Eu quero ver, se você não se mexe... Eu quero ver quem se mexe por você!

Transcrição

1 Eu quero ver, se você não se mexe... Eu quero ver quem se mexe por você! O VER SUS RMR Nossa rebeldia é VER um SUS popular foi singular! Foram 13 dias de muito aprendizado, sorrisos, papos, trocas, abraços, picolés, confiança, respeito e construção coletiva! Receber os viventes no primeiro dia foi uma das coisas mais especiais! Vê-los olhando o assentamento pela janela do ônibus, curiosos, ansiosos (demais!), quietinhos num primeiro momento! (risos) O olhar de surpresa foi uma das coisas mais especiais que o VER-SUS faz acontecer num primeiro momento. Depois tem muita curiosidade, desafio, coragem em se dispor a vivenciar coletivamente 13 dias fora da zona de conforto que teoricamente a cidade nos dá. Mas podemos pensar em que conforto é esse que nos tira as coisas simples da vida e define para nós o que deve fazer-nos felizes. Os sem-terrinhas nos mostravam como ser feliz com tão pouco. Rir o sorriso de uma criança simples, cheias de amor e de vontade em ser feliz! Eu poderia descrever dia a dia do metodológico, construído durante meses, e avaliado e reavaliado constantemente. Mas prefiro dizer do desafio de estar facilitando Núcleo de Base e espaços de discussão e coordenação dos dias que seguiram. É um desafio ser mulher e estar na posição de coordenação, em qualquer espaço! Mas no VER-SUS é diferente... é a

2 responsabilidade de estar ali como mulher, militante de movimento social, jovem, e corresponder pelo menos um pouco a sede de conhecimento e ao turbilhão de questionamentos que é nossa missão colocar. Se os tubarões fossem homens? Só tenho a agradecer por mais uma oportunidade de ser facilitadora, e pelas pessoas lindas do NB Todas as Marias e meu parceiro de facilitação, Alberis, pela confiança, respeito e pelo cuidado mútuo durante todos os dias dessa vivência.

3 Saímos do VER SUS com a bagagem cheia e com a lembrança carinhosa de tantas coisas que aconteceram nessa edição. Deixamos carinhosamente uma lembrança nossa ao Assentamento Che Guevara, a construção da Biblioteca Alexina Crêspo e a finalização da pintura de Che Guevara que foi iniciada por Tony, um companheiro sem terra que foi assassinado. Aos nossos mortos nenhum minuto de silêncio, mas uma vida inteira de luta!

4 Ao MST, ao Levante Popular da Juventude e todo o campo popular, que me ensina tanto e me lembra que meus sonhos e meus passos são e precisam ser sempre coletivos e que a construção de um mundo novo nos exige disciplina, utopia e amor ao povo!

5 À Mila, pela disciplina, sensibilidade em enxergar a saúde do tamanho do povo brasileiro e por permitir sonhar e acreditar nesse mundo novo, com novos homens e novas mulheres lado a lado comigo. Sem ela, essa edição não teria acontecido! E sem ela, a minha vida não teria muito que tem hoje. Na luta nos encontramos, na vida estamos seguindo! Gratidão! Tarefa Morder o fruto amargo e não cuspir, Mas avisar aos outros o quanto é amargo, Cumprir o trato injusto e não falhar Mas avisar aos outros o quanto é injusto, Sofrer o esquema falso e não ceder Mas avisar aos outros quanto é falso; Dizer também que são coisas mutáveis... E quando em muitos a noção pulsar do amargo e injusto e falso por mudar Então confiar à gente exausta o plano De um mundo novo e muito mais humano. (Geir Campos)

6 LIBERDADE Não ficarei tão só no campo da arte, e, ânimo firme, sobranceiro e forte, tudo farei por ti para exaltar-te, serenamente, alheio à própria sorte. Para que eu possa um dia contemplar-te dominadora, em férvido transporte, direi que és bela e pura em toda parte, por maior risco em que essa audácia importe. Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma, que não exista força humana alguma que esta paixão embriagadora dome. E que eu por ti, se torturado for, possa feliz, indiferente à dor, morrer sorrindo a murmurar teu nome Carlos Marighella São Paulo, Presídio Especial, 1939 Nossa rebeldia é VER um SUS popular! Fora Temer!