Monitoramento da Resistência de Ramularia areola a Fungicidas. Fabiano J. Perina Jackson A. Tavares Júlio C. Bogiani Nelson D.

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1 Monitoramento da Resistência de Ramularia areola a Fungicidas Fabiano J. Perina Jackson A. Tavares Júlio C. Bogiani Nelson D. Suassuna

2 Safras 13/14 e 14/15 Levantamentos Controle de Ramulária - Severidade média da Ramulária: 3,4 - Alta - N o de aplicações: Méd: 9 ; Mín: 7 ; Máx: 15 - Fungicidas mais utilizados: Maioria: Sistêmicos; Minoria: Multissítios >> Sobrevivência e Reprodução >> Dispersão Longas distâncias >> Curto período geração/ciclo algodão >> Variabilidade (Reprodução Sexuada) Qual a Razão do Baixo Controle? Seleção de Fungos resistentes? Ineficácia?

3 1 - Informações Básicas o o De contato/multissítios Sistêmicos/Sítio-específicos 2 - Resistência de Fungos à Fungicidas 3 - Experimento o o Resultados Conclusões

4 I. Fungicidas de Contato/Multissítios Formam uma camada superficial protetora, antes da deposição do inóculo. (Protegem a planta contra a infecção) Modo de ação: Inibem muitos processos enzimáticos. Fonte: Silveira, 2003 Atuam em qualquer parte da célula onde haja atividade metabólica (Multissítios). Ex: Ditiocarbamatos (Mancozeb, Maneb, Zineb, Thiran); Aromáticos: Chlorothalonil; Organoestânico: Hirodx. Fentina.

5 II. Sistêmicos Sítio-especificos Capazes de interferir na penetração e reduzir a infecção, no interior do tecido da planta. Agem curativamente. Fonte: Vinecare Possuem translocação: Via xilema Ascendente - Acropetal Ex: Triazóis, Benzimidazóis, Carboxamidas Sítio-específicos- Mesostêmicos Ação translaminar Penetra nas camadas de cera Pequenas quantidades penetram no tecido Ex: Estrobilurinas

6 Modo Ação (Sistêmicos/Sítio-específicos) Atuam em poucos processos metabólicos vitais ao fungo. Benzimidazóis (MBC) - Thiabendazole,Carbendazim, Tiofanato Metilico. Estrobilurinas (QoI) - azoxystrobin, kresoxim-metyl, pyraclostrobin, trifloxystrobin,... Carboxamidas (SDHI) - Benzovindiflupyr Fluxapiroxade Fenilamidas Metalaxil, Furalaxyl, Benalaxyl, Triazóis - difenoconazole, triadimenol, epoxiconazole... Fonte: Latin R, 2011 RISCO de Resistência de Fungos ao Fungicida (i.a) FRAC: Benzimidazóis e Estrobilurinas - Alto Risco R Carboxamidas - Médio a Alto risco de R Triazóis Médio Risco de R ex: Ferrugem asiática Já sinalizada!

7 Contribuição Sistêmicos: Redução de Dose Doses (g. i.a./ha) , ,5 414,5 185, Décadas Fonte: ANDEF, 2004

8 Ônus: Casos de Resistência Casos de R Ano Multissítios Sítio-específicos CONTATO SISTÊMICOS/CURATIVOS Adaptado de: Delp CJ,1980 & FRAC, 2010

9 O que é a Resistência? Alteração herdável e estável de um fungo em resposta à aplicação de um fungicida, resultando na redução de sensibilidade ao produto. Como ocorre? Quando a dose registrada = Indivíduos c/ < sensibilidade já existem ou surgem (mutação ou outros mecanismos) s R Seleciona os R e eliminando os Sensíveis Aplicações sucessivas: Intensa Pressão de Seleção R R R R R predominam: Falhas de Controle

10 EXPERIMENTO - Avaliar a eficiência de fungicidas no controle da ramulária. - Acompanhar e investigar indícios de resistência do fungo R. areola aos fungicidas empregados regionalmente. Tratamentos Ingrediente ativo Dose (g i.a ha -1 ) Adjuvante (L ha -1 ) Dose (L ou kg p.c ha -1 ) Grupo Químico T1 testemunha T2 azoxistrobina + difenoconazol ,6 0,4 estrobilurina + triazol T3 azoxistrobina + estrobilurina + benzovindiflupyr ,6 0,3 carboxamida T4 azoxistrobina 75 0,6 0,3 estrobilurina T5 epoxiconazol + piraclostrobina ,5 0,5 0,5 triazol + estrobilurina T6 piraclostrobina + estrobilurina + fluxapiroxade ,5 0,3 carboxamida T7 trifloxistrobina + estrobilurina + protioconazol ,5 0,4 triazolinthione T8 hidróxido de fentina ,7 organoestânico T9 Mancozebe ,5 ditiocarbamato T10 difenoconazol 75 0,6 0,3 triazol T11 chlorothalonil isoftalonitrila

11 5 aplicações isoladas cada Fungicida Início: após o estabelecimento da doença DBC 4 repetições; 8 avaliações Severidade da Ramulária

12 Severidade Ramulária (%) Resultados 50,00 c 40,00 30,00 b b b a a a a a a a 20,00 10,00 0,00

13 Resultados Tabela 2. Porcentagem de controle em relação à testemunha sem fungicida e produtividade. Tratamentos Ingrediente ativo Severidade (%) Controle (%) T1 testemunha 44,64 c --- T2 azoxistrobina + difenoconazol 21,12 a 52,70 T3 azoxistrobina + benzovindiflupyr 22,50 a 49,60 T4 azoxistrobina 28,22 b 36,79 T5 T6 epoxiconazol + piraclostrobina 22,21 a 50,25 piraclostrobina + fluxapiroxade 21,33 a 52,23 T7 trifloxistrobina + protioconazol 22,51 a 49,58 T8 hidróxido de fentina 20,56 a 53,95 T9 mancozebe 29,38 b 34,20 T10 difenoconazol 21,39 a 52,08 T11 chlorothalonil 29,18 b 34,63 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). - Produtividade média: não diferiram estatisticamente entre-si.

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15 Razões Ineficiência em Fungicidas Erro na diagnose Identificação errônea ou tardia da doença. Alto potencial de inóculo. Ambiente extremamente favorável. Alta capacidade de dispersão e sobrevivência. Falta de conhecimento em Tecnologia de Aplicação. Somente após a comprovação desses Fatores Realização de Testes de Sensibilidade em Laboratório Pode-se afirmar que trata-se de um caso de Resistência de um patógeno a determinado Fungicida

16 Manejo da Doença e da Resistência Identificação precoce e correta. Rotação de culturas. Evitar plantios adensados. Vazio Sanitário completo. Treinamento e Reciclagem em TA Evitar aplicação de F. específicos em formulação simples; Aplicar mistura pré-fabricadas de F. específicos alternadas com F. multissítios (Contato); Usar a dose recomendada (não sub-dose nem superdose); Utilizar Cultivares Resistentes.

17 Outras doenças surgem constantemente... Devido à Pressão de seleção, já co-evoluiram com a aplicação de fungicidas

18 CONCLUSÃO É imprescindível a realização de um trabalho de monitoramento da resistência de R. areola aos fungicidas; Incluindo: Acompanhamento contínuo (médio a longo prazo); Maior n o Fungicidas específicos testados isoladamente; Testes de Laboratório com isolados do fungo representativos das principais regiões do Oeste da Bahia.

19 Obrigado! Ótima safra a todos. fabiano.perina@embrapa.br