Caracterização sumária das parcelas onde foram efectuados ensaios no âmbito do projecto AGRO Colheita mecânica de pinha (Pinus pinea L.
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- Thalita Vasques Lopes
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1 Caracterização sumária das parcelas onde foram efectuados ensaios no âmbito do projecto AGRO - Colheita mecânica de pinha (Pinus pinea L.) 1. Objectivos A caracterização da estrutura dos povoamentos de pinheiro manso, que se apresenta, visa o estudo da sua influência na mecanização de colheita de pinha, tendo sido realizada no âmbito do projecto AGRO. Pretendeu-se que os povoamentos seleccionados fossem representativos da variabilidade individual das árvores e do povoamento em si. 2. Material e métodos Foram instaladas quatro parcelas, em quatro locais distintos, seleccionados de forma a serem representativos dos diferentes tipos de povoamentos existentes na principal região produtora de pinheiro manso (Pinus pinea L.). Os locais 1 (Pai Sobrado), 2 (Mata de Valverde) e 3 (Monte Novo) estão situados no concelho de Alcácer do Sal e o local 4 (Quinta de Sousa) no concelho de Vendas Novas. Nas parcelas seleccionadas foram identificadas todas as árvores, numeradas e determinadas as suas posições relativas, pela medição das coordenadas polares. Posteriormente, com recurso a um receptor de GPS, foram determinadas as coordenadas geográficas de um dos cantos da parcela, o que permitiu a georreferênciação de todas as árvores. Em todas as árvores foram medidos os seguintes parâmetros dendrométricos: perímetro à altura do peito (1,m) PAP; altura total - h; altura da base da copa hcp; altura do fuste hft; quatro raios de copa (Norte, Sul, Este, Oeste) - r i. Para a caracterização da estrutura dos povoamentos, analisaram-se algumas medidas de densidade como área basal por hectare (G), número de árvores por hectare (N) e grau de coberto (GC). Foram construídas cartas de povoamento e cartas de copas. As primeiras permitem visualizar toda a parcela no plano, a partir da localização das árvores num sistema de eixos coordenados, enquanto que as segundas representam, no plano, a projecção horizontal das copas aproximando-as a uma figura geométrica, a partir do valor médio dos quatro raios de copa medidos. Consideraram-se as copas como sendo circulares.
2 2 Foram construídos os histogramas de distribuição de diâmetros e das alturas para cada parcela, e calculado o diâmetro dominante (ddom, definido pela média aritmética de % das árvores mais grossas em cada parcela) e o diâmetro quadrático médio (dg, diâmetro correspondente à árvore de área basal média, sendo esta definida como a média aritmética das áreas basais das árvores existentes na parcela). 3. Resultados 3.1. Parâmetros de densidade Da análise do quadro 1 pode verificar-se, relativamente ao número de árvores por hectare (N), que as parcelas 1 e 3 são semelhantes, com 1 e 3 árvores por hectare respectivamente, e que os valores extremos se verificaram nas parcelas 4 (79 árv/ha) e 2 (7 árv/ha). É de referir que os povoamentos 2 e 4 são completamente distintos, sendo o primeiro conduzido para a produção de lenho, enquanto o segundo é conduzido para a produção de fruto, sendo a pastagem do sub coberto pastoreada por bovinos. Esta tendência pode ser observada nos restantes parâmetros de densidade calculados (área basal - G e grau de coberto GC) em que as parcelas 1 e 3 são semelhantes e as parcelas 4 e 2 apresentam os valores menores e maiores, respectivamente, função das opções de gestão dos povoamentos em termos de estrutura e produção. Quadro 1 - Parâmetros de densidade Parcelas N G (m 2 ) GC (%) ,4 61, ,1 79,73 3 3, 63, ,7, 3.2. Cartas de povoamento e cartas de copas Com vista à análise de estrutura dos povoamentos efectuaram-se as cartas de povoamentos (figura 1) e as cartas de copas (figura 2). Da análise das cartas de povoamentos observa-se que a parcela 4 é a que a apresenta uma distribuição mais uniforme das árvores.
3 Sob reiro Parcela 1 Pai Sobrado Parcela 2 Mata de Valverde Sob reiro 1 Parcela 3 Monte Novo Sob reiro Parcela 4 Quinta de Sousa Figura 1 Cartas de povoamento das parcelas de estudo No que diz respeito às cartas de copas observa-se que é na parcela 2 que estas se apresentam mais sobrepostas, o que seria de esperar uma vez é a que tem uma maior densidade de árvores por hectare (N), área basal (G) e uma maior percentagem de coberto (GC). Seguem-se as parcelas 1 e 3 sendo que, na primeira, se pode verificar a existência de algumas clareiras, e por fim, a parcela 4 na qual quase não se verifica sobreposição das copas das árvores.
4 4 Sobreiro Parcela 1 Pai Sobrado Parcela 2 Mata de Valverde Sobreiro Sobreiro Parcela 3 Monte Novo Parcela 4 Quinta de Sousa Figura 2 Cartas de copas das parcelas de estudo 3.3. Distribuição de diâmetros Para a análise da distribuição de diâmetros, efectuaram-se histogramas para as quatro parcelas em estudo. Da observação dos histogramas pode verificar-se que as distribuições de diâmetros se aproximam de uma distribuição normal de Gauss para as parcelas 1, 2 e 3, podendo dizer-se que se trata de povoamentos regulares. Quanto à parcela 4 a sua distribuição
5 de diâmetros afasta-se da normal, pelo que se pode considerar que estamos em presença de um povoamento irregular (figura 3) > >7 Parcela 1 Pai Sobrado Parcela 2 Mata de Valverde > >7 Parcela 3 Monte Novo Parcela 4 Quinta de Sousa Figura 3 Distribuição de diâmetros As classes onde se observa uma maior frequência de árvores são as classes entre os e 4 cm em todas as parcelas. No quadro 2 apresentam-se os resultados obtidos para o diâmetro médio quadrático (dg) e diâmetro dominante (ddom). Pode verificar-se que na parcela 4 se observam as árvores de maiores dimensões (maior dg), sendo as parcelas 1 e 2 muito semelhantes entre si. De facto, pela observação das distribuições de diâmetro verifica-se uma certa uniformidade, originando valores de dg semelhantes. Os menores valores de dg são observados na parcela 3. Ao analisar a distribuição de diâmetros pode verificar-se que existe um número relativamente elevado de indivíduos nas menores classes de diâmetro, originando um menor valor de dg. Por oposição, na parcela 4, a frequência dos indivíduos nas maiores classes de diâmetro é relativamente elevada, reflectindo-se no valor de dg mais elevado.
6 6 Relativamente ao diâmetro dominante, verifica-se a existência de um andar dominante, especialmente marcado nas parcelas 3 e 4. Quadro 2 Diâmetro médio quadrático e diâmetro dominante Parcelas dg (cm) ddom (cm) 1 36, 4,3 2 36,4 4,6 3 3,4 2, 4 37,3 3, 4. Conclusões A análise de estrutura destaca as diferenças entre os diferentes povoamentos seleccionados, apresentando a Mata de Valverde uma estrutura característica de produção de lenho e as restantes mais consentâneas com a produção de fruto.
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