela vai lhe custar. Para uma nação, a segurança é um dos bens maiores. Se, para alcançá-la, for preciso arregimentar 100 mil homens e gastar 100 milhões de francos, não tenho nada a dizer. É um prazer obtido ao preço de um sacrifício. Que ninguém se engane quanto ao alcance de minha tese. Um parlamentar propõe a dispensa de 100 mil homens para aliviar o bolso dos contribuintes em 100 milhões de francos. Imaginemos que nos limitássemos a contra-argumentar: Esses 100 mil homens e esses 100 milhões são indispensáveis à segurança nacional! É um sacrifício, mas, sem este sacrifício, a França seria dilacerada internamente pelas várias facções políticas ou invadida pelo estrangeiro. Não tenho nada a opor a este argumento, que pode ser falso ou verdadeiro, mas que não contém em si nenhuma heresia econômica. A heresia começa quando se quer apresentar o sacrifício como sendo uma vantagem, já que ele traz proveito para alguém. Ora, ou eu estou enganado, ou o autor da proposta, logo que descer da tribuna, será substituído por um novo orador que se precipitará em dizer: Dispensar 100 mil homens! Já pensaram nisso? Que vai ser deles? De que vão viver? Será de trabalho? Mas vocês não sabem que está faltando trabalho por toda parte, que todas as profissões e carreiras estão saturadas? Vocês desejam colocá-los na rua para aumentar a concorrência e fazer isso pesar sobre o valor dos salários? No momento em que é tão difícil ganhar a vida, não é bom que o estado dê pão a 100 mil indivíduos? Considerem, além disso, que o exército consome vinho, roupas, armas; que, desta forma, expande a atividade nas fábricas, nas usinas, nas cidades onde há guarnições; que é, em ultima análise, a salvação de seus inumeráveis fornecedores. Vocês não tremem diante da ideia de acabar com este imenso movimento industrial? Esse discurso, vê-se logo, defende a manutenção dos 100 mil soldados, não pelas necessidades do serviço militar, mas por considerações de ordem econômica. São essas considerações que eu desejo refutar.

26 26 Frédéric Bastiat 100 mil homens, custando aos contribuintes 100 milhões, vivem e fazem viver seus fornecedores tanto quanto for possível viver com 100 milhões de francos: é o que se vê. Mas 100 milhões saídos do bolso dos contribuintes tiram a possibilidade de esses contribuintes, assim como seus fornecedores, ganharem a vida, na medida do valor desses 100 milhões: é o que não se vê. Façam cálculos! Façam contas! E digam-me: onde está o proveito para a massa? De minha parte, digo-lhes onde está a perda. E, para simplificar, em lugar de falar de 100 milhões e de 100 mil homens, raciocinemos tomando como base um homem e mil francos. Ei-nos na cidadezinha de A. Os recrutadores fazem uma visita e escolhem um homem. O pessoal das finanças faz sua visita e recolhe mil francos. O homem e os mil francos são transportados para Metz, onde a soma do dinheiro permite ao homem viver durante um ano, sem produzir nada. Se você só pensar em Metz, aí você tem razão, a medida é bastante vantajosa. Mas se seus olhos se voltam para a cidadezinha de A, você pensara diferentemente, pois, a não ser que seja cego, poderá verificar que essa aldeia perdeu um trabalhador e mil francos, os quais remunerariam seu trabalho e a atividade que, ao gasto de 100 mil francos, ele expandiria à sua volta. À primeira vista, parece haver compensação. O fenômeno que se passaria na cidadezinha se passa também em Metz. Eis a questão! E veja onde está a perda: na aldeia, um homem trabalhava na lavoura e produzia: era um trabalhador; em Metz, ele faz direitas e esquerdas volver : é um soldado. O dinheiro que circula é o mesmo nos dois casos, mas, no primeiro, havia trezentos dias de trabalho produtivo, no outro, há trezentos dias de trabalho improdutivo, sempre na suposição de que uma parte do exército não é indispensável à segurança pública. Agora, admitamos a dispensa. Você vai me dizer que haverá um aumento de 100 mil trabalhadores, que a concorrência será estimulada e que a pressão que ela exercerá sobre o índice dos salários será muito grande. É o que você vê. Mas eis o que você não vê. Você não vê que dar baixa a 100 mil soldados não é eliminar 100 milhões de francos, mas devolvê-los aos contribuintes. Você não vê que lançar assim 100 mil trabalhadores no mercado é injetar nesse mercado 100 milhões de francos destinados a pagar o trabalho desse pessoal. Não vê, por conseguinte, que a mesma medida que aumenta a oferta de braços logicamente aumenta também

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