PARECER. 2.1 O registo veio a ser recusado com base nos seguintes motivos:

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "PARECER. 2.1 O registo veio a ser recusado com base nos seguintes motivos:"

Transcrição

1 P.º n.º R.P. 129/2010 SJC-CT Aquisição. Justificação notarial. Notificação edital do titular inscrito ou dos seus herdeiros, sendo o caso. Utilização indevida desta modalidade de notificação. Consequência. PARECER 1 Em de de, a coberto da ap., foi pedido via online um registo de aquisição referente ao prédio descrito sob o n.º, na Conservatória do Registo Predial de, a favor de... e, com base em escritura pública de justificação com invocação da usucapião. 1.1 O pedido de registo foi apresentado na Conservatória do Registo Predial de... tendo merecido a qualificação de provisório por dúvidas em virtude de o prédio se encontrar inscrito, desde de... de, a favor de..., no estado de viúvo. A esposa deste faleceu em... de... de e da relação de bens apresentada na Repartição de Finanças fez parte o aludido imóvel, pelo que se questiona se o bem tinha sido doado em às justificantes qual a razão da sua inclusão na referida relação. Por outro lado, chama-se ainda a atenção para o facto de constar do registo que o titular inscrito reside no prédio objecto da justificação. Considerando as dúvidas existentes quanto aos pressupostos da escritura de justificação o registo não pode ser efectuado definitivamente. Invoca, de direito, os artigos 68.º, 70.º, 91.º, n.º 1, 93.º, n.º 1, alíneas d) e e), do Código do Registo Predial e os artigos 89.º, n.ºs 1 e 2, e 90.º, ambos do Código do Notariado. 2 Com o intuito de remover as dúvidas aduzidas foi apresentado o pedido de conversão do aludido registo na conservatória ora recorrida (ap. n.º, de de de ), constando da requisição a declaração de que não obstante o prédio em causa fosse residência do de cujus as justificantes sempre lá viveram, sendo familiares da mulher deste. Por não existir título, e muito embora fossem as justificantes a pagar os impostos e outras despesas inerentes ao imóvel, o bem foi incluído na relação dos bens da herança aberta por óbito da sua tia uma vez que o de cujus pretendeu efectuar a legalização do imóvel para proceder à escritura de doação a favor das ora justificantes só que, em... de... de, faleceu subitamente. 2.1 O registo veio a ser recusado com base nos seguintes motivos: 1

2 As justificantes limitam-se a explicar, em declarações complementares, a razão de ter sido feito o registo a favor do de cujus. Ora tais declarações deveriam constar expressamente da escritura de justificação e ser confirmadas pelas testemunhas no título. Mas, ainda assim, tal não seria o suficiente para a conversão do registo em causa uma vez que a usucapião invocada na escritura não se destina a fazer qualquer reatamento ou estabelecimento de novo trato além de contender com um registo definitivo recente efectuado com base numa transmissão operada por morte. Alegar-se que o de cujus se preparava para efectuar a escritura de doação não releva juridicamente, devendo o registo a favor do Fernando ser impugnado judicialmente visto que só após a procedência da respectiva acção se poderá registar outro direito com aquele incompatível. 3 Como não viram satisfeita a sua pretensão e não se conformando com o entendimento expendido pela Senhora Conservadora, as interessadas vêm agora deduzir o presente recurso hierárquico com os fundamentos que aqui damos por integralmente reproduzidos, e dos quais destacamos, em síntese, os seguintes: 3.1 Na escritura de justificação notarial subjacente ao peticionado registo foram observados todos os preceitos legais aplicáveis ao caso, quer os consagrados no Código Civil quer os consagrados no Código do Notariado, bem como os ínsitos no Código do Registo Predial. 3.2 Da referida escritura consta, além da imprescindível notificação dos titulares inscritos, que no ano de o referido e sua mulher... doaram verbalmente o imóvel entretanto descrito na Conservatória do Registo Predial de sob o n.º às justificantes, as quais passaram, desde logo, a tratar o imóvel como seu, utilizando e usufruindo de todas as potencialidades do mesmo. 3.3 A posse assim adquirida tem sido mantida, desde então, sem a oposição de quem quer que seja e com conhecimento de todos, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, pagando os impostos e taxas relativas ao mesmo imóvel. 3.4 Ora, tendo uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, que dura há mais de vinte anos, justificam a aquisição do imóvel por usucapião, por não terem documento algum que lhes permita a prova do seu direito de propriedade. 2

3 3.5 Suscitam ainda duas questões de índole formal atinentes aos despachos de qualificação que sucessivamente recaíram sobre o pedido de registo de aquisição, que foi inicialmente qualificado como provisório por dúvidas, e o de conversão, que foi recusado No que respeita ao despacho de provisoriedade por dúvidas (que, aliás, não impugnaram tempestivamente), salientam que o despacho peca por falta de fundamento legal, devendo os motivos ser especificados com indicação das disposições legais em que assentam, não bastando uma mera referência à circunstância de os títulos suscitarem dúvidas. As dúvidas, sublinham, têm de ser da lei não do conservador Relativamente ao despacho de recusa acrescentam que os motivos das dúvidas foram ampliados, sem concretizar em que consiste tal ampliação, e que tal não é lícito. Citam, em abono da sua tese, diversos pareceres proferidos pelo Conselho Técnico deste Instituto. 3.6 Por fim, pedem que seja revogada a decisão recorrida e ordenada a elaboração do registo peticionado a favor das recorrentes nos termos requeridos. 4 A Senhora Conservadora exarou despacho de sustentação da decisão de qualificação que recaiu sobre o pedido o qual radica na fundamentação que aqui se dá por integralmente reproduzida, e da qual extraímos, resumidamente, os seguintes argumentos: 4.1 Relativamente à pretensa ampliação dos motivos de dúvidas começa por esclarecer que apenas procedeu ao desenvolvimento e à concretização das dúvidas aduzidas no anterior despacho por lhe ter parecido que a relevância jurídica do mesmo não foi perfeitamente apreendida pelas ora recorrentes atenta a forma como foi peticionada a remoção das dúvidas. 4.2 Quanto à questão substantiva sublinha que não se verificam os pressupostos previstos nos artigos 89.º e segs. do Código do Notariado para a celebração de uma escritura de justificação para estabelecimento ou reatamento do trato sucessivo. A existência de registo de aquisição em vigor não é impeditivo da aludida justificação só que quando não ocorra a intervenção desse titular é necessário que se proceda à sua notificação ou à dos seus herdeiros se aquele já tiver falecido artigo 99.º do CN. 3

4 Do registo deriva uma presunção elidível mediante prova em contrário. A escritura de justificação, pelo simples facto de não ter sido impugnada, não é suficiente para contrariar tal presunção. Além do mais não se pretendeu reatar o trato sucessivo em relação ao titular inscrito nem estabelecer um novo trato, sendo a posse invocada conflituante com o registo de aquisição em vigor já que se reporta ao mesmo período temporal e o registo vigente foi pedido pelo alegado doador por óbito da esposa pretensa doadora, sendo que a morada daquele, tanto no momento do pedido do registo como na do seu óbito, corresponde à da situação do prédio justificado. 5 Relatada a matéria de facto pertinente bem como a relação dialéctica das posições em confronto e revelando-se apropriado o meio processual utilizado, a legitimidade das partes, a tempestividade do recurso e a inexistência de questões prévias ou prejudiciais que obstem ao conhecimento do mérito, passamos à sua apreciação. II Questão prévia 1 O conservador deve, em estrita obediência ao princípio da legalidade consagrado no artigo 68.º do CRP, apreciar a viabilidade do pedido de registo tendo em conta as disposições legais aplicáveis, os documentos apresentados e os registos anteriores, verificando a identidade do prédio, a legitimidade dos interessados, a regularidade formal dos títulos e a validade dos actos neles contidos. Ao apreciar um pedido de registo, o qualificador opta, consoante o caso concreto, por uma de três atitudes: a) efectua o registo com carácter definitivo, desde que inexistam obstáculos à sua elaboração, produzindo este todos os efeitos que lhe são inerentes imediata e completamente 1 ; b) efectua o registo como provisório por dúvidas nos termos do artigo 70.º do CRP, ou como provisório por natureza nos termos do artigo 92.º do mesmo Código, ou simultaneamente como provisório por dúvidas e por natureza; ou c) recusa o registo, total ou parcialmente artigo 69.º do CRP. Tendo o conservador a certeza de que o registo peticionado não pode ser efectuado definitivamente mas que também inexistem motivos para a sua recusa e não se enquadrando na facti species do artigo 92.º do CRP, o registo deverá ser efectuado como 1 Cfr., neste sentido, CATARINO NUNES, in Código do Registo Predial de 1967, pág

5 provisório por dúvidas, sem que daí seja legítimo cogitar-se que o conservador tenha dúvidas quanto à qualificação que deve recair sobre o acto de registo peticionado. Neste sentido, pode ler-se no parecer do Conselho Técnico 2 o trecho que, por ilustrativo, transcrevemos: «Ao lavrar o registo como provisório por dúvidas, o conservador deve ter a certeza de que existe fundamento que, não sendo motivo de recusa, obsta ao registo tal como é pedido. Não tem dúvidas, opõe-nas. A dúvida não existe na mente do julgador, mas tão somente no desfecho tabular do registo, que é feito sob condição suspensiva até que seja preenchido o requisito em falta ou desfeita a contradição existente». 2 No que concerne à alegada ampliação do despacho de dúvidas pretensamente consubstanciada no despacho de recusa sempre salientaremos que o entendimento do Conselho Técnico no sentido de que a mesma não é lícita tem sido sucessivamente reiterado. Neste caso, porém, as recorrentes não explicitam em que consistiu a referida ampliação. Cremos, no entanto, que a referida ampliação (salvo quanto à necessidade de impugnação judicial, que aliás é desconsiderada na apreciação do recurso) não ocorreu, no essencial, respeitando ao desenvolvimento e concretização das dúvidas elencadas no primeiro dos despachos prolatados. Posto isto, entremos agora nas questões de índole substantiva. III Fundamentação 1 Como é sabido, o adquirente que não disponha de documento para a prova do seu direito pode, ao abrigo do prescrito no n.º 1 do artigo 116.º do CRP, obter a primeira inscrição mediante escritura de justificação notarial ou decisão proferida no âmbito do processo de justificação previsto no citado Código. Respeitando a prédio descrito e com inscrição de aquisição em vigor, como no caso configurado nos autos, a falta de intervenção do respectivo titular, exigida por força da regra consagrada no n.º 2 do artigo 34.º do CRP, pode igualmente ser suprida mediante escritura de justificação notarial ou decisão proferida no âmbito do aludido processo de justificação. 2 Proferido no proc.º 11/84-R.P.3. 5

6 Nesta hipótese, a usucapião implica um novo trato a partir do titular do direito assim justificado artigos 116.º, n.ºs 2 e 3, do CRP, e 90.º e 91.º do CN, devendo o escopo visado ficar consignado na respectiva escritura pública ou na aludida decisão. 1.1 As justificantes enveredaram pela outorga da escritura de justificação da qual consta que a, residente na Rua, n.º,, e a, residente na,, são donas e legítimas possuidoras do prédio urbano descrito na Conservatória do Registo Predial de... sob o n.º, por lhes ter sido doado verbalmente em, data a partir da qual entraram na posse (pacífica, pública, contínua e de boa fé) do referido imóvel, que passaram a tratar como seu, utilizando e fruindo de todas as suas potencialidades e procedendo ao pagamento de todos os impostos e taxas inerentes ao imóvel em causa. Por não terem documento algum que lhes permita fazer prova do seu direito de propriedade, atento o modo de aquisição, procedem à justificação do aludido imóvel por usucapião. Na parte final da escritura consta ainda que ficou arquivada, inter alia, a caderneta predial datada de de... de (desconhecendo-se quem nela figura como titular inscrito) e os editais mediante os quais foi efectuada a notificação dos titulares inscritos, certificando ainda o senhor notário que não chegou ao seu conhecimento qualquer oposição à outorga da escritura em presença. 1.2 O imóvel em causa foi descrito sob o n.º... e inscrito a favor de, em de de, por dissolução da comunhão conjugal e sucessão da sua esposa Consta da habilitação de herdeiros bem como da respectiva requisição de registo, que o referido... tem residência nesse imóvel. 2 A referida situação tabular não sendo impeditiva do recurso à justificação não pode, contudo, deixar de relevar para efeitos de qualificação do pedido de registo de aquisição posteriormente formulado. Com efeito, a existência do registo definitivo constitui presunção de que o direito existe e pertence ao titular inscrito nos seus precisos termos cfr., em conformidade, o que preceitua o artigo 7.º do CRP. Daí a necessidade de se proceder à notificação dos titulares inscritos ou dos seus herdeiros, sendo o caso. Tal actuação insere-se precisamente no processo de afastamento da presunção derivada do registo uma vez que possibilita àqueles o exercício do contraditório podendo impugnar a pretensão dos justificantes. 6

7 Por isso, com vista ao aludido afastamento, o n.º 1 do artigo 99.º do Código do Notariado prescreve que nos casos de reatamento do trato sucessivo ou estabelecimento de novo trato, quando inexista título em que tenha intervindo o titular inscrito, a escritura não pode ser lavrada sem a prévia notificação deste. Se a morada do notificando for incerta proceder-se-á, ao abrigo do disposto no n.º 4 do citado artigo 99.º, à sua notificação mediante a afixação de editais de harmonia com o previsto no n.º 7 do citado preceito. No caso de falecimento do titular inscrito notificam-se, nos mesmos termos, os seus herdeiros. 3 Deparamo-nos aqui com um ponto que consideramos fulcral para a resolução da problemática suscitada no presente recurso hierárquico e que demanda, desde já, clarificação, apesar de não ter sido expressamente mencionado nos autos. Falamos, claro está, da notificação. A notificação edital referida na escritura de justificação notarial ocorreu ainda em vida do titular inscrito ou já depois da sua morte? 3.1 Na primeira das hipóteses, sendo a sua morada conhecida era para essa que devia ter sido expedida a notificação sob pena de se ter por não efectuada, como a seguir procuraremos demonstrar. Vejamos, pois. As notificações previstas no n.º 5 do artigo 99.º do CN e no n.º 3 do artigo 117.º-G do CRP são feitas nos termos gerais da lei processual, aplicada com as necessárias adaptações. As disposições comuns atinentes à citação e à notificação encontram-se previstas nos artigos 228.º e segs. do Código de Processo Civil (doravante, CPC). A citação ou a notificação seguem a modalidade pessoal ou edital (artigo 233.º do CPC), sendo que a modalidade edital só tem lugar quando o citando ou o notificando se encontre ausente em parte incerta (o que não seria o caso do ) ou sejam incertas as pessoas a citar. Quando for impossível a realização da notificação, por o interessado estar ausente em parte incerta, deve proceder-se às diligências necessárias para a obtenção da informação sobre o último paradeiro ou residência conhecida nos termos consignados no artigo 244.º do citado Código, sendo que a utilização indevida da modalidade edital equivale à falta de citação como claramente resulta do disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 195.º do CPC. 7

8 Deparamo-nos, de igual modo, com falta de citação quando a mesma seja efectuada depois do falecimento do citando alínea d) do n.º 1 do referido artigo 195.º. A nossa lei processual civil distingue os casos de falta de citação dos de nulidade de citação, considerando-se como falta de citação a efectuada depois do falecimento do citando ou quando se tenha empregado indevidamente a citação edital 3. Quando se citam editalmente, como residentes em parte incerta, pessoas cuja residência ou paradeiro se conhece, ou já falecidas, verifica-se o vício que as alíneas c) e d) do citado artigo 195.º reputam de falta absoluta de citação 4. No Tribunal da Relação de Évora, a propósito da falta de citação, foi proferido um acórdão em 27 de Março de , no qual, a dado passo, se salienta que «A citação edital é um mal necessário. O exercício adequado do direito de defesa em juízo e do contraditório têm como pressuposto ideal a certeza de que o réu soube do pedido contra si feito e dos seus fundamentos; e essa certeza só se adquire quando a efectivação da citação foi em termos de esse pedido e fundamento ter chegado ao seu conhecimento. Por isso, sendo a citação edital um meio extremamente falível de atingir esse desiderato, ela só será admissível em último caso, quando de todo em todo se frustrar outra forma de citação que maiores garantias ofereça. O uso indevido da citação edital equivale à falta de citação, nos termos do art. 195.º, c), do CPC». Nestes termos, sendo as notificações previstas no n.º 1 do artigo 99.º do CN feitas nos termos da lei processual civil, aplicada com as necessárias adaptações (n.º 5 do citado preceito), a notificação edital só tem lugar quando o notificando se encontre ausente em parte incerta, nos termos dos artigos 244.º e 248.º ou, quando as pessoas a notificar sejam incertas, ao abrigo do artigo 251.º, todos do Código de Processo Civil. Assim, conjugando todo o exposto com os elementos carreados para os autos, parece-nos de concluir que a modalidade edital foi indevidamente utilizada, pelo que há falta de notificação. 3 A lei distingue duas modalidades de nulidade (lato sensu) da citação: a falta e a nulidade (stricto sensu), cuidando da primeira o artigo 195.º do CPC cfr. LEBRE DE FREITAS, in Código de Processo Civil Anotado, 1999, págs. 331 e segs. 4 Cfr. RODRIGUES BASTOS, in Notas ao Código de Processo Civil, Volume I, pág Publicado na CJ n.º 165, Tomo II, 2003, pág Cfr., ainda, o Acórdão do TRP, de 10 de Março de 2003, Colectânea citada, pág

9 3.2 Na segunda hipótese, vale por dizer, no caso de o referido titular inscrito já ter falecido, deve proceder-se à prévia notificação edital dos seus herdeiros, independentemente de habilitação. A exigência do cumprimento rigoroso do artigo 99.º do CN no que concerne à notificação do titular inscrito ou dos seus herdeiros, sendo o caso, traduz-se num requisito essencial da própria escritura de justificação, pelo que, verificando-se que a notificação do titular inscrito (ou dos seus herdeiros, sendo o caso) não foi efectuada nos termos devidos, a respectiva escritura de justificação notarial enferma de irregularidade por inobservância de formalidade essencial, ficando, em consequência de tal, ferida de nulidade Decorre do exposto que a pretensão das justificantes tem de ser levada ao conhecimento do titular inscrito (ou dos seus herdeiros) pela via legal para que este (ou aqueles), querendo, deduza (m) oposição à justificação respectiva. Não se tendo procedido à notificação devida, a escritura de justificação notarial é título manifestamente insuficiente para a prova legal do facto a registar, pelo que o correspondente registo deve ser recusado nos termos do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 69.º do CRP 7. 4 Apesar do desfecho que já preconizámos, afigura-se-nos conveniente tecer ainda outras considerações atinentes às demais questões que os autos suscitam, visto que também elas inviabilizariam a pretensão das recorrentes. Cremos que a alegação genérica das características da posse constante da escritura de justificação notarial as justificantes encontram-se na posse do prédio desde por lhes ter sido doado verbalmente pelo referido e mulher, sem a concretização dos actos materiais por elas praticados, reveladores dos elementos da 6 Cfr., neste sentido, os pareceres constantes dos proc.ºs C.P. 56/2002 DSJ-CT, in BRN n.º 10/2002, II, págs. 2 e segs., e R.P.254/2008 SJC-CT, disponível na Intranet. 7 Veja-se, a este propósito, o entendimento expresso no parecer do Conselho constante do proc.º R.P.41/99 DSJ-CT, in BRN n.º 8/99, II Caderno, págs. 37 e segs. 9

10 posse em nome próprio corpus e animus 8, não satisfaz plenamente as exigências previstas nos artigos 89.º, n.º 2, e 91.º, n.º 2, do Código do Notariado. A noção de posse é facultada pelo artigo 1251.º do Código Civil nos seguintes termos: «Posse é o poder que se manifesta quando alguém actua por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade ou de outro direito real» 9. A posse, segundo Orlando de Carvalho 10, não é apenas um bem que merece tutela. Na sua força jurísgena, aspira ao direito, tende a converter-se em direito. Daí que o ordenamento, não somente a proteja, como a reconheça como um caminho para a autêntica dominialidade, reconstituindo, através dela, a própria ordenação definitiva. É o fenómeno da usucapião. Ora, a usucapião requer que a posse tenha certas características, que seja, de algum modo, «digna» do direito a que conduz. Donde a exigência, em qualquer sistema possessório, de uma posse em nome próprio, de uma intenção de domínio e uma intenção que não deixe dúvidas sobre a sua autenticidade. Por outro lado, o pagamento dos impostos invocado pelas recorrentes manifestase, só por si, irrelevante uma vez que através desses actos pagamento de encargos relativos a determinado imóvel não se adquire a posse do prédio. Trata-se, com efeito, de actos que podem ser praticados por qualquer pessoa, não pressupondo uma relação de facto sobre a coisa é necessário que os actos materiais correspondam ao exercício de um direito 11. Acresce, ainda, que não consta da escritura o estado civil das justificantes e, sendo casadas, o nome do cônjuge respectivo regime de bens à data do início da posse, 8 A posse é composta por dois elementos: o corpus e o animus. O primeiro elemento, material, corresponde aos actos materiais praticados sobre a coisa com o exercício de certos poderes sobre a mesma, enquanto que o segundo, psicológico, equivale à intenção de agir como titular do direito a que o exercício do poder de facto se refere. No sentido da necessidade de concretização dos actos materiais veja-se, para mais desenvolvimentos, o parecer ínsito no proc.º R.P.77/97 DSJ-CT, in BRN n.º 3/98, II Caderno, págs. 39 e segs., e, de novo, o já citado parecer constante do proc.º R.P.41/99 DSJ-CT, bem como CARVALHO FERNANDES, in Lições de Direitos Reais, 2004, pág Vd., sobre o ponto, PIRES DE LIMA e ANTUNES VARELA, in Código Civil Anotado, Volume III, págs. 1 e segs. 10 Introdução à Posse, in RLJ, Ano 122, n.º 3 780, págs. 66 e Veja-se, sobre o ponto, PIRES DE LIMA e ANTUNES VARELA, in Código Civil Anotado, III Volume, pág. 27, e, ainda, o acórdão do TRC de 25 de Junho de 1996, in CJ, 1996, Tomo III, págs. 32 e segs, do qual transcrevemos a seguinte conclusão do sumário «II O acto de pagar a contribuição predial, uma vez que não pressupõe um relação de facto sobre a coisa, não é configurável como um acto material de posse». 10

11 elementos cuja relevância se extrai do disposto nos artigos 1317.º, alínea c) e 1722.º, n.º 2, alínea b), do Código Civil. 5 Entre a eficácia presuntiva derivada do registo, por força do prescrito no artigo 7.º do CRP, e a presunção derivada da posse pode verificar-se uma situação de conflito, que será dirimida em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 1268.º do Código Civil que faz prevalecer a presunção derivada da posse, salvo se a presunção registal for anterior à do início da posse. No caso de presunção de igual antiguidade prevalece a posse 12. Consabidamente, a usucapião tem na sua base ponderosas razões de ordem económico-social, nomeadamente a necessidade de tornar certa e estável a propriedade a favor de quem mantém e exerce ininterruptamente a gestão económica da coisa, face à incúria (aqui documentalmente infirmada) do proprietário 13. Decorre do exposto que a existência de inscrição de aquisição em vigor sobre o prédio usucapido não inviabiliza o recurso à justificação notarial consagrada nos artigos 89.º e segs. do CN ou ao processo de justificação previsto e regulado nos artigos 116.º e segs. do CRP (preenchidas que sejam as prescrições legais pertinentes), uma vez que a presunção derivada daquele registo apenas prevalece se for anterior ao início da posse. Por fim, salientamos ainda que as recorrentes produzem na requisição de registo, no espaço reservado a «outras declarações», afirmações igualmente contraditórias com as que constam da escritura no que respeita às suas residências, ficando também por esclarecer a que título o pretenso doador continuava a residir no imóvel em causa. 6 Resta, agora, assinalar que no despacho impugnado não foi expressamente invocada a deficiência derivada da incorrecta modalidade utilizada para a notificação (embora nele não se deixe de sublinhar o conhecimento da morada do titular inscrito, donde se poderá extrair a vontade implícita de aduzir a falta de notificação), mas conduzindo ela à nulidade do registo, por insuficiência manifesta do título (artigo 16.º, alínea b), do CRP) se viesse a ser efectuado, a entidade decisora não pode deixar de a conhecer tanto mais que, in casu, é de conhecimento oficioso Veja-se o acórdão do STJ, de 19 de Fevereiro de 1992, publicado no BMJ n.º 414, págs. 545 a 550, bem como MENEZES CORDEIRO, in A Posse: Perspectivas Dogmáticas Actuais, 2000, pág. 115 e segs. 13 Vd. RODRIGUES BASTOS, in Direito das Coisas, pág Cfr., sobre o ponto, LOPES DO REGO, in Comentários ao Código de Processo Civil Anotado, Volume I, 2004, pág. 193, bem como LEBRE DE FREITAS, in ob. cit., pág. 331, que defende que «a falta de citação é de 11

12 Com efeito, a doutrina desde há muito firmada no Conselho Técnico vai no sentido de que o princípio segundo o qual a apreciação do mérito se deverá conter nos limites das questões suscitadas no despacho impugnado deverá ceder sempre que a omissão de pronúncia sobre questões não equacionadas possa conduzir à realização de registos nulos Por conseguinte, o entendimento deste Conselho vai no sentido de que o presente recurso hierárquico não merece provimento. Assim, e em conformidade com o que precede, firmamos as seguintes Conclusões I Constitui requisito indispensável da escritura de justificação notarial para reatamento ou estabelecimento de novo trato sucessivo, a notificação prévia do titular inscrito ou dos seus herdeiros, independentemente de habilitação, no caso de falecimento, quando se verifique falta de título em que aquele tenha intervindo, como decorre do disposto no n.º 1 do artigo 99.º do Código do Notariado. II Tem-se por não efectuada a notificação que seguiu a via edital sendo conhecida a morada do notificando ou, em caso de desconhecimento, se não se tiverem esgotado todos os mecanismos conducentes à obtenção da mesma, assim como nos casos em que se mostre efectuada depois do seu falecimento, em face do que se encontra consagrado nos artigos 195.º, n.º 1, alíneas c) e d), 233.º, 244.º e 248.º, todos do Código de Processo Civil, aplicáveis ex vi do n.º 5 do artigo 99.º do Código do Notariado. III Se o titular inscrito já tiver ao tempo falecido devem ser notificados os seus herdeiros, independentemente de habilitação, como decorre do prescrito no n.º 4 do artigo 99.º do Código do Notariado. conhecimento oficioso (art.202.º) e só se sana com a intervenção do preterido no processo (art. 196.º)». 15 Vide, neste sentido, os pareceres constantes dos processos n.º R.P. 2/96 DSJ-CT e 83/98DSJ-CT, in BRN n.ºs 5/96, II, págs. 5 e segs., e 2/99, II, pág. 12 e segs., respectivamente. 12

13 IV A falta de notificação do titular inscrito ou dos seus herdeiros, no caso de falecimento daquele devida em face do prescrito no citado artigo 99.º, determina que a correspondente escritura de justificação notarial seja considerada título manifestamente insuficiente para a prova legal do facto que se pretende registar pelo que o acto peticionado nela assente deve ser recusado ao abrigo do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 69.º do Código do Registo Predial. V De igual modo e com idêntico fundamento legal, deve também ser recusado o registo de aquisição baseado em escritura de justificação notarial da qual não constem as circunstâncias de facto que determinaram o início da posse, bem como as que consubstanciam e caracterizam essa posse sustentáculo da usucapião invocada, por força do prescrito nos artigos 89.º, n.º 2, e 91.º, n.º 2, do Código do Notariado. Lisboa, 16 de Dezembro de Parecer aprovado em sessão do Conselho Técnico de 16 de Dezembro de Isabel Ferreira Quelhas Geraldes, relatora, António Manuel Fernandes Lopes, João Guimarães Gomes Bastos, Luís Manuel Nunes Martins, Maria Madalena Rodrigues Teixeira, José Ascenso Nunes da Maia. Este parecer foi homologado pelo Exmo. Senhor Presidente em

14 FICHA Proc.º n.º R.P.129/2010 SJC-CT Súmula das questões abordadas Registo de aquisição com base em escritura de justificação com invocação da usucapião. Notificação do titular inscrito. Modalidade: pessoal ou edital artigos 233.º e segs. do CPC. A notificação edital indevidamente utilizada Falta de notificação artigo 195.º, n.º 1, alíneas c) e d), do CPC. Escritura de justificação notarial efectuada com preterição das normas legais pertinentes (artigo 99.º do CN) determina a recusa do correspondente registo por se considerar título manifestamente insuficiente para a prova do facto a registar artigo 69.º, n.º 1, alínea b), do CRP. Da aludida escritura devem constar, por força do disposto nos artigos 89.º, n.º 2, e 91.º, n.º 2, do CN, as circunstâncias de facto que determinam o início da posse, bem como as que consubstanciam e caracterizam a posse geradora da usucapião sob pena de recusa do registo peticionado com base no mesmo fundamento i.e., na alínea b) do n.º 1 do artigo 69.º do CRP. ***** 14

P.º n.º R.P. 242/2010 SJC-CT

P.º n.º R.P. 242/2010 SJC-CT P.º n.º R.P. 242/2010 SJC-CT Prédio inscrito a favor dos autores da herança. Pagamento das dívidas destes. Penhora. Habilitação dos herdeiros. Identificação dos sujeitos. Documento bastante. DELIBERAÇÃO

Leia mais

DELIBERAÇÃO. Na verdade, as hipotecas encontram-se inscritas a favor do BS, e a declaração para cancelamento foi emitida pelo BA.

DELIBERAÇÃO. Na verdade, as hipotecas encontram-se inscritas a favor do BS, e a declaração para cancelamento foi emitida pelo BA. P.º R. P. 17/2009 SJC-CT - Cancelamento de inscrições hipotecárias. Prova da integração do crédito hipotecário no património da entidade que autoriza aquele registo. Título. DELIBERAÇÃO 1 Em 14 de Novembro

Leia mais

DELIBERAÇÃO. A senhora conservadora manteve a decisão proferida nos termos que aqui igualmente damos por reproduzidos na íntegra.

DELIBERAÇÃO. A senhora conservadora manteve a decisão proferida nos termos que aqui igualmente damos por reproduzidos na íntegra. Proc.º n.º R. P. 10/2010 SJC-CT Impugnação judicial da decisão de recusa de conversão do registo de acção após improcedência do recurso hierárquico. Pedido de conversão desse mesmo registo formulado na

Leia mais

P.º n.º R. P. 255/2009 DSJ-CT- PARECER I Relatório 1

P.º n.º R. P. 255/2009 DSJ-CT- PARECER I Relatório 1 P.º n.º R. P. 255/2009 DSJ-CT- Cancelamento de registo de aquisição, causada por usucapião, efectuado com base em escritura de distrate da justificação. Interpretação do n.º 3 do artigo 33.º do Decreto-Lei

Leia mais

Ficou também arquivada a planta topográfica do prédio rectificando elaborada por técnico qualificado.

Ficou também arquivada a planta topográfica do prédio rectificando elaborada por técnico qualificado. P.º n.º R.P. 148/2011 SJC-CT Registo de constituição de propriedade horizontal precedido da anexação de dois prédios urbanos. Tributação emolumentar devida pelo averbamento. Inaplicabilidade das verbas

Leia mais

Pº R.P. 241/2008 SJC-CT-

Pº R.P. 241/2008 SJC-CT- Pº R.P. 241/2008 SJC-CT- Acção proposta no âmbito do artº 205º CPEREF- Ordem de separação de determinado prédio da massa falida Cancelamento de hipotecas e penhoras Insuficiência do título. DELIBERAÇÃO

Leia mais

DELIBERAÇÃO. recusa da ap. por inicialmente ter sido incorrectamente anotada a descrição predial. respectivamente.

DELIBERAÇÃO. recusa da ap. por inicialmente ter sido incorrectamente anotada a descrição predial. respectivamente. P.º n.º R.P. 82/2010 SJC-CT - Servidão administrativa de gás. Constituição. Título. Gratuitidade prevista no n.º 2 do artigo 33.º do Decreto-Lei n.º 116/2008. Interposição de um único recurso hierárquico

Leia mais

Sumário: Legado. Interpretação do testamento. Registo de aquisição. Declarações complementares e prova complementar.

Sumário: Legado. Interpretação do testamento. Registo de aquisição. Declarações complementares e prova complementar. P.º n.º R. P. 122/2008 SJC-CT Sumário: Legado. Interpretação do testamento. Registo de aquisição. Declarações complementares e prova complementar. DELIBERAÇÃO 1 O presente recurso vem interposto contra

Leia mais

P.º n.º R.P. 224/2010 SJC-CT Prédio não descrito. Aquisição. Declaração a que se refere o artigo 42.º, n.º 6 do Código do Registo Predial.

P.º n.º R.P. 224/2010 SJC-CT Prédio não descrito. Aquisição. Declaração a que se refere o artigo 42.º, n.º 6 do Código do Registo Predial. P.º n.º R.P. 224/2010 SJC-CT Prédio não descrito. Aquisição. Declaração a que se refere o artigo 42.º, n.º 6 do Código do Registo Predial. DELIBERAÇÃO 1. No dia 27 de Julho de 2010 foi celebrada perante

Leia mais

Pº C.P. 34/2010 SJC-CT É

Pº C.P. 34/2010 SJC-CT É Pº C.P. 34/2010 SJC-CT É obrigatória a constituição de advogado no recurso de apelação interposto pelo presidente do Instituto dos Registos e do Notariado, I.P., ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo

Leia mais

PARECER. Para a fundamentação de direito são invocados os artigos 68.º e 70.º do Código do Registo Predial.

PARECER. Para a fundamentação de direito são invocados os artigos 68.º e 70.º do Código do Registo Predial. P.º n.º R.P. 17/2013 STJ-CC Registo de incidente deduzido em processo de execução fiscal. Princípio do trato sucessivo. Despacho de provisoriedade por dúvidas. PARECER 1 O presente recurso hierárquico

Leia mais

DELIBERAÇÃO. Relatório

DELIBERAÇÃO. Relatório P.º n.º R. P. 188/2008 SJC-CT- Escritura de revogação de justificação notarial. Cancelamento do registo de aquisição titulado por escritura de justificação. Direitos inscritos a favor de terceiros. DELIBERAÇÃO

Leia mais

P.º n.º R.P. 123/2009 SJC-CT

P.º n.º R.P. 123/2009 SJC-CT P.º n.º R.P. 123/2009 SJC-CT - Aquisição. Usucapião. Justificação notarial para reatamento do trato sucessivo. Imposto de selo. Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4 de Julho. Doação. Caducidade do ónus de eventual

Leia mais

P.º R. P. 231/2007 DSJ-CT

P.º R. P. 231/2007 DSJ-CT P.º R. P. 231/2007 DSJ-CT -Transacção judicial Registo de aquisição Título Reconhecimento do direito de propriedade Trato sucessivo Obrigações fiscais. DELIBERAÇÃO Vem o presente recurso hierárquico interposto

Leia mais

P.º R. P. 184/2009 SJC-CT

P.º R. P. 184/2009 SJC-CT P.º R. P. 184/2009 SJC-CT Transferência de património, ao abrigo do D. L. n.º 112/2004 de 13 de Maio, entre dois organismos integrantes do sistema de segurança social, o Instituto da... e o Instituto Recusa

Leia mais

DELIBERAÇÃO. Relatório

DELIBERAÇÃO. Relatório P.º n.º R. P. 253/2007 SJC-CT- Providência de recuperação de empresa mediante reconstituição empresarial. Sentença homologatória do acordo de credores. Título para o registo de cancelamento da inscrição

Leia mais

P.º n.º R.P. 212/2010 SJC-CT Penhora. Registo de aquisição de imóvel penhorado. Averbamento à descrição. Recusa. DELIBERAÇÃO

P.º n.º R.P. 212/2010 SJC-CT Penhora. Registo de aquisição de imóvel penhorado. Averbamento à descrição. Recusa. DELIBERAÇÃO P.º n.º R.P. 212/2010 SJC-CT Penhora. Registo de aquisição de imóvel penhorado. Averbamento à descrição. Recusa. DELIBERAÇÃO A ficha... descreve um terreno para construção com a área de 2 080m2, inscrito

Leia mais

Pº R.P. 206/2009 SJC-CT

Pº R.P. 206/2009 SJC-CT Pº R.P. 206/2009 SJC-CT Extinção de usufruto causada pelo óbito do usufrutuário. Obrigatoriedade do registo. Sujeito da obrigação de promover o registo. Termo inicial da contagem do prazo de cumprimento

Leia mais

P.º n.º R.P. 169/2011 SJC-CT Conversão do arresto em penhora. DELIBERAÇÃO

P.º n.º R.P. 169/2011 SJC-CT Conversão do arresto em penhora. DELIBERAÇÃO P.º n.º R.P. 169/2011 SJC-CT Conversão do arresto em penhora. DELIBERAÇÃO Sobre o prédio da ficha nº, da freguesia de..., da Conservatória do Registo Predial de prédio urbano situado na Rua...,, inscrito

Leia mais

P.º n.º R.P. 43/2010 SJC-CT Transmissão de locação financeira. Recusa. DELIBERAÇÃO

P.º n.º R.P. 43/2010 SJC-CT Transmissão de locação financeira. Recusa. DELIBERAÇÃO P.º n.º R.P. 43/2010 SJC-CT Transmissão de locação financeira. Recusa. DELIBERAÇÃO 1., advogado, apresentou na Conservatória do Registo Predial de, no dia de de ( Ap. ), um pedido de registo a que chamou

Leia mais

P.º R. P. 24/2009 SJC-CT-

P.º R. P. 24/2009 SJC-CT- P.º R. P. 24/2009 SJC-CT- Inscrição de penhora efectuada como provisória por dúvidas. Anotação indevida da sua caducidade. Eliminação desta anotação e elaboração do registo de conversão. Relatório DELIBERAÇÃO

Leia mais

Pº R.P. 243/2007 DSJ-CT

Pº R.P. 243/2007 DSJ-CT Pº R.P. 243/2007 DSJ-CT- Cancelamento de registo de aquisição em processo executivo com base em decisão judicial que determina a anulação da venda, a restituição do preço e do IMT ao comprador Recusa por

Leia mais

P.º C. P. 65/2008 SJC-CT- Registo das alterações à licença ou à autorização de loteamento pedido pelas Câmaras Municipais. Tributação emolumentar.

P.º C. P. 65/2008 SJC-CT- Registo das alterações à licença ou à autorização de loteamento pedido pelas Câmaras Municipais. Tributação emolumentar. P.º C. P. 65/2008 SJC-CT- Registo das alterações à licença ou à autorização de loteamento pedido pelas Câmaras Municipais. Tributação emolumentar. DELIBERAÇÃO 1 A Senhora Conservadora do Registo Predial

Leia mais

P.º R. P. 191/2008 SJC-CT- Aquisição em processo de execução rejeição da apresentação - gratuitidade do registo. DELIBERAÇÃO Relatório

P.º R. P. 191/2008 SJC-CT- Aquisição em processo de execução rejeição da apresentação - gratuitidade do registo. DELIBERAÇÃO Relatório P.º R. P. 191/2008 SJC-CT- Aquisição em processo de execução rejeição da apresentação - gratuitidade do registo. DELIBERAÇÃO Relatório 1. Em 01/09/2008 foi apresentado, na Conservatória do Registo Predial

Leia mais

P.º n.º R.P. 82/2011 SJC-CT Pedido de

P.º n.º R.P. 82/2011 SJC-CT Pedido de P.º n.º R.P. 82/2011 SJC-CT Pedido de rectificação de registo. Falta de pagamento da quantia emolumentar. Anotação da apresentação no Diário. Recusa da apreciação do pedido por falta de pagamento das quantias

Leia mais

PARECER. 3 O despacho de provisoriedade por dúvidas tem por base a seguinte motivação:

PARECER. 3 O despacho de provisoriedade por dúvidas tem por base a seguinte motivação: P.º n.º R. P. 60/2012 SJC-CT Registo de aquisição de metade de prédio rústico baseado em escritura pública de justificação. Composse. Título pretensamente omisso quanto a elementos fáticos geradores da

Leia mais

N/Referência: PºR.P.128/2016 STJ-CC Data de homologação:

N/Referência: PºR.P.128/2016 STJ-CC Data de homologação: DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 3/ CC /2017 N/Referência: PºR.P.128/2016 STJ-CC Data de homologação: 16-02-2017 Recorrente: A. Raposo..l, advogado. Recorrido: Conservatóia do Registo Predial

Leia mais

P.º R. P. 240/2008 SJC-CT-

P.º R. P. 240/2008 SJC-CT- P.º R. P. 240/2008 SJC-CT- Escritura de partilha. Cumulação dos bens de heranças distintas. Qualificação do pedido de registo respeitante aos imóveis partilhados. DELIBERAÇÃO Relatório 1 Em 12 de Setembro

Leia mais

DELIBERAÇÃO. Assim, não é aplicável in casu o disposto no n.º 2 do artigo 1714.º do Código Civil.

DELIBERAÇÃO. Assim, não é aplicável in casu o disposto no n.º 2 do artigo 1714.º do Código Civil. P.º n.º R. P. 181/2011 SJC-CT Imutabilidade do regime de bens. Contrato de compra e venda celebrado entre cônjuges. Qualificação do correspondente registo de aquisição. DELIBERAÇÃO 1 O presente recurso

Leia mais

Pº R.P. 12/2009 SJC-CT-

Pº R.P. 12/2009 SJC-CT- Pº R.P. 12/2009 SJC-CT- Recusa do pedido de registo com base em culpa leve do serviço de registo Restituição do emolumento - descrição do caso em especial. Relatório: DELIBERAÇÃO Pela Ap. 45, de 11 de

Leia mais

Pº R. P. 46/2009 SJC-CT-

Pº R. P. 46/2009 SJC-CT- Pº R. P. 46/2009 SJC-CT- Inscrição de penhora efectuada como provisória por dúvidas. Divergência entre as áreas constantes da matriz e as áreas das descrições prediais. Actualização/Rectificação. Conversão

Leia mais

P.º R. P. 257/2009 SJC-CT

P.º R. P. 257/2009 SJC-CT 1 P.º R. P. 257/2009 SJC-CT-Rectificação de registo Pedido de conversão registo, lavrado provisoriamente por dúvidas, em consequência do registo rectificando Conexão entre o averbamento peticionado e o

Leia mais

Pº R.P. 193/2005 DSJ-CT- Incerteza, resultante do título e das declarações complementares, quanto ao objecto do registo. PARECER

Pº R.P. 193/2005 DSJ-CT- Incerteza, resultante do título e das declarações complementares, quanto ao objecto do registo. PARECER 1 Pº R.P. 193/2005 DSJ-CT- Incerteza, resultante do título e das declarações complementares, quanto ao objecto do registo. I- OS FACTOS: PARECER 1- Em 7 de Agosto de 1979, foi lavrada, na Secretaria Notarial

Leia mais

Tribunal de Contas. Acórdão 4/2008 (vd. Acórdão 2/06 3ª S de 30 de Janeiro) Sumário

Tribunal de Contas. Acórdão 4/2008 (vd. Acórdão 2/06 3ª S de 30 de Janeiro) Sumário Acórdão 4/2008 (vd. Acórdão 2/06 3ª S de 30 de Janeiro) Sumário 1. São duas as questões suscitadas pelo Demandado: - uma que respeita a competência do relator para a decisão tomada e a eventual nulidade

Leia mais

III Pronúncia. Vejamos, pois.

III Pronúncia. Vejamos, pois. P.º n.º R.P. 112/2012 SJC-CT Registo de aquisição efetuado como provisório por dúvidas. Falta de consentimento dos credores. Caducidade do registo. Renovação do pedido em conservatória diversa. Recusa.

Leia mais

DELIBERAÇÃO. 2 Actualmente, a situação jurídica reflectida nas tábuas com pertinência para o caso é a seguinte:

DELIBERAÇÃO. 2 Actualmente, a situação jurídica reflectida nas tábuas com pertinência para o caso é a seguinte: Proc.º n.º R. P. 242/2009 SJC-CT Cancelamento da inscrição de aquisição com base em sentença judicial transitada em julgado. Cessação dos efeitos da referida inscrição mediante a sua transferência para

Leia mais

P.º n.º R.P. 89/2011 SJC-CT Acção de divisão de coisa comum. Incerteza. quanto ao objecto. Violação do trato sucessivo. Qualificação minguante.

P.º n.º R.P. 89/2011 SJC-CT Acção de divisão de coisa comum. Incerteza. quanto ao objecto. Violação do trato sucessivo. Qualificação minguante. P.º n.º R.P. 89/2011 SJC-CT Acção de divisão de coisa comum. Incerteza quanto ao objecto. Violação do trato sucessivo. Qualificação minguante. PARECER 1 O presente recurso hierárquico vem interposto contra

Leia mais

P.º R. P. 113/2005 DSJ-CT:

P.º R. P. 113/2005 DSJ-CT: P.º R. P. 113/2005 DSJ-CT: Renovação de registo provisório de aquisição lavrado com base em contrato-promessa de alienação. Documento comprovativo do consentimento das partes. Declarações complementares

Leia mais

Pº R.P. 42/2008 SJC-CT

Pº R.P. 42/2008 SJC-CT Pº R.P. 42/2008 SJC-CT- Aquisição executiva Registo de acção instaurada contra o executado com pedido de execução específica do contrato-promessa, efectuado já depois de registada a penhora do prédio Cancelamento

Leia mais

Pº R.P. 240/2004 DSJ-CT- Matriz- Freguesia- Acção- Trato sucessivo. DELIBERAÇÃO

Pº R.P. 240/2004 DSJ-CT- Matriz- Freguesia- Acção- Trato sucessivo. DELIBERAÇÃO Pº R.P. 240/2004 DSJ-CT- Matriz- Freguesia- Acção- Trato sucessivo. Recorrente: Maria. DELIBERAÇÃO Recorrida: Conservatória do Registo Predial de. Registo a qualificar: Acção sobre os prédios das fichas

Leia mais

N/Referência: P.º R P 102/2018 STJSR-CC Data de homologação: Arrendamento Provisório por natureza, artigo 92.º, n.º 2, alínea d).

N/Referência: P.º R P 102/2018 STJSR-CC Data de homologação: Arrendamento Provisório por natureza, artigo 92.º, n.º 2, alínea d). DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 46/ CC /2018 N/Referência: P.º R P 102/2018 STJSR-CC Data de homologação: 15-11-2018 Recorrente: Ana, Advogada Recorrido: Conservatória do Registo Predial

Leia mais

N/Referência: P.º C.P. 41/2016 STJ-CC Data de homologação:

N/Referência: P.º C.P. 41/2016 STJ-CC Data de homologação: DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 10/ CC /2017 N/Referência: P.º C.P. 41/2016 STJ-CC Data de homologação: 20-01-2017 Consulente: Setor Técnico-Jurídico dos Serviços de Registo (STJSR). Assunto:

Leia mais

N/Referência: PºR.P.135/2016 STJ-CC Data de homologação:

N/Referência: PºR.P.135/2016 STJ-CC Data de homologação: DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 5/ CC /2017 N/Referência: PºR.P.135/2016 STJ-CC Data de homologação: 16-02-2017 Recorrente: A. Raposo l, advogado. Recorrido: Conservatória do Registo Predial

Leia mais

2 II Fundamentação 1

2 II Fundamentação 1 P.º n.º C.P. 43/2012 SJC-CT Revogação do despacho de qualificação de ato de registo já executado na ficha informática. Tradução tabular da regressão no processo registral, devido à preterição de formalidades

Leia mais

Proc.º n.º R. Co. 25/2011 SJC-CT

Proc.º n.º R. Co. 25/2011 SJC-CT Proc.º n.º R. Co. 25/2011 SJC-CT Sumário: Pedido de extinção do procedimento administrativo de dissolução de sociedade comercial por quotas. Indeferimento. Inadmissibilidade de interposição de recurso

Leia mais

Pº C.P. 76/2008 SJC-CT- Casa Pronta - princípio da legitimação e princípio do trato sucessivo e dispensa de inscrição intermédia.

Pº C.P. 76/2008 SJC-CT- Casa Pronta - princípio da legitimação e princípio do trato sucessivo e dispensa de inscrição intermédia. Pº C.P. 76/2008 SJC-CT- Casa Pronta - princípio da legitimação e princípio do trato sucessivo e dispensa de inscrição intermédia. Consulta PARECER Por despacho de 17 de Junho de 2009, tendo por base proposta

Leia mais

PARECER. Relatório. comprovativo do registo da acção cede perante a qualificação do pedido de registo da correspondente

PARECER. Relatório. comprovativo do registo da acção cede perante a qualificação do pedido de registo da correspondente Proc.ºs n.ºs R. P. 172/2006 e 268/2006 DSJ-CT Registo de acção com invocação da usucapião - Incerteza acerca do objecto da relação jurídica a que se refere o facto a registar - Qualificação do correspondente

Leia mais

DELIBERAÇÃO. Relatório:

DELIBERAÇÃO. Relatório: Pº R.P. 217/2006 DSJ-CT- Cancelamento de registo de hipoteca Título para registo Requerimento dirigido ao conservador, invocativo da prescrição Recusa. Relatório: DELIBERAÇÃO Do prédio urbano descrito

Leia mais

N/Referência: P.º R.P. 118/2016 STJSR-CC Data de homologação:

N/Referência: P.º R.P. 118/2016 STJSR-CC Data de homologação: DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 1/ CC /2017 N/Referência: P.º R.P. 118/2016 STJSR-CC Data de homologação: 20-01-2017 Recorrente: Francisco J.., representado por Constantino.., advogado.

Leia mais

DELIBERAÇÃO. II Fundamentação

DELIBERAÇÃO. II Fundamentação P.º n.º C. P. 51/2012 SJC-CT Omissão de registo de hipoteca legal a efetuar oficiosamente com o registo de aquisição baseado em partilha. Processo de retificação. Emolumentos devidos. DELIBERAÇÃO 1 A senhora

Leia mais

N/Referência: PROC.: R. Bm. 11/2013 STJ-CC Data de homologação:

N/Referência: PROC.: R. Bm. 11/2013 STJ-CC Data de homologação: N.º 11/ CC /2014 N/Referência: PROC.: R. Bm. 11/2013 STJ-CC Data de homologação: 28-02-2014 Recorrente: Joaquim F. Recorrido: Espaço dos Registos. Assunto: A tributação emolumentar do recurso hierárquico

Leia mais

N/Referência: PROC.: C. Bm. 48/2014 STJ-CC Data de homologação: PARECER

N/Referência: PROC.: C. Bm. 48/2014 STJ-CC Data de homologação: PARECER N.º 28/ CC /2014 N/Referência: PROC.: C. Bm. 48/2014 STJ-CC Data de homologação: 17-12-2014 Consulente: Conservatória do Registo Comercial e de Automóveis de.... Assunto: Palavras-chave: Registos de apreensão,

Leia mais

Tribunal de Contas. Sumário

Tribunal de Contas. Sumário Acórdão 6/2008-3ª Secção (vd. Acórdão nº 2/2006 3ª S de 30 de Janeiro, Acórdão nº 5/2007 3ª S de 21 de Novembro, Acórdão nº 4/2008 3ª S e Acórdão nº 6/2008 de 15 de Julho) Sumário 1. Só ocorre omissão

Leia mais

C. P. 110/2009 SJC-CT

C. P. 110/2009 SJC-CT Proc. n.º C. P. 110/2009 SJC-CT Escritura de partilha de herança. Prazo para a promoção do registo dos bens imóveis. Agravamento emolumentar no caso de cumprimento intempestivo da obrigação de registar.

Leia mais

Relatório. Pº R. Bm. 4/2009 SJC-CT

Relatório. Pº R. Bm. 4/2009 SJC-CT Pº R. Bm. 4/2009 SJC-CT Recorrente: Vítor. Recorrida: Conservatória do Registo de Automóveis de. Acto impugnado: Ap. de 23 de Abril de 2009 recusa de registo de propriedade com referência ao veículo automóvel

Leia mais

A posição deste Conselho vai expressa na seguinte. Deliberação

A posição deste Conselho vai expressa na seguinte. Deliberação P.º n.º C.P. 68 e 69/2010 SJC-CT Certidão negativa. Informação acerca da omissão de prédio no registo. É indispensável a indicação do anterior artigo da matriz onde o prédio, seja da matriz rústica ou

Leia mais

2015/2016 EXAME ESCRITO DE COINCIDÊNCIA DE DIREITOS REAIS (1.ª

2015/2016 EXAME ESCRITO DE COINCIDÊNCIA DE DIREITOS REAIS (1.ª Em Janeiro de 1985, António herdou do seu tio Xavier o prédio X, situado em Évora, composto por uma vivenda e um extenso terreno, com oliveiras e árvores de frutos. Como António trabalhava no Porto, celebrou

Leia mais

N/Referência: PºR.P.95/2016 STJ-CC Data de homologação:

N/Referência: PºR.P.95/2016 STJ-CC Data de homologação: DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 59/ CC /2016 N/Referência: PºR.P.95/2016 STJ-CC Data de homologação: 23-10-2016 Recorrente: Município de P... Recorrido: Conservatória do Registo Predial

Leia mais

Pº R.P. 241/2004 DSJ-CT. - Distrate de justificação notarial Intervenientes Cancelamento de registo de aquisição. DELIBERAÇÃO

Pº R.P. 241/2004 DSJ-CT. - Distrate de justificação notarial Intervenientes Cancelamento de registo de aquisição. DELIBERAÇÃO Pº R.P. 241/2004 DSJ-CT. - Distrate de justificação notarial Intervenientes Cancelamento de registo de aquisição. DELIBERAÇÃO Recorrente: Olinda. Recorrida: Conservatória do Registo Predial de. Registos

Leia mais

DELIBERAÇÃO. Relatório

DELIBERAÇÃO. Relatório 1 PºR. P. 95/2008 SJC-CT- Notificação de qualificação do registo de penhora como provisório por natureza (artigo 92º, nº2, alínea a) do Código do Registo Predial) consequências da sua omissão. DELIBERAÇÃO

Leia mais

Sumário: Alteração do contrato social. Título para registo.

Sumário: Alteração do contrato social. Título para registo. P.º R. Co. 16/2007DSJ-CT Sumário: Alteração do contrato social. Título para registo. Recorrente: Sociedade «G, Limitada», representada por M D..., advogada. Recorrida: Conservatória do Registo Comercial

Leia mais

P.º n.º R.P. 92/2012 SJC-CT

P.º n.º R.P. 92/2012 SJC-CT P.º n.º R.P. 92/2012 SJC-CT Registo de aquisição de parte de prédio rústico baseado em escritura pública de justificação em que se invoca a usucapião fundada em composse. Suficiência do título. Qualificação

Leia mais

Recorrente: «L Sociedade Unipessoal, Limitada». Recorrida: Conservatória do Registo Comercial da. Relatório:

Recorrente: «L Sociedade Unipessoal, Limitada». Recorrida: Conservatória do Registo Comercial da. Relatório: P.º R. Co. 4/2007DSJ-CT - Registo da constituição da sociedade e nomeação de gerentes. Título constitutivo omisso quanto à data do encerramento do exercício social e ao número de identificação fiscal da

Leia mais

DELIBERAÇÃO. Relatório

DELIBERAÇÃO. Relatório Pº R. P. 200/2008 SJC-CT- Registo de penhora executado separado de pessoas e bens - registo de aquisição a favor do executado casado no regime da comunhão geral - provisoriedade por natureza (artigo 92.º,

Leia mais

P.º n.º C.P. 96/2010 SJC-CT Interpretação do n.º 1 do artigo 4.º da Portaria n.º 1535/2008 de 30 de Dezembro. PARECER

P.º n.º C.P. 96/2010 SJC-CT Interpretação do n.º 1 do artigo 4.º da Portaria n.º 1535/2008 de 30 de Dezembro. PARECER P.º n.º C.P. 96/2010 SJC-CT Interpretação do n.º 1 do artigo 4.º da Portaria n.º 1535/2008 de 30 de Dezembro. PARECER A Senhora Conservadora da Conservatória do Registo Predial de... consulta o IRN, I.P.

Leia mais

R.P. 140, /2006 DSJ-CT-

R.P. 140, /2006 DSJ-CT- P.ºs R.P. 140, 141 e 142/2006 DSJ-CT- Averbamento de alteração da inscrição de aquisição Modificação subjectiva Alteração da firma ou denominação de sociedade estrangeira (no âmbito de transferência de

Leia mais

N/Referência: Pº R.P.76/2017 STJ-CC Data de homologação:

N/Referência: Pº R.P.76/2017 STJ-CC Data de homologação: DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 51/ CC /2017 N/Referência: Pº R.P.76/2017 STJ-CC Data de homologação: 16-11-2017 Recorrente: Helena M.., agente de execução. Recorrido: Conservatória do

Leia mais

Deliberação. Casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nubente estrangeiro. Declaração de inexistência de impedimentos.

Deliberação. Casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nubente estrangeiro. Declaração de inexistência de impedimentos. Proc. C.C. 109/2010 SJC CT Deliberação Casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nubente estrangeiro. Declaração de inexistência de impedimentos. O Consulado de Portugal em B., Brasil, atento o despacho n.º

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0187/11 Data do Acordão: 25-05-2011 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO ANTÓNIO CALHAU OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL NULIDADE

Leia mais

P.º n.º R.P. 92/2010 SJC-CT Aquisição. Contrato promessa. DELIBERAÇÃO

P.º n.º R.P. 92/2010 SJC-CT Aquisição. Contrato promessa. DELIBERAÇÃO P.º n.º R.P. 92/2010 SJC-CT Aquisição. Contrato promessa. DELIBERAÇÃO 1. Indicando como objecto mediato o prédio descrito sob o nº... da freguesia de..., o recorrente apresentou na Conservatória do Registo

Leia mais

P.º n.º R.P. 10/2012 SJC-CT Repúdio da herança. Legitimidade Caducidade do direito de aceitação. Eficácia do repúdio. PARECER

P.º n.º R.P. 10/2012 SJC-CT Repúdio da herança. Legitimidade Caducidade do direito de aceitação. Eficácia do repúdio. PARECER P.º n.º R.P. 10/2012 SJC-CT Repúdio da herança. Legitimidade Caducidade do direito de aceitação. Eficácia do repúdio. ativa. PARECER 1. Pela ap., de 2011/11/14, foi pedido na conservatória do registo predial

Leia mais

P.º R. P. 279/2008 SJC-CT-

P.º R. P. 279/2008 SJC-CT- P.º R. P. 279/2008 SJC-CT- Registo de penhora. Harmonização do registo e da matriz. Legitimidade para pedir averbamentos de actualização da descrição. Documento emitido pela entidade competente. DELIBERAÇÃO

Leia mais

Pº R.Bm.1/2013 SJC-CT

Pº R.Bm.1/2013 SJC-CT Pº R.Bm.1/2013 SJC-CT Recorrente:. Banque Sucursal Portugal. Sumário: Registo de penhora de veículo provisório por natureza (art. 92º/2/a) do Código do Registo Predial) Certificação pelo Tribunal de que

Leia mais

P.º n.º R.P. 188/2010 SJC-CT Aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito. Duplicação de descrições. PARECER

P.º n.º R.P. 188/2010 SJC-CT Aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito. Duplicação de descrições. PARECER P.º n.º R.P. 188/2010 SJC-CT Aquisição em comum e sem determinação de parte ou direito. Duplicação de descrições. PARECER A. Destacamos dos autos o seguinte quadro factual: a. No Livro... da Conservatória

Leia mais

ECLI:PT:TRE:2006:

ECLI:PT:TRE:2006: ECLI:PT:TRE:2006:376.06.3.21 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:tre:2006:376.06.3.21 Relator Nº do Documento Maria Alexandra Moura Santos Apenso Data do Acordão 13/07/2006 Data de decisão sumária

Leia mais

Pº R. Co. 25/2006 DSJ-CT. Recorrente: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo. Recorrida: Conservatória do Registo Comercial de.

Pº R. Co. 25/2006 DSJ-CT. Recorrente: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo. Recorrida: Conservatória do Registo Comercial de. Pº R. Co. 25/2006 DSJ-CT. Recorrente: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo. Recorrida: Conservatória do Registo Comercial de. Registo a qualificar: Transmissão de dívida com hipoteca a favor de P Sociedade

Leia mais

Pº RP 281/2008 SJC-CT- aquisição com base em partilha extrajudicial. Cumprimento das obrigações fiscais. Prova.

Pº RP 281/2008 SJC-CT- aquisição com base em partilha extrajudicial. Cumprimento das obrigações fiscais. Prova. 1 Pº RP 281/2008 SJC-CT- aquisição com base em partilha extrajudicial. Cumprimento das obrigações fiscais. Prova. DELIBERAÇÃO 1. A coberto da ap.1 de 27 de Outubro de 2008, foi requerido na Conservatória

Leia mais

Proc.º n.º C. Bm. 30/2010 SJC-CT

Proc.º n.º C. Bm. 30/2010 SJC-CT Proc.º n.º C. Bm. 30/2010 SJC-CT Sumário: Modelos de requerimento para atos de registo de veículos. Promoção de atos de registos via online. Extinção de reserva de propriedade. Documentos para o cancelamento

Leia mais

- 1 - Pº R.Co.27/2009 SJC-CT

- 1 - Pº R.Co.27/2009 SJC-CT - 1 - Pº R.Co.27/2009 SJC-CT Recorrente: Joaquim. Recorrida: Conservatória do Registo Comercial do. Acto impugnado: Indeferimento liminar de pedidos de rectificação das inscrições 3 e 4 relativas à sociedade

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo cordão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Processo: 01140/16 Data do Acordão: 25-10-2017 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: PEDRO DELGADO Descritores: Sumário:

Leia mais

N/Referência: P.º R.P. 117/2016 STJSR-CC Data de homologação:

N/Referência: P.º R.P. 117/2016 STJSR-CC Data de homologação: DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 66/ CC /2016 N/Referência: P.º R.P. 117/2016 STJSR-CC Data de homologação: 16-12-2016 Recorrente:..-ALUGUER DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, LDA Recorrido: Conservatória

Leia mais

Exmo. Senhor Dr. Juiz de Direito do Tribunal Administrativo e Fiscal de [ ] Execução fiscal Serviço de finanças de [ ] Processo n.º : [ ] e aps.

Exmo. Senhor Dr. Juiz de Direito do Tribunal Administrativo e Fiscal de [ ] Execução fiscal Serviço de finanças de [ ] Processo n.º : [ ] e aps. Exmo. Senhor Dr. Juiz de Direito do Tribunal Administrativo e Fiscal de [ ] Execução fiscal Serviço de finanças de [ ] Processo n.º : [ ] e aps. [, Lda.], com sede na Rua [ ], [ ], matriculada na Conservatória

Leia mais

P.º n.º R.P. 92/2011 SJC-CT Procedimento especial de transmissão, oneração e registo imediato de imóveis (Casa Pronta) DELIBERAÇÃO

P.º n.º R.P. 92/2011 SJC-CT Procedimento especial de transmissão, oneração e registo imediato de imóveis (Casa Pronta) DELIBERAÇÃO P.º n.º R.P. 92/2011 SJC-CT Procedimento especial de transmissão, oneração e registo imediato de imóveis (Casa Pronta) DELIBERAÇÃO 1. No âmbito de procedimento casa pronta 1, a Senhora Notária Afecta à

Leia mais

refere o registo obrigatório.

refere o registo obrigatório. P. n.º C.P. 32/2010 SJC-CT Obrigação de registar a cargo dos tribunais. Notificação das decisões de qualificação. Legitimidade para a interposição de recurso hierárquico. PARECER 1. A propósito de um caso

Leia mais

Proc. R.C. 3/2008 SJC CT. Parecer

Proc. R.C. 3/2008 SJC CT. Parecer Proc. R.C. 3/2008 SJC CT Parecer Recurso hierárquico. Aquisição da nacionalidade portuguesa por efeito de adopção por decisão transitada em julgado antes da entrada em vigor da Lei n.º 37/81, de 3 de Outubro.

Leia mais

DELIBERAÇÃO. 3 O registo foi efectuado como provisório por dúvidas com base nos motivos que a seguir se transcrevem:

DELIBERAÇÃO. 3 O registo foi efectuado como provisório por dúvidas com base nos motivos que a seguir se transcrevem: P.º n.º R.P. 175/2010 SJC-CT Partilha extrajudicial. Composição do património comum do dissolvido casal activo e passivo. Assunção das dívidas comuns pela adjudicatária sem liquidação do património comum.

Leia mais

PARECER. 3 O despacho de provisoriedade por dúvidas tem por base a motivação que a seguir se sintetiza:

PARECER. 3 O despacho de provisoriedade por dúvidas tem por base a motivação que a seguir se sintetiza: P.º n.º R.P. 131/2012 SJC-CT Escritura pública de habilitação de herdeiros. Declarações inexatas. Retificação das mesmas por instrumento notarial. Averbamento à referida escritura. Qualificação do registo

Leia mais

P.º R. P. 147/2009 SJC-CT-

P.º R. P. 147/2009 SJC-CT- P.º R. P. 147/2009 SJC-CT- Registo de aquisição por doação efectuada por uma sociedade comercial Eventual relevância da invocação no título de um interesse societário que, em abstracto, permita afastar

Leia mais

Finaliza pedindo que seja revogada a decisão recorrida e ordenada a elaboração do registo peticionado a favor da recorrente em termos definitivos.

Finaliza pedindo que seja revogada a decisão recorrida e ordenada a elaboração do registo peticionado a favor da recorrente em termos definitivos. Proc.º n.º R. P. 72/2010 SJC-CT Património das fundações. Afectação de bens de uma das instituidoras. Registo de aquisição de um imóvel a favor da Fundação Título bastante. Prova da ratificação da gestão

Leia mais

Pº R. P. 270/2004 DSJ-CT. Trato sucessivo e compropriedade Facto jurídico uno Transformação da comunhão hereditária em compropriedade.

Pº R. P. 270/2004 DSJ-CT. Trato sucessivo e compropriedade Facto jurídico uno Transformação da comunhão hereditária em compropriedade. Pº R. P. 270/2004 DSJ-CT. Trato sucessivo e compropriedade Facto jurídico uno Transformação da comunhão hereditária em compropriedade. DELIBERAÇÃO Registo a qualificar: Aquisição de 1/8 do prédio da ficha

Leia mais

DELIBERAÇÃO. Relatório

DELIBERAÇÃO. Relatório Pº R.P. 70/2007 DSJ-CT- Divergência entre título e descrição quanto à composição do prédio, para efeito da aplicação do disposto no art.º 46º do C.R.P. Enquadramento alternativo da divergência na alínea

Leia mais

Por de 10 de Março de 2014, o SAIGS remeteu a informação proferida no âmbito do P.º RC SAIGS, para emissão de parecer, com urgência.

Por  de 10 de Março de 2014, o SAIGS remeteu a informação proferida no âmbito do P.º RC SAIGS, para emissão de parecer, com urgência. N.º 20 DGATJSR /2015 N/Referência: Assunto: Pº CC.23/2014 STJSR Data de despacho: 25-03-2014 Consulente: Consulta de SAIGS Transcrição de casamento Palavras-chave: Processo preliminar de casamento - Cidadã

Leia mais

P.º n.º R.P. 193/2010 SJC-CT Transmissão da posição contratual. Averbamento à inscrição de aquisição do direito de superfície.

P.º n.º R.P. 193/2010 SJC-CT Transmissão da posição contratual. Averbamento à inscrição de aquisição do direito de superfície. P.º n.º R.P. 193/2010 SJC-CT Transmissão da posição contratual. Averbamento à inscrição de aquisição do direito de superfície. DELIBERAÇÃO 1. O prédio descrito sob nº... da freguesia de foi, na dependência

Leia mais

ECLI:PT:TRE:2007: D

ECLI:PT:TRE:2007: D ECLI:PT:TRE:2007:1807.06.2.4D http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:tre:2007:1807.06.2.4d Relator Nº do Documento Silva Rato Apenso Data do Acordão 25/01/2007 Data de decisão sumária Votação unanimidade

Leia mais

R. P. 5/2009 SJC-CT- Doação - obrigação de registar: sujeito e prazo. PARECER. Relatório

R. P. 5/2009 SJC-CT- Doação - obrigação de registar: sujeito e prazo. PARECER. Relatório 1 R. P. 5/2009 SJC-CT- Doação - obrigação de registar: sujeito e prazo. PARECER Relatório 1. Maria.vem apresentar recurso hierárquico da decisão de rejeição das aps. 30, 31 e 32 de / /24 relativas aos

Leia mais

P.º n.º R. P. 309/2007DSJ-CT- Acção de reivindicação do direito de superfície. Sua registabilidade. DELIBERAÇÃO

P.º n.º R. P. 309/2007DSJ-CT- Acção de reivindicação do direito de superfície. Sua registabilidade. DELIBERAÇÃO P.º n.º R. P. 309/2007DSJ-CT- Acção de reivindicação do direito de superfície. Sua registabilidade. DELIBERAÇÃO Relatório: 1 Em 17 de Outubro de 2007, a coberto da ap.14, deu entrada na Conservatória do

Leia mais

Vejamo-la, pois. Importa, por isso, esclarecer alguns pormenores a nível de trato sucessivo.

Vejamo-la, pois. Importa, por isso, esclarecer alguns pormenores a nível de trato sucessivo. P.º n.º R.P. 31/2013 STJ-CC Registos de aquisição de quotas indivisas de prédio rústico baseados em escrituras de justificação em que se invoca a usucapião. Qualificação minguante. Interposição de um único

Leia mais

P.º R.P. 147/2007 DSJ-CT-

P.º R.P. 147/2007 DSJ-CT- P.º R.P. 147/2007 DSJ-CT- Fixação do sentido e alcance da norma contida no n.º 5 do artigo 31.º do D. L. 287/2003, de 12/11 Reconhecimento ao interessado da possibilidade de requerer hoje a liquidação

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 01583/15 Data do Acordão: 15 02 2017 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: ISABEL MARQUES DA SILVA Descritores: IMPUGNAÇÃO FUNDAMENTOS OPOSIÇÃO ERRO NA FORMA DE PROCESSO CONVOLAÇÃO Sumário:

Leia mais

Pronúncia. A posição deste Conselho vai expressa na seguinte. Deliberação

Pronúncia. A posição deste Conselho vai expressa na seguinte. Deliberação Pº C.Co. 34/2011 SJC-CT Relatório Em relatório elaborado no âmbito de auditoria levada a cabo à actuação de um conjunto de conservatórias, quanto ao dever de fiscalizar o cumprimento da obrigação de promover

Leia mais