CENTRAL DE RESÍDUOS DO HCFMRP-USP
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- Luiz Felipe Neto Fragoso
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1 HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO CENTRAL DE RESÍDUOS DO HCFMRP-USP Daniela Saldanha e Silva Flauzino eng.ga@hcrp.usp.br (16) Autores: Daniela S. S.Flauzino Liliane B. Picão Luciana M. Alecrim Marcio A. Motta
2 INTRODUÇÃO O mundo não é mais o mesmo. Nem as organizações. Permeia em tudo um olhar voltado para o cuidado com o meio ambiente. Alguns ainda duvidam de que as nossas ações hoje realmente comprometerão a natureza de forma a determinar o extermínio de nossa espécie em breve tempo. Questionam se a água no mundo irá acabar e se é verdade que algumas espécies animais e vegetais não mais existirão em alguns anos. Questionamentos sem resposta definida. Observamos, porém, que existe uma preocupação no reflexo das ações individuais e dos processos das organizações no meio em que vivemos, para um lado sustentável. Em um mundo de sonhos esta já é a realidade na maior parte das empresas. O desafio é produzir, manter o funcionamento de modo a não comprometer a capacidade de subsistência da população no futuro. Em organizações potencialmente, ou sabidamente geradoras de produtos perigosos, estas ações são ainda mais notórias e merecedoras de destaque. Atualmente conhecemos que vários compostos utilizados há alguns anos atrás são enormemente perigosos. Possuem no seu uso um benefício, um ganho, mas comprometem por outro lado, de forma talvez mais cruel e importante do que era imaginado. Com o avanço das tecnologias, obtivemos este conhecimento, e agora, usamos desta mesma ferramenta de desenvolvimento para criação de outros compostos e alternativas mais respeitosos com o meio ambiente. Sendo assim, identificamos como de suma importância e significado profundo, o trabalho desenvolvido pelas equipes que gerenciam resíduos de serviços de saúde, pelos potenciais riscos associados a eles. Rejeitos radioativos, resíduos biológicos, químicos e perfurocortantes, provém de procedimentos e intervenções que salvam (e por isso indispensáveis), mas de grande risco se manejados de maneira incoerente com a responsabilidade que é devida, para garantir o cuidado e respeito com o meio ambiente e com as pessoas envolvidas no processo. Este trabalho tem o objetivo de demonstrar as ações do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) para gerenciar corretamente e com estrutura física adequada os diversos tipos de resíduos gerados, e descrever o processo desenvolvido pela equipe do Serviço de Gerenciamento Ambiental (SGA) desde a fim de atender as legislações, e às peculiaridades dos serviços prestados no HCFMRP-USP, sempre com o olhar e com o objetivo principal de cuidar do meio ambiente. OBJETIVOS - Descrever o fluxo de trabalho na Central de Resíduos do HCFMRP-USP; - Justificar a necessidade da ampliação da Central de Resíduos; - Demonstrar os benefícios de uma estrutura física adequada para um manejo correto; - Utilizar a água da chuva; - Dinamizar o processo de triagem dos resíduos recicláveis: processamento interno.
3 DESENVOLVIMENTO O Serviço de Gerenciamento Ambiental do HCFMRP-USP se estruturou no ano 2002, com equipe própria, objetivando adotar ações de cuidado com o meio ambiente priorizando a estruturação e organização do manejo dos resíduos gerados, visto que estes geram riscos. Pela Central de Resíduos passam todos os resíduos gerados na Unidade Campus do HCFMRP-USP e os resíduos químicos e recicláveis gerados na Unidade de Emergência e Banco de Leite Materno (unidades que fazem parte do HCFMRP-USP, mas distantes da unidade Campus). A quantidade de resíduos que circulam pela Central é de aproximadamente 4 toneladas por dia. Para que este manejo fosse corretamente realizado, foi necessário criar estrutura física e processos de trabalho adequados à geração existente considerando tratar-se de hospital terciário em que todos os grupos de resíduos são gerados. A Central de Resíduos foi projetada para ser construída em etapas, visto que os recursos financeiros necessários para viabilizar a obra completa eram volumosos e vislumbrou-se que parte deste recurso poderia ser angariado com a venda de resíduos recicláveis. Em 2004, priorizou-se a construção de Armazenamento Externo para Resíduos Químicos e outro para Rejeitos Radioativos, pois ambos careciam de um local adequado para armazenamento, considerando legislação e riscos inerentes aos grupos de resíduos citados. Armazenamento Externo para Resíduos Químicos e Rejeitos Radioativos Com a padronização de contentores, treinamentos e palestras, visando despertar nos servidores um maior cuidado com os resíduos e consequentemente a correta segregação dos recicláveis, passou-se a ter um maior volume destes segregado corretamente. Desta forma, em 2007, foi concluída a segunda etapa da Central de Resíduos com a área de Triagem e Armazenamento de Resíduos Recicláveis. Todo o estímulo à correta segregação dos resíduos recicláveis foi baseada na necessidade de: Minimizar a destinação de resíduos recicláveis ao aterro sanitário, aumentando assim sua vida útil; Evitar o uso de novas matérias primas; Preservar recursos naturais não renováveis, ou potencialmente renováveis;
4 Com a segregação correta e área adequada para armazenar os resíduos recicláveis, foi possível a venda destes, gerando recursos que foram usados em ações de estruturação do manejo dos demais resíduos. Área de Triagem e Armazenamento de Resíduos Recicláveis Ainda com este recurso foi construída a primeira ampliação da Central de Resíduos que contemplou um depósito para Armazenamento Externo de Resíduos Infectantes e outro para Resíduos Comuns, com valor total da obra de R$ ,00 custeados com a verba da venda dos resíduos recicláveis. A aquisição de contentores para transporte interno de resíduos comuns e recicláveis, também foi custeada com este recurso, e objetivava a diminuição da manipulação dos sanitos com os resíduos, o correto acondicionamento e consequentemente a minimização dos riscos. Depósito para Armazenamento Externo de Resíduos Infectantes e de Resíduos Comuns (atualmente Entreposto) Placa de Inauguração da primeira ampliação da Central de Resíduos
5 contemplando: No dia 23 de agosto de 2013, inauguramos mais uma ampliação da Central de Resíduos, Ampliação da Área de Armazenamento e Construção de local para Higienização de Contentores de Resíduos Comuns; Área de Processamento de Resíduos Recicláveis; Construção de mais um depósito para Armazenamento Externo de Resíduos Químicos; Captação e Reservação da Água da Chuva para Higienização dos Contentores. Área de Processamento de Resíduos Recicláveis Depósito para Armazenamento Externo de Resíduos Químicos Armazenamento Externo e área para Higienização de Contentores de Resíduos Comuns Nesta etapa foi prevista a captação e reservação da água da chuva, de toda a área nova com capacidade de armazenamento de litros de água, para lavagem dos contentores de resíduos e higienização dos abrigos de armazenamento de resíduos, em uma ação que promove o cuidado com o meio ambiente. As obras da ampliação da Central, no tocante ao Armazenamento Externo de Resíduos Químicos, foram realizadas devido a necessidade de reorganizar a estrutura para atender às novas demandas, conforme definido na CVS 21. O objetivo da ampliação da área de Processamento de Resíduos Recicláveis foi dinamizar o processo de manejo dos resíduos recicláveis e otimizar o processo armazenamento, considerando a atual geração aproximada de 600 quilos de resíduos recicláveis por dia. Na área de Processamento de Resíduos Recicláveis será disposta uma prensa que possibilitará o enfardamento destes resíduos, agregando valor à este produto, bem como será adquirida empilhadeira para transportar os fardos que serão dispostos em pallets, estrategicamente separados, para cada tipo de resíduo enfardado: garrafas pet, plástico fino, frasco plástico, papelão, papel branco, arquivo misto, papel cartão, tetra pak, latas de alumínio. A área de Processamento possibilita a guarda do material de maneira mais adequada. Futuramente com a instalação da prensa e a empilhadeira, e consequentemente com o enfardamento teremos a possibilidade de empilhamento dos fardos, o acúmulo de maior quantidade de fardos promovendo uma venda em condições mais lucrativas, e a diminuição dos processos administrativos envolvidos com a venda dos resíduos recicláveis, que poderá ocorrer com menor freqüência.
6 Banners elaborados para inauguração da ampliação da Central de Resíduos, objetivando ilustrar o Processamento dos Resíduos Recicláveis e o Armazenamento e Higienização de Resíduos Comuns e uso da água da chuva na nova área. Os processos que ocorrem na Central de Resíduos são: Resíduos Infectantes e Perfurocortantes e Comuns (refugo): pesagem, armazenamento externo e apresentação à coleta externa; Resíduos Químicos: cadastramento, pesagem, armazenamento externo e apresentação a coleta externa; Rejeitos Radioativos: pesagem, armazenamento externo, medição, tempo de decaimento, segunda medição e descarte. Resíduos Comuns (recicláveis): triagem por tipo de resíduo, pesagem, armazenamento externo, venda; Higienização de todos os contentores de resíduos; Limpeza das áreas de armazenamento externo de resíduos. A construção da Central de Resíduos trouxe imensos benefícios para o gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde no HCFMRP-USP: Centralização do armazenamento externo de resíduos, nos diferentes abrigos adequados às características de cada tipo específico, respeitando a legislação; Diminuição de riscos associados ao manejo de resíduos; Distanciamento dos resíduos gerados, das áreas de assistência e do acesso aos pacientes, Disponibilidade de espaço suficiente para armazenamento da quantidade de resíduos gerados; Possibilidade de estratificação dos resíduos recicláveis, com a triagem dos diversos tipos, como por exemplo: papelão, papel cartão, papel colorido, papel branco; Otimização do processo de trabalho da equipe técnica (04 servidores), operacional (06 servidores), e administrativos (02 servidores), devido a centralização das atividades; Obtenção de melhor aproveitamento dos equipamentos e áreas de uso comum.
7 Todos estes itens possibilitaram que a equipe do SGA apesar de diminuta, gerenciasse todos os resíduos, nas unidades sob responsabilidade do HCFMRP-USP, de forma a atender ao previsto na legislação. Planta Baixa da Central de Resíduos RESULTADOS O resultado mais significativo observado foi a mudança no comportamento dos servidores quanto à visão de cuidado com o meio ambiente, no que se refere à segregação correta dos resíduos, que antes eram destinados junto aos outros tipos de resíduos e passaram a ser segregados como recicláveis. Houve a diminuição de riscos relacionados aos diversos grupos de resíduos, pela retirada destes das proximidades de áreas de maior fluxo de pessoas, promovendo segurança e ainda, em casos de sinistros de qualquer ordem, as ações emergenciais são mais facilmente adotadas, pois temos uma única área crítica a ser priorizada. Com a centralização dos armazenamentos externos, tornou-se possível o acompanhamento pela equipe do SGA, da coleta externa de todos os tipos de resíduos gerados, garantindo a fiscalização efetiva de todas as etapas do manejo internas à unidade geradora. Considerando o tamanho desta unidade de saúde e a complexidade dos atendimentos realizados, a Administração do HCFMRP-USP identificou desde o início, a necessidade de adotar ações inovadoras, como a Central de Resíduos. Observou que o manejo dos resíduos, e as peculiaridades associadas a cada grupo, requeriam atenção diferenciada, atitude esperada de uma unidade de saúde como esta.
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