Logística do Pós Venda: Modelo para ajuste do estoque de segurança de peças de reposição

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1 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE INDAIATUBA PAULO EDUARDO TOBALDINI Logística do Pós Venda: Modelo para ajuste do estoque de segurança de peças de reposição Indaiatuba Junho/2012

2 PAULO EDUARDO TOBALDINI Logística do Pós Venda: Modelo para ajuste do estoque de segurança de peças de reposição Trabalho de Graduação do Curso Superior de Tecnologia em Logística Aeroportuária, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial, elaborado sob a orientação do professor Carlos Antonio Fragoso. Indaiatuba Junho/2012

3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO Objetivo geral Objetivos específicos Hipótese Justificativa Problematização Metodologia...10 I GESTÃO DE ESTOQUES Histórico da Logística - Enfoque na Gestão de Estoques Objetivos dos Estoques Objetivos de Custo Objetivos de Nível de Serviço Conceitos e Técnicas Para Controle de Estoques Classificação ou Curva ABC Lote Econômico de Compra (LEC) Previsão de Demanda Tempo de Reposição (TR) Ponto de Pedido (PP) Modelos de Gestão de Estoques Modelo de Gestão de Peças de Reposição de Baixíssimo Giro Modelo de Gestão de Peças de Reposição de Baixo Consumo Método do Grau de Risco (MGR) Método com Variação de Consumo e/ou Tempo de Reposição (MVC) Método com Grau de Atendimento Definitivo (MGAD) Estoque de Segurança com Consumo Variável e Tempo de Atendimento Constante Estoque de Segurança com Consumo Constante e Tempo de Atendimento Variável Estoque de Segurança com Consumo e Tempo de Atendimento Probabilístico...34

4 II ESTUDO DE UM CASO Características da Empresa Cenário Atual Cenário Proposto Aplicação da Ferramenta ABC Simples Análise de Criticidade Cálculo do Estoque de Segurança Cálculo do Ponto de Pedido (PP)...52 III CONSIDERAÇÕES FINAIS...54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...57

5 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Representação gráfica da decisão de manter zero peça em estoque Figura 2 - Representação gráfica da decisão de manter uma peça em estoque Figura 3 - Estoque de Segurança com Demanda Variável e TA Constante Figura 4 - Estoque de Segurança com Demanda Constante e TA Variável Figura 5 - Estoque de Segurança com Demanda e TA Variáveis Figura 6 - Fluxograma macro do processo de entrada/saída de materiais do estoque da assistência da Empresa X via atendimento técnico Figura 7 Fluxograma macro do processo de saída de materiais do estoque da assistência da Empresa X via venda direta ao cliente Figura 8 - Gráfico Curva ABC... 43

6 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - PROBABILIDADES PARA DEMANDA E TA VARIÁVEIS TABELA 2 - CLASSIFICAÇÃO DOS ITENS DO ESTOQUE TABELA 3 - COMPARAÇÃO ENTRE CUSTOS E ITENS TABELA 4 - ANÁLISE GERAL DE CRITICIDADE DOS ITENS DE ESTOQUE TABELA 5 - ANÁLISE DE CRITICIDADE X ABC DOS ITENS DE ESTOQUE TABELA 6 - CLASSIFICAÇÃO CONJUNTA (CUSTO / CRITICIDADE) TABELA 7 - CONSUMO (PEÇAS GRUPO 1) TABELA 8 - RELAÇÃO CONSUMO/CONSUMO MÉDIO (PEÇAS GRUPO 1) TABELA 9 - COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE SEGURANÇA (PEÇAS GRUPO 1) TABELA 10 - CONSUMO (PEÇAS GRUPO 2) TABELA 11 - RELAÇÃO CONSUMO/CONSUMO MÉDIO (PEÇAS GRUPO 2) TABELA 12 - COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE SEGURANÇA (PEÇAS GRUPO 2) TABELA 13 - CONSUMO (PEÇAS GRUPO 3) TABELA 14 - RELAÇÃO CONSUMO/CONSUMO MÉDIO (PEÇAS GRUPO 3) TABELA 15 - COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE DE SEGURANÇA (PEÇAS GRUPO 3) TABELA 16 - PONTO DE PEDIDO POR ITEM... 53

7 RESUMO Na atualidade, com a concorrência cada vez mais acirrada entre as empresas de qualquer segmento, torna-se primordial que uma organização busque alternativas para redução de seus custos totais de produção e/ou prestação de serviços, visando assim conseguir praticar preços cada vez mais competitivos no mercado, agregar valor a sua marca e conquistar novos e potenciais clientes. Neste cenário, muitos vêem a logística como a última fronteira para redução dos custos em produtos e serviços, buscando obter esta redução em todos os segmentos logísticos desde a armazenagem até o transporte. Neste aspecto o presente estudo procura explorar o estoque de segurança, mais especificamente no caso de peças para reposição em uma assistência técnica aplicando um modelo, e respeitando os parâmetros e características pertinentes a cada um deles. Como resultado a empresa espera conseguir a redução dos custos na obtenção e manutenção do estoque destes itens, a fim de proporcionar uma redução nos custos totais com este tipo de estoque e, consequentemente, torná-la mais competitiva em seu segmento de atuação, podendo inclusive fazer com que esta agregue mais clientes ao seu portfólio. Palavras chave: gestão de estoques; curva ABC; estoque de segurança; peças de reposição.

8 7 INTRODUÇÃO Estoque de segurança, segundo Castiglioni (2009, p. 54) é a quantidade de material destinada a evitar a ruptura de estoque ocasionada por dilatação do tempo de ressuprimento ou pelo aumento da demanda, ou seja, se trata da quantidade mínima que a empresa deve dispor de determinado item em estoque para que não ocorra a falta do mesmo, e consequentemente, para que o cliente possa ser atendido no prazo determinado. Para Wanke (2003a), a vantagem de se manter um estoque de segurança é poder reduzir as incertezas quanto ao atendimento a uma demanda, sendo este um papel determinante muitas vezes no fechamento de um contrato de fornecimento de materiais. Por outro lado, pode-se destacar como fator negativo que sempre haverá uma quantidade de materiais sem utilização imediata no estoque, gerando assim um aumento de custos com aplicação de recursos em ativos. Tendo destacado os pontos, positivos e negativos, da manutenção do estoque de segurança, é necessário identificar os níveis deste estoque, com o objetivo de não aumentar os custos totais da empresa e também de evitar a indisponibilidade de algum item no momento de sua utilização. Para obtenção do estoque de segurança é necessário compreender o fundamento do estoque. Segundo Ballou (2006), são acumulações de matérias-primas, suprimentos, componentes, materiais em processo e produtos acabados que surgem em numerosos pontos do canal de produção e logística das empresas. Porém, segundo Wanke (2005), a gestão de estoques aplicada a peças de reposição possui características muito particulares uma vez que difere das políticas aplicadas a produtos acabados, semi-acabados e insumos. Além disso, o autor menciona que as diferenças básicas do modelo aplicado à gestão de estoques convencional e a de peças de reposição se dão devido: ao padrão de consumo ser irregular, custos de aquisição elevados e prazos de reabastecimento longos. Nesse cenário, observa-se que as peças de reposição possuem, também, relevância quanto ao nível de serviço prestado ao cliente. Isto é, Wanke (2005) destaca que, em um ambiente cada dia mais competitivo, a satisfação do cliente passa a ser um fator de suma importância, e, um dos meios para manter o cliente satisfeito se dá através do pós-venda. Assim sendo, para que ocorra um reparo rápido e eficiente a um equipamento (vendido, ou não, pela empresa) que esteja danificado, faz-se necessário que empresas prestadoras de serviço de assistência técnica possuam um estoque com um número mínimo de peças para reposição.

9 8 Dessa maneira, Botter & Fortuin (2000) apud Da Silva (2009, p. 01), afirmam que existem algumas questões básicas que devem possuir uma resposta viável no caso das peças de reposição: Quais peças devem ser estocadas? Quando estas peças devem ser ressupridas? Qual deve ser a quantidade do pedido? Portanto, o estoque de segurança para itens de reposição se torna uma importante ferramenta para o sucesso da gestão eficiente em uma empresa, onde o pós-venda e a assistência técnica são áreas fundamentais de seu core business. Dessa maneira, esse trabalho de conclusão de curso visa identificar dentre os diversos modelos matemáticos disponíveis para obtenção do estoque de segurança, o que melhor se aplica ao controle de peças de reposição de uma assistência técnica.

10 9 1. Objetivo geral O objetivo principal deste estudo será apresentar, dentre os diversos tipos de modelos para ajuste do estoque de segurança disponíveis, aquele que possui maior eficiência no caso de peças de reposição para empresas de assistência técnica. 2. Objetivos específicos Serão destacados os seguintes objetivos específicos: Conceituar gestão de estoques; Definir a relação estoque x custo; Definir a relação estoque x nível de serviço; Identificar os modelos de ajuste de estoques de segurança disponíveis; Propor um modelo de ajuste para o caso de peças de reposição em uma assistência técnica; 3. Hipótese Uma vez que a gestão de estoques se tornou parte dos processos gerenciais fundamentais para o sucesso de uma organização, em que o excesso prejudica o custo de oportunidade e a falta prejudica o relacionamento com o cliente, analisar os modelos disponíveis para obtenção do estoque se segurança torna-se fundamental gerando o equilíbrio entre os interesses da empresa e os do mercado. A hipótese que será sustentada nesta pesquisa é de que uma empresa de assistência técnica pode obter custos menores com estoques, e mesmo assim manter um nível de serviço satisfatório para com seus clientes, a partir do desenvolvimento de um modelo para obtenção do estoque de segurança. 4. Justificativa Segundo Wanke (2003a, p. 122), a gestão de estoque voltado a peças de reposição possui características especiais tais como: altos custos para compra, tempo de resposta para reabastecimento longo e, em alguns casos, baixos giros. Com tais características mencionadas pode-se afirmar que, para não ocorrerem falhas no processo de

11 10 gestão de peças de reposição, se faz necessária uma análise mais detalhada do perfil de consumo de cada peça bem como o seu lead time. No caso de uma empresa prestadora de serviços de assistência técnica, as peças de reposição tornam-se matéria prima para o desempenho de suas atividades, sendo que a falta de um determinado item pode prejudicar o atendimento ao cliente final e reduzir drasticamente os níveis de serviço. Segundo Stevenson (2001, p. 441) o nível de serviço é a probabilidade de a demanda não exceder o suprimento durante o lead time (isto é, a quantidade de estoque disponível deverá ser suficiente para atender à demanda). Além do impacto negativo no nível de serviço, outros aspectos podem ser destacados com o não atendimento, como por exemplo, os prejuízos financeiros com a perda de um cliente para a concorrência. Portanto, o presente estudo tem relevância para que se possa analisar dentro da literatura disponível, modelos matemáticos e métodos quantitativos que contribuam com informações ao gestor de logística, especialmente com foco em empresas de assistência técnica, sobre as condições e momentos ideais para aquisição de um determinado item através de uma análise do estoque de segurança, evitando assim que os custos em ativos fiquem elevados ou que se diminua a disponibilidade aos atendimentos. Além do aspecto prático desta pesquisa, há também o acadêmico, para que este trabalho de conclusão de curso possa vir a fomentar a discussão proposta e auxiliar a elaboração de futuros trabalhos que venham a ter este tema como objeto de estudo. 5. Problematização Qual o modelo de ajuste do estoque de segurança que mais se adéqua a peças de reposição no caso de uma assistência técnica? 6. Metodologia Para realização deste trabalho de conclusão de curso será realizada uma pesquisa exploratória utilizando como procedimentos técnicos a pesquisa bibliográfica, métodos quantitativos e o estudo de caso. Como o assunto específico, controle de estoque para peças de reposição, ainda possui poucos estudos, a pesquisa exploratória tende a auxiliar para que sejam obtidas informações relevantes sobre o tema. Depois de concluída a pesquisa exploratória ha-

12 11 verá a análise de um estudo de caso, em que serão aplicadas as informações obtidas a fim de se considerar a validade da hipótese sustentada neste estudo. Quanto à apresentação do presente estudo, este será composto por três capítulos sendo o primeiro uma revisão bibliográfica baseada em literatura disponível sobre os conceitos de logística, gestão de estoques e sua relevância para as organizações na atualidade, bem como os métodos disponíveis para obtenção do estoque se segurança, segundo autores conceituados e disponíveis para consulta. O segundo capítulo trará a aplicação de um dos modelos analisados no capítulo anterior a uma empresa real, do seguimento de assistência técnica, que tem como característica possuir estoque de peças de reposição e que não trabalha atualmente com política de estoque de segurança. O estudo será finalizado, no terceiro capítulo, com as conclusões obtidas a partir da aplicação das referências levantadas no primeiro capítulo ao estudo de caso realizado.

13 12 I GESTÃO DE ESTOQUES 1. Histórico da Logística - Enfoque na Gestão de Estoques Desde o início da utilização da logística até os dias atuais, esta passou por diversas mudanças. Mudanças estas onde o conceito original da logística era de segmentação em estoque, armazenagem e transporte, passando até a gestão da cadeia de suprimentos. Assim, a logística passou a ter um papel primordial para o sucesso de uma organização. Inicialmente a logística foi empregada para fins militares, como é citado por Ching (2010, p. 01), em que o autor menciona que na década de 40 as Forças Armadas dos Estados Unidos da América tinham todo o processo de aquisição e fornecimento de materiais utilizados na Segunda Guerra Mundial baseado em um conceito logístico, sendo este fator relevante para o sucesso de suas missões. No final da década de 40, com influência da logística militar, surgem os primeiros processos que passam a ser realizados por um departamento específico na empresa, conforme citado por Ching (2010, p. 07) são as atividades de transporte e armazenagem de produtos acabados. Segundo Ching (2010), até por volta da década de 50 a logística não era tratada de uma forma ampla nas empresas, sendo que cada departamento era responsável por uma determinada atividade que hoje temos como específica da área de logística. A gerência de produção estava vinculada às atividades de transporte, estoques era responsabilidade do setor de marketing, e assim ocorria com outras atividades.

14 13 Após a fase inicial da logística no ambiente empresarial, durante as décadas de 1950 e 1970, houve a realização de um estudo que mudou os rumos da logística como ferramenta gerencial. Segundo Ching (2010) o foco das decisões logísticas está fundamentado nas análises de custo total, também conhecido como trade-off, ou seja, em um exemplo citado pelo autor seria verificar qual o papel que o transporte aéreo desempenharia na distribuição física dos materiais, em que chegou-se a conclusão que mesmo o transporte aéreo tendo o frete mais caro o seu custo total era menos significativo se comparado com o custo causado com a perda do pedido. Com o conceito de custo total houve também a reorganização de atividades dentro das empresas. Para Ching (2010) quatro características da época contribuíram para o desenvolvimento da logística: alterações nos padrões de atitudes da demanda dos consumidores, pressão por custos nas indústrias, avanços na tecnologia de computadores e experiência militar, sendo que destas quatro características apontadas pelo autor três delas possuem relação com a gestão de estoques. A alteração nos padrões de demanda dos consumidores, com a migração da população do campo para as cidades e uma maior variedade de produtos disponíveis, refletiu nos custos de se manter estoques por parte dos varejistas conforme exposto por Ching (2010) esta variedade significava custos maiores de manutenção de estoques, neste momento estes, que já não tinham mais a certeza do que e de quanto iriam vender, passaram a adquirir produtos em menores quantidades e os fornecedores tiveram que se adequar a nova estrutura, realizando entregas de forma mais rotineira e fracionada. Outra característica exposta por Ching (2010) que pode ser relacionada com a gestão de estoques é a pressão por custos nas indústrias, como na época havia uma forte recessão os administradores trataram a logística como a última fronteira para a redução de custos nas empresas. As empresas da época passaram a entender que poderiam, através da otimização e gerenciamento das atividades logísticas, obterem redução de custos. Por fim, os avanços na tecnologia de computadores proporcionaram uma maior eficiência na solução dos problemas logísticos, assim como o maior emprego de modelos matemáticos, com a programação linear e da teoria de controle de estoques. A função da logística começa a ser amadurecida pelas empresas a partir do início da década de setenta, quando alguns fatores começam a ocorrer: competição mundial, a falta de matérias primas, a súbita elevação de preços do petróleo, o au-

15 14 mento da inflação mundial. (CHING, 2010 p. 09). Neste momento a perspectiva que as empresas tinham de apenas estimular as vendas passa a ser da melhor gestão dos suprimentos. Com os avanços constantes da tecnologia de informação na década de oitenta e o surgimento de novas economias no mercado mundial, os setores de produção e logística passam a se aproximar cada vez mais e com isso temos a logística com a estrutura atual. 2. Objetivos dos Estoques Como se pôde observar no item anterior a logística passou a ter uma maior importância para as empresas quando estas se viram na necessidade de reduzir custos para sobreviverem no novo mercado, tanto no aspecto da alteração no padrão de consumo do consumidor, quanto na disputa que se iniciou entre as mesmas. Desta maneira os estoques também passaram a ter um papel importante para o sucesso ou fracasso das empresas, assim como ocorre até hoje. O objetivo do gerenciamento dos estoques para Ballou (2006, p. 277), [... é equilibrar a disponibilidade dos produtos, ou serviço ao consumidor, por um lado com os custos de abastecimento que, por outro lado, são necessários para um determinado grau dessa disponibilidade...], ou seja, a empresa deve possuir uma quantidade de produtos/materiais em estoque para atender as necessidades de seus clientes, porém esta quantidade não pode ser extrapolada, pois tal fato geraria custos extras a operação. Outros autores possuem esta mesma percepção como é o caso de Ching (2010) e Stevenson (2001), pois mencionam que os estoques são necessários para garantir a manutenção das operações e para atender as necessidades dos clientes, ou seja, manter o nível de serviço em um padrão aceitável. Neste trabalho será realizada uma análise quanto aos objetivos dos estoques, sendo estes divididos em custo e nível de serviço Objetivos de Custo Ching (2010) faz a seguinte referência quanto aos objetivos de custo: Quanto maiores às quantidades estocadas, maiores serão os custos de manutenção. Quanto maior for a quantidade do pedido, maior será o estoque médio e mais alto será o custo de mantê-lo. No entanto, se maiores quantidades

16 15 forem solicitadas, menos pedidos e suas conseqüentes entregas ocorrerão e, por conseqüência, menores custos de aquisição. (CHING, 2010, p. 15). Conforme citação acima nota-se que o autor pressupõe duas análises a serem realizadas, a primeira informando que se grandes quantidades forem pedidas ocorrerá um aumento dos produtos estocados e consequentemente o custo de manutenção será elevado. Porém, o autor também menciona que ao ser realizado um pedido com grandes quantidades haverá um custo menor com pedidos e transporte, tornando assim o custo total da operação mais viável. Já para Faria & Costa (2010) os custos com a manutenção dos estoques, ou inventários como é designado pelos autores, correspondem aos: [... custos ocorridos para que os materiais e produtos estejam disponíveis para o sistema logístico. Ocorrem com as decisões de manter estoques de matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados ou peças de reposição e representam uma das principais parcelas do Custo Logístico Total.] (FA- RIA & COSTA, 2010, p. 106). Na citação acima nota-se que os autores inserem todos os custos referentes a disponibilização de materiais seja para o processo produtivo, produtos acabados ou peças de reposição como sendo inerentes aos custos de se manter estoques, e esses compõe a maior parcela do custo logístico total, que segundo FARIA & COSTA (2010, p. 158) não é, apenas, um somatório dos elementos de custos logísticos individuais, mas, sim, um montante apurado, considerando os possíveis aumentos ou diminuições de custos existentes entre esses elementos (trade-offs). Ballou (2006) também faz uma análise sobre os estoques na visão de custos, sendo esta dividida em razões a favor e contra. A favor dos estoques o autor destaca: Um departamento de compras faz aquisições ocasionais que superam as necessidades imediatas da empresa quando isso proporciona descontos de preços exatamente em função da quantidade. O custo da manutenção do excesso de estoques é compensado pela redução de preços obtida. De maneira similar, consegue-se reduzir os custos do transporte despachando em quantidades maiores que requerem menos manuseio por unidade. A redução dos custos com transporte justifica a manutenção de um estoque. (BALLOU, 2006, p. 273). Como citado acima a compra de grandes quantidades somente será viável se esta proporcionar descontos de preços junto ao fornecedor, pois será este um dos fatores que compensará os custos de manutenção com os excessos de materiais gerados

17 16 pela nova aquisição. Com um pedido de quantidades maiores que as habituais também ocorrerão redução dos custos de transporte, uma vez que o transporte realizado será de uma carga consolidada em uma única vez, e não de forma fracionada durante um período. Para Ballou (2006) há ainda outro motivo relacionado a favor dos estoques, pois comprando antecipadamente um determinado produto/matéria-prima a empresa irá adquirir quantidades adicionais pelo preço atual do mercado, sendo que este pode sofrer alterações futuras, e neste momento a empresa que o adquiriu no passado levará vantagem em relação às demais. Nas razões contra estoques Ballou (2006) cita que os mesmos absorvem um determinado capital que poderia ser empregado para melhorar o processo produtivo ou até mesmo a competitividade da organização no mercado, o chamado custo de oportunidade, que segundo Wanke (2003b) quando uma empresa decide investir em estoques está imobilizando seu capital de giro, sendo que este valor poderia ser aplicado no mercado financeiro ou em projetos para expansão dos negócios da corporação. Outra razão contrária exposta por Ballou (2006) é a da falta de planejamento na cadeia de suprimentos, uma vez que quando há excesso de estoques acaba existindo o isolamento dos diversos elos da cadeia, não incentivando que as decisões sejam tomadas em conjunto Objetivos de Nível de Serviço Quanto aos objetivos de estoque ligados ao nível de serviço, muito embora estes estejam relacionados à política definida pela empresa, os autores possuem algumas questões relevantes. Para Ching (2010) deve-se ter cautela quanto ao estabelecimento do nível de serviço, pois mesmo o aumento em pequenas proporções, muitas vezes imposto pelo departamento de vendas, influencia profundamente no investimento em estoques. O autor cita que Deve-se obter o maior equilíbrio possível entre a produção e o custo total de estoque, de um lado, e o nível de serviço prestado aos clientes, de outro lado., ou seja, deve existir um planejamento de vendas para se atinja o nível mais preciso de itens que devem ser produzidos atendendo desta forma a demanda, assim não haverá materiais em estoque e o cliente também não ficará desabastecido.

18 17 Para Faria & Costa (2010), tendo como visão a cadeia de suprimentos como um todo, o nível de serviço é o que um parceiro espera de resposta do outro quando se diz respeito a níveis de estoque, qualidade e cumprimento dos prazos de entrega. Basicamente são os pré-requisitos que um comprador exige de seu fornecedor, e este por sua vez irá verificar a se suas condições podem atender a tais pré-requisitos. Faria & Costa (2010) mencionam que quanto maiores forem às exigências de nível de serviço maiores tendem a serem os custos com estoques, pessoas que atuam no processo e sistemas de controle (TI). Entretanto, ao mesmo tempo em que se aumentam os custos para manter os níveis de serviços elevados, há outra visão exposta pelos autores a qual defende que a falta de um produto poderá comprometer a imagem da empresa, a fidelidade de clientes e em um determinado número de vendas que serão perdidas, gerando assim um custo denominado por Faria & Costa (2010, p. 135) como custo da venda perdida (custo da falta ou ruptura/stockout) que conforme mencionado pelos autores é de difícil avaliação, pois não se deve apenas medir os produtos não vendidos atualmente, mas também os prejuízos futuros ocasionados pela perda de clientes devido à falta do produto e pelo não atendimento de suas necessidades momentâneas. Reforçando o que os demais autores destacados informaram, Ballou (2006) descreve que: Os estoques proporcionam um nível de disponibilidade de produtos ou serviços que, quando perto dos clientes, acabam satisfazendo as altas expectativas destes em matéria de disponibilidade. E dessa disponibilidade muitas vezes acaba resultando não apenas a manutenção como também o aumento do nível das vendas. (BALLOU, 2006, p. 272). Conforme citado por Ballou quanto maior o nível de disponibilidade de um determinado item, maior será a satisfação do cliente com a empresa, sendo que este pode manter as vendas ou até aumentá-las devido a uma maior disponibilidade em relação a concorrência. Porém, o próprio Ballou (2006) cita que um mesmo cliente pode, em um mesmo pedido, solicitar diferentes produtos sendo que a possibilidade do atendimento total do pedido é menor do que seria se o mesmo fosse tratado com os itens sendo atendidos separadamente. Por fim Ballou (2006) define nível de serviço como sendo:

19 18 [... índice médio ponderado de atendimento (ou WAFR 1 ). Este é calculado pela multiplicação da freqüência com que cada combinação de itens aparece no pedido pela probabilidade de atender este pedido por inteiro, dado o número de itens no pedido. Se for especificada uma meta de WAFR, as taxas de atendimento de cada item precisam ser ajustadas para que se atinja a WAFR pretendida.] (BALLOU, 2006, p. 278). 3. Conceitos e Técnicas Para Controle de Estoques Para melhor compreensão dos modelos de gestão de estoque de segurança, os quais serão expostos mais adiante neste estudo, se faz necessário entender alguns conceitos básicos da logística focados no controle de estoque, ou inventário como alguns autores também determinam. Para Ballou (2010) existem diversas formas e técnicas de controle sobre o inventário que atendem as condições de nível de serviço e que conseguem minimizar os custos com manutenção do estoque. Esta seção tem como objetivo expor algumas destas formas e técnicas para melhor compreensão futura dos modelos quantitativos para obtenção do estoque de segurança Classificação ou Curva ABC Uma das técnicas que é muito difundida entre todos que gerenciam estoques é a classificação, ou curva, ABC dos materiais. Para Martins e Alt (2009) essa análise consiste: [... na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente seis meses ou um ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância. Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor ou da quantidade, dá-se a denominação itens classe A, aos intermediários, itens classe B, e aos menos importantes, itens classe C.] (MARTINS & ALT, 2009, p. 211). Ainda segundo os autores citados acima não há um padrão que determine os percentuais para cada categoria de classificação, porém o que se identifica nas análises 1 WAFR (Weighted Average Fill Rate) índice médio ponderado de atendimento, o mesmo pode ser calculado pelo produto da frequência que cada combinação de itens aparece no pedido pela probabilidade de satisfazer este pedido inteiro, tendo em vista o número de itens do pedido.

20 19 realizadas é que os itens de classe A representam de 10% a 20% do total de itens, enquanto a classe B representa entre 30% e 40% e a C cerca de 50%. Ballou (2010) motiva outra importância quanto à classificação ABC informando que nem todos os itens estocados devem merecer a mesma atenção por parte da administração, ou ainda, que nem todos os itens necessitam ter a mesma disponibilidade para satisfação dos clientes. O autor cita que alguns itens podem ser mais rentáveis e competitivos que outros, além de que podem existir clientes que exigem melhores níveis de serviço, e um determinado item pode estar vinculado a estes clientes devendo assim ter uma determinada prioridade na classificação. A partir desta prioridade que um determinado item deve ter na sua classificação ABC obtemos o conceito de criticidade dos itens de estoque. Para Martins e Alt (2009) a criticidade dos itens de estoque pode ser assim designada: [... a avaliação dos itens quanto ao impacto que sua falta causará na operação da empresa, na imagem da empresa perante os clientes, na facilidade de substituição do item por outro e na velocidade de obsolescência.] (MAR- TINS & ALT, 2009, p. 214). Dentro do conceito de criticidade, conforme determinam Martins e Alt (2009), as classificações ganham uma nova visão, não só apenas pela quantidade ou custo, mas sim pela importância do item dentro do processo em que está inserido tal como: Classe A itens cuja falta provoca interrupção da produção dos bens e serviços e cuja substituição é difícil e sem fornecedor alternativo; Classe B itens cuja falta não provoca efeitos na produção de bens e/ou serviços no curto prazo; Classe C os demais itens Portanto, para que se tenha uma definição exata da classificação de determinado item os autores pesquisados sugerem que seja realizado um cruzamento de informações das classificações por quantidade e custo e das obtidas por criticidade, gerando desta forma mais confiabilidade a classificação ABC.

21 Lote Econômico de Compra (LEC) O lote econômico de compra (LEC) é utilizado para mensurar o quanto pedir. Segundo Pascoal (2008, p. 21) o LEC pode ser definido como a quantidade ideal de material a ser adquirida em cada operação de reposição de estoque, onde o custo total de aquisição, bem como os respectivos custos de estocagem, são mínimos para o período considerado, ou seja, é a quantidade que fará o balanceamento entre os custos de manutenção dos estoques e aquisição dos materiais. Segundo Stevenson (2001) a fórmula para obtenção do LEC é constituída da seguinte forma: 0 = 2 Sendo que: Q0 Quantidade ideal a ser adquirida D Demanda, geralmente em unidades/ano S Custo do pedido H Custo unitário médio de manutenção do estoque Porém Stevenson (2001) faz algumas ressalvas quanto à utilização deste método, o qual ele determina como método básico para obtenção do lote econômico: Necessário que apenas um item esteja envolvido A demanda do item deve ser conhecida A demanda do item deve ser estável ao longo do ano O lead time não varia Cada pedido é recebido em uma única entrega Não existem descontos em função da quantidade No caso das peças de reposição deve-se ter uma atenção especial ao comentário sobre a demanda estável ao longo do ano, pois uma das principais características deste tipo de produto é justamente a incerteza da demanda ao longo do período.

22 Previsão de Demanda Moreira (2010) afirma que quanto mais assertiva estiver à previsão de demanda melhor poderá ser realizada a gestão do estoque, mas, porém o autor também descreve que, no caso de peças para reposição, a demanda é muito intermitente tornando a previsão um tanto quanto irregular. Moreira também expõe que a maioria dos métodos de previsão atuais são indicados apenas para itens de alto giro, os quais possuem um padrão regular de demanda. Para Pozo (2010), [... a previsão deve levar sempre em consideração os fatores que mais afetam o ambiente e que tendem a mobilizar os clientes. Informações básicas e confiáveis de toda a dinâmica de mercado deverão ser utilizadas para decidirmos quais quantidades e prazos a serem estabelecidos.] (POZO, 2010, p. 39). Assim, mesmo no caso das peças de reposição que possuem demanda instável e irregular deve haver um levantamento de dados para que se possa organizar, ainda que não com tanta assertividade, e gerir o estoque de forma que a o nível de serviço não sofra impactos e que o custo do inventário não fique elevado. Para que o processo de previsão seja mais bem executado e os objetivos (redução de custos e manutenção dos níveis de serviço) sejam alcançados, Dias (1996) apud Pozo (2010) subdivide as informações que devem ser obtidas em duas categorias: a) Informações quantitativas: são referentes a volumes e decorrentes de condições que podem afetar a demanda (influência da propaganda, evolução das vendas no tempo, crescimento populacional, variações decorrentes de modismos e variações decorrentes da situação econômica). b) Informações qualitativas: pode ser indicada como a busca de informações mediante pessoas com grande conhecimento do assunto e especialistas (opinião de gerentes, vendedores, compradores e pesquisa de mercado). É importante frisar que as informações, mesmo se coletadas de forma correta e de fontes fidedignas, sozinhas não revelam nada, sendo que há necessidade que ocor-

23 22 ram análises principalmente através de modelos matemáticos, em que estes poderão levar a melhores resultados operacionais. Segundo Moreira (2010) os métodos de previsão que mais se adequam a demanda intermitente, característica das peças de reposição que são o foco principal deste estudo, são: amortecimento exponencial, método de Croston e método Bootstrap de Willemain Tempo de Reposição (TR) O tempo de reposição pode ser definido, segundo Pozo (2010), como o espaço de tempo que segue desde a solicitação de um determinado item ao almoxarifado, passando pelo tempo da colocação do pedido de compra, pelo processo de produção do fabricante até a chegada do produto final a quem fez a requisição. Como nota-se existe uma dependência de tempo interna vinculada a agilidade dos responsáveis pela solicitação, emissão e envio do pedido ao fornecedor e que pode ser controlada internamente pela empresa através de metas individuais e setoriais, e uma dependência de tempo externa a qual está vinculada a capacidade e agilidade do fornecedor em produzir e entregar determinado item no prazo, sendo que esta deve ser controlada através de contratos que deixem expressos prazos e multas em caso de atrasos no envio dos produtos e queda nos padrões de qualidade Ponto de Pedido (PP) Pascoal (2008) define o ponto de pedido como sendo o momento correto para aquisição de um novo suprimento de estoque sendo que se deve levar em consideração o estoque virtual disponível, que seria a quantidade física existente somada ao saldo do fornecedor (pedidos em atraso e pedidos abertos e ainda dentro do prazo). Para estimar o valor do Ponto de Pedido Pozo (2010) utiliza a seguinte fórmula: = ( ) +

24 23 Em que: PP = Ponto de Pedido C = Consumo normal da peça TR = Tempo de reposição ES = Estoque de Segurança Como devem ser levados em consideração os estoques virtuais é importante que o gestor avalie periodicamente seu nível de estoque real, pois assim será possível atentar-se quanto ao ponto de pedido ideal para efetuar as solicitações de compra, assim não onerando os custos com inventários ao adquirir produtos sem necessidade, e não correndo o risco de ter prejudicado seu nível de serviço pela falta de um determinado item. 4. Modelos de Gestão de Estoques Para Moreira (2010, p. 02) o conceito de gestão de estoque tomou a forma atual a partir do momento que houve a consolidação da área logística, como campo de conhecimento gerencial tão importante quanto a produção, compras ou qualidade, ou seja, quando a logística deixou de ser apenas um instrumento de apoio e tornou-se de fato um novo setor dentro das organizações, passando a ter papel decisório dentro do processo produtivo. Foi neste momento também que o conceito deixou de ser de controle e passou a ser de gestão de estoques, porém o próprio Moreira (2010) afirma que esta alteração foi acompanhada por uma mudança na mentalidade empresarial de como era realizado o tratamento dos materiais estocados. Se atualmente uma empresa para ser competitiva não deve manter altos índices de estoque, antigamente este conceito não era conduzido desta forma, sendo que as grandes corporações mantinham altas quantidades de itens estocados, um dos fatores que provocaram a quebra de muitas delas. (MOREIRA, 2010) Sendo assim, Moreira (2010) afirma que a gestão de estoque é uma atividade muito mais complexa do que apenas o controle de materiais dentro de uma organização. Em se tratando ainda do caso de peças de reposição, objeto de análise deste estudo, o próprio autor afirma que a gestão se torna ainda mais complexa uma vez que es-

25 24 tes itens apresentam uma demanda denominada como slow-moving, definida como aquela que apresenta tamanho de demanda baixo e pouco variável, com ocorrências não freqüentes. (MOREIRA, 2010, p. 130). Wanke (2003a) complementa a análise acima caracterizando as peças de reposição como itens com altos custos de aquisição e longos tempos para reabastecimento, e as classifica conforme as características abaixo: Baixíssimo consumo: itens que apresentam consumo inferior a uma unidade por ano; Baixo consumo: itens que apresentam consumo de uma a trezentas unidades por ano. Baseando-se nas descrições acima serão detalhados alguns modelos para gestão de estoque destes itens, a fim de que seja identificado e possa ser proposto um que obtenha o melhor ajuste do estoque de segurança Modelo de Gestão de Peças de Reposição de Baixíssimo Giro Conforme discussão anterior, Wanke (2003a) define que as peças de reposição que possuem baixíssimo giro são aqueles itens que apresentam consumo inferior a uma unidade por ano. Wanke (2003a) ainda afirma que cabe a empresa definir se será mais vantajoso não possuir nada em estoque deste item ou ter apenas um item para reposição. Para auxiliar esta decisão o autor propõe uma metodologia que segue a seguir, considerando inicialmente que: CTR custo total de ressuprimento da peça (R$); Caq custo unitário de aquisição da peça (R$); TR tempo de resposta do pedido (meses); λ taxa de consumo histórico por ano (peça/ano); i taxa de oportunidade do capital (% ao ano); Cip custo de indisponibilidade e penalidade, custo incorrido toda vez que há solicitação da peça de reposição e a mesma não se encontra em estoque (R$). [... custo total (CT0) associado à política de não manter a peça de reposição em estoque é dado por λ* (CTR + Cip), ou seja, definindo o produto da taxa de consumo histórico por ano com a soma do custo total de ressuprimento da peça com os custos de indisponibilidade e penalidade, resultantes da falta da

26 25 peça no instante em que seu uso era necessário. Em muitas empresas, é prática comum estimar ou arbitrar um nível de custos associados à indisponibilidade da peça em estoque para uso imediato. Seu valor será tão maior ou mais relevante quanto maior for a importância da peça em questão para a máquina, para o processo ou para a operação em si.] (WANKE, 2003a, p. 124). A seguir, na figura 1, será ilustrada a decisão de se manter o estoque de um item em nível zero, em que será ilustrado o período de tempo, baseado na janela de um ano, em que o item não estará disponível em estoque sendo que neste período ocorreram os custos de indisponibilidade e penalidade. Figura 1 - Representação gráfica da decisão de manter zero peça em estoque (Wanke, 2003a) Como já mencionado, a empresa pode optar por estocar ou não itens considerados de baixíssimo giro. Wanke (2003a, p. 125) afirma que ao se optar por manter uma unidade em estoque, o estoque da peça é mantido até que o consumo ocorra, começando um período sem estoque de duração equivalente ao tempo de resposta do fornecedor. O autor também considera que o tempo para realização do cálculo é de um ano, e a equação para obter este índice é dada a seguir: FTECE = 1 FTECE* λ*tr (1) = ( + ) ( )

27 26 A equação acima procura avaliar, mediante a taxa de consumo histórico da peça de reposição, qual a fração do ano ou período de 12 meses com estoque da peça de reposição. Wanke (2003a) também define que o número esperado de ocorrências durante a fração de tempo esperada sem estoque (FTESE) é dado por λ * (1 FTECE). O autor também alerta que mesmo já ocorrendo o consumo da peça que estava em estoque, ainda pode ocorrer outra solicitação, mesmo esta possibilidade sendo remota. Sendo assim, o autor afirma que: [... o custo total associado à decisão de manter sempre uma peça em estoque (CT1) deve levar em consideração a possível ocorrência de outra solicitação durante o tempo de resposta, além de suas implicações em termos dos custos de ressuprimento e dos custos de indisponibilidade e penalidade.] (WANKE, 2003a, p. 126) Definindo assim a seguinte equação: CT1 = FTECE*Caq*i + CTR* λ + Cip* λ* (1-FTECE) A figura 2 ilustra a decisão de se manter um item em estoque e demonstra a importância do TR, pois este exerce influência direta no tempo em que o item ficará a disposição no estoque considerando a janela de um ano. Figura 2 - Representação gráfica da decisão de manter uma peça em estoque (Wanke, 2003a)

28 27 Neste modelo proposto, para itens com baixíssimo giro de estoque, é possível decidir qual a política de gestão de estoques que possui maior vantagem com base na comparação dos custos envolvidos nos dois cenários possíveis: um ou nenhum item estocado, esta decisão também será tomada com base no nível de serviço que a empresa pretende manter Modelo de Gestão de Peças de Reposição de Baixo Consumo Continuando no modelo proposto por Wanke (2003a), será definido o método para gestão do estoque de peças de baixo giro, que são aquelas que possuem consumo entre uma ou trezentas unidades por ano. O autor afirma que não se pode adotar para obtenção do estoque de segurança uma distribuição normal, uma vez que a demanda nestes casos não possui este perfil. Para resolver este problema Wanke (2003a) adota a distribuição Poisson, pois segundo o autor: As propriedades dessa distribuição de probabilidades a tornam particularmente interessante para o entendimento de como diferentes níveis de ponto de pedido e ES afetariam a probabilidade de não faltar estoque, especialmente em ambientes de baixo consumo. (WANKE, 2003a, p. 129) Além disso, Wanke (2003a) diz que a distribuição de Poisson apresenta as seguintes características: Trata-se de uma distribuição discreta, ou seja, é possível calcular a probabilidade de ocorrência de um determinado nível de consumo com base na sua média histórica. Pressupõe-se que ocorra independência entre os eventos, ou seja, o consumo de um mês não de afetar o consumo dos meses seguintes. A variância do consumo (desvio padrão elevado ao quadrado) é igual ao consumo médio em determinado período. Deste modo, conforme fórmula abaixo que está fundamentada na lei estatística de Poisson, Wanke (2003a) procura demonstrar como calcular a probabilidade (p(x)) do consumo de peças de reposição ser igual a x unidades, no momento em que a média do consumo histórico, durante o processo de abastecimento é λ.

29 28 ( ) = ( )x e ( )! Onde: x = consumo de peças de reposição cuja probabilidade se deseja estimar; t = intervalo de tempo considerado; λ = taxa de consumo histórico das peças de reposição por unidade de tempo; P(x) = probabilidade de haver x solicitações por peças de reposição durante o período de abastecimento. Para que a fórmula mencionada tenha o resultado esperado, Wanke (2003a) observa que tanto o consumo de peças de reposição (x) que deseja estimar, quanto à taxa histórica de consumo (λ), estejam referenciados a um mesmo intervalo de tempo. Além disso, o autor também adverte que o nível de estoque de peças de reposição deve ser determinado a partir do momento em que é feita a colocação do pedido de ressuprimento até seu recebimento Método do Grau de Risco (MGR) Pozo (2010, p. 55) define o modelo MGR para configuração do estoque de segurança como sendo o mais simples e fácil de utilizar, principalmente pelo fato de não requerer nenhum conhecimento profundo em matemática. Esse modelo adota um fator de risco, em porcentagem, que será definido pelo gestor em função de sua sensibilidade de mercado e informações que devem ser coletadas junto ao setor de vendas e suprimentos. Pimentel (2005) complementa a idéia acima informando que o fator de risco pode ser ajustado a partir dos critérios da classificação ABC, sendo que quanto mais importante for o item maior será o fator de risco a ele associado. A fórmula para o cálculo do estoque de segurança, no caso no método MGR, será dada da seguinte forma: =

30 29 Onde: ES = Estoque de Segurança C = Consumo médio no período K = Coeficiente de grau de risco 4.4. Método com Variação de Consumo e/ou Tempo de Reposição (MVC) Este método, segundo Pozo (2010), deve ser utilizado somente quando as variações de demanda e/ou tempo de reposição forem maiores que os dados definidos, ou seja, quando ocorrerem atrasos na entrega do pedido e/ou aumento nas vendas. Para este modelo de cálculo do estoque de segurança será adotada a seguinte fórmula: = ( ) + Onde: ES = Estoque de Segurança C n = Consumo normal do produto C m = Consumo maior previsto do produto P tr = Porcentagem de atraso no tempo de reposição 4.5. Método com Grau de Atendimento Definitivo (MGAD) Conforme definido por Pozo (2010) este método procura determinar um estoque de segurança fundamentado no consumo médio de um item durante um determinado período e um atendimento da demanda não em sua totalidade, mas em determinado grau de atendimento. Através deste método Pozo (2010) afirma que é possível comparar em termos percentuais e financeiros as diversas alternativas de grau de atendimento, assim decidindo pelo que melhor atenda as políticas da empresa e o que causará menor impacto negativo para a mesma por não entregar todos os pedidos no prazo.

31 30 Para o cálculo do estoque de segurança seguindo o modelo MGAD se faz necessário seguir três etapas: a) Calcular o consumo médio (C md ) Em um primeiro momento deve-se calcular o consumo médio que é gerado a partir da seguinte equação: = ( ): b) Calcular o desvio padrão (δ) Após determinado o consumo médio calcula-se o desvio padrão: = ( ) c) Calcular o estoque de segurança (ES) Assim que tanto o consumo médio quanto o desvio padrão forem conhecidos, neste momento já é possível determinar o estoque de segurança através do método MGAD seguindo a equação abaixo: = Onde: C md = Consumo médio mensal C = Consumo mensal n = Número de períodos δ = Desvio-padrão k = Coeficiente de risco determinado pelo gestor Obs.: todos os termos das expressões anteriores também estão definidos acima

32 31 Com este modelo proposto por Pozo (2010) é possível comparar valores para atender o mercado com maior ou menor grau de atendimento ao cliente, podendo assim verificar a viabilidade de se ter maiores ou menores volumes em estoque, ou seja, o gestor conseguirá determinar se reduzindo o percentual do grau de atendimento ocorrerão ganhos consideráveis em custos e o quanto esse procedimento afetará no nível de serviço a ser prestado Estoque de Segurança com Consumo Variável e Tempo de Atendimento Constante Segundo Martins e Alt (2009), baseados em estudos já realizados, os mesmos definem que o consumo durante o período de atendimento, assim como já afirmado anteriormente por Wanke (2003a), é bem próximo de uma distribuição normal de Poisson. Analisando o gráfico abaixo onde temos uma média D e desvio padrão S d, é possível identificar que o estoque de segurança é dimensionado para atendimento do aumento de consumo (até D1). Após atingir o ponto de pedido (PP), deve-se emitir um novo pedido de compras. Sendo o tempo de atendimento (TA) constante, após TA dias o pedido será entregue. Figura 3 Estoque de Segurança com Demanda Variável e TA Constante (Martins e Alt, 2009)

33 32 Para Martins e Alt (2009) existem algumas situações que podem ocorrer para nessas circunstâncias: a) Consumo (D) pode ser exatamente igual ao consumo médio dos períodos anteriores. Quando tal situação ocorrer, ao ser entregue o pedido, haverá em estoque uma quantidade de material equivalente ao estoque de segurança, não gerando neste caso acúmulo de materiais estocados; b) Consumo (D2) pode ser inferior ao consumo médio dos períodos anteriores. Neste caso quando o pedido for entregue o estoque será superior ao estoque de segurança, neste caso gerando um aumento dos itens estocados; c) Consumo (D 1 ) pode ser superior ao consumo médio dos períodos anteriores. Havendo tal situação podem ocorrer duas condições: o estoque pode ser nulo quando o pedido for entregue, ou ainda, no momento da entrega do pedido o estoque já pode estar esgotado. Assim sendo, Martins e Alt (2009) afirmam que o problema de determinação do estoque de segurança está relacionado ao valor de D1, sendo que neste caso assume-se determinado risco de não atendimento à demanda quando esta for superior a D1. Os autores determinam que a probabilidade da demanda seja superior a D1 será denominada de α (alfa), e tendo esta como uma distribuição normal se obtém a seguinte equação: = 1 Os autores determinam que como (D1-D) = ES, pode-se chegar a seguinte expressão: = Devido ao risco de se haver variações do consumo enquanto se espera o pedido ser atendido, S D representará o desvio padrão do consumo durante o tempo de atendimento. Assim, a expressão que irá gerar o estoque de segurança será dada por: =

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