UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS MESTRADO EM CIÊNCIAS DO AMBIENTE EMERSON AZEVEDO SOARES

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS MESTRADO EM CIÊNCIAS DO AMBIENTE EMERSON AZEVEDO SOARES DENSIDADE POPULACIONAL, LESÕES E ANOMALIAS EM Melanosuchus niger (SPIX, 1825) E Caiman crocodilus (LINEAU, 1758), (CROCODYLIA, ALLIGATORIDAE) NA BACIA DO RIO ARAGUAIA, ESTADO DO TOCANTINS. Palmas 2007

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3 EMERSON AZEVEDO SOARES DENSIDADE POPULACIONAL, LESÕES E ANOMALIAS EM Melanosuchus niger (SPIX, 1825) E Caiman crocodilus (LINEAU, 1758), (CROCODYLIA, ALLIGATORIDAE) NA BACIA DO RIO ARAGUAIA, ESTADO DO TOCANTINS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente da Fundação Universidade Federal do Tocantins, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências do Ambiente. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana Malvasio Palmas 2007

4 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Palmas S676d Soares, Emerson Azevedo Densidade Populacional, Lesões e Anomalias em Melanosuchus niger (SPIX, 1825) e Caiman crocodilus (LINEAU, 1758), (Crocodylia, Alligatoridae) na Bacia do Rio Araguaia, Estado do Tocantins. / Emerson Azevedo Soares.- Palmas, p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Tocantins, Curso de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente, Orientadora: Profª. Drª. Adriana Malvasio. 1. Crocodylia. 2. Melanosuchus niger. 3. Caiman crocodilus. 4. Tocantins (Estado). I.Título CDU 504 Bibliotecário: Paulo Roberto Moreira de Almeida CRB-2 / 1118 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. i

5 TERMO DE APROVAÇÃO EMERSON AZEVEDO SOARES DENSIDADE POPULACIONAL, LESÕES E ANOMALIAS EM Melanosuchus niger (SPIX, 1825) E Caiman crocodilus (LINEAU, 1758), (CROCODYLIA, ALLIGATORIDAE) NA BACIA DO RIO ARAGUAIA, ESTADO DO TOCANTINS Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pósgraduação em Ciências do Ambiente, da Universidade Federal do Tocantins, pela seguinte banca examinadora: Orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana Malvasio Prof.ª do Curso de Mestrado em Ciências do Ambiente UFT Prof. Dr. Luciano Martins Verdade Prof. do Curso de Doutorado em Ecologia Aplicada ESALQ/USP Prof.ª Dr.ª Elineide Eugênio Marques Prof.ª do Curso de Mestrado em Ciências do Ambiente UFT Palmas, 27 de Abril de 2007 ii

6 Dedico este trabalho a minha mãe Izabel, ao meu pai Juarez Soares (in memoriam) por todo apoio carinho e atenção que sempre recebi. iii

7 AGRADECIMENTOS Agradeço sinceramente a Profª. Drª. Adriana Malvasio que possibilitou a realização deste trabalho com orientação e pelas diretrizes seguras e o constante incentivo. Aos demais membros da banca, Dr. Luciano Verdade e Drª Elineide Eugênio Marques por todas as correções e dicas para o a aprimoramento da dissertação. Aos demais professores do Curso de Mestrado em Ciências do Meio Ambiente que sempre incentivam a pesquisa e a produção e contribuíram de várias formas para a realização deste trabalho. Ao Prof. M.Sc. Rafael José de Oliveira pela contribuição na análise estatística e discussão dos dados. Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente da Fundação Universidade Federal do Tocantins, pela oportunidade de cursar a Pós-Graduação e ampliar meus conhecimentos. Ao Prof. Dr. Marcos Eduardo Coutinho (EMBRAPA RAN/IBAMA) pelas contribuições e orientações na coleta e análise iniciais dos dados. Ao RAN/IBAMA pela concessão da licença para coleta de dados biológicos. À ANA e LBA pelo repasse dos dados físico ambientais. À CAPES, pela concessão da bolsa durante a fase final do trabalho. Aos meus maravilhosos irmãos Jairo, Mario, Célia e Lelia que sempre me apoiaram incentivaram e acreditaram em mim. Aos meus amigos que me incentivaram e pelos momentos de descontração proporcionados por eles no decorrer do curso. À Andréa pelo companheirismo, ajuda e compreensão. Aos participantes do Projeto Quelônios da Amazônia, que me apoiaram tanto no campo quando no trabalho com os dados e pelos momentos de descontração: Mauro, Thiago, Kennedy, Peu, Alex, Lucio, Giovanni, Shislena, Bárbara, Carol, Larissa, Lara, Marcos, Jôsi. A todos que direta ou indiretamente colaboraram para a consolidação deste trabalho. iv

8 "A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana". Charles Darwin v

9 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS E TABELAS... viii LISTA DE SIGLAS... xi LISTA DE SÍMBOLOS... xii RESUMO... xiii ABSTRACT... xiv CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO GERAL Características gerais dos crocodilianos (Crocodylia) Importância dos estudos populacionais Estudos Populacionais Status da conservação e manejo de crocodilianos no Brasil Bacia do Araguaia-Tocantins REFERÊNCIAS CAPÍTULO 2 - Densidade e Estrutura Populacional de Melanosuchus niger (SPIX, 1825) e Caiman crocodilus (LINEAU, 1758), (Crocodylia, Alligatoridae) no rio Javaés, Tocantins INTRODUÇÃO OBJETIVO MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS Densidade da população de crocodilianos no rio Javaés Densidade por classe de tamanho e sexo nas duas espécies em estudos Rio Javaés Influência de fatores físicos na densidade dos crocodilianos Densidade da população de crocodilianos em dois lagos marginais ao rio Javaés Comparação das densidades e estruturas das populações entre o rio Javaés e o lago da Mata Verde DISCUSSÃO CONCLUSÕES REFERÊNCIAS vi

10 CAPÍTULO 3 - Biometria e Avaliação de Lesões e Anomalias em Melanosuchus niger (SPIX, 1825) e Caiman crocodilus (LINEAU, 1758), (Crocodylia, Alligatoridae) no Entorno do Parque Nacional do Araguaia, Rio Javaés, Tocantins INTRODUÇÃO OBJETIVO MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS Análise das medidas biométricas dos indivíduos pertencentes às duas espécies Análise das medidas biométricas dos exemplares da espécie C. crocodilus Análise das medidas biométricas dos animais da espécie M. niger Correlação entre os dados biométricos de todos os filhotes de C. crocodilus Lesões externas e anomalias verificadas nos crocodilianos em estudo DISCUSSÃO CONCLUSÕES REFERÊNCIAS CAPÍTULO 4 Discussão Geral REFERÊNCIAS CAPÍTULO 5 Conclusões Gerais vii

11 LISTA DE FIGURAS E TABELAS CAPITULO 01 Figura 01 Exemplar adulto de Paleosuchus palpebrosus Figura 02 Exemplar jovem de Paleosuchus trigonatus Figura 03 Exemplar adulto de Melanosuchus niger (jacaré-açu) Figura 04 Exemplar adulto de Caiman yacare (Jacaré-do-pantanal) Figura 05 Exemplar de fêmea de Caiman latirostris (jacaré-do-papo-amarelo) em desova Figura 06 Exemplar adulto de Caiman crocodilus (jacaré-tinga) CAPÍTULO 02 Figura 01 Localização da área de estudos Figura 02 Marcação com tags (brinco plástico) em M. niger azul fêmea e verde macho Tabela 01. Classe de tamanho das espécies Melanosuchus niger (jacaré-açu) e Caiman crocodilus (jacaré-tinga) Figura 03 Número de animais observados nos meses de coleta Figura 04 Número de animais observados nos meses de coleta Figura 05 Variação das classes de tamanho da espécie M. niger durante os meses de coleta Figura 06 Variação das classes de tamanho da espécie C. crocodilus durante os meses de coleta Figura 07 Plotagem de equação de regressão entre nível d água e número de animais por quilômetro Figura 08 Variação entre o nível d água e o número de animais por quilômetro Figura 09 Plotagem de equação de regressão entre o número de animais por quilômetro e as temperaturas da água e do ar (os pontos representam os meses de coleta) Figura 10 Relação entre a variação da temperatura média da água e o número de animais por quilômetro nos meses de coleta viii

12 CAPÍTULO 03 Figura 01 Localização da área de estudos Figura 02 Captura de exemplar de médio porte com cambão de plástico Figura 03 Captura de animal de grande porte com cabo de aço Figura 04 Contenção de exemplares maiores com cambão de madeira Figura 05 Contenção e manipulação de animais dentro do barco Tabela 01 Lesões e anomalias externas encontradas nos crocodilianos em estudo Figura 06 Medidas morfométricas da cabeça (Cb: comprimento da cabeça, Cr: comprimento do crânio) Tabela 02 Comprimento máximos, mínimos, média e desvio padrão dos exemplares machos e fêmeas de M. niger e C. crocodilus Tabela 03 Regressão entre medidas biometria dos exemplares capturados de C. crocodilus e M. niger Figura 11 Plotagem entre as medidas corpóreas das duas espécies de crocodilianos Tabela 04 Regressão entre dados biometria dos animais das espécies C. crocodilus Tabela 05 Regressão entre os dados de biometria de machos e fêmeas da espécie C. crocodilus Figura 12 Plotagem entre as medidas corpóreas dos exemplares machos e fêmeas da espécie C. crocodilus Tabela 06 Regressão entre dados de biometria dos exemplares da espécie M. niger Tabela 07 Regressão entre medidas morfométricas que deram valor significativo entre os machos e fêmeas dos exemplares M. niger Tabela 08 Regressão entre medidas morfométricas dos exemplares M. niger Figura 13 Plotagem entre as medidas corpóreas dos exemplares machos e fêmeas da espécie M. niger Tabela 09 Regressão entre medidas morfométricas dos filhotes da espécie C. crocodilus Tabela 10 Regressão entre medidas morfométricas dos filhotes de C. crocodilus Figura 14 Plotagem entre as medidas corpóreas dos filhotes de C. crocodilus Figura 07 Observação da falta de unha em uma das patas anteriores de M. niger Figura 08 Anomalia na ponta da cauda (bifurcação) em C. crocodilus Figura 09 Constrição na parte inferior da cauda de C. crocodilus Figura 10 Lesão na ponta da cauda C. crocodilus ix

13 Tabela 11 Números absolutos e porcentagem das lesões e anomalias encontradas nos exemplares de M. niger e C. crocodilus Tabela 12 Exemplos de lesões/anomalias múltiplas observadas nos exemplares C. crocodilus e M. niger capturados x

14 LISTA DE SIGLAS TSD Determinação sexual dependente da temperatura IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística CRC Comprimento rostro-cloacal TTL Comprimento total Cb Comprimento da cabeça Cr Comprimento do crânio D. Ct Diâmetro da cintura Cd Comprimento da cauda AM Estado do Amazonas MT Estado do Mato Grosso TO Estado do Tocantins LBA Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia RAN Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis UFT Universidade Federal do Tocantins ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz USP Universidade de São Paulo ANA Agência Nacional de Águas CITES Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção xi

15 LISTA DE SÍMBOLOS GL Graus de liberdade χ 2 Qui-quadrado % Por cento ºC Graus Celsius < Menor > Maior Macho Fêmea ± Variação de et al. entre outros km quilômetro km 2 quilômetro quadrado m metro Kg quilograma ani/km animais por quilômetro m/f machos e fêmeas m machos f fêmeas N número de animais ph potencial hidrogeniônico cm centímetros HP potência US$ dólar nº número e.g. por exemplo S sul W oeste GPS Sistema de Posicionamento Global ID Animais identificados Tags brincos plásticos coloridos e numerados para marcação dos animais xii

16 RESUMO GERAL Na região Amazônica temos o registro de quatro espécies de crocodilianos, Paleosuchus palpebrosus, Paleosuchus trigonatus, Caiman crocodilus e Melanosuchus niger. Estas espécies sofrem pressão por caça e redução de seu habitat devido à expansão de projetos agropecuários que promovem drenagem dos corpos d água, desmatamento e queimadas nos seus locais de vida. Os estudos das populações de crocodilianos são de fundamental importância para averiguar o estado das espécies no ambiente natural e servem de suporte para os trabalhos de conservação e manejo. Diante da importância e da carência de pesquisas sobre as populações de Crocodilianos da fauna brasileira, foram avaliadas as densidades populacionais, variação das medidas morfométricas e verificação da presença de defeitos e anomalias externas em Melanosuchus niger e Caiman crocodilus. O estudo foi realizado de agosto de 2004 a novembro de 2006 no entorno do Parque Nacional do Araguaia, Ilha do Bananal, município de Pium TO. O levantamento populacional foi realizado por focagens noturnas em barco com motor de popa, sendo observado um total de exemplares, onde identificamos 774 animais da espécie M. niger e C. crocodilus. As densidades populacionais variaram de 0,1 a 2,5 animais por quilômetro linear em M. niger e de 0,1 a 8,6 em C. crocodilus e os fatores físicos ambientais (fluviometria e temperatura da água) foram considerados os principais responsáveis pelas variações. Foi verificada uma redução da razão entre as duas espécies nos anos de 2005 (1 M. niger : 3,6 C. crocodilus) e 2006 (1 m. niger : 1,5 C.crocodilus). Observaram-se exemplares em todas as classes de tamanho das duas espécies, mas obteve-se variação entre os números de indivíduos nas classes de tamanho nos diferentes meses de coleta. Para M. niger, os meses de agosto 2004 (χ 2 = 43,46; GL = 3; p<0,05) e agosto de 2005 (χ 2 = 44,77; GL = 3; p<0,05) apresentaram as maiores diferenças entre o número de animais por classe de tamanhos, já para C. crocodilus as maiores diferenças foram verificadas em outubro (χ 2 = 205,11; GL = 3 p<0,05) e novembro(χ 2 = 291,46; GL = 3; p<0,05) de No rio Javaés, foram capturados 145 animais, 109 exemplares de C. crocodilus (1,53 macho : 1fêmea) e 36 exemplares de M. niger (1,57macho : 1fêmea), sendo que as duas espécies apresentaram estrutura sexual semelhante. Entre os fatores físicos ambientais analisados a variação fluviométrica apresentou correlação negativa em relação à densidade dos crocodilianos (r = -0,79, p<0,05) e a temperatura da água apresentou correlação positiva (r = 0,73, p<0,05). Em dois lagos marginais ao rio Javaés, foram realizados levantamentos destas espécies e verificaram-se diferenças entre as densidades e entre as estruturas por classe de tamanho quando comparados os lagos com o rio. Na comparação da estrutura populacional por sexo, entre os lagos e o rio, obteve-se uma grande variação, pois dos 10 exemplares capturados no lago, 6 eram exemplares de M. niger (fêmeas), enquanto no rio obteve-se uma predominância de machos. Nos estudos das medidas morfométricas, foram mensurados 155 animais das duas espécies, 113 exemplares de C. crocodilus e 42 de M. niger. Comparando as medidas das duas espécies, diferenças significativas foram encontradas, indicando variação nas medidas de comprimento, sendo que os exemplares de M. niger (CRC média: 93,5 ± 38,2) alcançaram maior porte que os exemplares de C. crocodilus (CRC média: 57,7 ± 11,6). Foi verificado um dimorfismo sexual na comparação das medidas morfométricas de machos e fêmeas dentro de cada espécie. Os exemplares machos de M. niger apresentaram CRC médio de 111,5cm (± 44,6) e as fêmeas de 66,5 cm (± 15,7) e os exemplares machos de C. crocodilus apresentaram CRC médio de 61,8cm (±11,4) e as fêmeas de 50,1cm (± 9,1). Nas observações das lesões a anomalias nos 155 animais analisados, 42,6% apresentavam lesões/anomalias externas. M. niger apresentou lesões externas em 54,4% dos animais examinados e 37% dos exemplares de C. crocodilus apresentaram alguma lesão/anomalia. Em xiii

17 ambas as espécies as lesões mais presentes foram a ausência de ponta da cauda (13,5 %) e ausência de unha nas patas posteriores (13,5 %), ausência de unha nas patas anteriores (12,2 %) e ausência de parte da cauda (5,1 %). Algumas lesões em menor número, mas de grande importância foram encontradas em exemplares adultos, como no caso de dois exemplares de M. niger que não tinham a parte inferior da mandíbula e outro exemplar cego de um dos olhos. As anomalias foram encontradas somente em C. crocodilus, onde verificamos exemplares com anomalias nas cristas da cauda, bifurcação na ponta da cauda e constrição na parte inferior da cauda. Palavras-chave: classe de tamanho, fatores físicos ambientais, Ilha do Bananal, morfometria, regressão. Population Density, Lesions and Anomalies in Melanosuchus niger (SPIX, 1825) and Caiman crocodiles (LINEAU, 1758) (Crocodylia, Alligatoridae) on the Araguaia River Basin, State of Tocantins GENERAL ABSTRACT In the Amazon region, four crocodile species have been registered: Paleosuchus palpebrosus, Paleosuchus trigonatus, Caiman crocodilus and Melanosuchus niger. These species are threatened due to hunting and habitat reduction that results from agricultural and animalraising projects which promote drainage of water bodies, deforestation and fires in areas where they inhabit. Crocodile population studies are extremely important to check for the status of these populations in the natural environment, and serve to support conservation and management activities. In light of the importance and lack of research on the Brazilian crocodile population, morphometric measurement variations, population densities and the presence of defects and external anomalies in Caiman crocodilus and Melanosuchus niger were evaluated. The present study was conducted from August/2004 to November/2006 on the outskirts of the Araguaia National Park, Bananal Island, Pium County, Tocantins. The population survey was carried out by means of nocturnal spot-light searches using boats equipped with outboard engines. A total of 4,487 specimens were observed out of which 774 were M. niger and 1,849 were C. Crocodilus. Population densities varied from 0.1 to 2.5 animals per linear kilometer for M. Niger and from 0.1 to 8.6 for C. Crocodilus, and the physical environmental parameters (fluviometry and water temperature) were considered the main factors responsible for these variations. A reduction in the ratio of those two species was verified in 2005 (3.6 C. crocodilus : 1 M. niger) and 2006 (1.5 C. crocodilus : 1 M. niger). Individuals of both species in all size classes were observed, however, variation in the number of individuals in each class in the different collecting months was detected. For M. Niger the months of August/2004 (χ 2 = 43.46; GL= 3; p<0.05) and August/2005 (χ 2 = 44.77; GL = 3; p<0.05) showed the greatest differences in number of animals by size class, whereas for C. crocodilus the greatest differences were detected in October/2005 (χ 2 = ; GL = 3 p<0.05) and November/2005 (χ 2 = ; GL = 3; p<0.05). In the Javaés River, 145 animals were captured out of which 109 were C. crocodilus (1.53male : 1female) and 36 were M. xiv

18 niger (1.57male : 1female); both species possess similar sexual structures. Among the physical environmental parameters analyzed, the fluviometric variation was negatively correlated with crocodile density (r= , p<0.05) while water temperature was positively correlated (r=0.73. p<0.05). In two lakes adjacent to the Javaés River, surveys on those two species were carried out and differences among densities and among structures by size class were detected when lakes were compared with the river. In the comparison of population structure by sex, between the lakes and the river, a great variation was detected, once out of the 10 specimens captured in the lake 6 were M. niger (females) whereas in the river males predominated. In the morphometric measurement studies, 155 animals of the two species were used, 113 specimens of C. crocodilus and 42 of M. niger. Comparing the measurement of the two species, significant were detected which indicated variation in size: specimens of M. niger (average CRC: 93.5 ± 38.2) were bigger than C. crocodilus (average CRC: 57.7 ± 11.6). A sexual dimorphism in the comparison of morphometric measurements of males and females within each species was verified. The male and females specimens of M. niger had average CRCs of cm (± 44.6) and 66.5 cm (± 15.7), respectively, while the male and female specimens of C. crocodilus had average CRCs of 61.8 cm (± 11.4) and 50.1 cm (± 9.1), respectively. Regarding the observations of lesions and anomalies in the 155 animals analyzed, 42.6% had external lesion/anomaly. M. niger had lesions in 54.4% of the examined animals and 37% of the C. crocodilus specimens had some kind of lesion/anomaly. In both species the most common lesions were the total absence of the tail tip (13.5%), absence of nails on the back paws (13.5%), absence of nails on the front paws (12.2%) and absence of part of the tail (5.1%). A few number of lesions, but of uttermost importance, were found in adults specimens, as in the case of two M. niger specimens which lacked the inferior jaw part and another one that was blind. Anomalies were found in C. crocodilus only, which had specimens with anomalous tail crest, bifurcation of the tail tip and constriction in the inferior part of the tail. Key words: ambient physical factors, Bananal Island, class of size, morfometria, regression. xv

19 Densidade Populacional, Lesões e Anomalias em Melanosuchus niger (SPIX, 1825) e Caiman crocodilus (LINEAU, 1758) (Crocodylia, Alligatoridae) na Bacia do Rio Araguaia, Estado do Tocantins CAPÍTULO 1 Introdução Geral 1.1 Características gerais dos crocodilianos (Crocodylia) Os crocodilianos surgiram no período Triássico a partir do grupo Archosauria que deu origem à linhagem de animais aquáticos piscívoros, os Phytosauria e os Crocodylia. No final do período Triássico, os Crocodylia substituíram os Phytosauria. Os Crocodylia do Triássico eram em sua maioria esguios e de pequeno porte e dão a impressão de terem sido ativos caçadores. Crocodilianos modernos são animais semi-aquáticos, passando a maior parte do tempo dentro d água, saindo em poucas ocasiões como para fazer termorregulação e no caso dos animais adultos para caçar e para desova. Habitam rios, lagos, pântanos, cursos d água, canais e estuários, diferentemente dos Crocodilianos do Triássico que eram praticamente terrestres (AZEVEDO, 2003; POUGH et al., 2003, 2004). Atualmente a ordem Crocodylia possui 3 famílias, 8 gêneros e 23 espécies. São encontrados nas regiões subtropicais e tropicais, havendo três espécies que apresentam ampla distribuição em regiões de zona temperada (POUGH et al., 2003, 2004). Os crocodilianos se distribuem pelas Américas, África, Europa, Ásia e Oceania. Por serem animais ectotérmicos, não são encontrados em regiões de temperaturas muito baixas (POUGH et al., 2003). As três famílias da ordem Crocodylia são: Crocodylidae, Alligatoridae e Gavialidae. A família Crocodylidae é a que apresenta a maior distribuição, sendo que espécies desta família ocorrem nas Américas Central e do Sul, em quase toda a África, na parte equatorial da Ásia e na Austrália. Esta família possui 2 gêneros e 13 espécies, sendo que algumas se distribuem pelas Américas (Crocodylus acutus, Crocodylus moreleti, Crocodylus intermedius), norte da Austrália (Crocodylus johnstoni), em países da África encontram-se as espécies Crocodylus cataphractus, Crocodylus niloticus e Osteolaemus tetraspis, em Cuba tem-se o Crocodylus rhombifer e no Sul da Ásia estão distribuídas as demais espécies de representantes desta família (Crocodylus mindorensis, Crocodylus porosus, Crocodylus siamensis, Crocodylus novaeguineae, Crocodylus palustris) (CEDEÑO-VÁZQUES, 2006; POUGH et al., 2004, TURCKER & COLIN, 1997; ELSWORTH, et al., 2003). 1

20 A família Alligatoridae possui 4 gêneros e 9 espécies, onde na América do Sul estão presentes Paleosuchus palpebrosus (figura 1), Paleosuchus trigonatus (figura 2), Melanosuchus niger (figura 3), nos países onde tem presença da Floresta Amazônica, Caiman yacare (figura 4) no Centro Sul do Brasil, na Bolívia e Argentina, Caiman latirostris (figura 5) se distribui do nordeste ao Sul do Brasil e em países vizinhos, Caiman crocodilus (figura 6) que tem ampla distribuição pela América do Sul e Central, Caiman crocodilus fuscus na América Central e do Sul (nos países localizados a norte), Alligator mississipiensis tem sua distribuição pelo sudeste dos Estados Unidos e Alligator sinensis se distribui no rio Yangtze na China (COUTINHO & CAMPOS, 1996; DA SILVEIRA et al., 1997; ASA, et al., 1998; VERDADE, 2001a; POUGH, et al., 2003, 2004; PIÑA & LARRIERA, 2003, PIÑA 2003; WHITE & JESÚS, 2003; WOOLARD, et al., 2004; BORTEIRO, et al., 2006). A família Gavialidae, tendo como exemplar Gavialis gangeticus, tem distribuição pelo norte da Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh, Butão e oeste de Burna e Tomistoma schlegelii, distribuído pelo sul da Thailandia e Malasia, Sumatra, Borneo e Java (POUGH et al., 2003). Alguns autores consideram Tomistoma schlegelii como sendo uma espécie da família Crocodylidae. Estes animais se diferenciam por características morfológicas, principalmente a largura do focinho. Os representantes da família Alligatoridae apresentam um focinho largo, Crocodylidae possuem um focinho de largura intermediária e Gavialidae possuem um focinho bem estreito. Estas variações estão muito relacionadas aos hábitos alimentares. Espécies das famílias Alligatoridae e Crocodylidae se alimentam de animais terrestres, quelônios aquáticos e peixes e Gavialidae alimentam-se quase que exclusivamente de peixes (POUGH et al., 2003, 2004). A pele dos crocodilianos apresenta ossos (osteodérmicos) localizados sob as escamas, proporcionando uma espécie de armadura (POUGH et al., 2003). Os crocodilianos desenvolveram órgãos sensoriais em suas faces que podem detectar pequenos distúrbios nas superfícies das águas próximas, os quais estão ligados a um sistema de nervos hipertrofiados. Tais receptores de pressão são também evidenciados em fósseis do período Jurássico, indicando que estes predadores semi-aquáticos apresentam sensibilidades táteis há milhões de anos, combinados com sua armadura (SOARES, 2002). 2

21 Uma característica muito peculiar dos crocodilianos é a dobra de tecido que se origina da base da língua, criando uma vedação entre a boca e a garganta, permitindo que o animal capture, com a boca, diversas presas dentro d água sem se afogar (POUGH et al. 2003, 2004). Em relação ao tamanho, ocorre uma grande variação entre as espécies. Os menores exemplares de crocodilianos possuem cerca de 1,7 a 2 metros de comprimento total, sendo que outros animais podem alcançar entre 6 e 7 metros de comprimento, como é o caso dos crocodilos de água salgada. O crocodilo anão africano (Osteolaemus tetraspis) alcança no máximo 2 metros de comprimento (RILEY & HUCHZERMEYER, 1999) e o jacaré-paguá (P. palpebrosus,) também considerado como jacaré anão, tem seu comprimento máximo em torno de 1,7 metros (POUGH et al., 2004). Ectotermia, que é uma característica dos répteis, está presente nos crocodilianos. O controle da temperatura corpórea ocorre através de trocas de energia com o meio ambiente. Como os crocodilianos são semi-aquáticos, eles realizam termorregulação se posicionando na superfície da água, de maneiras diferentes, expondo todo o corpo ou parte dele. Estes animais também saem da água para a terra firme recebendo radiação solar de formas direta e indireta e conforme o aumento da temperatura retornam para a água. A atividade de termorregulação está diretamente relacionada às atividades de reprodução, captura de alimento, digestão e crescimento dos crocodilianos (POUGH et al. 2003, 2004). A temperatura também é muito importante para crescimento e na determinação sexual dos crocodilianos. A taxa de crescimento está relacionada não diretamente com o tempo, mas principalmente com a disponibilidade de alimentos e com uma grande influência da temperatura. Um crocodiliano em uma temperatura baixa tem menos atividade do que em uma temperatura mais elevada, conseqüentemente o seu crescimento fica comprometido (ABERCROMBIE & VERDADE, 2002; VIANNA et al., 2006). A determinação sexual nos crocodilianos, como ocorre em outros répteis, é dependente da temperatura (TSD). A influência da temperatura na determinação do sexo está relacionada com o dimorfismo sexual no adulto, pois altas temperaturas de incubação produzem o sexo de maior porte, que nos Testudines, geralmente é a fêmea e nos Crocodilianos, geralmente é o macho. Conforme a variação da temperatura tem-se uma maior proporção de machos ou de fêmeas nos crocodilianos. As temperaturas de determinação sexual variam de espécie para espécie (PIÑA et. al., 2003; RHEN & LANG, 1998; POUGH et al. 2003, 2004). 3

22 As estruturas populacionais são definidas geralmente em relação às classes de tamanho e razão sexual ocorrendo uma grande variação entre regiões diferentes, mesmo dentro da mesma espécie. Por razão do comportamento agonísticos dos crocodilianos no período reprodutivo, alguns autores levantam a idéia de que nas populações destes animais tenha uma maior proporção de fêmeas do que de machos. THORBJARNARSON (1997) discutindo sobres esses autores e se baseando no levantamento populacional de várias espécies de crocodilianos em diversas regiões, não concorda com essa tendência. 1.2 Importância dos estudos populacionais Segundo ODUM (1998) uma população pode ser definida como...qualquer grupo de organismos da mesma espécie que ocupa um espaço determinado e funciona como parte de uma comunidade biótica, a qual, por sua vez, é definida como um conjunto de populações.... Um dos primeiros passos para o conhecimento de uma espécie é a realização de estudos populacionais. Em crocodilianos não é diferente, sendo de fundamental importância ter o conhecimento populacional para que as tomadas de decisões sobre a conservação e manejo sejam eficientes. Trabalhos sobre populações de crocodilianos são realizados em todo o mundo, principalmente por sofrerem pressão por caça para comercialização da carne e do couro. Estes estudos indicam como se apresentam as estruturas e estado das populações no momento. Durante as pesquisas, verificam-se nessas populações a ocorrência ou não de reprodução através da presença de ninhos ou de filhotes, como estão distribuídos os indivíduos entre as faixas etárias (filhotes, juvenis, subadultos, adultos) e a razão sexual, pois estes fatores influenciam em futuras populações e como se apresenta o estado de conservação das áreas estudadas (COUTINHO & CAMPOS, 1996; HALL, 1991; GALVAN, 2004; LESLIE & SPOTILA, 2001; MOURÃO et al., 2000; REBELO & LUGLY, 2001). Além da caça, as populações de crocodilianos apresentam decréscimo de seu habitats principalmente por ações do homem. As populações humanas estão cada vez maiores e a cada dia que passa estão invadindo regiões naturais através de expansões habitacionais, drenagem de regiões alagadas, desmatamento de vegetação para expansão das atividades agropecuárias e poluição dos ambientes aquáticos. Estas ações causam um declínio de áreas naturais produzindo grandes reduções nos habitats destes animais (BARRERA, 2004; VERDADE, 2001a). 4

23 No Brasil encontram-se 06 espécies de crocodilianos, sendo que 03 ocorrem no estado do Tocantins (M. niger, C. crocodilus e P. palpebrosus). O conhecimento sobre a população de jacarés está avançado em algumas regiões do Brasil. No Pantanal foram realizados trabalhos com reprodução do jacaré-do-pantanal (Caiman yacare), trabalhos sobre densidade e estruturas destas populações, movimentos, comportamento, dieta, conservação e uso comercial (MOURÃO, 2000; COUTINHO & CAMPOS, 1996; CAMPOS et al., 2003). Trabalhos realizados em M. niger, C. crocodilus e P. palpebrosus estudaram como se encontra o estado destas populações, a reprodução, dieta e exploração ilegal na região Amazônica (DA SILVEIRA & MAGNUSSON, 1999; DA SILVERIA & THORBJARSON, 1999; DA SILVEIRA et al., 1997; VILLAÇA, 2004). Levantamento populacional realizado na região nordeste do Brasil com C. latirostris, avaliou a densidade e estrutura populacionais por classe de tamanho da espécie e a comercialização de carne, sendo denominado na região de bacalhau do São Francisco (VERDADE, 2001a). Apesar dos trabalhos já realizados com crocodilianos, a carência de outros estudos ainda é muito grande. A realização de mais estudos se faz necessária, no sentido de aprofundar o conhecimento sobre como estão estas populações e avaliar quais medidas devem ser tomadas para a conservação e o manejo. 1.3 Estudos Populacionais Levantamento realizado por MOURÃO et al. (2000), referente a C. yacare no Pantanal, verificaram uma variação significativa entre os anos de 1992 e 1993 nas populações da espécie, sendo que em 1992 observou-se uma média de 4,53 animais por km linear e em 1993, 28,34 animais por km linear. Neste trabalho estimou-se uma abundância de animais (± ) para todo Pantanal. A partir da avaliação referente à influência de fatores sazonais nas populações de C. yacare verificou-se que no Pantanal ocorre uma maior densidade de animais em áreas de rio (de 4,3 ± 1,5 a 147 ± 76 animais por km) do que em áreas de lagos (de 1,0 ± 0,25 a 26 ± 7,9 animais por km) (COUTINHO & CAMPOS, 1996). CAMPOS et al. (2003) realizaram trabalho com C. yacare na fazenda Nhumirim no Pantanal Brasil, onde em 20 levantamentos em um lago alcalino (ph de 9,0 a 9,9), verificaramse densidades que variaram de 10 a 34 animais. Em outras duas observações foram encontrados 5

24 mais de 500 animais (20 foram marcados). Estas observações coincidiram com uma alta densidade de sapos adultos e girinos da espécie Pseudis paradoxa, que podem servir como alimento para os crocodilianos. Após 5 meses uma fêmea marcada foi encontrada em um rio a 5 km de distância e no lago a densidade diminuiu para 20 animais, com isso a autora concluiu que a densidade foi influenciada pela disponibilidade de alimentos. Um estudo sobre a caça ilegal de jacarés do Pantanal, estimou o tamanho dos animais caçados através do tamanho das peles apreendidas dos caçadores e das medidas dos crânios encontrados nos acampamentos de caça e verificou uma média de CRC entre 85 e 89 cm. Realizou-se também um levantamento da estrutura de tamanho e sexo dos crocodilianos da área, onde 1019 animais foram capturados, obtendo-se uma taxa sexual de 59% de machos e que entre 50cm a 90cm de CRC, 51% dos exemplares capturados eram machos e entre 90cm e 115cm, 94% eram machos. Isso indica que a maioria dos animais caçados no período de estudos eram de machos subadultos e adultos (MOURÃO et al., 1996). VERDADE (2001a), aponta que as populações de C. latirostris na região nordeste do Brasil apresentaram na Lagoa Vermelha Alagoas, um número de 117 animais, sendo 6 adultos, 64 jovens e 47 filhotes (densidade de 6 a 8 animais por km linear) e no Parque Dois Irmãos Pernambuco, 8 exemplares sendo 3 adultos, 5 jovens. C. latirostris ocupa uma área com grande variedade de latitude, sendo uma espécie encontrada entre os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte (nordeste do Brasil) até o Rio Grande do Sul (VERDADE et al., 2001a). Na Estação Ecológica de Anavilhanas no baixo rio Negro, Amazônia Central, entre março e abril de 1992 foram percorridos um total de km dentro do arquipélago de Anavilhas e em cinco florestas verificou-se a presença de jacarés, sendo identificados 313 C. crocodilus e 51 M. niger e 1 P. palpebrosus. Entre os filhotes encontrados, 178 eram de C. crocodilus e 77 de M. niger (DA SILVEIRA et al., 1997) Pesquisa sobre a caça ilegal de crocodilianos (M. niger e C. crocodilus) realizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, levantou uma população de jacarés no mês de agosto de 1995, em 486 km de rios. Dos identificados, 53,7% eram da espécie C. crocodilus (24% dos exemplares com CRC > 70cm) e 46,0% M. niger (1% com CRC > 150cm). A densidade variou de 0,9 a 115 animais por km linear (SILVEIRA & THORBJARNASON, 1999). 6

25 Em trabalho realizado no lago formado pela UHE Lajeado -TO, foram observados 659 animais, sendo 39,3% identificados como C. crocodilus e 15,5% de P. palpebrosus 15,48%. Da captura de 75 animais das duas espécies, 43 C. crocodilus (razão macho 1:1 fêmea) e 32 P. palpebrosus (razão de machos 2:1 fêmeas) (VILLAÇA, 2004). Por habitarem regiões com grande variedade de populações, os crocodilianos quando filhotes e jovens sofrem grande pressão de predação, sendo que algumas aves, lagartos e peixes fazem uso destes pequenos animais em sua alimentação. Quando sobrevivem as predações, os animais podem apresentar lesões em seus corpos. Adultos podem adquirir lesões em razão de disputas intra-específica por território, alimento e comportamento agonísticos dos machos no período reprodutivo. Além das lesões causadas por disputas, os crocodilianos apresentam anomalias externas que são em sua maioria de origem congênita. Muitas destas anomalias são letais causando a morte dos animais logo após o nascimento, por não terem condições de sobreviver nos ambientes naturais e muitos morrem dentro dos próprios ovos. Entretanto, algumas anomalias não são tão prejudiciais permitindo que os animais consigam sobreviver com algumas restrições (RAINWATER et al., 1999; RUBIO-DELGADO, 2001). Figura 01 Exemplares adulto de Paleosuchus palpebrosus 7

26 Figura 02 Exemplar jovem de Paleosuchus trigonatus Figura 03 Exemplar adulto de Melanosuchus niger (jacaré-açu). 8

27 Figura 04 Exemplar adulto de Caiman yacare (Jacaré-do-pantanal). Bruce Schwedick Figura 05 Exemplar de fêmea de Caiman latirostris (jacaré-do-papo-amarelo) em desova 9

28 Figura 06 Exemplar adulto de Caiman crocodilus (jacaré-tinga). 1.4 Status da conservação e manejo de crocodilianos no Brasil Do início do século até 1969, a exploração da fauna silvestre brasileira foi realizada por meio da caça comercial. As estatísticas comuns a qualquer atividade econômica, bens e riquezas produzidas, só apareceram nos anuários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir de meados dos anos 50. Esses registros mostram que, de 1956 a 1969, o Brasil exportou 17,9 mil toneladas de peles de animais silvestres de várias espécies. Foram gerados cerca de US$ 290 milhões no total, ou US$ 26,7 milhões por ano. A exploração dos jacarés foi a mais lucrativa: cerca de US$ 6,6 milhões/ano (MOURÃO, 2007). No ano de 1969, foi sancionada a Lei nº onde proibia a caça profissional e o comércio de produtos advindos de animais silvestres, no entanto, a legislação não foi suficiente para que a exploração fosse finalizada, sendo que importantes espécies brasileiras continuam sendo caçadas devido a problemas de fiscalização (BARQUERO, 2006). Entre 1987 e 1999 foram medidas peles de jacarés do pantanal, confiscadas pela Polícia Florestal do Mato Grosso e crânios encontrados em 20 campos de caçadores para estimar o tamanho dos animais caçados na região. Verificou-se que o comprimento rostro cloacal - CRC dos animais caçados, estimados pelas peles e crânio, teve média entre 85 e 89 cm. Nessa 10

29 faixa de tamanho são encontrados uma maioria de machos e fêmeas em período reprodutivo (> 70 cm) (MOURÃO et al., 2000). No ano de 1995 SILVEIRA & MAGNUSSON (1999) realizaram levantamento da caça comercial do M. niger e C. crocodilus na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá no oeste da Amazônia Brasileira e verificaram a caça dos animais pelos ribeirinhos e venda através de troca para barcos que levavam a carne para a Colômbia e para o estado do Pará Brasil. De janeiro a março de 1995 encontrou-se kg de carne de jacaré retiradas de 221 exemplares de M. niger (51,6%) e de 191 C. crocodilus (27,1%), o restante não foi possível determinar. Em setembro de 1995 (em somente 16 dias) foram encontrados kg de carne, retirados de 172 exemplares de M. niger (87,3%) e de 24 exemplares de C. crocodilus (12,7%). Pesquisa realizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus na região do Baixo rio Purus AM, avaliou que o comércio de carne de jacaré seca e salgada é provavelmente a principal fonte de renda anual para os moradores locais e é praticada em larga escala durante o ano. Levantamento realizado de dezembro de 2004 a fevereiro de 2006, verificou um abate de cerca de jacarés, sendo da espécie M. niger e da espécie C. crocodilus. A carne é transportada por cerca de km até o estado do Pará e comercializada em feiras públicas das pequenas cidades próximas a Belém. Há estimativas até o momento de que cerca de 50 toneladas de carne salgada de jacaré são comercializadas por ano (MARIONI et al., 2006). A caça é considerada um problema crítico nas regiões do Pantanal e Amazônia e o mercado prioriza animais de maior porte. Caçar animais de maior porte induz a uma preferência por animais machos e em certo ponto isso é positivo, pois se preserva as fêmeas que são responsáveis pela reprodução e cuidados parentais (um macho pode cobrir várias fêmeas) e pelo fato de que nas regiões do Pantanal (MOURÃO et al., 2000) e Amazônia tem-se uma maior proporção de machos (DA SILVEIRA & MAGNUSSON, 1999). Pesquisa realizada com C. acutus no rio Tumbes, norte do Peru, avaliou que a população de crocodilianos, além de ser influenciada por fatores climáticos (e.g. El Niño e La Niña), é afetada por atividades antrópicas nas margens do rio, como agricultura, criação de gado, extração de madeira, caça ilegal à fauna silvestre, extração de ouro, causando um declínio do habitat destes animais, modificando as áreas de nidificação fazendo com que os mesmos migrem para outras áreas mais preservadas (GALVAN & VARGAS, 2003; GALVAN, 2004). 11

30 Uma alternativa possível para evitar exploração irregular dos crocodilianos seria sua criação em cativeiro. O manejo de crocodilianos para a utilização de couro e carne pode ocorrer de três maneiras: uma maneira seria a caça controlada ou manejo extensivo de populações selvagens, outra seria a retirada de parte dos ovos de ninhos vindos da natureza e criação destes filhotes em cativeiro e uma última alternativa seria a obtenção de matrizes e realização do ciclo completo em cativeiro, incluindo reprodução (SARKIS-GONÇALVES et al., 2001). A ESALQ USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP) possui cativeiro experimental de C. latirostris e vários trabalhos são desenvolvidos sobre a alimentação, reprodução, comportamento, populações, alometria da espécie. (VERDADE, 2000, 2001a, 2001b, 2003a, 2003b; SARKIS-GONÇALVES et al., 2004). No início da década de 90 foi permitida a exploração legal de populações de C. yacare no Pantanal, a partir da coleta de ovos na natureza e criação dos jovens em cativeiro. COUTINHO et al. (1998) acompanhando trabalho comercial com C. yacare em cooperativa de 22 fazendas na sub-região de Poconé MT, avaliou que dentro das cotas permitidas entre os anos de 1992 e 1994, foram retirados da natureza ovos para a obtenção dos filhotes e criação em cativeiro. Para um manejo efetivo da fauna brasileira, além de aprofundamentos dos estudos sobre a biologia das espécies, outro passo importante seria a modificação da lei da fauna. Esta alteração permitiria uma forma de manejo mais apropriada para cada região, sendo que poderia incluir até a comercialização de alguns produtos da vida silvestre, quando de maneira apropriada e regulamentada por lei. Desta forma, pode-se estabelecer uma nova filosofia de manejo e conservação da vida silvestre no Brasil (VERDADE, 2004), mas para que isto se torne uma realidade brasileira, se faz necessário ampliar os estudos sobre as populações de crocodilianos nas regiões onde estes animais estão presentes, no intuito de avaliar se estas suportam o manejo comercial. 1.5 Bacia do Araguaia-Tocantins A área de estudo fica no entorno do Parque Nacional do Araguaia, no rio Javaés, localizada entre os paralelos 9º50 S e 11º10 S e os meridianos 49º56 W e 50º30 W, que pertence a Bacia Araguaia-Tocantins. A escolha desta área foi justamente por estar inserida em região de preservação nacional. Os animais em estudo fazem parte da população que pertence ao 12

31 Parque Nacional do Araguaia e os dados gerados podem servir de base para avaliar como se encontram as espécies do interior do parque. Esta bacia é uma das principais do Brasil, tendo sentido de sul para norte, drenando somente território brasileiro, abrangendo os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Maranhão, Distrito Federal e Tocantins (AGOSTINHO, 2007). Ocupando uma área de km 2, equivalente a 9,8% do território brasileiro, a bacia do Tocantins-Araguaia situa-se nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. O rio principal desta bacia é o Tocantins, caracterizado como rio típico de planalto por ter grande número de cachoeiras e corredeiras e é formado pela união do rio Paranã e Maranhão e apresenta uma extensão de km (PAIVA, 1982). O principal afluente do rio Tocantins é o rio Araguaia, que é considerado com a mesma importância no conjunto da bacia. A maior parte do curso do rio Araguaia se desenvolve por ampla planície aluvial, sendo assim apontado como um rio de planície. Tem sua nascente na serra do Caiapó entre as divisas de Mato Grosso e Goiás, em uma altitude de 850m. Sua bacia tem km 2, uma extensão de km e sua foz é nas proximidades de São João do Araguaia, no km 550 do Rio Tocantins (PAIVA, 1982; RIBEIRO, 1995). O Araguaia, segundo PAIVA (1982), é dividido em três trechos, Alto Araguaia, com extensão de 450 km e desnível de 570m, Médio Araguaia onde apresenta um desnível de 185m e extensão de km e Baixo Araguaia que vai de Santa Izabel do Araguaia até sua foz com 160 km de extensão e 11m de desnível. No médio Araguaia encontra-se a Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo, que é formada por dois braços do Araguaia, sendo o menor braço denominado de rio Javaés. Na parte norte da ilha, encontra-se o Parque Nacional do Araguaia que foi instituído pelo decreto federal no ano de 1959, abrigando até hoje um rico patrimônio genético. REFERÊNCIAS ABERCROMBIE, C. & L.M. VERDADE. A análise de crescimento em crocodilianos. In: Verdade, L.M. & A. Larriera [Eds]. La Conservación y Manejo de los Crocodylia de América Latina. CN Editoria, Piracicaba, SP, Brasil. v. 2. p AGOSTINHO, A. A.; GOMES, L. C.; PELICICE, F. M. Ecologia e manejo de recursos pesqueiros em reservatórios do Brasil. Maringá. EDUEM. 501 p

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36 CAPÍTULO 02 Densidade e Estrutura Populacional de Melanosuchus niger (SPIX, 1825) e Caiman crocodilus (LINEAU 1758), (Crocodylia, Alligatoridae) no rio Javaés, Tocantins. RESUMO A região do Parque Nacional do Araguaia (Ilha do Bananal TO) engloba ambientes dos rios, Araguaia, Javaés, Coco, Pium e vários lagos marginais a estes rios. No período de grandes cheias, por ser uma região de planície, estes rios saem das suas calhas e invadem a vegetação, chegando a se comunicar com os lagos marginais, alterando o ambiente, principalmente para os animais aquáticos. Com relação aos crocodilianos, existem registros de duas espécies no Parque Nacional do Araguaia, Melanosuchus niger e Caiman crocodilus. O presente estudo avaliou a densidade e estrutura populacional por classe de tamanho e sexo e quais fatores poderiam estar influenciando nas densidades e na estrutura das populações em três anos de coleta 2004, 2005 e 2006, na região do entorno do Parque Nacional do Araguaia, rio Javaés, município de Pium, TO. No trabalho de populações, as capturas foram realizadas com incursões noturnas em barco com motor de popa para focagens dos animais (spot-light). Foram observados um total de exemplares, 774 M. niger, C. crocodilos e o restante não foi possível a identificação. Durante o trabalho ocorreu uma grande variação entre o número de indivíduos observados no geral e dentro de cada espécie. Em M. niger, a densidade por quilômetro linear variou de 0,1 a 2,5 e para C. crocodilus, variou de 0,1 a 8,6. Esta variação foi, principalmente, por fatores físicos do ambiente (fluviometria e temperatura da água). Entre 2005 e 2006 a razão diminuiu de 3,6 C. crocodilus:1 M. niger, para 1,5 C.crocodilus : 1 M. niger. Com relação às classes de tamanho, foram encontrados exemplares em todas elas e o número de indivíduos nos diferentes períodos de coleta foram influenciados por fatores físicos ambientais e principalmente pelo nível d água. Para M. niger, os meses de agosto 2004 (χ 2 = 43,46; GL = 3; p<0,05) e agosto de 2005 (χ 2 = 44,77; GL = 3; p<0,05) apresentaram as maiores diferenças entre o número de animais por classe de tamanho, predominando animais das classes III e IV, já para C. crocodilus as maiores diferenças entre o número de animais por classe de tamanho foram outubro (χ 2 = 205,11; GL = 3 p<0,05) e novembro(χ 2 = 291,46; GL = 3; p<0,05) de 2005, apresentando um maior número de animais da classe II. Foram capturados 145 animais no rio Javaés, 36 exemplares de M. niger (22 machos e 14 fêmeas) e 109 exemplares de C. crocodilus (66 machos e 43 fêmeas). Dos fatores físicos analisados, a variação fluviométrica apresentou correlação negativa em relação à densidade dos crocodilianos (r = -0,79, p<0,05). Os meses que apresentaram a maior densidade foram aqueles com menores níveis d água e a temperatura da água apresentou correlação positiva (r = 0,73, p<0,05), conforme o aumento da temperatura verificava-se um maior número de animais. Foram realizadas coletas em dois lagos marginais ao rio Javaés e na comparação do lago da Mata Verde com o rio, verificou-se diferenças entre as densidades e entre as estruturas por classe de tamanho (principalmente para C. crocodilus). Na estrutura populacional por sexo, comparando os lagos com o rio, verificou-se uma grande diferença na proporção de animais da espécie M. niger, pois dos 10 exemplares capturados no lago, 6 eram exemplares de M. niger, todos fêmeas, enquanto que no rio obteve-se um maior número de machos desta espécie. Portanto, das duas espécies encontradas no entorno do Parque Nacional do Araguaia, rio Javaés (M. niger e C. crocodilus), verificou-se uma maior densidade de exemplares de C. crocodilus. Os diferentes habitats e fatores físicos ambientais influenciam na densidade e na estrutura destas populações e as duas espécies encontram-se em um certo equilíbrio, por apresentarem exemplares em todas a faixas etárias. 18

37 Palavras-chave: classe de tamanho, fatores físicos ambientais, Ilha do Bananal, jacaré, sexo. Population Density and Structure of Melanosuchus niger (SPIX, 1825) and Caiman crocodilus (LINEAU, 1758), (Crocodylia, Alligatoridae) in the Javaés River, Tocantins The Araguaia National Park encompasses rivers (Araguaia, Javaés, Coco and Pium) and several adjacent lakes environments. During the period of great floods, as that is a region of plains, these rivers leave its grooves, invade the vegetation and merge with adjacent lakes, altering the environment especially for aquatic animals. Regarding crocodiles, two species have been reported to exist in the Araguaia National Park: Melanosuchus niger and Caiman crocodilus. The present study evaluated population density and structure by size and sex class, the factors that could be influencing density and structure and the status of the equilibrium of the population in 2004, 2005 and 2006 on the outskirts of the Araguaia National Park, Javaés River, Pium County, Tocantins. In the population study, collections were made by means of nocturnal spot-light searches using boats equipped with outboard engines. A total of 4887 specimens were observed, 774 M. niger and 1849 C. crocodilus. It was not possible to identify the remaining specimens. There was a great variation between the number of individuals observed in general and within each species. In M. niger the density per linear kilometer varied from 0.1 to 2.5 and in C. crocodilus from 0.1 to 8.6. This variation was mainly due to environmental physical factors. Between 2005 and 2006, the ratio decreased from 3.6 C. crocodilus: 1 M. niger to 1.5 C. crocodilus: 1 M. niger. Regarding size classes, specimens were found in all classes and the number of individuals in the different collecting periods was influenced by environmental physical factors, especially water level. For M. niger the months of August/2004 (χ 2 = 43,46; DF = 3; p<0,05) and August/2005 (χ 2 = 44,77; DF = 3; p<0,05) showed the greatest differences in number of animals by size class, whereas for C. crocodilus the greatest differences were detected in October/2005 (χ 2 = 205,11; DF = 3 p<0,05) and November/2005 (χ 2 = 291,46; DF = 3; p<0,05). In the Javaés River, 145 animals were captured out of which 109 were C. crocodilus (66 males and 43 females) and 36 were M. niger (22 males and 14 females); both species possess similar sexual structures. Among the physical parameters analyzed, the fluviometric variation was negatively correlated with crocodile density (r= , p<0.05) The months showing higher density where those with the lowest water levels and water temperature was positively correlated (r=0.73. p<0.05); as temperature increased more animals could be observed. Collections were made in two lakes adjacent to the Javaés River and when comparing the Mata Verde lake with the river differences among densities and among structures per size class (especially for C. crocodilus) were verified. In the population structure per sex, when comparing the lakes with the river, a great difference was detected once of the 10 specimens captured in the lake, 6 were female M. niger. Therefore, of the two species found in outskirts of the Araguaia National Park, Javaés river (M. niger and C. crocodilus), a higher C. crocodilus density was detected. The different habitats and the physical environmental factors have influence upon density and structure of those populations and the two species are in a certain equilibrium for they have specimens of all age groups. Key words: alligator, ambient physical factors, Bananal Island, class of size, sex. 19

38 1 INTRODUÇÃO Atualmente são registradas 23 espécies de crocodilianos no mundo, dos quais 6 ocorrem no Brasil. No estado do Tocantins são encontradas 3 espécies (Caiman crocodilus jacaré-tinga, Melanosuchus niger jacaré-acú e Paleosuchus palpebrosus jacaré-paguá, sendo que estas apresentam considerável importância econômica na região (DA SILVERIA & THORBJARNARSON, 1999), estando sujeitas à caça. Dentro do estado do Tocantins, destaca-se a área do Parque Nacional do Araguaia (Ilha do Bananal), onde existem populações de duas espécies citadas: M. niger e C. crocodilus. A espécie M. niger apresenta uma ampla distribuição sendo encontrada no Equador, Colômbia, Peru, Bolívia, Guianas e no Brasil. C. crocodilus se distribui também pela América do Sul e Central, mas tem distribuição mais ampla que os exemplares de M. niger. As duas espécies apresentam sobreposição de área em vários países. Trabalhos sobre a densidade das populações são considerados essenciais para o conhecimento da espécie, pois produzem importantes informações que servem de base para subsidiar os trabalhos de manejo e conservação, além de auxiliar na implementação da legislação sobre o uso destes animais (APARICIO et. al. 2006). Na literatura, localizam-se estudos populacionais com várias espécies, podendo-se destacar, Caiman latirostris (VERDADE, 2001), Caiman yacare (MOURÃO et. al. 2000; APARICIO, et al. 2006), M. niger (SILVEIRA, 1997, 1999; RON, 1998), C. crocodilus (SILVEIRA, 1997; HOOGESTEIJN & CAHPMAN 1997; RON et al., 1998; VILLAÇA, 2004), P. palpebrosus (VILLAÇA, 2004), Crocodilus acutus, Crocodylus moreletii (CEDEÑO-VÁZQUEZ, et al. 2006) e Osteolaemus tetraspis (RILEY & HUCHZERMEYER, 1999). No estado do Tocantins, alguns trabalhos sobre a população de crocodilianos já foram desenvolvidos relacionados à termorregulação (MALVASIO et al., 2004; FRANÇA, 2003), monitoramentos preliminares de densidade populacionais (GARCIA et al., 2003; VILLAÇA, 2004; MELO et al., 2005) e estudos morfométricos (SALERA JR. & MALVASIO, 2004). A estrutura populacional dos crocodilianos pode ser avaliada em relação às classes de tamanho, onde se observa a ocorrência das faixas etárias (filhotes, jovens, subadultos e adultos) (SAH & STUEBING, 1996). O levantamento da estrutura sexual é também de grande importância para o conhecimento da espécie e para os trabalhos de manejo e conservação. Levantamento bibliográfico realizado por THORBJARNARSON (1997) discute trabalhos de 20

39 outros autores que indicam uma tendência na população dos crocodilianos de apresentar uma maior proporção de fêmeas, em razão do comportamento agonístico dos machos no período de reprodução. Porém, quando o autor compara vários trabalhos de estrutura populacional, conclui que esta tendência não se confirma. A temperatura do ambiente é um dos fatores físicos que mais afetam na vida dos crocodilianos. Por serem ectotérmicos, estes animais buscam ativamente ambientes com temperaturas ideais para suas atividades. Um dos principais comportamentos nos crocodilianos como nos demais grupos de répteis é a termorregulação. Estes animais expõem-se ao sol para aquecer seus corpos e retornam à água para resfriá-los (POUGH et al., 2003, 2004; ASA et al., 1998; PINHEIRO et al., 2001). A determinação sexual também é orientada pela variação da temperatura nos ninhos influenciando na maior proporção de nascimento de machos ou de fêmeas (RHEN & LANG, 1998; PIÑA, et al., 2003). Na realização dos trabalhos de censo populacional, a densidade também é influenciada pelas temperaturas do ar e da água, onde os animais ficam submersos ou expostos na água (MOURÃO et al., 2000). Por serem animais semi-aquáticos, os crocodilianos sofrem uma grande influência dos níveis fluviais. Nos trabalhos com populações naturais, é quase uma unanimidade entre os autores, o fato de que, no período de cheia dos rios e lagos, ocorra uma dispersão da maioria destes animais para áreas adjacentes, diminuindo com isso a densidade populacional (COUTINHO & CAMPOS, 1996; MOURÃO et al., 2000). Crocodilianos se distribuem em suas áreas de abrangências tendo uma certa preferência por alguns habitats. Filhotes e jovens de C. crocodilus e M. niger são encontrados com maior freqüência em águas rasas, com pouca correnteza e próximos da vegetação, já os animais de maior porte podem ser encontrados em águas mais profundas, com maior correnteza e nas praias (MALVASIO et. al., 2004; MONTEIRO et. al., 2005). Levantamento populacional realizado no reservatório da UHE Lajeado TO demonstra uma maior concentração de animais em determinados estratos do ambiente (VILLAÇA, 2004). 21

40 2 - OBJETIVO Este trabalho objetiva avaliar a densidade e a estrutura populacional de M. niger e C. crocodilus no entorno do Parque Nacional do Araguaia, rio Javaés e quais fatores poderiam estar influenciando na densidades e estruturas. 3 - MATERIAL E MÉTODOS O levantamento populacional foi realizado no entorno do Parque Nacional do Araguaia, no rio Javaés (Ilha do Bananal), localizada entre os paralelos 9º50 S e 11º10 S e os meridianos 49º56 W e 50º30 W (figura 01). A coleta de dados foi realizada durante os anos de 2004, 2005 e 2006, sendo que em 2004 foram trabalhados os meses de agosto e outubro, em 2005 os meses de março, junho, agosto, outubro e novembro e em 2006 os meses de abril, junho, agosto, outubro e novembro visando levantamento nos períodos de enchente (março, abril e junho) e vazante (agosto outubro e novembro) do rio. As saídas de campo foram realizadas em corpos d água representativos, incluindo o leito principal do rio Javaés, reentrâncias, pequenas baías formadas ao longo do rio e em dois lagos (lago Chaves 9º52 S / 50º08, lago da Mata Verde 9º57 S / 50º01 ) que se localizam à margem direita do rio Javaés. Os lagos ficam sem contato com o rio na maior parte do ano, somente no período de enchente ocorre ligação entre os lagos e o rio. As incursões contavam geralmente com três pessoas, sendo um barqueiro (zingueiro), um técnico que realizava as anotações nas fichas de campo e um observador que fazia a contagem dos animais e a identificação por espécie e classe de tamanho. Para a localização dos animais de ambas as espécies (M. niger e C. crocodilus) foram realizadas incursões noturnas em barcos de alumínio equipados com motor de popa. Para as contagens noturnas fez-se uso de luz artificial (spot-light) ligada a baterias de 12 volts (REBELO & LUGLI, 2001; COUTINHO & CAMPOS, 1996; SARKIS-GONÇALVES, et al., 2004). O foco de luz foi utilizado para localizar os animais através dos reflexos dos olhos, com isso os exemplares permaneciam temporariamente ofuscados pela luz, o que facilitava uma lenta aproximação para possível identificação e classificação do tamanho dos animais de acordo com as normas técnicas do RAN/IBAMA (tabela 1). 22

41 Os animais observados, cuja identificação não foi possível, foram classificados como não identificados e aqueles identificados, mas que submergiram antes da classificação do tamanho foram registrados somente de acordo com a espécie. Para apurar a visão do observador que realizava a identificação das duas espécies e classificação dos animais por classe de tamanho, antes da captura de cada animal para retirada das medidas biométricas e marcação, o observador identificava a espécie e estimava o tamanho do animal e logo após a captura averiguava a margem de acerto. A captura era realizada com o uso de laços tipo cambão (cano de pvc) para os animais de médio porte (< 200cm) e laços de cabo de aço amarrados em corda para os animais maiores (> 200cm). O cabo de aço utilizado era envolto por uma cobertura plástica que tinha a função de não ferir os animais durante a captura. Os filhotes, por habitarem geralmente regiões mais rasas, foram capturados manualmente. Durante os trabalhos de coleta foi avaliada a distribuição das diferentes classes de tamanho (tabela 2) dos exemplares das duas espécies em diferentes ambientes. Foram considerados os seguintes ambientes: leito principal do rio Javaés: representado pela calha principal do rio, onde verifica-se uma correnteza constante e marginado por praias e por barrancos altos, que dificultam o acesso a vegetação dos animais semi-aquáticos nos períodos de vazante; praias: grandes bancos de areias que se localizam predominantemente no leito principal do rio, principalmente no período de vazante; reentrâncias: braços marginais e baias formadas pelo rio principal, com acesso facilitado a vegetação pela pouca presença de barrancos e com menor profundidade de suas águas; lagos marginais: por dois lagos (lago Chaves e lago da Mata Verde) à margem direita do rio Javaés com grande presença de vegetação em suas margens e sem presença de praias. Estes lagos se comunicam diretamente com o rio somente nos períodos de grandes enchentes; vegetação marginal: vegetação encontrada as margens do rio, reentrâncias e lagos. Para a determinação da estrutura sexual fez se uso dos animais capturados. Na determinação do sexo realizou-se o exame cloacal para verificar a presença ou não do órgão de cópula masculino. Nos animais de médio e grande porte, o examinador introduzia o dedo na cloaca e averiguava a presença do órgão de cópula e nos filhotes realizava-se uma pressão na parte externa da cloaca o que propiciava a exposição do órgão. 23

42 Figura 01 Localização da área de estudos 24

43 Os levantamentos foram geo-referenciados e as distâncias percorridas foram mensuradas para auxiliarem no cálculo da densidade das duas espécies por quilômetro linear de rio percorrido (ODUM, 1988). Dados físicos ambientais foram utilizados para avaliar suas influências nas variações das populações das espécies durante os diferentes meses. Estes dados foram obtidos no local da coleta e em duas estações meteorológicas (ANA e LBA). Foram utilizados os dados de temperatura do ar e da água e nível fluviométrico. Neste trabalho populacional, foi realizada a marcação dos animais para a estimativa da população através do método de captura e recaptura. Para a marcação, foram utilizados brincos plásticos numerados e de cores diferentes para cada espécie e sexo. Os brincos foram fixados na primeira crista única da cauda (figura 02). Para a análise dos dados da densidade dos crocodilianos em geral e por espécie e determinação da estrutura por classes de tamanho e sexo, fez-se uso do teste de χ 2 (CENTENO, 1990). Figura 02 Marcação com tags (brinco plástico) em M. niger, azul fêmea e verde macho. 25

44 Tabela 01. Classe de tamanho das espécies M. niger (jacaré-açu) e C. crocodilus (jacaré-tinga). Espécie/Classe I II III IV Jacaré-tinga < 50 cm cm cm > 180 cm Jacaré-açu < 50 cm cm cm > 210 cm (Normas técnicas do RAM IBAMA) 4 - RESULTADOS 4.1 Densidade da população de crocodilianos no rio Javaés Durante as coletas na região do entorno do Parque Nacional do Araguaia foram observados crocodilianos, sendo identificados exemplares, dos quais 774 (29,5 %) exemplares foram de M. niger e (70,5 %) de C. crocodilus, uma proporção de 2,4 C. crocodilus para cada M. niger. A diferença de densidade entre as duas espécies se demonstrou significativa, χ 2 = 440,57; GL = 1; p<0,05. Entre os anos de coleta foram observadas diferenças no número de animais registrados. Comparando 2005 com 2006, onde teve-se o mesmo número de incursões (n=5), foram observados animais em 2005 (1.215 C. crocodilus e 399 M. niger razão 3,6:1) contra exemplares em 2006 (384 C. crocodilus e 254 M. niger razão 1,5:1). Entre estes anos observou-se uma redução no número de indivíduos, em especial de C. crocodilus. Os meses que apresentaram o maior número de crocodilianos no trecho determinado para as coletas foram os meses de agosto (569 animais) e outubro (618 animais) de 2004 e agosto (577 animais), outubro (872 animais) e novembro (828 animais) de 2005 (Figura 03). Nestes meses foi calculada uma média de 17,2, 14,1, 10,5, 15,9 e 15,1 animais por quilômetro linear, respectivamente. As incursões que apresentaram o menor número de animais foram os meses de março de 2005 e abril de 2006, quando foram observados 13 e 12 animais respectivamente, resultando em uma média de 1,17 e 0,22 animais por quilômetro linear. 26

45 Nº de animais ago-04 out-04 mar-05 jun-05 ago-05 out-05 nov-05 abr-06 jun-06 ago-06 out-06 nov-06 Meses Figura 03 Número de animais observados nos meses de coleta Realizando uma comparação entre a densidade das duas espécies durante os meses de coleta, verificou-se que nos meses de março de 2005 (χ 2 = 0,82; GL = 1; p>0,05), abril (χ 2 = 0,00; p>0,05) e junho (χ 2 = 2,37; p>0,05), não ocorreram diferenças significativas entre as espécies. Por outro lado foram significativamente diferentes entre os demais meses, podendo-se destacar, agosto (χ 2 = 76,46; p<0,05), outubro (χ 2 = 202,52; p<0,05) e novembro de 2005 (χ 2 = 143,03; p<0,05), quando ocorreu o predomínio em número de C. crocodilus (figura 4). A variação do número de animais entre os meses está relacionada diretamente aos fatores físicos do ambiente, especialmente a variação do nível d água e a variação da temperatura da água (figura 8 e 10). 450 Nº de animais MN Total CC Total ago/04 out/04 mar/05 jun/05 ago/05 out/05 nov/05 abr/06 jun/06 ago/06 out/06 nov/06 nov/06 Meses Figura 04 Número de animais observados nos meses de coleta 27

46 Durante as coletas dos dados populacionais foi observada uma variação na ocorrência dos animais das diferentes classes de tamanho nos diversos habitats. Esta observação é válida para as duas espécies. Os animais de menor porte (classe I e II) eram encontrados geralmente em reentrâncias próximo à vegetação e os animais de maior porte (classe III e IV) permaneciam nas partes profundas das reentrâncias, nas praias e no leito principal do rio Javaés. Considerando M. niger, durante o período de estudos, verificou-se variação nas densidades no decorrer dos meses. Os meses que apresentaram a maior densidade foram os meses de agosto (1,9 anim/km), outubro (2,3 anim/km) e novembro (2,5 anim/km) de As menores densidades foram observadas nos meses de março e junho de 2005 e o mês de abril de 2006 com média de 0,1 animal/km linear (figura 4). Na espécie C. crocodilus, semelhante a M. niger, ocorreu variação da densidade entre os meses de coleta. Os meses de agosto (5 anim/km), outubro (8,6 anim/km) e novembro (7,7 anim/km) de 2005, apresentaram as maiores densidades durante o censo. As menores densidades foram encontradas no mês março de 2005 (anim/km) e abril de 2006 (0,1 anim/km) (figura 4). 4.2 Densidade por classe de tamanho e sexo nas duas espécies em estudos Rio Javaés Os 731 indivíduos de M. niger que tiveram o tamanho classificado foram agrupados por classes. (tabela 1). Destes animais classificados, foram observados 5(0,7%) animais da classe I, 190 (26%) da classe II, 230 (31,5%) animais da classe III e 306 (41,8%) da classe IV (figura 5). Durante as coletas verificou-se uma presença maior de animais da classe IV, seguidos pelos animais da classe III e II, em quase todos os meses de coleta. Somente nos meses de outubro de 2004 e agosto de 2006, foi observada uma maior presença de animais da classe III e II, respectivamente, sobre as outras classes (figura 05). Em apenas três coletas foram verificados animais da classe I, porém em pequeno número. Na comparação das classes de tamanho dentro de cada mês para M. niger, somente os meses de junho de 2005 (χ 2 = 6,82; GL = 3; p>0,05) e abril de 2006 (χ 2 = 2,0; GL = 3; p>0,05) não apresentaram diferenças significativas entre as classes de tamanho. Os demais meses de coleta houve diferenças significativas, sendo que as maiores diferenças foram observadas nos meses de agosto/2004 (χ 2 = 43,46; GL = 3; p<0,05), 28

47 agosto/2005 (χ 2 = 44,77; GL = 3; p<0,05), com maior predominância dos animais das classes III e IV (figura 05) MN I MN III MN II MN IV Nº de animais ago-04* out-04* mar-05* Jun -05 ago-05* out-05* nov-05* abr-06 jun-06* ago-06* out-06* Nov -06* Meses Figura 05 Variação das classes de tamanho da espécie M. niger durante os meses de coleta (* meses com diferença significativa entre classes de tamanho p<0,05) Na espécie C. crocodilus, 1801 exemplares foram divididos nas classes de tamanho conforme tabela 01, sendo 177(9,8%) animais da classe I, 932(51,7%) da classe II, 502(27,8%) da classe III e 190(10,5%) da classe IV. A classe de tamanho II predominou em quase todas as coletas. Apenas nos meses de outubro de 2004 e agosto de 2005 observou-se uma maior predominância da classe III sobre as outras classes. As classes I e IV foram menos representativas (figura 6). Semelhante ao ocorrido com M. niger, verificou-se também diferenças significativas entre as classes de tamanhos na maioria dos meses durante o período de estudos. Nesta espécie, as diferenças entre as classes foram maiores que as observadas na espécie M. niger (figura 6). Os meses que não apresentaram diferenças significativas entre as classes foram outubro/2004 (χ 2 = 6,8; GL = 3; p>0,05), março/2005 (χ 2 = 2,0; GL = 3; p>0,05) e abril/2006 (χ 2 = 2,2; GL = 3; p>0,05), no restante dos meses de coletas, observou-se diferenças altamente significativas, destaca-se outubro (χ 2 = 205,11; GL = 3 p<0,05) e novembro(χ 2 = 291,46; GL = 3; 29

48 p<0,05) de 2005 e os meses agosto (χ 2 = 154; GL = 3; p<0,05) e outubro (χ 2 = 183,63; GL = 3; p<0,05) de 2006, sendo que nestes meses a classe II foi a mais representativa (figura 06). Nº de animais CC I CC II CC III CC IV 50 0 ago-04* out-04 mar-05 jun-05* ago-05* out-05* nov-05* abr-06 jun-06* ago-06* out-06* nov-06* Meses Figura 06 Variação das classes de tamanho da espécie C. crocodilus durante os meses de coleta (* meses com diferença significativa entre classes de tamanho p<0,05) Na determinação da estrutura sexual da espécie C. crocodilus no rio Javaés, foram utilizados os 109 exemplares capturados, sendo 66 (60,5%) machos e 43 (39,5%) fêmeas, tendo uma relação de 1,53 macho:1 fêmea. A diferença entre machos e fêmeas dentro da espécie demonstrou se significativa, χ 2 = 4,85 ; GL = 1; p<0,05. Referente ao número de machos e fêmeas, considerando-se os 36 exemplares da espécie M. niger capturados no rio Javaés, 22 (61%) animais foram identificados como machos e 14 (39%) fêmeas, uma proporção de 1,5 macho para cada fêmea. Apesar desta razão proporcional, a diferença entre machos e fêmeas não se demonstrou significativa, χ 2 = 1,78; GL = 1; p>0,05. A estrutura populacional, considerando-se o sexo, foi semelhante em ambas as espécies. No decorrer do trabalho, um dado observado foi ocorrência dos animais de diversas classes de tamanho em diferentes habitats. A área em estudo apresenta uma ampla variação entre habitats, sendo um deles o leito principal do rio, onde a correnteza é constante e forte, marginado por longas praias e barrancos altos, tendo nestes trechos um menor acesso à vegetação. Em algumas praias existem pequenas reentrâncias formando baías onde a correnteza é mínima. Por 30

49 ser uma região de planície, o rio forma grandes reentrâncias e apresenta braços marginais ao leito principal onde a correnteza é mais lenta e sem presença de praias, o que facilita o acesso à vegetação. A ocorrência dos animais variou nestes ambientes, sendo que os animais de maior porte das duas espécies foram encontrados nas praias e nas proximidades dos barrancos do leito principal do rio e quando observados nas reentrâncias permaneciam nas regiões de águas mais profundas, já os animais de menor porte (filhotes e juvenis), foram encontrados com maior freqüência nas reentrâncias e nos braços marginais do rio próximo da vegetação. Alguns grupos de filhotes foram localizados em pequenas baías formadas no começo ou no final das praias acompanhados por fêmeas adultas. 4.3 Influência de fatores físicos na densidade dos crocodilianos Os dados físicos coletados durante o trabalho de pesquisa foram analisados para verificar qual a influência na densidade da população dos crocodilianos. Fez-se a correlação entre as medidas do nível d água do rio Javaés com variação da densidade das populações dos crocodilianos. Verificou-se uma correlação negativa entre a variação do nível d água e a densidade. À medida que aumenta o nível da água, diminui o número de indivíduos observados por km linear de rio. O valor da correlação é r = - 0,79, p<0,05 (figura 7) Os meses em que foi observada uma maior abundância de crocodilianos, constituem os mesmos em que o nível d água estava mais baixo, agosto, outubro e novembro (2004, 2005 e 2006). Os períodos com maior nível da água, março e junho de 2005 e abril de 2006, verificou-se uma menor abundância dos animais na área de estudo (figura 8) Animais por Km Nivel D'água Figura 7 Plotagem de equação de regressão entre nível d água e número de animais por quilômetro (os pontos representam os meses de coleta) 31

50 Nív el d'água Animais por Km Nível D'água Animais por Km ago-04 out-04 mar-05 jun-05 ago-05 out-05 nov-05 abr-06 jun-06 ago-06 out-06 nov-06 0 Figura 8 Variação entre o nível d água e o número de animais por quilômetro Foi realizada uma análise da variação da temperatura do ar e da água em relação aos meses de coletas, onde foi constatado que a variação da temperatura do ar não representou correlação significativa em relação à variação de número de animais por quilômetro (r = 0,23, p>0,05) (figura 9), mas a temperatura da água apresentou uma correlação positiva em relação ao número de animais por quilômetro (r = 0,73, p<0,05) (figura 9 e 10). Nos meses em que a temperatura da água apresentava maiores valores médios, foram os meses em que obteve-se um maior número de animais observados por quilômetro linear (figura 10) Animais por Km Média T. Água Figura 9 Plotagem de equação de regressão entre o número de animais por quilômetro e as temperaturas médias da água (os pontos representam os meses de coleta). 32

51 34 32 Temp. água Animais/Km Temp. água Nº animais/km 24-2 ago-04 out-04 mar-05 jun-05 ago-05 out-05 nov-05 abr-06 jun-06 ago-06 out-06 nov-06 Figura 10 Relação entre a variação da temperatura média da água e o número de animais por quilômetro nos meses de coleta Densidade da população de crocodilianos em dois lagos marginais ao rio Javaés Nas coletas realizadas no lago do Mata Verde no mês de agosto de 2006, foram observados um total de 76 animais, sendo identificados 37 animais (84% ID) da espécie C. crocodilus e 7 (16% ID) exemplares da espécie M. niger. Neste mês a relação foi de 5,3 exemplares de C. crocodilus para 1 exemplar de M. niger. A diferença entre as espécies foi significativa para p<0,05, com χ 2 = 20,45. Em outubro de 2006, localizou-se um total de 199 animais, dos quais 109 (92% ID) exemplares pertenciam à espécie C. crocodilus e 9 (8% ID) animais da espécie M. niger, uma razão 12 C. crocodilus: 1 M. niger. Nesse período, obteve-se uma diferença significativa, χ 2 = 84,75; p<0,05. Dentro da espécie C. crocodilus, as classes de tamanho apresentaram diferenças significativas no número de animais nos dois meses de coleta, sendo que em agosto verificou-se uma maior número de animais da classe II (16) e menor da classe IV (2) (χ 2 = 14,03; GL=3, p<0,05), e em outubro uma predominância de exemplares da classe II (57) e menor da classe I (13) (χ 2 = 49,77; GL = 3; p<0,05). Nas capturas realizadas neste lago para retirada dos dados biométricos e marcação foram capturados 4 exemplares de C. crocodilus, 3 machos e 1 fêmea. 33

52 Para a espécie M. niger, não foi observada diferença significativa entre as classes de tamanho para GL=3; p>0,05. Foram capturados 3 exemplares para o trabalho de marcação e biometria, sendo todos fêmeas. No lago Chaves, durante o mês de setembro de 2006, foi realizado um censo populacional onde foram verificados um total de 60 jacarés. Foi possível a identificação de 34 animais (66,6% ID) da espécie C. crocodilus e 17 (33,3% ID) exemplares da espécie M. niger, uma razão de 2 C. crocodilus: 1 M. niger. A diferença entre as espécies, com relação ao número de animais, foi significativa com χ 2 = 5,67; p>0,05. Com relação às classes de tamanho, na espécie C. crocodilus verificou-se diferença significativa, χ 2 = 17,55; GL = 3; p<0,05, tendo uma maior número de indivíduos da classe II (17) e não foram observados exemplares da classe IV. Para M. niger não foi observada diferença significativa entre as classes de tamanho. No trabalho de biometria e marcação foram capturados 3 animais, todos fêmeas e da espécie M. niger. 4.5 Comparação das densidades e estruturas das populações entre o rio Javaés e o lago da Mata Verde Para fazer comparação entre as populações do rio Javaés e do lago da Mata Verde não foram utilizados os valores reais observados, pois ocorreu variação entre os números de animais observados nos dois ambientes (agosto 366 animais no rio e 76 no lago; outubro 444 no rio e 199 no lago). Nesta comparação, foi utilizada a porcentagem dos exemplares identificados em cada espécie, em relação ao total de animais visualizados e a porcentagem dos exemplares em cada classe de tamanho, em relação ao número de animais identificados. Analisando dados populacionais, verificou-se que o mês de agosto não apresentou diferença significativa na proporção total de animais de M. niger (χ 2 = 0,20; GL = 1; p>0,05) (rio: 11,2%; lago: 9,2%) entre os dois ambientes. Dentro de C. crocodilus foi verificada diferença significativa na proporção de animais observados entre o rio (88 animais - 24%) e o lago (37 animais - 48%) (χ 2 = 8,34; GL = 1; p<0,05). Nas classes de tamanho, considerando a espécie M. niger, a classe II apresentou diferença significativa (χ 2 = 48,7; GL = 1; p<0,05) entre o rio e o lago, sendo que foram observados 20 34

53 exemplares (48%) desta classe de tamanho no rio e não foram observados exemplares no lago. Nas outras classes de tamanho da espécie, não foram observadas diferenças significativas. Em C. crocodilus, somente a classe de tamanho III não apresentou diferença significativa entre os censos do rio Javaés e do lago da Mata Verde. As outras classes apresentaram diferenças significativas, classe I, χ 2 = 14,89 (rio: 7,9%, lago: 32,4%), classe II, χ 2 = 10,74 (rio: 79,8%, lago: 43,2%) e classe IV χ 2 = 5,40 (rio: 0, lago: 5,4%), para GL = 1 e p<0,05. No mês de outubro foram observadas diferenças significativas entre o número de animais das espécies C. crocodilus (χ 2 = 11,47; GL = 1; p<0,05) (rio: 54,7%; lago: 31%) e M. niger (χ 2 = 6,55; GL = 1; p<0,05) (rio: 21,9%; lago:4,5%) entre os censos do lago e do rio. Dentro de M. niger, semelhante ao ocorrido no mês de agosto, somente a classe II apresentou diferença significativa entre o censo do rio e do lago no mês de outubro (χ 2 = 10,01; GL = 1; p<0,05), onde foram observados 26 exemplares (26,8%) no rio e 5 no lago (55,5%). As classes I e IV da espécie C. crocodilus tiveram diferenças significativas no mês de outubro. Na classe I, χ 2 = 9,98 (rio: 0,7; lago: 11,9) e na classe IV, χ 2 = 9,53 (rio: 2,9; lago: 16,5), para GL = 1; p<0,05. Neste mês foi registrado maior presença de exemplares destas classes no lago, sendo que da classe I, encontrou-se 13 exemplares no lago contra 1 no rio e da classe IV, 18 exemplares no lago contra 4 no rio. Foram marcados 155 animais, 42 M. niger e 113 C. crocodilus e recapturado somente 1 exemplar de cada espécie. Com esta baixa recaptura, não foi possível estimar o tamanho da população. 5 DISCUSSÃO As espécies encontradas na região em estudos durante as coletas de dados foram C. crocodilus e M. niger. Não foram encontrados exemplares de outras espécies, apesar dos relatos da presença de P. palpebrosus na região da bacia Araguaia Tocantins na bibliografia (VILLAÇA, 2004). A ausência de exemplares da espécie na área de estudo pode estar relacionada aos fatores ambientais (e.g. disponibilidade de ambientes, competição interespecíficas) o que levanta campo para futuras pesquisas. Na área em questão, verifica-se uma predominância de C. crocodilus sobre M. niger (razão de 2,4:1). Essa predominância também ocorreu no trabalho realizado na Estação Ecológica de Anavilhanas no baixo rio Negro, Amazônia Central, mas as densidades populacionais se 35

54 demonstraram diferentes das encontradas na região do rio Javaés (DA SILVEIRA et al., 1997). Em Anavilhanas foram observados 478 animais, 221 C. crocodilus, 8 M. niger (razão 27,6:1) e um exemplar de P. palpebrosus. A densidade de C. crocodilus variou nos lagos (0 a 58 animais/km) e canais (0 a 8 animais/km). Para M. niger a densidade variou de 0,5 a 8 animais por Km linear. No presente estudo, as densidades variaram de 0,1 a 8,6 animais/km para C. crocodilus e de 0,1 a 2,5 animais/km para M. niger no rio Javaés. Neste estudo foi observada uma variação na densidade populacional no decorrer dos anos, sendo uma variação geral e dentro de cada espécie. Entre 2005 e 2006, a razão entre as duas espécies caiu de 3,6 C. crocodilus : 1 M. niger em 2005 para 1,5 C. crocodilus : 1 M. niger em Em levantamento da densidade populacional de jacarés do Pantanal, MOURÃO et al. (2000) verificaram que densidade dos jacarés variou significativamente em relação aos anos. Em 1992, foram observados 4,5 animais/km e em 1993, 28,3 animais/km, a variação pode estar relacionada a fatores físicos ambientais. A estrutura da população por classes de tamanho variou durante as coletas. Isto é influenciado, principalmente, por fatores físicos e ambientais relacionados ao comportamento da espécie. Realizando uma análise do número geral da população de M. niger, observa-se uma maior presença de animais da classe IV seguido por animais da classe III e classe II. A quantidade de animais da classe I foi baixa, apenas 5 animais nos três anos de coleta. A baixa presença de exemplares da classe I pode estar relacionada aos sítios de reprodução da espécie que provavelmente se encontram fora da área estudada. Como o estudo ficou mais restrito à área do rio, incluindo somente dois lagos no ano de 2006, se torna necessário o prosseguimento de pesquisas, objetivando identificar as áreas de nidificação desta espécie. Para C. crocodilus, a estrutura populacional em relação às classes também variou no decorrer do estudo. Na quantificação geral, foi verificada uma maior presença de exemplares da classe II, seguidos por exemplares da classe III, classe IV e classe I. DA SILVEIRA et al. (1997), citado anteriormente, verificou uma estrutura populacional para C. crocodilus diferente da encontrada no presente estudo. Excluindo os filhotes, foram estimados que 67% do exemplares eram subadultos (Comprimento rostro-cloacal CRC < 70cm) e 5% adultos machos (CRC >90cm). Dentro das duas populações foi verificada uma variação na ocorrência dos exemplares de ambas as espécies em diferentes habitats. Os animais de maior porte (classe III e IV) foram 36

55 encontrados no leito principal do rio, nas praias, barrancos e nas reentrâncias. Os exemplares de menor porte (classe II e os 5 exemplares da classe I) foram encontrados principalmente nas reentrâncias, próximo à vegetação. Esta variação entre as classes por habitats pode estar relacionada ao fato que, nas reentrâncias tem-se uma maior proximidade com a vegetação, o que promoveria uma maior proteção destes animais. Nas praias e barrancos estes animais estariam expostos à predação. No leito principal do rio, a força da correnteza arrastaria estes animais de menor porte, permitindo a presença somente de animais maiores. Trabalhos realizados por MALVASIO & SALERA. (2006) e MONTEIRO et. al. (2005) na região do rio Javaés, indicam uma maior observação de crocodilianos nas proximidades da vegetação, principalmente animais menores. Animais adultos e subadultos poderiam ser encontrados no rio onde o volume de água e a força da correnteza é maior. WHITE & JESÚS (2003) estudando comportamento de filhotes de Paleosuchus trigonatus no rio Tuputini (Amazônia Equador), verificou em observações noturnas, saídas rápidas destes animais da água para a vegetação para se protegerem. A estrutura sexual da população de M. niger apresentou uma maior proporção de machos (machos 1,5 : 1 fêmea). C. crocodilus apresentou razão sexual semelhante a M. niger, 1,5 machos: 1 fêmea. THORBJARNARSON (1997) discute alguns trabalhos onde os autores indicam uma tendência a ter uma maior abundância de fêmeas nas populações de crocodilianos, em razão de comportamentos agonísticos dos machos. Neste trabalho o autor levanta o problema de se mascarar a razão sexual das populações, por realização de coletas somente em determinados habitats e da preferência de animais de determinado sexo por determinados ambientes. A maioria das capturas, para a realização da sexagem dos animais, ocorreu no rio Javaés e suas reentrâncias. Poucas capturas de animais ocorreram nos lagos marginais ao rio Javaés. Isso pode ter influenciado nesta estrutura sexual. Nas coletas realizadas nos lagos (Chaves e Mata Verde) 100% dos exemplares foram fêmeas (6 exemplares) da espécie M. niger e para a espécie C. crocodilus, 75% de machos (3 exemplares) e 25% de fêmeas (1 exemplar). Faz-se necessário um aumento do esforço de coleta nos lagos para tirar conclusões mais seguras sobre estrutura sexual das populações das duas espécies na área estudada, principalmente para M. niger. A variação na densidade da população das duas espécies foi significativamente influenciada por fatores físicos (variação do nível d água e temperatura da água). O nível d água influencia negativamente sobre a densidade. Com o aumento do nível d água ocorre uma invasão 37

56 do rio sobre a vegetação, fazendo com que os animais de menor porte entrem para a vegetação à procura de locais firmes para descanso. Com isso, a densidade populacional diminui. Nos períodos de estiagem, diminui o nível d água fazendo com que os animais fiquem mais aglomerados. A temperatura da água influencia positivamente na densidade. Com o aumento da temperatura, por serem animais ectotérmicos, aumenta a atividade dos jacarés, ficando mais expostos sobre a água e mais visíveis. COUTINHO & CAMPOS (1996) indicaram o nível d água como o fator que mais afetou na densidade de C. yacare em áreas de estudo no Pantanal (F=20,1, df=1,6, r 2 =0,77, P<0,01). Quando o nível d água excede 15 cm os jacarés começam a dispersar e a densidade diminui. No mesmo trabalho, o autor não considerou significativa a influência da temperatura do ar na densidade dos jacarés (F=2,31, df=1,6, p>0,05). MOURÃO et al. (2000), realizaram trabalho sobre densidade da população de crocodilianos também na região do Pantanal, consideraram que a temperatura do ar tem uma relação significativa com a densidade dos crocodilianos. Pesquisa realizada em cativeiro sobre a influência de condições da água nas contagens noturnas de jacarés encontrou resultados diferentes. Nesse trabalho a temperatura da água e a temperatura do ar não influenciaram nas contagens noturnas (SARKIS-GONÇALVES et. al. 2004). Na comparação das densidades entre o lago da Mata Verde e o rio Javaés nos meses de agosto e outubro de 2006, verificou-se diferenças dentro das duas espécies. O mês de agosto apresentou uma maior proporção de C. crocodilus no rio, em relação ao lago. Esta diferença não foi observada em M. niger. Em outubro, M. niger apresentou diferença entre o lago e o rio e o mesmo ocorreu para C. crocodilus. Esta variação entre os números relativos das duas populações pode estar relacionada aos diferentes habitats. No rio tem-se a influência da correnteza, presença de praias e barrancos altos, enquanto que nos lagos estudados a correnteza é mínima, não possuem praias e os barrancos são menores, ambientes ideais para reprodução e o cuidado parental. WHITE & JESÚS (2003) estudando filhotes de Paleosuchus trigonatus, fala da importância das áreas de florestas às margens de pequenos córregos para a sobrevivência dos filhotes da espécie. Em relação às classes de tamanho de M. niger, no mês de agosto, somente a classe II apresentou diferença significativa entre o rio e o lago, sendo que no lago não foram encontrados exemplares desta classe. No mês de outubro ocorreu o oposto, observou-se uma maior proporção 38

57 destes animais no lago. Em C. crocodilus, a classe III não apresentou diferença entre rio e lago. A classe II foi mais representativa no rio e as classes I e IV, no lago. Para esta espécie, em outubro ocorreu semelhante a agosto, uma predominância de animais da classe I e IV no lago. Com esses resultados, pode-se inferir que C. crocodilus utiliza os lagos para reprodução, onde se observa adultos (classes IV) apresentando cuidado parental com seus filhotes (classe I). Neste trabalho não foi possível aplicar algum modelo matemático para estimar o tamanho da população utilizando o método de captura e recaptura, pois o índice de exemplares recapturados foi baixo, somente um exemplar de cada espécie. Trabalhos de estimativa e estrutura da população estão entre os principais passos para levantar importantes informações essenciais para o manejo da população das duas espécies. Por esta razão, se faz necessário o prosseguimento das atividades de pesquisa (captura, marcação e recaptura) para realizar a estimativa do tamanho da população. 6 - CONCLUSÕES - M. niger e C. crocodilus são as espécies de crocodilianos que ocorrem no entorno do Parque Nacional do Araguaia, rio Javaés. - Ocorre uma predominância populacional de C. crocodilus sobre M. niger. - A variação do ambiente (lago e rio) influencia na densidade e estrutura das populações nas duas espécies, principalmente em Caiman crocodilus. - Fatores físicos, temperatura da água e variação do nível fluviométrico, influenciam na densidade e na estrutura populacional por classe de tamanho. - Ambas as espécies encontram-se em um certo equilíbrio por apresentarem exemplares em todas a faixas etárias. 39

58 REFERÊNCIAS APARICIO, J. & RIOS, J.N. Experiencias de manejo em el processo de aprovechamiento sostenible del lagarto (Caiman yacare) em Bolivia ( ). Revista Eletrônica Manejo da Fauna Silvestre em Latinoamérica. v. 1. p ASA, C. S.; LONDON, G. D.; GOELLNER, R. R.; HASKELL, N.; ROBERTS, G. & WILSON, C. Termoregulatory Behavior of Captive American Alligators (Alligator mississipiensis). Journal of Herpetology. vol. 32. n 2. p BARRERA L. F. Estado Actual de un Relicto Poblacional del Caimán Agujo (Crocodylus acutus cuvier, 1807) en Una Zona del Magdalena Medio. Calle 8 Nº Bogotá Colômbia CEDEÑO-VASQUES J. R., ROSS.J.P & CALMÉ S. Population Status and Distribution of Crocodilus acutus and C. moreletii in Southeastern Quintana Roo, México. Herpetological Natural History, v. 10. nº 1. p CENTENO, A. J. Curso de estatística aplicada à biologia. Goiânia. Centro Editorial e Gráfico / UFG. 188p COUTINHO, M. & CAMPOS, Z. Effect of habitat end seasonality on the densities of caiman in southern Pantanal, Brazil. Journal of tropical ecology. 12: FRANÇA, F.G.R., Ecologia Termal de Jacaré (Caiman crocodilus e Caiman niger) no Rio Javaés, Pium, TO. Relatório de Campo: Métodos de Campo em ecologia Instituto de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, p GARCIA, M.C.M.; SALERA JR., G. & MALVASIO, A. Monitoramento das populações de Melanosuchus niger (jacaré-açu) e Caiman crocodilus (jacaré-tinga) (Crocodylia, Alligatoridae) no rio Javaés, Tocantins. In: Anais da X Jornada Cientifica da UNITINS, Palmas TO HOOGESTEIJN, R. & CHAPMAN, C. A. Large ranches as conservations tools in the Venezuelan llanos. Oryx. vol.: 31. n : 4. p outubro MALVASIO, A. & SALERA JR., G. Studies of Melanosuchus niger and C. crocodilus populations in the Javaés river, Araguaia National Park, Tocantins, Brazil. Crocodile Specialist Group NEWSLETTER. Vol. 25. nº. 01. p MALVASIO, A.; SALERA JR, G.; GARCIA, M.C.M. Avaliação da distribuição e biometria de M. niger e C.crocodilus no rio Javaés. In: Anais do XXV Congresso de Zoologia, Brasília- DF MONTEIRO, C. B.; CINTRA, L. S.; MELO, M. R. B. ;COSTA, B. F.; GALVÃO, S. B.; MALVASIO, A. Distribuição de crocodilianos quanto à espécie e classes de tamanho nos 40

59 ambientes: praia, barrancos, vegetação marginal e leito fluvial do rio Javaés, entorno do Parque Nacional do Araguaia. Anais do I Congresso Cientifico da UFT. Palmas TO MOURÃO G., COUTINHO M., MAURO, R. CAMPOS, Z. TOMÁS & W. MAGNUSSON Aerial surveys of caiman, marsh deer and pampas deer in the Pantanal Wetland of Brazil. Biological Conservation. v ODUM, E. P. ECOLOGIA. Ed. Guanabara. Rio de Janeiro RJ. 434 p PINHEIRO, M. S.; ANDREOTII E SILVA, R. & SANTOS, S. A. Observations on The Thermal Selection of the Pantanal Caiman (Caiman crocodilus yacare) Hatchlings (Crocodylia: Alligatoridae). Revista Brasileira de Biologia. 61(2). p PIÑA. C. I., LARRIERA, A. & CABRERA, M. R. Effects of Incubations Temperature on Incubation Period, Sex Ratio, Hatching Success, and Survivorship in Caiman latirostris (Crocodylia, Alligatoridae). Journal of Herpetology, v. 37. p POUGH, F. H.; JANIS, C.M. & HEISER, J.B. A Vida dos Vertebrados. São Paulo: Atheneu Editora. 699p POUGHT, F. H.; ANDREWS, R. M.; CLADE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Herpetology. Ed. Pearson Prentice Hall. 3ª ed. 726p REBÊLO, G.H & LUGLI, L. Distributions and abundance of four caiman species (Crocodylia: Alligatoridae) in Juá National Park, Amazonas, Brazil. Revista de Biologia Tropical. V. 49, nº 3-4, p , RHEN, T. & LANG, J. W. Among-family Variation for Environmental Sex determination in Reptiles. Evolution, 52(5). p RILEY J. & HUCHZERMEYER F.W. African Dwarf Crocodiles in the Likouala Swamp Forest of the Congo Basin: Habitat, Density, and Nesting. Copeia, (2), pp ROM, S. R.; VALLEJO, A. & ASANZA, E. Human Influence on the Wariness of Melanosuchus niger and Caiman crocodilus in Cuyabeno, Ecuador. Journal of Herpetology. Vol. 32. n 3, p SAH, S. A. M. & STUEBING, R. B. Diet, growth and movements of juvenile crocodiles Crocodylus porosus Schneider in the Klias River, Sabah, Malaysia. Journal of Tropical Ecology. 12. p SALERA JR., G. & MALVASIO, A. Morfometria em Caiman crocodilus e Melanosuchus niger (Crocodylia, Alligatoridae) de exemplares do rio Javaés-TO. Anais do XXV Congresso Brasileiro de Zoologia. p SARKIS-GONÇALVES, F., CASTROS, A. N. V. & VERDADE, L. M. The influence of weather conditions on caiman night-counts. Crocodiles. Proceedings of the 17 th Working 41

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61 CAPÍTULO 03 Biometria e Avaliação de Lesões e Anomalias em Melanosuchus niger (SPIX, 1825) e Caiman crocodilus (LINEAU, 1758), (Crocodylia, Alligatoridae) no Entorno do Parque Nacional do Araguaia, Rio Javaés, Tocantins. RESUMO O estabelecimento da estrutura populacional em crocodilianos pode ser realizado através da divisão destas populações por faixas etárias. Para estabelecer essas faixas etárias dividem-se os exemplares por classes de tamanho e para isso são utilizadas medidas de comprimento corpóreo, principalmente comprimento total (TTL) e comprimento rostro-cloacal (CRC). As medidas morfométricas também são utilizadas para diferenciar as espécies e os gêneros (machos e fêmeas) dentro das espécies, onde se procura estabelecer dimorfismo sexual. No presente estudo, realizado no entorno do Parque Nacional do Araguaia, rio Javaés, município de Pium TO, foram analisadas várias medidas morfométricas externas em exemplares capturados de Caiman crocodilus e Melanosuchus niger, e conjuntamente realizou-se observação da presença de lesões e anomalias externas nestes exemplares. Foram mensurados 155 animais das duas espécies, 113 exemplares de C. crocodilus e 42 de M. niger. Na comparação entre as duas espécies, observa-se diferença nas medidas morfométricas indicando uma variação na curva de crescimento, sendo que os exemplares de M. niger (CRC média: 93,5, variou de ) alcançaram maior porte que os exemplares de C. crocodilus (CRC média: 57,7, variou de 27-97). Nas análises dentro de cada espécie, observou-se dimorfismo sexual nas medidas morfométricas, sendo que os machos apresentaram maior porte (M. niger machos, média: 111,5 ± 44,6; fêmeas, média: 66,5 ± 15,7 / C. crocodilus machos, média: 61,8 ± 11,4; fêmeas, média: 50,1 ± 9,1). Dos 155 animais capturados, 42,6% apresentavam lesão ou anomalia externa. M. niger apresentou lesões em 54,4% dos animais examinados e 37% dos exemplares de C. crocodilus apresentaram alguma lesão/anomalia. As lesões mais presentes em ambas as espécies foram a ausência da ponta da cauda (13,5 %) e ausência de unha nas patas posteriores (13,5 %), ausência de unha nas patas anteriores (12,2 %) e ausência de parte da cauda (5,1 %). Algumas lesões encontradas em menor quantidade, mas de grande importância, como dois exemplares adultos de M. niger que não apresentavam a parte inferior da boca e outro exemplar adulto cego de um dos olhos. As anomalias foram encontradas somente nos exemplares de C. crocodilus, onde anomalias nas cristas da cauda, bifurcação na ponta da cauda e constrição na parte inferior da cauda. Palavras-chave: comprimento, massa, morfometria, regressão. 43

62 Biometric and Lesion and Anomaly Evaluation in Melanosuchus niger (SPIX, 1825) and Caiman crocodilus (LINEAU, 1758), (Crocodylia, Alligatoridae) on the Outskirts of the Araguaia National Park, Javaés River, Tocantins ABSTRACT The establishment of population structure in crocodiles can be accomplished by dividing the population in age groups. In order to establish these age groups specimens are divided by size class which is done by measuring body length especially total length (TTL) and snout-vent length (SVL). The morphometric measurements are also used to differentiate species and genders (males and females) within the species when sexual dimorphism is aimed to be established. In the present study, carried out on the outskirts of the Araguaia National Park, Javaés River, Pium County, Tocantins, several external morphometric measurements were analyzed in captive specimens of Melanosuchus niger and Caiman crocodilus, and concomitantly, observations for the presence of external lesions and anomalies in those specimens were made. 155 animals of both species were measured, out of which 113 were C. crocodilus and 42 M. niger. When comparing the two species, differences in morphometric measurements were observed, which indicated a variation in the growth curve. M. niger specimens (average SVL: 93.5, ranging from 35 to 192) were bigger than those of C. crocodilus (average SVL: 57.7, ranging from 27 to 97). In the analysis within each species, a sexual dimorphism in the morphometric measurements was observed; the males were bigger than the females (M. niger average: ± 44.6; average 66.5 ± 15.7/ C. crocodilus average: 61.8 ± 11.4; average: 50.1 ± 9.1). Of the 155 captured animals, 42.6% had lesion or external anomaly. M. niger had lesions in 54.4 % of the examined animals and 37% of the C. crocodilus specimens had some kind of lesion/anomaly. The most common lesions in both species were absence of tail tip (13.5%), absence of nails on the back paws (13.5%), absence of nails on the front paws (12.2%), and the absence of part of the tail (5.1%). A few number of lesions, but of uttermost importance, were found in adults specimens, as in the case of two M. niger specimens which lacked the inferior mouth part and another one that was blind. Anomalies were found in C. crocodilus only, which had specimens with anomalous tail crest, bifurcation of the tail tip and constriction in the inferior part of the tail. Key words: length, morfometric, regression, weight. 44

63 1 INTRODUÇÃO O uso das medidas biométricas para estabelecer a estrutura da população é recorrente entre os pesquisadores que trabalham com crocodilianos. Dividem-se os exemplares da espécie em grupos etários (filhotes, jovens, subadultos e adultos) utilizando as medidas de comprimento do corpo, principalmente comprimento rostro-cloacal e comprimento total (DA SILVEIRA et al., 1997, VERDADE, 2001b, CEDEÑO-VASQUES et al., 2006). Os levantamentos populacionais de crocodilianos incluem observações noturnas onde geralmente os animais estão com a maior parte do corpo submersa, estando somente a cabeça fora da água. Para a obtenção do tamanho dos animais, realiza-se uma estimativa pelo tamanho da cabeça. Durante os trabalhos de levantamento populacional, as consecutivas saídas de campo calibram a estimativa dos pesquisadores e as capturas dos animais para a retirada das medidas biométricas confirmam a média de acertos destas estimativas. MOURÃO & CAMPOS. (2004) em levantamento da estrutura populacional de Caiman yacare no Parque Nacional do Pantanal, realizavam, no início da observação, a captura e mensuração de alguns animais que tinham sido estimados o seu tamanho, para calcular a diferença entre o tamanho estimado e o tamanho real e verificar a margem de acerto. Trabalhos que realizam comparações entre as medidas biométricas corpóreas externas de crocodilianos servem de suporte para os trabalhos de levantamento populacional, pelo fato de que avaliam as correlações entre partes do corpo dos animais para verificar semelhanças ou diferenças entre gêneros (machos e fêmeas) e espécies, avaliando também com qual tamanho esses animais iniciam o comportamento reprodutivo. Pesquisa realizada por VERDADE (2000) com Caiman latirostris, avaliou relações entre várias medidas do corpo e da cabeça em animais de cativeiro e em animais selvagens, onde foram observadas correlações altamente significativas entre medidas do corpo e da cabeça principalmente do crânio, o que indica um crescimento alométrico nos animais desta espécie. Essas correlações podem também ser observadas na reprodução, sendo que o tamanho e massa dos ovos e comprimento dos filhotes estão relacionados com as medidas corpóreas das mães, onde fêmeas de maior porte apresentam ninhadas mais pesadas (LARRIERA et al., 2004; CASAS-ANDREU et al., 2003). As espécies de crocodilianos, em sua maioria, não apresentam dimorfismo sexual na morfologia externa. Nos trabalhos de estrutura populacional sexual tem-se a necessidade de 45

64 capturar os animais para verificar através de exame cloacal o sexo da cada indivíduo. Entretanto, quando se avalia as medidas de comprimento dos animais, verifica-se que os machos apresentam uma média das medidas corpóreas superior a das fêmeas, indicando um dimorfismo sexual, sendo que os machos apresentam curva de crescimento diferente das fêmeas. Isto é bem visível nos animais de maior porte dentro das espécies, onde são encontrados predominantemente machos. Na espécie C. latirostris verificou-se diferenças morfométricas no crânio entre machos e fêmeas, sendo que estas diferenças não são somente devido ao tamanho cranial, mas também uma considerável diferença na forma (VERDADE, 2003). Esta variação na forma do crânio indica um dimorfismo sexual dentro da espécie e pode estar relacionada evolutivamente ao reconhecimento visual de machos e fêmeas, os estes animais geralmente exibem apenas o topo da cabeça sobre a superfície da água (VERDADE, 2000). Trabalho de correlação entre medidas corpóreas de fêmeas em relação ao tamanho de ninhada, massa e comprimento dos ovos foi realizado no Estado de Jalisco México. Devido a timidez e dificuldade de captura dos exemplares de Crocodilus acutus, a medida corpórea das fêmeas foi estimada através das pegadas deixadas ao lado dos ninhos. Para o cálculo do coeficiente de correlação e obtenção da equação da reta foram utilizados 30 exemplares de um cativeiro a 40 km do local da coleta reforçando a importância dos trabalhos de biometria para estudos sobre crocodilianos (CASAS-ANDREU, 2003). Animais na natureza sofrem constantemente pressão de predação, disputas por territórios, disputas dos machos por fêmeas durante o período reprodutivo, por água nos períodos de estiagem, sendo que as disputas podem ser interespecíficas e intra-específicas. Como conseqüência desta predação e das disputas, os animais podem apresentar lesões em parte do corpo que provavelmente poderão ser semelhantes em outros animais da mesma espécie por terem comportamentos semelhantes. Diferentemente das lesões, as anomalias são causadas em sua maioria durante o desenvolvimento dos filhotes dentro dos ovos ou quando os ovos estão sendo formados dentro das fêmeas. Em Testudines, malformações da carapaça e do plastrão são relatadas como conseqüência das variações ambientais que ocorrem com os ninhos (temperatura, umidade) e o tempo de incubação dos filhotes (MALVASIO et al., 2005a, 2005b; SALERA JR., 2005). Anomalias e deformações são encontradas em alguns exemplares de crocodilianos, em diversas partes do corpo. Deformações na cauda, nódulos no corpo, deformações de cristas, falta 46

65 de membros, entre outras. Os principais fatores responsáveis pelas anomalias são os genéticos e congênitos causados por variações da temperatura e umidade durante o período de incubação dos ovos, além do estado nutricional das fêmeas (RAINWATER et al., 1999; RUBIO-DELGADO, 2001). No Estado do Tocantins, apesar da ocorrência de 50% das espécies do Brasil (M. niger, C. crocodilos e P.palpebrosus), poucos são os relatos na literatura sobre a biometria das populações de crocodilianos que habitam a bacia do Araguaia, uma das mais importantes do Brasil devido, principalmente, aos ecossistemas acoplados serem considerados como ecótonos (no caso específico, transição entre cerrado e floresta Amazônica) (MMA, 1996). 2 - OBJETIVO Tendo em vista as informações fornecidas, este trabalho apresenta como principais objetivos: verificar se existe variação nas curvas de crescimento entre os exemplares de M. niger e C. crocodilus e entre machos e fêmeas de cada espécie, além de avaliar a ocorrência de lesões e anomalias externa nos exemplares capturados das duas espécies. 3 - MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado no entorno do Parque Nacional do Araguaia, rio Javaés (Ilha do Bananal), localizada entre os paralelos 9º50 S e 11º10 S e os meridianos 49º56 W e 50º30 W, na área de abrangência do Projeto Quelônios da Amazônia (figura 01) O animais foram capturados em coletas noturnas utilizando barco de alumínio equipado com motor. Na captura dos exemplares, utilizou-se luz artificial (spot-light) (REBELO et al., 2001, COUTINHO & CAMPOS, 1996, SARKIS-GONÇALVES et al., 2004) para localizar e ofuscar temporariamente os animais, o que facilitou a aproximação e a captura. 47

66 Figura 01 Localização da área de estudos 48

67 A captura foi realizada com o uso de laços tipo cambão (cano de pvc) para os animais de médio porte (< 200cm) (figura 02) e laços de cabo de aço amarrados em corda para os animais maiores (> 200cm) (figura 03). O cabo de aço utilizado era envolto por uma cobertura plástica, que tinha a função de não ferir os animais durante a captura. O uso do cambão de plástico facilita a coleta, pois os animais menores, com menor massa, ficam imediatamente imobilizados e logo são conduzidos para o barco sem o perigo de se enroscarem, como acontece com o cabo de aço com corda. Os filhotes, por habitarem geralmente regiões mais rasas, foram capturados manualmente. Figura 02 Captura de exemplar de médio porte com cambão de plástico. Animais de maior porte, por razão da massa e de uma maior dificuldade de contenção, eram conduzidos pelo barco até a praia mais próxima, visando uma maior segurança, onde eram contidos com cambões de madeira para posterior manipulação (figura 3 e 4). Animais menores eram trabalhados dentro dos barcos (figura 5). 49

68 Figura 03 Captura de animal de grande porte com cabo de aço Figura 04 Contenção de exemplares maiores com cambão de madeira 50

69 Com exceção dos filhotes, todos os animais tinham sua boca e seus membros contidos com fita e cordas, respectivamente, para evitar acidentes no manuseio dos animais. Em todos os exemplares capturados foram retiradas as medidas morfométricas: comprimento da cabeça - Cb (da ponta do focinho até a parte caudal do crânio), comprimento do crânio Cr (da parte caudal do osso occipital ao sulco intra-ocular cm) (figura 6), comprimento rostro-cloacal - CRC (da ponta do focinho até a extremidade caudal da cloaca cm), comprimento total TTL (da ponta do focinho até o final da cauda cm), comprimento da cauda Cd (da extremidade caudal da cloaca até o final da cauda cm), massa corporal (Kg e g). Para a sexagem dos animais foi realizado o exame através da cloaca onde verificava-se a presença ou não do órgão de cópula masculino. Na avaliação das medidas morfométricas fez-se uso do coeficiente de correção. A correlação foi utilizada para verificar se dentro das espécies estudadas ocorria crescimento alométrico ou isométrico e verificar a presença de diferenças significativas entre os sexos dentro de cada espécie (CENTENO, 1999). Inicialmente realizou-se a correlação entre todos os animais estudados incluindo as duas espécies. Posteriormente trabalhou-se separadamente cada espécie e dentro de cada sexo. Figura 05 Contenção e manipulação de animais dentro do barco Os animais capturados com CRC superior a 30cm receberam uma marcação com tags (brincos plásticos) numerados e com colorações diferentes que diferenciavam cada espécie e o 51

70 sexo dentro da espécie. A marcação foi utilizada para verificar como estava o desenvolvimento dos animais no decorrer do período de estudos. Foi observada nos animais capturados, a presença de lesões e anomalias externas (tabela 1). As lesões (ferimentos, cicatrizes ou falta de partes do corpo causadas por predação, acidentes e disputas intra-específicas) e anomalias (defeitos externos relacionados a mal formações congênitas) foram analisadas para avaliar qual a ocorrência dentro dos crocodilianos da região, dentro de cada espécie e por sexo de cada espécie. Após a captura todos os animais foram devolvidos no mesmo local da captura. Tabela 1 Lesões e anomalias externas encontradas nos crocodilianos em estudo Lesões Cego de 1 olho Cicatriz na cabeça Falta de crista Falta de parte da cauda Falta de presa Falta dedo anterior Falta dedo posterior Falta parte da cauda Falta parte inferior da boca Falta pata anterior Falta pata posterior Falta ponta da cauda Falta unha anterior Falta unha posterior Nódulo na cauda Parte inferior da cauda ferida Anomalia Crista deformada Constrição na cauda Ponta da cauda deformada 52

71 Cb Cr Figura 6 Medidas morfométricas da cabeça (Cb: comprimento da cabeça, Cr: comprimento do crânio). 4 - RESULTADOS 4.1 Análise das medidas biométricas dos indivíduos pertencentes as duas espécies A correlação das medidas biométricas entre os animais das duas espécies (M. niger vs C. crocodilus), não se demonstrou significativa, indicando que cada espécie apresenta seu padrão de crescimento. A tabela 2 apresenta as variações entre as medidas biométricas dos exemplares de M. niger e de C. crocodilus. Nesta tabela fica bem visível a variação de porte entre os exemplares das duas espécies e a variação de porte entre machos e fêmeas de cada espécie. Para uma análise geral das populações de crocodilianos, foi realizada uma correlação entre as medidas morfométricas utilizando todos os exemplares capturados das duas espécies e verificou-se uma correlação significativa entre todas as medidas biométricas. A tabela 3 demonstra o resultado entre as correlações das medidas e a figura 11, as plotagens entre as medidas morfométricas dos 155 exemplares capturados. 53

72 Tabela 02 Comprimento máximos (max), mínimos (min), média e desvio padrão dos exemplares machos e fêmeas de M. niger (Mn) e C. crocodilus (Cc). Espécie Cb.(cm) Cr.(cm) CRC.(cm) TTL.(cm) D.Ct.(cm) Cd(cm) Massa(Kg) Max CC Min 8 4, ,5 Machos Média 16,45 7,13 61,87 114,40 42,54 51,97 7,61 Desvio 3,17 1,36 11,47 20,91 9,34 9,47 4,21 Max 20 8, ,25 CC Min 9 3, ,75 Fêmeas Média 13,49 6,11 50,14 94,45 33,97 43,44 3,95 Desvio 2,40 0,97 9,07 16,94 6,45 7,75 1,98 Max 49 20, MN Min 10,5 6, , ,5 Machos Média 30,43 12,82 111,05 215,83 76,71 103,78 67,51 Desvio 11,63 4,49 44,60 79,29 33,92 35,10 55,71 Max 27,5 12,5 103, ,7 33,5 MN Min ,5 94, ,5 2,5 Fêmeas Média 17,56 8,24 66,56 131,36 39,94 63,40 9,38 Desvio 4,23 2,28 15,73 32,66 11,65 15,54 6,93 Tabela 3 Regressão entre medidas biometria dos exemplares capturados de C. crocodilus e M. niger # Sexo Y X a b p r 2 N 1 m/f CRC Cb 0,7098 3,6998 0,000 0, m/f CRC Cr -0,5350 8,6237 0,000 0, m/f CRC TTL 0,2615 0,5272 0,000 0, m/f CRC D. Ct 8,5670 1,2826 0,000 0, m/f CRC Cauda 4,1447 1,0691 0,000 0, m/f CRC Massa 54,0817 0,8174 0,000 0, Y= a + bx Sexo: m/f = machos e fêmeas N: número de animais p < 0,05 Nas plotagens das correlações, observam-se dois grupos distintos (círculos), o inferior à esquerda de cada plotagem está incluído os exemplares de C. crocodilus e os exemplares de menor porte de M. niger, o superior à direita inclui em sua maioria os exemplares de M. niger (maior porte) (figura 11). As maiores correlações foram encontradas entre o CRC e o Cb e entre CRC e TTL, indicando uma semelhança entre as medidas morfométricas entre animais de mesmo porte. 54

73 b b b b b a b b a b CRC.(cm) a CRC.(cm) a CRC.(cm) a Cb.(cm) a b Cr.(cm) a b TTL.(cm) a b CRC.(cm) a CRC.(cm) a CRC.(cm) a D.Ct.(cm) Cauda(cm) Massa(Kg) Figura 11 Plotagem entre as medidas corpóreas das duas espécies de crocodilianos. a: exemplares de C. crocodilus e exemplares de menor porte de M. niger b: exemplares de maior porte de M. niger 4.2 Análise das medidas biométricas dos exemplares da espécie C. crocodilus Na avaliação das medidas morfométricas incluindo todos os exemplares da espécie C. crocodilus, verificou-se correlação significativa indicando um crescimento alométrico dos 113 exemplares da espécie (tabela 4). A menor correlação encontrada foi observada entre o CRC e o Cr, r 2 = 0,607 e entre o CRC e TTL verificou-se a maior correlação, r 2 = 0,939 (p<0,05). Entretanto, quando foram cruzadas as medidas biométricas e massa entre os machos e as fêmeas da espécie C. crocodilus, não se verificou correlação significativa (p > 0,05), indicando padrões de crescimento diferentes entre os sexos. 55

74 Tabela 4 Regressão entre dados biometria dos animais das espécies C. crocodilus # Sexo Y X a b p r 2 N 1 m/f CRC Cb 1,5809 3,6489 0,000 0, m/f CRC Cr 8,4604 7,3183 0,000 0, m/f CRC TTL -1,1798 0,5486 0,000 0, m/f CRC D. Ct 10,3364 1,2002 0,000 0, m/f CRC Cauda 5,3435 1,0691 0,000 0, m/f CRC Massa 40,4831 2,7280 0,000 0, Y= a + bx Sexo: m/f = machos e fêmeas N: número de animais p < 0,05 Para C. crocodilus, a correlação entre as medidas morfométricas apresentaram diferença significativa entre os sexos, como foi comentado anteriormente, mas entre os exemplares de cada sexo foi demonstrado um padrão de crescimento indicado pela correlação entre as medidas (tabela 5). As menores correlações, tanto para machos como para fêmeas, foram entre o CRC e o Cr. As maiores correlações foram entre o CRC e TTL. Nessa espécie, as fêmeas tiveram variação de tamanho de CRC entre 32 cm a 75 cm, enquanto os machos variaram o CRC de 27cm a 97 cm. Na figura 12 pode se observar as variações entre as correlações nos diferentes sexos. Tabela 5 Regressão entre os dados de biometria de machos e fêmeas da espécie C. crocodilus # Sexo Y X a b p r 2 N 1 m CRC Cb 3,6717 3,5478 0,000 0, m CRC Cr 14,4878 6,7414 0,000 0, m CRC TTL -0,5314 0,5460 0,000 0, m CRC D. Ct 23,3437 0,8951 0,000 0, m CRC Cauda 7,0879 1,0576 0,000 0, m CRC Massa 43,0496 2,4880 0,000 0, f CRC Cb 0,0371 3,7152 0,000 0, f CRC Cr 8,1930 6,8703 0,000 0, f CRC TTL 0,5247 0,5248 0,000 0, f CRC D. Ct 6,4833 1,2799 0,000 0, f CRC Cauda 10,2167 0,9166 0,000 0, f CRC Massa 34,9118 3,8595 0,000 0, Y= a + bx Sexo: m = machos; f = fêmeas N: número de animais p < 0,05 56

75 Machos Fêmeas CRC.(cm) CRC.(cm) Cb.(cm) Cb.(cm) Machos Fêmeas CRC.(cm) CRC.(cm) Cr.(cm) Cr.(cm) Machos Fêmeas CRC.(cm) CRC.(cm) TTL.(cm) TTL.(cm) Machos Fêmeas CRC.(cm) CRC.(cm) D.Ct.(cm) D.Ct.(cm) Machos Fêmeas CRC.(cm) CRC.(cm) Cauda(cm) Cauda(cm) Figura 12 Plotagem entre as medidas corpóreas dos exemplares machos e fêmeas da espécie C. crocodilus 57

76 Macho Fêmea CRC.(cm) CRC.(cm) Massa(Kg) Massa(Kg) Figura 12 Continuação 4.3 Análise das medidas biométricas dos animais da espécie M. niger A tabela 6 apresenta os resultados das correlações entre os animais capturados da espécie M. niger. Todas as correlações foram significativas para p<0,05, indicando um crescimento alométrico dos exemplares da espécie. A menor correlação encontrada foi observada entre o CRC e Cr, r 2 = 0,859 e entre o CRC e TTL verificou-se a maior correlação, r 2 = 0,964 (p<0,05). Tabela 6 Regressão entre dados biometria dos exemplares da espécie M. niger # Sexo Y X a b p r 2 N 1 m/f CRC Cb 0,3397 3,7211 0,000 0, m/f CRC Cr -6,3142 9,1361 0,000 0, m/f CRC TTL -5,0103 0,5459 0,000 0, m/f CRC D. Ct 15,3681 1,2738 0,000 0, m/f CRC Cauda -3,7562 1,1330 0,000 0, m/f CRC Massa 62,4220 0,7288 0,000 0, Y= a + bx Sexo: m/f = machos e fêmeas N: número de animais p < 0,05 Apesar de que algumas medidas morfométricas se demonstraram significativamente semelhantes no cruzamento entre medidas de machos e fêmeas da espécie M. niger (tabela 7), a maioria das correlações apresentaram diferenças significativas indicando uma diferença entre as curvas de crescimento de machos e fêmeas. Um exemplo foi a variação entre o CRC nos machos que foi de 35 a 192 cm e nas fêmeas de 43,5 a 103,5 cm. 58

77 Tabela 7 Regressão entre medidas morfométricas que deram valor significativo entre os machos e fêmeas dos exemplares M. niger # Macho Fêmea a b p r 2 N 1 Cr Cr 4,6829 0,2988 0,0095 0, Cr CRC 42,7835 2,0911 0,0237 0, Cr TTL 86,6722 3,7521 0,0263 0, Cr D. Ct. 24,5052 1,3065 0,0309 0, D. Ct. Cr 6,2134 0,0294 0,0489 0, Cauda Cr 5,6056 0,0278 0,0490 0, Massa Cr 7,0532 0,0206 0,0134 0, Massa CRC 59,6740 0,1403 0,0368 0, Massa TTL 117,6560 0,2420 0,0498 0, Massa D. Ct. 34,8062 0,0913 0,0368 0, Y= a + bx Sexo: m = machos; f = fêmeas N: número de animais p < 0,05 Na tabela 8 são apresentadas as correlações entre os dados biométricos de M. niger analisando os sexos separadamente. Todas as correlações dentro de cada sexo foram significativas (p<0,05). As menores correlações, tanto para machos como para fêmeas, foram entre o CRC e o Cr. As maiores correlações foram entre o CRC e TTL. A figura 13 apresenta as plotagens das correlações das medidas morfométricas, onde pode-se observar variações entre os machos e as fêmeas, sendo evidenciadas diferenças nas medidas entre os sexos. 59

78 Tabela 8 Regressão entre medidas morfométricas dos exemplares M. niger # Sexo Y X a b p r 2 N 1 m CRC Cb -5,6481 3,8524 0,000 0, m CRC Cr -6,6849 9,2896 0,000 0, m CRC TTL -9,2822 0,5608 0,000 0, m CRC D. Ct 11,7584 1,3002 0,000 0, m CRC Cauda -10,2343 1,1860 0,000 0, m CRC Massa 64,3139 0,7057 0,000 0, f CRC Cb 1,0392 3,7467 0,000 0, f CRC Cr 10,5523 6,8342 0,000 0, f CRC TTL 0,9910 0,5025 0,000 0, f CRC D. Ct 17,4898 1,2105 0,000 0, f CRC Cauda 6,3328 0,9758 0,000 0, f CRC Massa 48,6030 2,0188 0,000 0, Y= a + bx Sexo: m = machos; f = fêmeas N: número de animais p < 0, Machos Fêmeas 160 CRC.(cm) CRC.(cm) Cb.(cm) Cb.(cm) Machos Fêmeas 160 CRC.(cm) CRC.(cm) Cr.(cm) Cr.(cm) Figura 13 Plotagem entre as medidas corpóreas dos exemplares machos e fêmeas da espécie M. niger 60

79 Machos Fêmeas 160 CRC.(cm) CRC.(cm) TTL.(cm) Machos TTL.(cm) Fêmeas 160 CRC.(cm) CRC.(cm) D.Ct.(cm) Machos D.Ct.(cm) Fêmeas 160 CRC.(cm) CRC.(cm) Cauda(cm) Cauda(cm) Macho Fêmea 160 CRC.(cm) CRC.(cm) Massa(Kg) Massa(Kg) Figura 13 Continuação. 4.4 Correlação entre os dados biométricos de todos os filhotes de C. crocodilus Foram capturados 31 filhotes (TTL < 50 cm) da espécie C. crocodilus. A tabela 9 apresenta as correlações entre os dados biométricos. Pode-se observar nesta tabela que as todas as correlações se demonstraram significativas (p<0,05). 61

80 Tabela 9 Regressão entre medidas morfométricas dos filhotes da espécie C. crocodilus # Sexo Y X a b p r 2 N 1 m/f CRC Cb -3,2938 4,0672 0,000 0, m/f CRC Cr 5,2907 4,3668 0,001 0, m/f CRC TTL 2,2168 0,4366 0,000 0, m/f CRC D. Ct 6,6992 1,0768 0,000 0, m/f CRC Cauda 4,3078 0,7665 0,000 0, Y= a + bx Sexo: m/f = machos e fêmeas N: número de animais p < 0,05 A correlação dos dados biométricos nos diferentes sexos para os filhotes de C. crocodilus se demonstrou significativa para p<0,05 (tabela 10). Somente a relação entre o CRC vs Cauda nas fêmeas não se demonstrou significativa (p = 0,101) A figura 14 apresenta as plotagens das correlações de machos e fêmeas dos filhotes da espécie C. crocodilus, podendo-se ressaltar que, já entre os filhotes, os machos apresentam maior porte que as fêmeas. Tabela 10 Regressão entre medidas morfométricas dos filhotes de C. crocodilus # Sexo Y X a b p r 2 N 1 M CRC Cb -2,6150 3,9642 0,000 0, M CRC Cr 6,4835 4,1066 0,036 0, M CRC TTL -0,4377 0,4931 0,000 0, M CRC D. Ct 6,8373 1,0722 0,000 0, M CRC Cauda 1,9351 0,8685 0,000 0, F CRC Cb -5,4307 4,4285 0,000 0, F CRC Cr 4,0915 4,5974 0,007 0, F CRC TTL 3,3114 0,4180 0,002 0, F CRC D. Ct 8,1178 0,9479 0,031 0, F CRC Cauda 9,8397 0,4943 0,101 0, Y= a + bx Sexo: m = machos; f = fêmeas N: número de animais p < 0,05 62

81 28 26 Machos 22,0 21,5 Fêmeas 21, ,5 CRC.(cm) CRC.(cm) 20,0 19,5 19, ,5 18, ,5 14 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0 6,2 6,4 6,6 6,8 7,0 7,2 7,4 7,6 Cb.(cm) 17,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 5,6 5,7 5,8 5,9 6,0 6,1 Cb.(cm) Machos 22,0 21,5 Fêmeas 21, ,5 CRC.(cm) CRC.(cm) 20,0 19,5 19, ,5 18, ,5 14 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 Cr.(cm) 17,0 2,9 3,0 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 3,6 Cr.(cm) Machos 22,0 21,5 Fêmeas 21, ,5 CRC.(cm) CRC (cm) 20,0 19,5 19, ,5 18, , TTL.(cm) 17, TTL.(cm) Machos 22,0 21,5 Fêmeas 21, ,5 CRC.(cm) CRC.(cm) 20,0 19,5 19, ,5 18, , D.Ct.(cm) 17,0 10,6 10,8 11,0 11,2 11,4 11,6 11,8 12,0 12,2 12,4 12,6 12,8 13,0 13,2 D.Ct.(cm) Machos 22,0 21,5 21,0 CRC.(cm) Cauda(cm) CRC.(cm) 20,5 20,0 19,5 19,0 18,5 18,0 17,5 17,0 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 Cauda(cm) Não Significativo Figura 14 Plotagem entre as medidas corpóreas dos filhotes de C. crocodilus Em uma das três ninhadas capturadas foi possível coletar a fêmea que veio atrás dos filhotes quando estes vocalizaram dentro do barco. A fêmea apresentava CRC de 69 cm e tinha 10 kg de massa. 63

82 4.5 Lesões externas e anomalias verificadas nos crocodilianos em estudo Do total de 155 animais capturados das duas espécies, 66 (42,6 %) apresentavam alguma lesão externa. Na espécie C. crocodilus, foram verificadas lesões externas em 42 animais (37 %). Dos 69 machos capturados, 27 exemplares (39 %) apresentaram lesões e das 44 fêmeas, 15 (34 %) tinham alguma lesão externa. Para M. niger, observa-se uma maior proporção no número de lesões, entre os 44 exemplares analisados 24 (54,5 %) possuíam alguma lesão externa. Entre os sexos, 13 machos (29,5 %), 11 fêmeas (25 %) apresentaram lesões. As lesões mais presentes em ambas as espécies foram a falta da ponta da cauda e falta de unha nas patas posteriores, presentes em 21 animais (13,5 %), seguidos por falta de unha nas patas anteriores, encontradas em 19 animais (12,2 %) e falta de parte da cauda, 8 exemplares (5,1 %). Para C. crocodilus as lesões mais freqüentes foram falta de unha nas patas anteriores (13,3 %), falta de unha nas patas posteriores (11,5 %) e falta de ponta da cauda (9,7 %). Os machos tiveram 13 % com falta de unha anterior, também 13 % falta de ponta da cauda e 8,7 % com falta de unha posterior. Nas fêmeas, as mais presentes foram a ausência de unha nas patas posteriores (15,9 %), ausência de unha nas patas anteriores (13,6 %) e falta de ponta da cauda (4,5 %) e irregularidades na ponta da cauda (4,5 %) (figura 10). Em M. niger foram observados 23,8 % dos animais com falta da ponta da cauda, seguidos por falta de unha posterior (19 %) e falta de parte da cauda (19 %). Nesta espécie, nos machos, as lesões com maior presença foram a falta de unha nos dedos posteriores (27,3 %), falta de parte da cauda (22,7 %) e falta da ponta da cauda (18,2 %) (tabela 11). Várias outras lesões foram encontradas em menores quantidades nos animais em estudo, mas alguns com grande importância. Foram capturados dois animais adultos (TTL > 210 cm) de M. niger sem a parte inferior da mandíbula e um animal adulto (CRC = 164 cm) cego de um dos olhos além de exemplares com cicatrizes pelo corpo, falta de dedo (figura 7), falta de pata e falta de presa. Em C. crocodilus, exemplares com anomalias nas cristas da cauda, bifurcação na ponta da cauda (anomalias possivelmente congênitas figura 8 e 10), anomalias na parte inferior da cauda (figura 9), falta de pata. 64

83 Figura 7 Observação da falta da extremidade do dedo (M. niger). Figura 8 Anomalia na ponta da cauda (bifurcação) em C. crocodilus 65

84 Figura 9 Constrição na parte inferior da cauda de C. crocodilus Figura 10 Lesão na ponta da cauda C. crocodilus 66

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