O sistema de garantia dos direitos humanos das crianças e dos adolescentes: responsabilidades compartilhadas.
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- Maria Júlia Terra Lancastre
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1 Página1 Curso de extensão universitária: O sistema de garantia dos direitos humanos das crianças e dos adolescentes: responsabilidades compartilhadas. Apresentação: Em 2015, comemorando 25 anos do ECA, realizar-se-á a X Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e as etapas municipais, do distrito federal, estaduais e regionais. O tema dessa conferência é: Política e Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes fortalecendo os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), por meio da Resolução nº 166/14 e do texto: Orientações para a realização das conferências municipais, distrital e estaduais dos direitos da criança e do adolescente. Guia número 1, orienta a preparação das Conferências, incluindo as Conferências Livres. A partir da VII Conferência Nacional dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente (2007), as Conferências passam a ter pode deliberativo (até então era apenas consultivo), o que antes era apenas uma prerrogativa dos Conselhos. Essas instâncias, portanto, têm a função de definir as políticas públicas e suas prioridades, inclusive orçamentária, que devem ser implementadas pelo Poder Público, especialmente o Executivo. A VII Conferência representou um marco histórico em relação a normatizações de direitos humanos da criança/adolescente, pois deliberou acerca (1) dos direitos à convivência familiar e comunitária, (2) do sistema de atendimento socioeducativo (para adolescentes autores de atos infracionais) e (3) do orçamento criança/adolescente (OCA). Essas deliberações resultaram na complementação do ECA, por meio da lei n /2009 e da lei n /2012 e reafirmaram a prioridade da criança e do adolescente no orçamento público (Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária). Em 2009, a VIII Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente aprovou o Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, um plano para ser implantado, executado e avaliado no período de 2010 a 2020 em todo o território nacional. Cada etapa da Conferência (municipal, regional, estadual e nacional) discutiu ações políticas em relação a cinco eixos temáticos, definindo diretrizes e objetivos estratégicos para cada um dos eixos: eixo 1: 1
2 Página2 Promoção dos Direitos de Crianças e Adolescentes; eixo 2: Proteção e Defesa dos Direitos; eixo 3: Protagonismo e Participação de Crianças e Adolescentes; eixo 4: Controle Social da efetivação dos Direitos e eixo 5: Gestão da Política dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes. Na IX Conferência (2011) pretendia-se avaliar a execução do Plano Decenal em todos os níveis federativos. Como o tema dessa Conferência explicita: Mobilizando, Implantando e Monitorando a Política e o Plano Decenal de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, cada ente federativo deveria conferir as ações realizadas nos primeiros anos do Plano Decenal de cada ente, verificando o estágio de execução das ações aprovadas na Conferência anterior. A X Conferência dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente pretende focar o eixo 4 do Plano Decenal, pretendendo fortalecer os Conselhos para que esses garantam a execução do Plano Decenal. Também relacionado ao Plano Decenal, no que tange ao protagonismo e participação crianças e adolescentes (eixo 3), além da participação de adolescentes nas Comissões Organizadoras (considerando todas as etapas) e na Conferência, devem ser realizadas Conferências Livres, com o objetivo de mobilizar e articular crianças e adolescentes quanto ao ECA no contexto da X Conferência. Essas Conferências Livres devem ser realizadas em escolas e serviços governamentais e não governamentais dirigidos à crianças e adolescentes, envolvendo todos seus atores: crianças, adolescentes, direções, educadores, funcionários e outros. Essas conferências deverão produzir subsídios para os debates na Conferência Municipal e nelas serão eleitos os delegados para a Conferência Municipal. Para orientar os municípios em relação à organização das Conferências Livres, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) disponibilizou orientações e metodologias propostas pelo Instituto Marista de Assistência Social, que podem ser acessadas no endereço: O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Piracicaba (CMDCA) está mobilizando escolas e instituições que atuam com a população infanto-juvenil 2
3 Página3 em Piracicaba para a realização das Conferências Livres a partir de fevereiro de Um Grupo de Trabalho já iniciou o processo de mobilização e definiu o período de final de fevereiro à primeira quinzena de abril de 2015 para a realização das Conferências Livres, visto que a Conferência Municipal ocorrerá nos dias 24, 25 e 26 de abril de O Curso de Extensão ora apresentado tem a finalidade de contribuir com o CMDCA nesse processo, preparando alunos da UNIMEP para atuarem como referências de apoio às instituições que promoverem as Conferências Livres. O Curso é um momento de qualificação dos alunos da UNIMEP, mas estará aberto para outras pessoas interessadas no conteúdo, especialmente atores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente de Piracicaba. Essa proposta se insere no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (Brasil, 2012), em consonância com o Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos (ONU, 2005) e com o Plano Nacional de Extensão Universitária (Brasil, 2011) Objetivos Geral: Capacitar alunos universitários em relação aos direitos de crianças e adolescentes para atuação como referência de apoio nas Conferências Livres dos Direitos da Criança e do Adolescente a serem realizadas em Específicos: Conhecer e compreender criticamente os direitos fundamentais da criança e do adolescente (Estatuto da Criança e do Adolescente ECA/1990) e seus desdobramentos na atualidade; Compreender o processo de elaboração das políticas sociais públicas, no contexto brasileiro de um Estado Democrático de Direitos, com destaque as instâncias formuladoras dessas políticas (Conferências e Conselhos); Compreender o processo de execução dessas políticas, no contexto de um Estado burocrático e instrumental, com destaque aos setores executivos responsáveis pela execução das políticas públicas de assistência social; Refletir sobre os significados da condição/situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social; Refletir sobre o papel de cada ator no Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (conselhos de direitos, conselho tutelar, poder judiciário, programas e projetos dirigidos a criança e ao adolescente governamentais e não governamentais) 3
4 Página4 Conhecer metodologias para educação em direitos humanos que promovam a participação ativa de todos os envolvidos, por meio de uma aprendizagem significativa e difusora de conhecimentos para a sociedade. Público-alvo: alunos de cursos de graduação da UNIMEP e atores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente. Metodologia Leitura e análise crítica de textos e legislação; Aulas expositivas e dialogadas; Discussão e reflexão grupal a partir dos temas programáticos; Oficinas de estudo de caso. Início do Curso: 19 de março de 2015 Horário: 14hs00 às 17hs00 Carga Horária: 18 hs00 Local: CEAPsi Número de participantes: 50 Inscrições: Para informações: (19) É necessário 100% de frequência para o aluno estar habilitado para a atuação nas Conferências Livres 4
5 Página5 Programação Data Conteúdo Responsável 19/02 Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no Brasil: de problema social a sujeitos de direitos. Karina Garcia Mollo Ênfase no ECA 20/02 Elaboração de Políticas Sociais Públicas: Estado democrático e controle social. Ênfase nos Conselhos e Conferências dos Direitos de Crianças e Adolescentes e no tema da X Conferência. 26/02 Execução das Políticas Públicas: os direitos humanos no Estado neoliberal. Ênfase nos serviços, na gestão e orçamento públicos. 27/02 Exclusão social, violência e cidadania: o papel da escola, da assistência e das comunidades locais. Ênfase na ideia de vulnerabilidade e riscos sociais e na emancipação comunitária. 05/03 O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente: a centralidade do poder judiciário e as possibilidades de mediação comunitária. Ênfase no Sistema de Justiça e Conselhos Tutelares. 06/03 Educação permanente em direitos humanos e aprendizagem significativa: ser referência de apoio nas Conferências Livres em Piracicaba. Telma R. de Paula Souza André Bertassi Dagmar Silva Pinto de Castro Márcia A. Lima Vieira Marcos A. Barbieri Gonçalves Todos 5
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