RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)
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1 2015 RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE) Tribunal da Comarca de Braga Guimarães Instância Central 1.ª Secção do Comércio J2 Processo n.º 3354/14.8T8GMR Nuno Albuquerque Teresa Maria Esquível Sequeira Braga Costa
2 Capítulo: INTRODUÇÃO ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES IDENTIFICAÇÃO DA INSOLVENTE COMISSÃO DE CREDORES O ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA DATAS DO PROCESSO ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS CAUSAS DA INSOLVÊNCIA CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO DA APREENSÃO DO VENCIMENTO DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)
3 Capítulo: INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO Pelo credor Banco Comercial Português, S. A. foi requerida a insolvência de Teresa Maria Esquível Sequeira Braga Costa, tendo sido proferida sentença em 16 de Janeiro de Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador da insolvência deve elaborar um relatório contendo: a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º; b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos autos pelo devedor; c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência, e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários figuráveis; d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do mesmo; e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a tramitação ulterior do processo. Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores. Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem o administrador apresentar o seu relatório. O Administrador da insolvência 3
4 Capítulo: IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES 2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES 2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSOLVENTE Nome NIF BI Morada Estado Civil Teresa Maria Esquível Sequeira Braga Costa Rua António Costa Guimarães, Casa da Boavista, S/N, Urgeses, Guimarães Divorciada 2.2. COMISSÃO DE CREDORES Não nomeada 2.3. O ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA Nuno Carlos Lamas de Albuquerque NIF/NIPC: Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado Braga Telef: nunoalbuquerque@nadv.pt 2.4. DATAS DO PROCESSO Data e hora da prolação da sentença: 16/01/2015 pelas 09h 00m Publicado no portal Citius 19 de Janeiro de 2015 Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos. Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 11/03/2015 pelas 15h 00m 4
5 Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS Dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor deve juntar, entre outros, documento em que se explicita a actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos últimos três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o que entenda serem as causas da situação em que se encontra. Apesar de notificada por carta registada recepcionada no passado dia 10 de Fevereiro, a devedora não procedeu, de acordo com o disposto no nº 1 do artigo 24º do CIRE, à junção de quaisquer documentos. Pelo requerente da insolvência foram juntos os seguintes documentos: a) Livrança subscrita e avalizada pela insolvente ; b) Proposta de financiamento; c) Comunicação do preenchimento de livrança; d) Informações não certificadas dos veículos propriedade da insolvente à data de ; e) Assento de nascimento da insolvente. 5
6 Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS O Administrador da Insolvência realizou as diligências necessária s à averiguação da actividade da insolvente nos últimos três anos. Contudo, é de salientar que a Requerida não prestou qualquer colaboração ao signatário até à elaboração deste Relatório. Desconhece-se, pois, e para além da factualidade retratada na petição inicial de insolvência, qual ou quais as actividades que a insolvente exerce ou exerceu CAUSAS DA INSOLVÊNCIA As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da insolvência resultam da análise efectuada à inf ormação colocada à disposição do Administrador de Insolvência (petição inicial e documentos fornecidos), bem como das diligências efectuadas por este. Deste modo, indicam-se os motivos justificativos da actual situação de insolvência enunciada pelo requerente: A insolvente prestou o seu aval em relação a obrigações subscritas pela sociedade António da Costa Guimarães, Filho & Companhia, S. A.; Esta sociedade encontra-se em Processo Especial de Revitalização desde 26 de Dezembro de 2014, tendo incumprido com os pagamentos perante o Banco Comercial 6
7 Capítulo: CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA Português, S. A., que, consequentemente, preencheu a livrança que tinha em seu poder e onde a insolvente prestou o seu aval; O vencimento da livrança ocorreu em 26 de Março de 2014, sendo a insolvente solidariamente responsáv el pelo pagamento de tal dívida. A devedora, pese embora notificada para o efeito, não prestou qualquer informação ao administrador da insolvência, designadamente no que se refere à sua atividade profissional, situação socio-económica, obrigações vencidas, processos em que seja demandado. 4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve o Administrador da insolvência efectuar uma análi se do estado da contabilidade da devedora e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos pelo devedor. Contudo, desconhece o signatário se o presente dispositivo terá aplicação. 7
8 Capítulo: CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES 5. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES A assembleia de credores de apreciação do relatório delibera sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de Insolvência. Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem como escopo a liquidação do património de um devedor insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o património dos devedores à data da declaração de insolvência, bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do processo. O signatário encetou diligências no sentido de averiguar a existência de bens no património da insolvente, nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e Repartição de Finanças, não tendo sido localizados quaisquer bens que sejam, actualmente, propriedade da insolvente. O cenário possível que se apresenta para os credores é, pois, no sentido do encerramento. Assim, considerando que: 1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de valores activos face ao Passivo acumulado 2. Não havendo Plano de Pagamentos; 8
9 Capítulo: CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES o Administrador da Insolvência propõe que se delibere no sentido do encerramento por insuficiência da massa. 9
10 Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 6. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 6.1. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO Das diligências efectuadas no sentido de averiguar a existência de bens no património da insolvente, nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel, resulta das mesmas não terem sidos localizados quaisquer bens. Contudo, da reclamação de créditos apresentada pela Autoridade Tributária e Aduaneira consta um valor referente a IMI, referente aos anos de 2011 e Analisada a reclamação e efectuadas as necessárias averiguações, foi possível concluir que tais créditos são derivados de reversões da sociedade António da Costa Guimarães, Filho & C ompanhia, S. A., da qual a insolvente foi acionista minoritária, não detendo, actualmente, quaisquer participações social no respectivo capital social. Foi, igualmente, possível verificar que a insolvente alienou o veículo de Matrícula 93-GM-41 e marca Lancia, em 26 de Setembro de 2013, à sociedade Bomcar Automóveis, S. A., sendo que este veículo serviu de retoma, pelo valor de 9.000,00, na compra de um outro veículo que nunca foi registado em nome da insolvente. Constatou-se também que a insolvente alienou, em , o veículo automóvel de marca Rover e matrícula RS a Maria Margarida Esquível Sequeira Braga Costa Jordão. No entanto, o 10
11 Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO valor que seria realizado com a resolução em benefício da massa insolvente e a venda do veículo em causa, seria de, aproximadamente, 1.250,00. Entende o signatário que, tendo em conta que o valor em causa não seria suficiente sequer para pagamento das custas do processo e este seria o único bem da massa insolvente, redundaria o mesmo numa inutilidade pr ática DA APREENSÃO DO VENCIMENTO No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de forma sucinta, a justificação para a não apreensão. A devedora, pese embora notificada para o efeito, não prestou qualquer informação ao administrador da insolvência, designadamente no que se refere à sua atividade profissional, situação socio- económica, obrigações vencidas, processos em que seja demandado, pelo que, desconhece o signatário se esta aufere algum valor e a que título DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do incidente de qualificação da insolvência, na sentença que declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de 11
12 Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO qualificação, com carácter pleno ou limitado cfr. al. i) doa rt.º 36.º do CIRE. Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não declarou, desde logo, aberto aquele incidente. Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após a realização da assembleia de apreciação do relatório, a administradora da insolvência ou qualquer interessado deverá alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da qualificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas que devem ser afetadas por tal qualificação, cabendo ao juiz conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno, declarar aberto o incidente de qualificação da insolvência, nos 10 dias subsequentes. Regista-se, desde já, a falta de colaboração por parte da devedora na sequência da notificação efectuada nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE. Ora, dispõe o art. 186º, nº 1: A insolvência é culposa quando a situação tiver sido criada ou agravada em consequência da actuação, dolosa ou com culpa grave, do devedor, ou dos seus administradores, de direito ou de facto, nos três anos anteriores ao início do processo de insolvência. E, dispõe o nº 2, alínea i): Considera-se sempre culposa a insolvência do devedor que não seja uma pessoa singular quando os seus administradores, de direito ou de facto, tenham: ( ) 12
13 Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO i) Incumprido, de forma reiterada, os seus deveres de apresentação e de colaboração até à data da elaboração do parecer referido no n.º 2 do artigo 188.º. Tal como resulta do nº 1 do citado art. 186º, a qualificação da insolvência como culposa exige, além do dolo ou culpa grave, uma relação de causalidade entre a conduta do devedor e a criação ou agravamento da situação de insolvência. Todavia, a prova da culpa e do nexo de causalidade é dispensada quando se verifique alguma das situações previstas no nº 2. Com efeito, ao estatuir que a insolvência se considera sempre culposa quando se verifique uma das situações aí previstas, o referido nº 2 veio estabelecer uma presunção iuris et de iure, não sendo, por isso, admissível prova em contrário. Daí que a verificação de qualquer uma das situações aí previstas determine necessariamente a qualificação da insolvência como culposa. Ora, será indubitável que no caso sub-judice existiu uma falta de colaboração, facto este que poderá determinar a qualificação da insolvência como culposa sem necessidade de formulação de qualquer juízo concreto de culpa. Verifica-se, desta forma, que em face da factualidade supra exposta, existem razões suficientes para se declarar aberto o incidente de qualificação com carácter pleno, o que desde já se requer, tudo sem prejuízo de, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CI RE e até 15 dias após a realização da assembleia de apreciação do 13
14 Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO relatório, o administrador da insolvência ou qualquer interessado, vir alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da qualificação da insolvência como culposa DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE A insolvente não veio requerer a exoneração do passivo restante, nos termos do disposto no art.º 235. e ss do CIRE. 14
15 Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) Não foram localizados quaisquer bens, móveis ou imóveis, pertencentes à devedora. 8. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) Em anexo 15
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