Retificação de Declaração de Importação Desembaraçada por meio de Declaração Retificadora
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- Victor Fragoso Canto
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1 Retificação de Declaração de Importação Desembaraçada por meio de Declaração Retificadora 1. Sumário Este estudo visa a propor e justificar a alteração do procedimento atualmente vigente para retificação de declarações de importação (DI) desembaraçadas, parametrizadas em canal verde de conferência aduaneira, objetivando a maior autonomia no trabalho do Auditor-Fiscal e a adequação do volume de trabalho à capacidade de fiscalização da unidade aduaneira onde se processou o despacho de importação. 2. Introdução Atualmente, o procedimento de retificação de declarações de importação, após o desembaraço, qualquer que tenha sido o canal de conferência aduaneira, processa-se através de solicitação do importador, mediante formalização de processo administrativo fiscal instruído com provas de suas alegações e preenchimento de formulário informando os campos da DI a serem alterados, no formato "De" - "Para". O Auditor-Fiscal responsável pelo processo, após análise da documentação apresentada, fará a retificação manual da declaração de importação, campo a campo. Ou seja, atualmente a Receita Federal do Brasil (RFB) está desenvolvendo atividades que são, em sua essência, responsabilidade de importador. 1
2 Através deste trabalho, propõe-se que o procedimento de análise, seleção pela unidade aduaneira e retificação de declarações de importação parametrizadas em canal verde siga sistemática semelhante à apresentada atualmente para a declaração de imposto de renda pessoa física, ou seja, através de declaração retificadora. 3. Do Impacto da Quantidade de DIs Um dos grandes problemas do procedimento atualmente implantado refere-se ao grande número de Auditores-Fiscais alocados na atividade de retificação de DIs nas unidades aduaneiras e mais relevante é a dificuldade de dimensionamento da equipe, tendo em vista ser inconstante o volume de processos de retificação de declarações de importação e mais especificamente o número de declarações anexadas em cada processo. A legislação que define a unidade da RFB onde deve se processar a análise do pedido de retificação, diante da qualidade do importador e quantidade de declarações por processo, é tratada pela COANA por meio do ato declaratório executivo ADE COANA nº 19, de 24 de dezembro de 2008, alterado pelos ADEs nº18 de 2009 e nº 24 de Inicialmente, todos os pedidos de retificações protocolados por pessoa jurídica em processo de habilitação ou já habilitadas ao Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul) e os pedidos que englobem mais de 100 (cem) declarações deveriam ser analisados e retificados pelas unidades da RFB com jurisdição para fins de fiscalização de tributos incidentes no comércio exterior, sobre o domicílio da matriz da pessoa jurídica. Posteriormente, esta regra foi alterada para que fosse reunido no mínimo 50 (cinqüenta) declarações de importação (em se tratando de pessoa jurídica em processo de habilitação ou já habilitadas ao Despacho Aduaneiro Expresso - Linha Azul) e, para os demais casos, o mínimo de 100 (cem) DIs. Este fato demonstra o impacto que estes processos podem causar nas x-dad onde são analisados. 2
3 3. Do Lançamento por Homologação Sendo os tributos constantes na declaração de importação lançados por homologação, tal qual o imposto de renda pessoa física, o importador terá o prazo de 5 anos para alterá-la por meio de nova declaração, porém chamada de declaração retificadora. Assim, o importador fica sujeito a fiscalizações em zona secundária, inclusive sobre o objeto que ensejou a retificação. Da forma como está ocorrendo atualmente, as solicitações de retificação por declaração de importação ou grupo de DIs, podendo ser analisadas por diferentes Auditores-Fiscais, inclusive em diferentes unidades aduaneiras, podem acarretar diferentes interpretações da legislação. Tal fato se mostra improdutivo para a RFB a longo prazo, pois podem prejudicar fiscalizações futuras, eis que uma eventual divergência de interpretação pode dar subsídio ao importador nas impugnações a autos de infração. 4. Da Seleção pelas Unidades Aduaneiras A fim de verificar e controlar as retificações que serão feitas pelos importadores, a unidade aduaneira responsável aplicará a sistemática de análise de risco e consequente seleção e intimação dos importadores para que apresentem os documentos e provas que suportam a retificação efetuada. Pode-se estabelecer um quantitativo mínimo e máximo de seleção por unidade aduaneira, adequando-se o volume de trabalho ao número de Auditores-Fiscais lotados nesta atividade. 3
4 5. Da Retificação e Subseqüente Restituição de Tributos Para os casos em que a retificação da DI resulte em restituição de tributos, o processo devidamente formalizado e instruído poderá ser encaminhado diretamente às X-ORTs e X-CATs para análise imediata do pleito, ou seja, sem a necessidade de encaminhar o processo às X-DADs para retificação da DI. Em uma etapa posterior, poder-se-ia progredir para o encaminhamento do pedido de restituição de tributos relacionados ao comércio exterior, decorrentes de retificação ou de cancelamento de DI, de forma eletrônica, por meio de PER/DCOMP, sujeito a homologação, da mesma forma operada para os tributos internos. 6. Conclusão Diante do exposto acima, verifica-se que há necessidade de modificação do procedimento de retificação de DIs já desembaraçadas. São diversos os motivos, tais como o dimensionamento do volume de trabalho, a autonomia na seleção do trabalho de fiscalização pela RFB, a criação de jurisprudência no momento das retificações por parte da RFB. Em um cenário onde a eficiência e eficácia do trabalho de fiscalização é demandada pela sociedade, não há espaço para que o Auditor-Fiscal continue a efetuar atividades de digitação e alteração manual de declarações de importação. 4
5 7. Legislação IN RFB 680/2006 Arts. 45 e 46 Lei nº 5.172/66 CTN Art. 150 ADEs Coana nº 19/2008, nº 18/2009 e nº 24/2012 Autoria Juliana Christina Simas de Macedo DS Paranaguá Silvana de Freitas Martins Ferreira DS Paranaguá 5
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